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História Storybrooke - Capítulo 5 - Vamos Dançar?


Escrita por: 1AquarianaDoida

Notas do Autor


Voltei! Aproveitando que a semana mal começou para postar mais um capítulo!!

Capítulo 5 - Capítulo 5 - Vamos Dançar?


Regina havia acabado de abrir a porta e desafivelar o cinto de seu filho, que saiu olhando ao redor maravilhado. Era sempre assim, as poucas vezes que ele veio para a fazenda, mas agora com um pouco mais de idade, conseguia entender melhor as coisas. Sem esperar por sua mãe, ele saiu em disparada para dentro da casa principal. Apenas escutou sua mãe falando algo que ele não deu muita atenção. Adentrou na sala feito um furacão, e ao virar o corredor deu cara com uma pessoa. O encontro fez com que ele caísse para trás, sentado.

- Hey garoto, você está bem? – perguntou Emma ao se abaixar quando viu o que havia colidido contra suas pernas, pois ela estava entretida com os papéis em sua mão – Você se machucou? – ajudando o menino a se levantar, ele respondeu com um aceno de cabeça negando.

Antes que qualquer outra palavra fosse dita – Senhorita Swan, o que está fazendo com meu filho? – veio a voz da porta assim que Regina entrou e viu a loira segurando seu filho pelos braços – Solte imediatamente meu filho!

- Oi? – ela perguntou confusa olhando para a morena que vinha furiosa em sua direção.

- Eu disse para você soltar o meu filho! – repetiu Regina entre os dentes. Instintivamente Emma soltou o menino, então tudo se esclareceu em sua mente.

- Eu não fiz nada com seu filho. – disse Emma brava – Ele trombou comigo e caiu sentado e eu o estava ajudando a se levantar.

- Não comece a inventar desculpas...

- Eu não estou inventando nada. – cortou a loira furiosa agora – Foi o que realmente aconteceu.

Henry arregalou os olhos surpresos, pois nunca vira sua mãe tão brava como agora. Ele sabia que ela estava sendo injusta com essa moça – Mãe! – tentou chamar a atenção da morena.

- Se isso a fará dormir melhor a noite. – alfinetou.

- Eu não estou inventando nada, não preciso disso. – rebateu – E muitas coisas me faz dormir melhor a noite. – soltou com um sorriso sarcástico.

- Por favor, Senhorita Swan... Não me venha falar da sua vida particular. – exclamou a morena indignada.

- Mas eu nem falei nada. – debochou a loira.

- E nem precisa, pois a insinuação que acabou de fazer já diz tudo.

- Mãe! – exclamou Henry mais alto, então sua mãe o olhou.

- O que foi meu príncipe? – perguntou tentando se acalmar para falar com o menino.

- Essa moça tem razão. – ele explicou, e ela apenas o olhou interrogativamente – Eu estava correndo e não vi para onde estava indo, quando fiz a curva nós trombamos e eu acabei caindo sentado e ela estava me ajudando a se levantar.

Regina olhou incrédulo para o filho, e depois soltou uma longa respiração. Percebendo que acabara de cometer uma injustiça – Olha... – começou ela – Desculpe... Eu me precipitei em julgar a cena que eu vi, então estou me desculpando.

- Olha Senhorita Mills, não precisa se desculpa. – disse Emma séria, e um pouco chateada por a terem julgado sem saber dos fatos – Enganos acontecem, bom, se me der licença, vim apenas buscar uma papelada que precisava, tenho que voltar para a reunião com a equipe. – sem dizer mais nada ela saiu da sala e foi em direção a cozinha.

Regina soltou outra longa respiração e então olhou para seu filho – Agora você entende porque não quero que você fique correndo por ai, principalmente dentro de casa? – o menino nada disse, apenas concordou com a cabeça – Bom, vamos subir e escolheu seu quarto para arrumarmos. – terminou e um sorriso imenso apareceu no rosto de deu filho.

- Eu quero o quarto mais legal. – disse por fim e saiu correndo escadas a cima.

- Sem correr, rapazinho! – tentou Regina, mas seu filho já havia sumido no corredor do andar de cima, soltou um longo suspiro – Vamos lá!

