Acordei e me sentei na cama respirando profundamente, como que eu ia o encarar agora?
Eu ainda podia sentir seus lábios nos meus, foi uma sensação tão boa que eu tinha vontade de sentir novamente, desci da cama que era um pouco alta e fui até o banheiro tomando um banho e tentando me acalmar.
Coloquei minha roupa e meu sapato que eu trouxe na bolsa, guardei tudo o que eu usei e me olhei no espelho.
- Fica calma, fica calma - Sussurrei e abri a cortina do quarto.
Arrumei a cama e deixei tudo organizado, como se eu em tivesse passado ali.
Abri a porta e dei de cara com ele que estava pronto pra bater, ele me olhou e sorriu.
- Você não estava pensando em fugir, não é? - Olhei pra minha bolsa e voltei a o encarar.
- Não, eu só vou deixar ela lá embaixo, é um trabalho a menos - Ele assentiu.
- O café tá pronto, vem - Segurou minha mão e deixou um beijo no canto dos meus lábios - Bom dia.
- Bom Dia - Digo baixo.
Descemos as escadas e fomos até a sala de jantar, ele pegou minha bolsa e deixou no sofá da sala.
- Você vai ficar em pé? - Perguntou ao voltar e me ver no mesmo lugar.
Me sentei na cadeira e ele riu levemente.
Começamos a comer em um silêncio constrangedor, eu terminei e corri pra escovar meus dentes.
Voltei e ele já me esperava com a chave do carro e falando com alguém pelo celular.
Entramos em seu carro e ele deu partida até a agência.
- Você está bem? - O encarei e assenti.
Ele respirou fundo e voltou a encarar a rua, assim que estacionou, eu saí e peguei minha bolsa.
- Deixa a bolsa no carro, eu te levo na sua casa depois - O encarei receosa - Por favor.
Assenti e deixei a bolsa no carro, ele ficou ao meu lado e nós fomos até o sexto andar.
- Bom Dia Viluzinha - Fede me abraçou - Bom Dia León.
- Bom Dia - Digo junto com León.
- Como foi a festa? - Perguntou sorrindo.
- Entediante, festa chata do caralho, Tomás é sem sal até pra festa - Leon passou por ele que riu.
- Você não vai com a cara dele mesmo, não é? - Fede comentou andando atrás dele.
Corri e fiquei ao lado do Fede.
- Cadê o tablet? - Pergunto confusa.
- Tá na minha sala, vai lá - Assenti e sai correndo.
***
- Ela tá estranha - Fede comentou vendo ela correr pra sua sala.
- Eu beijei ela, é por isso que ela tá assim - Ele me olhou com os olhos arregalados.
- Que!? Você não disse que ia esperar pra não dá a entender que estava a usando? - Perguntou surpreso.
- Sim, mas é que eu não resisti, ela estava tão linda ontem, tão fofa, adorável - Suspirei - Ah Fede, eu tô perdido.
Ele riu.
- E ela?
- Tá fugindo de mim, acho que a assustei um pouco - Respirei fundo - É que ela tá muito desastrada, eu comentei que não tinha notado ela ser tão desastrada, aí ela disse que só é assim quando está perto de quem está apaixonada, Fede ela tropeçou nos próprios pés três vezes na minha presença, bateu o rosto na porta da minha sala e caiu no mar porque eu fiquei perto demais - Ele riu.
- Ela tá apaixonada por você.
- Eu sei disso e por isso a beijei, agora ela tá me evitando ao máximo - Suspirei frustrado.
- Da um desconto, ela deve estar com vergonha, por que não a chama pra sair de noite? Avança as coisas.
- Fede - Ela apareceu envergonhada - Eu derrubei café na sua mesa, me desculpa, foi sem querer, eu juro.
Rimos e ele maneou a cabeça.
- Você tá bem desastrada esses dias.
- É - Coçou a cabeça - Eu já limpei tá? Não sujou nenhum papel, eu acho que não, não sei bem, mas eu posso - Ele a Interrompeu.
- Tá tudo bem Viluzinha - Ele se aproximou dela - Achou o tablet?
Ela o mostrou e ele sorriu assentindo.
- Fede a imprensa já tá perguntando pela Gery, preciso informar que não namoramos mais - Digo respirando fundo - Não quero comunicar pelas redes sociais.
- O The U-mix show tá pedindo uma entrevista contigo há meses, Marotti não para de me ligar.
- Há, o Marotti vai amar ter essa informação primeiro, marca - Ele assentiu e foi marcar.
Encarei a menininha que olhava pro lado com a testa franzida.
Olhei pro lado e vi a Gery, meu sangue ferveu e ela se aproximou.
- O que tá fazendo aqui? - Pergunto vendo seu sorriso cínico.
- Vim cobrar o prejuízo que você fez na minha casa.
- É muita cara de pau - Digo rindo - As coisas estão no meu nome, o prejuízo é meu, não seu.
- Você me deixou praticamente sem roupa, sem televisão, sem celular, sem nada.
- Bem feito - Violetta sussurrou, mas ela escutou.
- Escuta aqui sua magrinha de merda - Apontou o dedo na cara dela que foi pra trás - Você fica na sua que a minha conversa não é com você.
