[ Você ]
E aí?
Já chegou?
[ K. ]
Já
[ Você ]
Por acaso, não está me procurando pelos corredores da escola, está?
Isso é patético
[ K. ]
Deve se achar a última bolacha do pacote
Só pode
Não estou desesperada para te encontrar
Muito pelo contrário
Tô pouco me fodendo
[ Você ]
Ontem a estranha parecia bem desesperada
Até caiu da cama
[ K. ]
É engraçado como certas coisas perdem a importância tão rápido, não é?
[ Você ]
O que aconteceu?
[ K. ]
Não sei
Aconteceu alguma coisa?
[ Você]
Kat, confia em mim.
Eu prometi não deixá - la ir embora
Não vou desistir disso.
[ K. ]
(Áudio) O Ayato e outra garota aconteceu. Chego no colégio de bom humor, coisa que é raridade, conformada em ser patética e te procurar pelos corredores e me deparo com uma pegação bem quente envolvendo meu ex.
(Áudio) Que merda! Aqueles três meses de namoro não significaram nada pra ele?!
(Áudio) Eu era... sou tão trouxa! Fingia que a nossa relação estava indo bem, mas não estava! Não sei nem se estava indo...
(Áudio) Eu amava aquele filho da puta... eu amo...
[ Você ]
Onde você está?
[ K. ]
Oi?
[ Você ]
É bem óbvio que não tá na sala de aula.
Onde você está?
[ K. ]
Na quadra de basquete
Porque?
Por acaso vai vim aqui?
Katsumi soltou uma risada debochada, batendo o celular com força na arquibancada onde estava sentada. Odiava aquele aparelho, se quebrasse não faria diferença alguma para si. Aquele estranho mandava umas mensagens tão aleatórias que, sem saber como reagir, acaba rindo. O problema era que a graça acaba em segundos ao se lembrar de Ayato Sakamaki.
Lágrimas ameaçavam escorrer mais uma vez, justo quando havia finalmente contido - nas. Foi rapidamente em direção ao banheiro do ginásio, deixando seu material escolar para trás, junto com seu celular. A visão que teve ao se olhar no espelho fez com que Kat tomasse um susto. Os cabelos ruivos bagunçados, mal cuidados pela falta de preocupação com seu corpo; o rosto vermelho e os olhos inchados por tanto chorar e a expressão cansada evidente não permitiam que reconhecesse a si mesma.
Quando cheguei a este ponto?
Depois do término, ela abandonou tantos hábitos. Um deles foi cuidar de sua aparência. Não via mais o porquê, se sentia perdida. Perdeu a motivação para fazer o que gosta, raramente sai de casa e não tem mais o costume de ligar para o que acontecia em sua volta, que, de certo modo, é até uma coisa boa, pois não precisa mais lidar com problemas alheios.
- Eu não disse que desabafaria comigo uma hora? - De repente, uma voz soou, fazendo a garota estremecer. Não tinha mais ninguém no banheiro e aquela era a voz de um homem.
Não quis esperar para ver os acontecimentos seguintes, correu para saída. Mas, antes que pudesse voltar para a quadra, foi surpreendida por um baque na porta, o baque de seu corpo sendo imprensado entre a porta e alguém. O desespero a dominou por completo, fazendo com que as lágrimas voltassem de imediato.
- Não reconheceu minha voz? Não a culpo, não teve tempo o suficiente para se acostumar com ela. - Devagar, Katsumi foi sendo virada para frente, logo ficando cara a cara com a pessoa misteriosa. O choque foi tão grande que as palavras entalaram na garganta - Eu hein, que cara é essa? Até parece que viu um fantasma!
- O - o que v - você...
- Ainda não sabe quem sou? - Disse segurando delicadamente as mãos de Kat. A pobre menina estava com os olhos tão arregalados que transmitiam a impressão de que pulariam das órbitas oculares a qualquer momento. O rapaz a trouxe para mais perto de si, o que foi bem fácil devido a nenhuma reação da ruiva. Como ela seria capaz de fazer alguma coisa?!
- É - é o...
- O estranho. O seu estranho. - Kat não sabia como ainda estava viva - Quando as pessoas perguntam onde as outras estão, é porque elas querem ir até elas, K. Vim te dar um conselho.
Ele tentou prosseguir, mas a respiração ofegante dela não deixou. Revirando os olhos, o estranho se aproximou do ouvido da mesma e sussurrou:
- Você está fazendo isso de propósito para eu ter que te calar?
Não ouve tempo para responder, os lábios de ambos foram selados, desenvolvendo um beijo calmo e prazeroso. Katsumi não sabia mais se estava viva.
Será isso o céu? O inferno?
Foi coisa de menos de dois minutos, sem dar chances para a garota reagir. Ele segurou no queixo dela, fazendo eles se encarem olho no olho.
- É o seguinte, Kat. Eu não quero mais saber de você chorando por aquele babaca, entendido? - Silêncio. Não houve resposta. A ruiva foi envolvida em uma espécie de transe - E a senhorita vai esquecer disso tudo, menos do meu conselho, senão, isso aqui não adiantou de nada. - riu - Você veio ao banheiro, lavou o rosto e pensou que era melhor se apressar por que o sinal já tocou. Nunca ouve nenhum encontro nem beijo entre Katsumi e o senhor estranho.
A ruiva levou um choque de realidade. Tinha que correr, o sinal tocou e ela continuava no banheiro do ginásio, sozinha. Devia ter viajado em seus devaneios ou algo do tipo. Não importava, o que importava era chegar em sua classe.
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