-SQ-

- Desculpem a demora, mas aconteceu um imprevisto. – disse Emma assim que entrou no consultório sentando-se a mesa – Aqui estão os planos que fizemos ano passado, juntamente com os resultados... E acho que a partir dele podemos projetar nossos objetivos para esse ano.

Na mesa já estavam sentados três atletas, que permaneceram do ano passado e mais três novos, além de Ruby também estava David, técnico da equipe e professor de equitação assim como Mary, sua esposa, também professora e auxiliar-técnico.

- Também nessa semana chega os novos cavalos que compramos, já que semana passada, vendemos cinco. – continuou Emma olhando para a morena com mechas vermelhas – Quando chegarem, Ruby fará uma avaliação deles para sabermos as condições de saúde, assim que tivermos os laudos... – olhou para o loiro a sua frente, e depois para a morena de cabelos curtos a sua direita – David, juntamente com Mary, farão a vistoria e ver dentre todos os nossos cavalos quais serão bons para serem treinados, quais serão disponibilizados para as aulas de equitação, já que voltaremos com os cursos daqui a dez dias... – parou para soltar uma longa respiração, eles precisaram interromper o curso de equitação devido ao acontecimento desses últimos dias – Pois a maioria do cavalos que vendemos eram para as aulas.

- E quanto a nós? – perguntou Peter, ele era o mais velho dos atletas, depois vinha Wendy e Lancelot. Os três novos atletas era Anna, Mérida e Arthur.

- Mary, assim que terminarmos aqui, peça a seu irmão Killian mostrar o alojamento para os novos atletas e explicar como as coisas funcionam. – pediu Emma – E por hoje, Peter, vocês todos estão liberados, mas manhã cedo vocês começarão com a rotina de treinos físicos... Essa semana eu devo receber um e-mail com todas as datas das competições, e semana que vem sentaremos novamente e discutiremos juntamente com os objetivos que traçaremos para todos.

- Sei que parece muita informação para vocês... – falou David olhando para todos os atletas – Principalmente para os que irão começar conosco esse ano, mas no decorrer vocês se acostumarão.

- Quanto a cada estilo de prova, nós ainda faremos uma nova avaliação e veremos em quais modalidades vocês se encaixam melhor. – acrescentou Mary com um sorriso amável no rosto.

- Bom, acho que quanto a isso por hora não temos mais nada a conversar... – falou Emma – Só quero acrescentar mais uma coisa... – tomou fôlego novo – Como a maioria de vocês já sabem, perdemos Henry não faz muito tempo... – todos assentiram – E a partir de hoje, sua filha juntamente com seu filho irão morar aqui na fazenda, então muito provavelmente ela começará a fazer parte dessas reuniões, como Henry fazia... Acho que na próxima reunião ela já estará presente... Bom, então é só isso, eu queria deixá-los cientes dessa informação. – se levantou e sorriu – Vamos almoçar! Meu estômago já está colado nas costas. – constatou rindo e fazendo todos rirem.

-SQ-

A manhã havia passado voando para a morena, pois ela estava entretida com a arrumação do quarto do filho. Regina sorriu, seu filho havia escolhido justamente seu quarto de criança quando ela vinha visitar o pai. O menino havia escolhido um que tinha a vista para os locais onde os cavalos eram treinados, e as aulas de montaria e equitação aconteciam, esse fora o mesmo motivo que a morena havia escolhido, a vista para os cavalos. Regina por hora iria dormir em um quarto de hospedes, pois ainda não havia se decidido se ficaria com o quarto de seu pai ou não. E fora que também ainda não havia adentrado no cômodo desde a morte dele, então não saberia qual seria sua reação. A morena afugentou esses pensamentos se entretendo com o filho e a arrumação do quarto.

- Dona Regina? – chamou Eugenia na porta do quarto.

- Ai mulher, que susto! – disse a mulher mais nova colocando a mão sobre o coração devido ao susto, pois estava tão concentrada guardando as roupas nas gavetas que não escutou quando a mulher mais velha se aproximou – Pois não, Eugenia?

