História Stockholm Syndrome - Kidnaper

_ Do que você está falando Blair? - Daniel se desesperou do outro lado da linha. 

_ Pai tem dois caras no apartamento, eles pegaram a Sophia. - a voz da garota saiu esganiçada pelo desespero ela se afastou da janela não acreditando no que via. 

_ Onde você está? Ainda está vendo eles? 

_ Estou no corredor - ela se aproximou de novo da janela, mas não via sinal dos invasores e nem de Sophia. - Não estou os vendo mais. 

A mão de Blair pousou em seu peito, seu coração batia tão depressa. Estava angustiada, com medo. Onde estava sua melhor amiga? Como ela poderia pedir socorro? 

_ Talvez eles acharam que só tia uma no apartamento, não se preocupe querida, vou acionar a polícia, vamos achar Sophia. - Daniel tentou tranquilizá-la. - Faça o seguinte... 

_ AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - o gritou ensurdecedor saiu pela garganta de Blair. - PAAAAAAAAAAAAAAAAI... 

Um cara alto e forte agarrou-a pelos cabelos. A surpresa fez com que a menina se debatesse e gritasse o máximo que podia. O telefone caiu no chão e do outro lado da linha Daniel escutava o desespero de sua filha, sua linda, doce e amada garotinha. 

Blair era pequena, porém sua força não era compatível com seu tamanho dando mais trabalho para os invasores do que Sophia. Suas unhas cravaram na pele de seu agressor, fazendo com que ele solta-se um alto "ARGH!" e atingisse o rosto da menina com  as costas de sua mão, deixando um pequeno corte em sua boca. Blair caiu no chão ao tempo que o outro homem chegou tampando sua boca e narinas com um lenço umedecido de clorofórmio. As vistas de Blair escureceram e seu corpo caiu. 

[...]

Blair sentiu uma pontada forte na cabeça assim que a levantou, tentou levar uma de suas mãos a cabeça, mas estava com elas amarradas, olhou para si e viu que estava deitada em uma espécie de maca suja. Olhou o ambiente, suas vistas ainda estavam um pouco embaçados. O lugar parecia abandonado. Era sujo e cheirava a esterco podre. Alguns insetos voavam em torno da luz branca fluorescente. Além dela não havia mais ninguém. Tentou desvencilhar-se da corda em torno de seus pulsos, mas tudo que conseguiu foi apertá-las mais. Seus braços doíam. sua cabeça doía. Sentiu um aperto no peito ao se lembrar do que tinha acontecido. O desespero começou a tomar conta de seu corpo novamente. E se a tivessem abandonado? Onde está Sophia?, as perguntas bombardearam sua mente lhe causando mais dor. 

Sentou-se na maca e encolheu-se ao perceber vozes por trás da porta. Ela não conseguia identificar o que falavam, não era seu idioma. Eles falavam algo que parecia ser em russo ou alemão. Um barulho de chave destravou a porta e Blair escondeu seu rosto com os braços e joelhos enquanto se encolhia. 

Um homem atravessou pela porta. Blair não o olhou. Ele fechou a porta e caminhou até a garota encolhida. Jogou o cigarro que fumava em dos cantos imundos do quarto e soprou a fumaça em sua boca. Encarou-a por alguns minutos. 

_ Ficar encolhida assim não vai me impedir de machucar você. - disse ele. Um leve sorriso em seus lábios ao admirar a posição da garota. Algo bastante infantil para alguém da idade dela. 

Blair não respondeu, lágrimas começaram a escorrer sobre sua face. Engoliu uma bola de ar que formou em sua garganta, seu peito soluçou em silêncio, o que lhe causou dor. 

_Olhe para mim. - pediu ele. 

Blair continuou parada. 

_ Olhe para mim. - ele falou um pouco mais alto. A menina não obedeceu. - Se você não olhar para mim vou te vender pelo preço mais barato que oferecerem e pouco me importarei de saber que você vale mais. 

Blair levantou o rosto. Não por obediência e nem pela ameaça, mas sim por saber que seria vendia de uma forma ou de outra. A primeira coisa que seus olhos viram foram as inúmeras tatuagens distribuídas pelo braço do rapaz, que não era tão velho quanto pensou. Ele usava uma regata preta e uma calça jeans rasgadas. Em seu rosto uma camada não muito grossa de pelos fasciais, seu cabelo estava coberto por uma touca e suas sobrancelhas grossas estavam arqueadas em satisfação pela obediência da garota. Blair encarou os olhos castanhos dele com fúria, uma fúria que transparecia muito bem através de seus olhos azuis. 

O rapaz se aproximou de Blair, os olhos fitos na boca machucada dela. Ele juntou os lábios e soltou-os fazendo um pequeno barulho. Franziu o cenho e com seu dedão tocou o local machucado no rosto de Blair. Ela afastou a cabeça quando sentiu a fisgada em seu machucado arder. 

_ Eu já avisei que não é para machucá-las. - disse ele - Mas eles insistem em desobedecer.

_ O q-que vocês querem? - gaguejou Blair, uma expressão de dor surgiu em seu rosto.

_ Dinheiro. - disse ele dando de ombros - Não é isso o que todos querem? Só que a gente trabalha de uma maneira diferente por aqui. É uma pena que você e sua amiga estivessem no lugar errado e na hora errada.

Uma lágrima escorreu pelo rosto da menina.

_ Onde está Sophia?

O rapaz balançou um pouco a cabeça e suspirou.

_ Ela não era tão especial quanto você - disse ele, debochando e acariciou o rosto de Blair. - Então ela já vai começar a trabalhar.

Blair o encarou com dúvida sem entender.

_ O.K. - disse ele- Eu não estou aqui pra te explicar nada. Mas se deixar e prometer que será uma boa garota, eu desamarro você e te levo pra suíte de luxo, porque, fala sério, esse lugar fede, não sei como você ainda não vomitou - ele sorriu - todas vomitam.

Blair apenas assentiu. Seus pulsos estavam doendo e ela sentia suas mãos frias, sem circulação de sangue.

Ele pegou a vasilha de água que estava no chão com um pano e colocou sobre a maca. Blair se ajeitou, sentando-se na maca, as pernas balançam sobre o chão. Cuidadosamente ele desamarrou os pulsos da menina, umedeceu o pano na água e passou sobre os hematomas roxos nos pulsos de Blair, massageando para ajudar o sangue a circular.

A garota o observou enquanto ele cuidava dela. Parecia algo divertido, ele parecia gostar de fazer aquilo. Ele foi até a porta e pediu alguma coisa para o rapaz que esperava do lado de fora. Esperou por pouco tempo e depois entrou com uma maleta branca e pequena. Assim que a abriu e a colocou sobre a cama, Blair pode ver remédios e ataduras lá dentro. Era uma caixa de primeiros-socorros. Ele limpou o ferimento sujo na boca de Blair, a fazendo recuar algumas vezes. O toco do pano dava pequenos choques nela. Enquanto ele passava um tipo de pomada, Blair pode ver seus olhos. Eram castanhos claros com um leve tom de verde. Não pareciam maus como os do homem que a agarrou no apartamento, os olhos daquele homem estavam cheios de ódio e crueldade. Mas ela não via isso nos olhos desse rapaz que agora terminava de tampar a pomada e guardar as coisas na maleta.

_ V-você não me disse seu nome. - falou ela virando o rosto para encará-lo, enquanto ele pegava a maleta.

Ele virou para ela, um pouco irritado pela ousadia. Mas sua expressão mudou assim que viu que era apenas curiosidade da menina e não uma afronta.

_ Zayn. - soltou como um suspiro e sorriu ao final - Agora vamos, Blair.