História Stranger? - You've Been Acting Strange

Nayeon estava tentando, mesmo, ficar calma. Mas sua cabeça parecia ter outros planos, com aquela dor de cabeça de partir o crânio.

Apenas pare de pensar nisso. Pare, pare, pare.

Mas Nayeon não conseguia. Aquela briga continuava a voltar para lhe assombrar, e parecia tão vívida, que ela sentia como se estivesse revivendo o conflito de novo, apenas cem vezes mais potente.

Você é tóxica, Nayeon. É por isso que nunca vai realizar os seus sonhos.

"Não, não.. cala a boca, cala a boca, cala a boca!" Ela arremessou um punho na porta, e os nós de seus dedos latejaram com a dor. "Você não sabe de nada!"

Pare de pensar nisso, apenas pare.

"Eu. Estou. Tentando!" Comprimiu as têmporas com os punhos que ainda latejavam, rodando pelo quarto.

Eu preciso me afastar de você por causa disso, Nayeon. Você tem que entender que se não mudar, nunca vai conseguir alguém que goste de você.

"ELA NÃO DISSE ISSO!" E mais uma vez, suas mãos voaram, fechadas, dessa vez na parede de concreto do seu apartamento.

As juntas de seus dedos começaram a sangrar, a ponto de gotas vermelhas correrem por suas unhas. Suas mãos não paravam de tremer, nem mesmo quando as pousou no chão ao se ajoelhar. Além do sangue, lágrimas também corriam por suas bochechas, caindo no piso, se misturando ao vermelho.

E ainda sim, aquelas mentiras, que Nayeon sabia que eram verdades, não saíam de sua cabeça.

[...]

"Momo? Está aí?" Ouviu Mina batendo na porta de seu quarto, e rapidamente enxugou as lágrimas na blusa, tentando disfarçar o melhor possível que estava chorando.

Abriu a porta com um sorriso.

(Um sorriso falso.)

"Oi. Foi minha mãe que te deixou entrar?"

"Seu pai." Mina riu ao ver a expressão no rosto de Momo. Ela não parecia ter notado os olhos levemente inchados da garota, e se notou, não demonstrou alguma reação. "Eu sei, não faz sentido."

"É, eu diria que não."

Momo envolveu os ombros de Mina com um braço, suspirando. Tentava parecer leve, de bem com a vida, mas aquilo era o exato oposto do que estava sentindo.

“Foi divertido, não é?” Mina a abraçou, e Momo ficou feliz por não ter que encará-la nos olhos.

“Claro.”

“Eu fico feliz que agora vocês estão se dando bem. Mas como vocês se conhecem?”

Será que estamos mesmo nos dando bem?, Momo se perguntou.

“Tivemos interesses parecidos por um tempo.” E isso foi tudo que ela pôde dizer.

Abraçou Mina de volta, pelo tempo que ainda podia. Estava tentando disfarçar o máximo possível com o quanto estava cansada daquilo. Sua dúvida só aumentava a cada dia, e francamente?

Tinha que acabar logo com isso.

Por um segundo, pediu perdão aos seus pais, e o mais importante, pediu perdão à garota que tanto amava. Engoliu em seco, e sentiu o amargo descendo pela sua garganta, até o seu peito.