- Me desculpe Dona Regina, não quis assustá-la. – se desculpou a senhora - O almoço já está pronto, gostaria de saber se posso colocar a mesa, ou a senhora vai querer comer mais tarde?

- Por favor, sem essa coisa de Dona e muito menos senhora... – disse Regina – Me chame apenas de Regina, e me trate por você. – pediu.

- Sim senho... – parou no meio e respirou fundo – Você vai querer almoçar agora ou mais tarde?

- Assim, está melhor. – sorriu amavelmente – Pode servir agora, e, por favor, chame os nossos dois hóspedes, para almoçarem também, pois teremos uma reunião após o almoço.

- Tudo bem. – disse concordando – Mais alguma coisa?

- Acho que não, Eugenia...

- Mamãe! – disse Henry saindo de seu banheiro.

- Sim, meu querido? – falou a morena olhando na direção de seu filho.

- Já está tudo arrumado dentro do banheiro! – respondeu o menino e então percebeu Eugenia parada na porta – Quem é você? – perguntou curioso.

- Meus botões, como você está lindo! Como cresceu! – exclamou a senhora maravilhada com o menino – Eu sou Eugenia, e pelo visto você não se lembra mais de mais mim. – o menino a olhou, mas não disse nada – Tudo bem, você era bem pequenininho quando nos conhecemos.

- É?

- Sim, eu te dava biscoitos com leite quando você vinha visitar seu avô. – disse Eugenia saudosa.

- Era você?? – perguntou eufórico – Só me lembro dos biscoitos, eles eram muitos gostosos.

- Henry! – chamou a atenção e o menino envergonhado abaixou a cabeça.

- Não tem problema... – riu Eugenia – Geralmente eles só se lembram dos meus biscoitos. – e piscou para o menino – Eu ainda faço aqueles biscoitos. – falou baixo fingindo confidenciar um segredo ultrassecreto para Henry. Seus pequenos olhos castanhos brilharam com a notícia – E se sua mãe deixar, depois do almoço você pode comer um.

- Posso, mamãe? – pediu esperançoso.

- Poderá você comer toda a sua comida. – deu a condição ao seu filho.

- Prometo comer tudo então! – falou sério.

- Acho melhor eu ir servir o almoço, pois quero ver você comer tudinho. – comentou a senhora – E vou separar um biscoito especial para você. – terminou indo em direção da cozinha.

-SQ-

- Boa tarde! – cumprimentou Regina assim que entrou no escritório e avistou os dois advogados, mas não havia visto Emma atrás do computador.

- Boa tarde! – eles cumprimentaram de volta – Então acho que já podemos começar, não falta ninguém. – tomou a palavra o homem mais velho.

- Não vejo a senhorita Swan. – comentou Regina sentando-se no sofá de frente para os dois homens.

- Estou aqui! – disse Emma levantando rapidamente os olhos da tela do computador, para retornar logo em seguida – Estou terminando de digitar alguns relatórios, e completar algumas planilhas... – comentou enquanto escutava o barulho dos dedos digitando no teclado – Mas podem começar que sou toda ouvidos, pois querendo ou não ainda tenho muita coisa para fazer, então aproveitarei que estamos aqui e adiantarei parte desse serviço.

- Alguma objeção, senhorita Mills? – perguntou o homem.

- Só acho que a senhorita Swan não dará a atenção devida nem ao que está fazendo, e muito menos ao que vamos terminar de tratar nessa reunião. – comentou a morena achando um abuso da a loira ficar lá no computador enquanto eles conversam os últimos detalhes.

- Não se equivoque novamente senhorita Mills... – alfinetou a loira sem tirar sua atenção do relatório – Eu faço isso há muito tempo, pois seu pai e eu conversávamos sobre tudo o que havia acontecido no dia enquanto eu ia preenchendo as coisas aqui no computador, então vamos começar a discussão do que precisamos. – terminou ainda olhando para o computador.

Regina estava vermelha de raiva, e quando pensou em retrucar aquela afronta, o advogado tomou a frente – Bom, então vamos começar... – fez uma pausa para chamar a atenção da morena, ato que conseguiu – De acordo com o testamento, como já vocês sabem, a senhorita Mills passará a morar aqui na fazenda, por um ano... – outra pausa para afirmação de todos – Então estabeleço que a partir de hoje, começa a validar o prazo de um ano. Minhas visitas serão periódicas, para saber como está indo com relação ao cumprimento das questões do mesmo, tanto quanto a moradia quanto a administração como um todo.