- Eu ja te disse pra não falar do meu corpo - Violetta lhe deu um tapa no rosto me surpreendendo.
- Ah, bem que eu estava sentindo o ambiente pesado, agora eu entendi - Fede saiu da sua sala - O que faz aqui Chernobyl? Como passou pela portaria? Veio se rastejando como a cobra que você é?
- Isso não importa - Me olhou - Você da muita liberdade pros seus empregados, é por isso que é um fracassado, todo mundo pode vim aqui e fazer o quiser, não te dou três meses pra essa garota fazer o mesmo que eu fiz contigo.
- Eu não sou uma sem caráter como você - Violetta retrucou.
- É porque você não namorou ele - Se virou pra ela - É cheio de fru fru, todo delicadinho, chega uma hora que cansa, esgota, eu posso até dizer que nos primeiros meses eu gostei, mas depois? Me dava ânsia.
Respirei fundo e mandei um olhar pro Fede que assentiu e voltou pra sua sala.
- Aguentei por três anos ele com suas manias estranhas, seus tocs ridículos, é horrível, sei que está doidinha pra ele te levar pra cama - Violetta arregalou os olhos e corou violentamente - E vou te dizer que é a única coisa boa que ele possui, depois do dinheiro, é claro.
- Chega Gery, sai daqui - Digo baixo.
Violetta deixou o tablet na mesa que tinha ali e partiu pra cima dela me deixando completamente assustado.
Ela lhe dava socos, chutes, tapas, puxões de cabelo, a xingava de tudo qualquer nome, estava irreconhecível da pessoa calma que eu disse ontem.
- Os seguranças já estão - Fede parou de falar e encarou a cena com os olhos arregalados - Eita porra, UFC tá diferente.
Pegou o celular e começou a gravar com um sorriso no rosto, revirei os olhos e me aproximei a tirando de cima da Gery.
Ela começou a se debater e eu apertei sua cintura.
- Shh, fica calma - Sussurrei e ela respirou fundo.
Os seguranças apareceram e pegaram Gery que estava furiosa.
- Vadia! - Gritou - É outra que tem que se tratar, ninguém nunca vai ficar com você, magricela de merda.
Violetta tentou se soltar novamente e eu a apertei mais a mim.
- Tirem ela daqui e proíbem a passagem dela novamente, quem a deixou entrar?
- Não sabemos León.
- Foi eu - Maxi Apareceu - Desculpa, eu nem sabia que vocês tinham terminado.
- Tudo bem Maxi, só tira ela daqui.
Eles a tiraram dali sob gritos e eu soltei a Violetta que logo foi abraçada por Fede.
- Aí que orgulho, você acabou com ela - Beijou sua bochecha - Vou mandar o vídeo pra Letícia.
Saiu correndo pra sala.
- Me desculpa - Ela me olhou com os olhos marejados - Eu não sei o que deu em mim.
A abracei e ela encostou a cabeça em meu peito chorando baixinho.
- Tá tudo bem, ela merecia, você realizou o sonho de todo mundo, assim como a Letícia - Ela riu levemente e me olhou - Ela te machucou um pouco, vamos cuidar disso.
A levei até minha sala e deixei ela sentada no sofá que possuía ali.
Peguei o kit de primeiros socorros e comecei a limpar o sangue da sua bochecha.
- Tá doendo? - Ela assentiu - Ela teve ter cravado a unha na sua bochecha.
Assim que terminei deixei um beijo em cima do machucado e ela sorriu corada.
- Obrigada.
- Por que foge de mim? - Pergunto acariciando sua mão - Hum? Você tá com vergonha? Não queria o beijo?
- E-eu tô com vergonha - Sorri - Eu gostei do beijo.
- Gostou? - Ela assentiu - Então, isso quer dizer que eu posso te dar outro?
Não esperei uma resposta e juntei nossos lábios começando um beijo calmo, nos separei e olhei seu rosto que estava vermelho.
- León, a porta estava aberta - O encarei - Consegui a entrevista pra hoje de noite, tudo bem?
- Tudo bem.
- E vocês são fofos, amei o beijo que deram - Saiu correndo e eu ri voltando meu olhar pra ela.
- Sai comigo amanhã de noite? Só nós dois?
- Um encontro? - Sorri.
- É, um encontro, você aceita?
- Aceito - Sorri e lhe dei um selinho.
- Te pego às oito, tudo bem? - Assentiu - Você quer ir pra onde? Algum restaurante?
- Não - Disse rapidamente me fazendo sorrir.
- Então, vamos ver algo que tem a sua cara - Sorri - Um parque de diversões?
Ela sorriu.
- Já tenho minha resposta - Beijei sua bochecha - Então amanhã a senhorita tem um compromisso comigo às oito, tudo bem?
- Tudo bem - Sorri e me levantei.
Ela fez o mesmo e foi pegar o tablet escrevendo algo nele.
- Vilu, vem aqui! - Ela deixou o tablet na minha mesa e saiu correndo fechando a porta.
Peguei o tablet e olhei a agenda de amanhã, sorri abobado.
"Encontro às oito com a menininha"
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