- E você já tem essas datas? – perguntou Emma ainda com sua atenção voltada ao computador.

- Sim, e está aqui! – respondeu o homem entregando uma folha para Regina.

- Eu não irei ter uma folha com as datas? – disse Emma pela primeira vez levantando os olhos do computador e olhando para o homem.

- Creio que a senhorita irá sentar e conversará com a senhorita Mills sobre tudo da fazenda... – comentou e a loira concordou com a cabeça – Então não vejo a necessidade de a senhorita também ter uma folha.

- Tudo bem, depois eu anoto essas datas. – disse voltando sua atenção ao computador e suas planilhas e relatórios.

- Eu tenho uma pergunta. – disse Regina assim que correu rapidamente os olhos pelas datas. O advogado a olhou dando indicando que continuasse – Infelizmente teve alguns casos que eu não consegui passar para alguns colegas e nem resolver antes de vir para cá... Como faremos se eu precisar me ausentar por alguns dias por causa do tribunal?

- Desde que a senhorita me comunique com antecedência o tempo que precisará se ausentar da fazenda e depois vejamos uma forma de compensar essa ausência. – respondeu o homem, e indicou que seu colega anotasse esse detalhe – Que fique claro que essa ausência não passe de no máximo três a quatro dias. Algo mais?

- Pelo visto temos uma equipe de competição. – perguntou Regina.

- Sim, inclusive hoje de manhã já conversei com a comissão técnica e os atletas. – respondeu Emma ainda focada na tela a sua frente.

- Se eu quiser acompanhar uma competição deles, poderei? – indagou.

- Será no mesmo esquema que os seus casos, terá que me avisar antecipadamente. – respondeu o homem – Para deixar claro, toda e qualquer ausência sua terá que ser comunicada a mim antecipadamente, porque esses dias não serão contabilizados na sua estadia aqui na fazenda. – explicou o advogado – Uma das clausulas era sua permanência na fazenda e não fora dela durante esse ano.

- Entendi. – respondeu a morena – E quanto a administração? Caso o trabalho de Emma não me agrade eu poderei despedi-la? Ou qualquer outro funcionário?

- A administração está encarregada a minha pessoa. – respondeu Emma pegando umas folhas que estavam saindo da impressora e as colocando dentro de uma pasta e a guardou dentro da gaveta do armário – assim como contratar ou dispensar um funcionário... – guardou o outro papel em outra pasta que pertencia a outra gaveta - Mas pelo que me lembro, você poderá saber de tudo que acontece aqui na fazenda. – terminou e voltou a se sentar na frente do computador e aos seus afazeres.

- E quanto despedir a senhorita Swan, de acordo com o testamento não poderá, a senhorita não poderá fazer tal ato tanto com ela quanto a qualquer outro funcionário, pois isso está na alçada da administração onde a senhorita Swan é a encarregada. – explicou o homem deixando bem claro.

- Isso você pode ter certeza de que vou querer saber. – alfinetou de volta para a loira assim que escutou a explicação do advogado – Vou querer saber de tudo que aconteceu e o que está acontecendo, e também tudo que irá acontecer... Vai se saber o que pode estar sendo escondido.

Aquele comentário fez com que Emma parasse e abruptamente levantasse seus olhos e olhar diretamente para a mulher – Se você está insinuando que escondo coisas da administração... Ou que faço algo ilícito... – começou, podia-se perceber mágoa e principalmente raiva em sua voz – Você está completamente equivocada pela segunda vez no dia, senhorita Mills... Se quiser pode chamar uma empresa de administração para verificar todos os arquivos desde que seu pai comprou a fazenda até os dias atuais, e eu garanto a senhorita que eles não irão encontrar nem uma vírgula errada.

- Eu com certeza farei isso. – respondeu a morena a olhando desafiadoramente.

- Senhoritas! – interveio o homem mais velho – Por favor, vamos acalmar os ânimos.

- O que mais precisamos saber? – perguntou Emma voltando sua atenção para o computador, e escondendo seus olhos cheios de mágoas. Regina ainda mantinha seu olhar na loira, mas ele agora estava mais brando, pois novamente havia se deixado levar pelo calor do momento. Ela não estava entendendo o que estava acontecendo consigo, geralmente ela não era de julgar as pessoas, mas com aquela loira petulante era involuntário não julgar, quando o percebia já havia dito o que estava pensando.

- Bom... – limpou a garganta para continuar – A administração ficará a cargo da senhorita Swan, lembrando que a senhorita Mills poderá intervir somente quando o assuntou for de extrema relevância para a fazenda ou quando a senhorita Swan pedir alguma consultoria.

- Quando eu saberei que o assunto é de relevância para a fazenda? – questionou a morena.

- Assunto de relevância da fazenda é tudo que diz sobre a venda da mesma ou quando perceber que os lucros estão diminuindo ao ponto de ser prejudicial, ou mesmo a abertura de mais opção de negócio na fazenda e coisas desse tipo. – respondeu o homem mais novo – Do resto, comércio, treinamento, os negócios de fim de semana é tudo por conta da senhorita Swan.

- Vou ter que confiar na senhorita Swan às cegas? – perguntou e sem perceber lá estava ela julgando Emma novamente.

Emma salvou o que estava fazendo e se levantou indignada – Qual o seu problema? – perguntou ultrajada.

- Nenhum. – respondeu com descaso a morena.

- Nenhum? – perguntou incrédula a loira.

- Sim, nenhum. – deu a mesma resposta com o mesmo tom anterior.

- Pois não parece... – respondeu Emma já deixando um pouco da sua raiva transparecer em sua voz – Desde que entrou aqui hoje de manhã você vem me julgando sem nem me conhecer... Sempre me colocando a quem do que eu sou capaz...

- Impressão sua querida. – ironizou Regina.

- Chega! – exclamou Emma agora furiosa – Você não tem o direito de me julgar, principalmente sem me conhecer... Achei que, pelo menos, poderíamos nos tratar cordialmente, mas vejo que isso não está nos seus planos... – desabafou – Desde o primeiro momento que nos encontramos você só me julga... Você nem ao menos me deu uma chance de mostrar do que sou capaz e já veio com seu veredicto final de que sou incapaz em tudo. – fez uma pausa - Você é uma mulher prepotente que só vê o próprio umbigo. Uma dondoca da cidade grande que acha que pode ir julgando as pessoas. – respirou profundamente para se acalmar, havia dito coisas que depois se arrependeria, desligou o monitor do computador, precisava urgentemente sair dali para esfriar os ânimos – Senhores a minha presença no momento é necessária?

O homem mais velho soltou um longo suspiro – Não senhorita Swan, eu só tenho mais algumas palavras com a senhorita Mills.

- Ótimo! Se me dão licença tenho mais afazeres para resolver. Espero que tenham uma boa viagem de volta para Nova Iorque, e os vejo na próxima visita. – dito isso Emma pegando seu inseparável chapéu e saiu em disparada sem nem ao menos olhar para Regina que permanecia imóvel no sofá. A única coisa ouvida ali na sala era o barulho das botas da loira batendo firmes contra o chão até que então o silêncio reinou no local.

Longos minutos se passaram sem ninguém falar nada. O peso do silêncio era enorme. Regina finalmente ponderou suas palavras e atitudes e a loira de certo modo tinha razão, desde o primeiro momento que se encontraram ela só julgou a senhorita Swan, e decretou que ela não era capaz de nada. Mas desde o primeiro encontro dias atrás, Regina não tinha controle sobre suas ações e principalmente sobre suas falas quando aquela loira atrevida e abusada estava por perto, pois sua mera presença parecia instigar esse lado de brigas, discussões e alfinetadas que a morena tentava controlar ao máximo.

- Senhorita Mills... – chamou calmamente o homem mais velho, prendendo a atenção da mulher – Isso não me diz respeito... Mas como eu conhecia seu pai a muito tempo, praticamente fomos colegas de curso... – começou e esperou por um sinal da mulher a sua frente e Regina pediu para que ele continuasse – Sei que Henry não se equivocaria em deixar o sonho dele nas mãos de qualquer um que não fosse às próprias dele ou de alguém que ele confiasse muito.

- Eu sei... – respondeu fracamente depois de um longo suspiro.

- Suas palavras para a senhorita Swan foram muito duras... – continuou o homem – Assim como as dela para você... Sei que não me diz respeito, mas acho que seu pai ficaria muito chateado com a sua atitude de hoje, assim como a de Emma... Ao longo dos anos conheci um pouco da senhorita Swan, não como conhecia seu pai, mas o que posso afirmar sobre ela que ela é uma boa pessoa e sabe como ninguém administrar essa fazenda... Seu pai sempre me dizia que se não fosse pela senhorita Swan, ele não teria nem metade do que a fazenda tem hoje.

- Eu sei que agi por impulso... – disse respirando fundo – Eu não sou assim, eu não fico julgando as pessoas... Ela tem razão, eu não dei nem uma chance para ela me mostrar do que é capaz... Mas eu não sei... – respirou profundamente novamente – Tem algo nela que compele a ser assim, e quando vejo já falei o que não deveria...

O homem mais velho ponderou as palavras de Regina, e abriu levemente um sorriso imperceptível - Se eu puder dar um conselho... – disse o homem já se levantando – Deixe a poeira abaixar, depois converse com ela calmamente sem a julgar... – ele já se adiantou – Sei que talvez seja difícil... Mas peça desculpas e comecem a agir como duas pessoas adultas que são, pois querendo ou não vocês conviverão por um ano no mínimo... – o seu sorriso havia voltado - Mas algo me diz que esse ano promete muitas coisas.

Regina o olhou confusa por um momento, depois soltou uma risada amarga – Com certeza promete, muita briga e dor de cabeça... Mas eu realmente preciso conversar com ela, pois querendo ou não, precisamos pelo menos nos tratar cordialmente.

- Faça isso... – olhou para seu colega que também se levantou – Bom, terminamos por hoje... É hora de pegar estrada... Senhorita Mills obrigado pela hospedagem e nos vemos no próximo encontro.

- Espero por você na próxima visita. Obrigada. – comentou - Eu os acompanho até a porta.

-SQ-

Emma caminhava rápido para um dos celeiros. Ela pretendia empilhar alguns fardos retangulares de feno prensado, quem sabe assim ela diminuiria um pouco da raiva que estava sentindo naquele momento. Logo que adentrou no celeiro o viu vazio e agradeceu, tirou o chapéu, assim como a camisa xadrez na tonalidade verde, deixando a mostra seus braços definidos na camiseta regata preta, prendeu as madeixas loiras em um rabo de cavalo alto. Procurou por um forcado, assim que o avistou pegou e começou a empilhar os fardos de feno que estavam dispersos. Sem pensar em mais nada, apenas agindo no modo mecânico do trabalho. Depois de algum tempo fazendo esforço seu corpo estava todo banhado em suor e canseira, mas isso não fez com que Emma parasse.

- Finalmente te encontrei. – disse Ruby ao adentrar ao celeiro – Emma!! – chamou mais alto finalmente pausando a loira de seu trabalho para olhar para sua amiga – Os cavalos que você comprou chegaram mais cedo... – fez uma pausa e olhou direito para sua amiga e percebeu que alguma coisa havia acontecido – Dentre eles tem uns três cavalos mais arredios.

- Ótimo! Separe-os para mim, irei “dançar” com eles. – comentou a loira voltando para terminar de empilhar os fardos restantes.

Ruby arregalou os olhos – Os três de uma vez?

- Não, apenas os separe que depois eu vejo como farei. – falou assim que olhou novamente para sua amiga, a loira guardou o forcado, pegou sua camisa e seu chapéu.

- O que aconteceu? – perguntou a morena de mechas vermelhas preocupada com Emma.

Emma respirou fundo – Não gostaria de falar sobre isso agora... – respondeu quietamente.

- Sem problemas, mas você sabe que quando precisar é só me procurar certo? – comentou. Emma apenas balançou a cabeça – Bom, me deixa ir separar os seus parceiros de dança. – brincou Ruby antes de sair, fazendo a loira sorrir brevemente.

Emma foi até um dos vários bebedores espalhados pela fazenda, abriu a torneira e viu a água caindo, lavou seu rosto, passou as mãos molhadas no pescoço e nos braços, e tomou alguns goles de água. Respirou profundamente fechando a torneira e foi para o celeiro onde são guardadas rações e provisões para os animais. Pegou uns cinco tipos de ração, mais algumas cenouras e umas maçãs cortadas e se encaminhou para o cercado que ela usava para “dançar” com os cavalos. Ela quando criança viu um domador interagindo com o cavalo e ela achou que eles estavam dançando tamanha sincronia entre eles e aquilo a encantou profundamente que a partir daquele momento ela começou a chamar de dançar quando ela interagia com o cavalo tentando domá-lo. O corpo cansado não afugentou os pensamentos da conversa da reunião, então ela decidiu por “dançar”, pois isso acalmava seus pensamentos e limpava sua mente.

Quando chegou ao cercado, a sua “pista de dança” ela avistou os três cavalos separados e extremamente inquietos. Sorriu abertamente e viu um cavalo mais lindo que o outro. Um todo preto, outro todo marrom, e o outro branco com o focinho todo preto. Na fazenda eles trabalhavam apenas com a raça Árabe, Palomino e Manga-larga. Aqueles três eram árabes. A loira deixou sua camisa xadrez em cima da cerca tubular, adentrou no cercado e caminhou em direção ao primeiro cavalo o preto, olhou o bem no fundo dos olhos por uns instantes, depois abriu sua mão com um pedaço de cenoura e um pedaço de maçã, oferecendo ao animal que no início apenas olhou receoso, mas instantes depois ele cheirou e percebeu que não tinha problema e comeu a oferenda. Emma passou levemente a mão em seu pescoço enquanto ele pegava a comida de sua mão. Então se afastou e foi para o cavalo todo marrom, ao olhar bem viu que era uma égua, e a olhou no fundo dos olhos por uns instantes, então repetiu o mesmo processo com o anterior, então se dirigiu até o último cavalo, ao olhar no fundo dos olhos do cavalo percebeu que era aquele que ela iria “dançar”. Repetiu o processo com a comida, mas ele por ser mais arredio não aceitou, soltando um relincho.

- Então vamos dançar bonitão... – disse Emma sorrindo e abriu a porteira do local que o cavalo estava confinado e se afastou dando espaço para o cavalo sair sem machuca-la. O cavalo assim que percebeu que poderia sair dali, não perdeu tempo e saiu trotando pela pequena arena. Emma se manteve no centro, olhando o comportamento do animal, ela o deixou dar algumas voltas reconhecendo o lugar. Sem fazer movimentos bruscos, a loira soltou seu cabelo e colocou o chapéu, ainda observando o comportamento do cavalo que ora trotava rapidamente, ora andava, fazia alguns pinotes e alguns chutes para trás. Quando ela percebeu que o cavalo diminuiu o ritmo decidiu que era hora de agir – Vejo que você está tenso... – falou com o cavalo – E também tem cara de gostar de ser submisso... Mas confesso que tem horas que é bom ser submisso. – riu com seu próprio comentário – Vem... – chamou dando alguns passos na direção do cavalo, oferecendo novamente a comida rejeitada minutos atrás. Quando Emma conseguiu a atenção do animal, ela lentamente se abaixou e ofereceu a mão cheia de comida – Vamos... Sei que você quer... E sei também que você é muito orgulhoso para aceitar sem uma briga inicial... – dizia com a mão ainda estendida na direção do cavalo, ela ficou ali esperando por um movimento do cavalo que veio depois de longos minutos de espera, lentamente ele se aproximou e cheirou a comida na mão da loira – Vamos, sei que você quer a comida, pode pegá-la... – sussurrou. Então rapidamente o cavalo pegou um pedaço grande de cenoura juntamente com um de maçã e saiu de perto da loira – Isso! Bom menino. – sorriu.

Alheia a sua volta, Emma não havia percebido que no momento que ela entrou no cercado, algumas pessoas se aproximaram para vê-la interagir com o cavalo. Ali estavam Mary e David, juntamente com Arthur e Mérida, esses dois últimos a olhavam fascinados. Logo chegou Ruby acompanhada do pequeno Henry, que ao escutar a morena falar com a avó que Emma iria dançar com cavalos ficou curioso para ver. Seus pequenos olhos se arregalavam maravilhados.

Enquanto isso longe dali Regina estava a procura de seu filho, pois estava na hora do banho – Eugenia, você viu Henry por ai? – perguntou entrando na cozinha.

- Ele estava aqui até agora a pouco... – respondeu a senhora de olho na comida em cima do fogão – Mas minha neta veio me dizer que Emma iria dançar com os cavalos e ele ficou curioso para ver, e achei que não teria problemas em deixá-lo ir ver, mas já asseguro que não tem problema nenhum, é bem seguro, pois Emma fica dentro de um cercado com o cavalo. – se adiantou a mulher a explicar que era bem seguro – E sempre que ela dança com os cavalos sempre tem gente a olhando.

Regina ergueu a sobrancelha curiosa também – Dançar?

- Sim... Bom, ela diz dançar, porque o que ela faz com os cavalos parece que eles ficam dançando. – explicou o que sabia a senhora – Acho que você também deveria ir lá ver, é a coisa mais bonita de se ver. Seu pai gostava muito quando Emma dançava com os cavalos. – terminou a senhora assim que acertou o sal do refogado que estava preparando – Fazia muito tempo que a menina Emma não dançava com os cavalos.

- E onde fica?

- É só seguir reto nesta direção, dá uns dois a quatro minutos de caminhada, não tem como errar. – explicou a senhora, agora colocando a frigideira no fogão para fazer o próximo prato.

- Obrigada. – disse Regina e saiu pela porta na direção que Eugenia apontou, e quando chegou perto, viu seu filho ao lado de Ruby, mas bem afastado do cercado.

Ela parou ali mesmo, pouco distante de todos, olhando ao redor, e realmente constatando que a fazenda de seu pai era imensa. Então voltou seu olhar para seu filho e sorriu, pois o menino tinha um brilho diferente nos olhos e esses estavam fixos dentro do cercado, então olhou para dentro do cercado e viu a loira interagindo com o cavalo. Tamanha foi sua surpresa ao ver a graciosidade que Emma fazia os movimentos juntamente com o cavalo. Ficou ali observando.

Emma continuou tentando uma aproximação com o cavalo, mas ele era difícil de ganhar confiança. Certo momento a loira sentou-se na terra, apoiada nos braços para trás e as pernas dobradas a frente na altura do peito, e ficou ali olhando para o cavalo que intrigado se aproximou lentamente esticando seu pescoço para cheirar a loira que ficou imóvel vendo o cavalo se aproximar. Assim que ele a cheirou logo se afastou e ela lentamente se levantou e voltou sua tática de aproximação, já que o cavalo naquele momento havia dado abertura para tal. Aos poucos ela foi se aproximando mais e mais dele, oferecendo comida, por fim conseguiu ficar bem pertinho dele, enquanto uma mão dava comida a outra fazia carinho em seu pescoço e crina. Quando Henry percebeu que Emma havia conseguido se aproximar deu um grito de felicidade, então despertando Emma de sua concentração e a fazendo a olhar ao redor ver os olhares para si. Ela sorriu ao ver a felicidade do garoto. Regina não tinha palavras para o que havia acabado de ver, e entendeu perfeitamente o que Eugenia disse que Emma dançava com cavalos, e o porquê de seu pai gostar. Ela só tinha um sentimento: aquilo era mágico.

Sem que ninguém a percebesse, Regina voltou rapidamente pelo caminho que fez, iria esperar por seu filho na casa principal, ele provavelmente iria contar o que havia visto. Amanhã ela iria conversar com Emma.

 


Notas Finais


Mais um pouco da “amigável” interação de Emma e Regina kkkk... E essa “dança” da loira? Como será essa conversa sem discussão das duas mulheres? Será que elas conseguirão conversar sem discutir? E Henry finalmente aparecendo mais na história!


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