História Stranger Love - Capítulo 02

- Nem te perguntei ontem, como foi lá? - Fran perguntou.

Francesca é minha melhor amiga desde o colegial, moramos juntas por conta da universidade e somos muito ligadas.

- Fran, foi o dia mais estanho da minha vida - Ela riu - É sério.

- Por que? - Me entregou uma xícara cheia de café - Ele chato?

- Ele é estranho, é aquelas pessoas com toc, sabe? - Ela assentiu - Ele odeia todos os tipos de roxo.

- Mas você tem o nome - A Interrompi.

- Eu sei, ele não consegue dizer meu nome - Suspirei - Por isso me chama de Menininha - Ela gargalhou.

- Ele é muito arrogante?

- Então, ele não foi arrogante em nenhum momento - Suspirei - Isso foi o mais estranho.

- Não se iluda, foi seu primeiro dia - Aconselhou.

- Eu sei, eu sei - Suspirei - Mas sei lá, eu fui crente em uma coisa e aconteceu outra.

- A mídia mente, sabe disso, não sabe? - Assenti - Então.

- Bom, deixa eu ir que ele odeia atrasos - Respirei fundo - Tchau Fran.

Peguei um ônibus que parava em frente a empresa.

Assim que desci dei de cara com o Federico que me olhou.

- Bom Dia, Violetta - Disse sorrindo.

- Bom Dia, Federico - Digo baixo.

- Pode me chamar de Fede, me desculpe não ter me apresentado direito ontem, eu estava meio afobado - Sorri - Como foi seu primeiro dia?

- Foi legal - Ele fez uma careta.

- Não precisa mentir pra mim - Começou a andar até a porta da empresa e eu o acompanhei - Seja sincera.

- Tá, ele é estranho - Ele riu - Mas eu achei que seria muito pior.

- O León tem toc, já disse pra ele tratar, mas quem disse que ele quer? - Maneou a cabeça.

- É que eu vim crente que ele era uma pessoa totalmente - Ele me Interrompeu.

- Rude? Mesquinho? Arrogante?

- Isso, afinal, é isso que falam dele.

- A internet é um lugar onde todos podem falar o que querem, ele é uma pessoa humilde, vai ver isso - Me olhou - As vezes me tira do sério, mas é normal, você vai entender o porquê dizem que ele é assim.

Entramos no elevador e assim que saímos ele suspirou.

- Como ele ainda não chegou, eu vou te ensinar algumas coisas que eu não pude ontem, vamos na minha sala.

- Você tem uma sala? - Pergunto surpresa.

- Benefícios de ser melhor amigo do filho do dono dessa agência - Piscou - Carlão me ama.

Entramos em sua sala e ele começou a me ensinar tudo o que eu precisaria saber pra sobreviver ao furacão Vargas.

- Acho que já te ensinei tudo - Disse sorrindo.

- Fede! - Ele entrou afobado e nós o encaramos - Oi menininha.

- Bom Dia, senhor Vargas - Digo sorrindo.

- Oh querido, bater na porta é sempre bom - Fede disse me surpreendendo.

Ele fala sem medo de ser despedido.

- Foi mal - Se aproximou - É que eu cheguei e não vi ninguém, me deu um desespero.

- Eu estava ensinando algumas coisas pra ela - Fede se levantou e foi até ele.

- Meu pai veio comigo - Alertou.

- Opa - Federico saiu da sala nos deixando sozinhos

- Você não vem? - Ele perguntou pra mim já saindo da sala e eu assenti passando por ele

- Eae Carlão! - Olhei pro Fede que ia até um homem aparentemente sério.

- Garoto, já te disse pra não me chamar assim - Disse rindo e o abraçando.

- Esse é o meu pai - Me assustei e o olhei - Desculpe, não queria te assustar.

- Tudo bem.

- Ele é o dono da agência - Me informou - Espero que se dêem bem.

Seu pai se aproximou e me olhou.

- Você deve ser a nova assistente pessoal do León, certo? - Assenti - Qual seu nome?

- Violetta, muito prazer senhor Vargas - Estiquei minha mão pra ele que a apertou.

- Me chame de Carlos, sem formalidade aqui - Sorri e assenti.

- Carlão fica bem melhor.

- Federico! - Ri levemente - Bem, seja bem vinda, Violetta, espero que goste daqui - Disse sorrindo - León, venha comigo.

- Estou indo - Ele me olhou - Você pode me esperar na minha sala? - Assenti e ele correu atrás do Carlos.

- Bem, Vá até a sala dele e boa sorte - Sorri pra ele que voltou pra sua sala e respirei fundo.

Entrei em sua sala que era extremamente organizada, parei pra analisar tudo que eu não tinha conseguido ver ontem.

Alguns quadros na parede, uma estante de livros, a janela tinha uma linda vista pra cidade, era bem arejado e tinha um clima acolhedor.

- Gostou da decoração? - Gritei de susto fazendo ele rir - Foi mal.

Coloquei minha mão em meu peito e respirei fundo.

- Você se assusta fácil, né? - Se sentou.

- Um pouco - Ele encarou sua mesa e pegou um lápis que estava meio torto deixando ele reto.

- Bem, quais os meus compromissos hoje, Menininha? - Disse sorrindo.

- Hoje o senhor tem que provar algumas roupas de uma nova coleção, tem ensaios fotográficos e uma entrevista.

- Olha, só sou três anos mais velho que você, pode não me chamar de senhor? - Perguntou gentilmente.

- Claro, me desculpe.

- Não precisa se desculpar - Sorriu - Vamos?

Assenti e o acompanhei até a saída

No meio do caminho encontramos Fede resmungando com alguns papéis nas mãos, o encarei e ele correu pra sala.

- Ele é doido, não se preocupe - Assenti rindo.

Entramos em seu carro e ele deu partida.

                                      ****

- Eu tô exausto - Respirou fundo assim que adentramos na agência.

- León, amanhã faremos a entrevistas com os candidatos a secretária que fica lá na recepção - Fede apareceu.

- Eu não, vocês - Nos olhamos - Façam uma boa escolha.

- Certo - Dissemos juntos

- Vou ficar na minha sala, não me incomodem - Entrou na sala e fechou a porta.

- Ele as vezes é grosso quando está exausto, sacou? - Assenti - Vamos deixar ele descansar, amanhã vamos fazer as entrevistas - Suspirou - Se quiser ir tomar um café, pode ir, ele vai demorar - Assenti e ele foi pra sua sala.

Fui até a área aonde tinha café e peguei um pouco pra mim, hoje foi um dia exaustivo.

A porta foi aberta revelando aquela garota de ontem que ia em direção a sala dele.

Corri e fiquei em sua frente.

- Desculpe, ele não quer ser incomodado, não pode entrar - Ela riu da minha cara.

- Quantas vezes eu vou ter que te dizer que sou a namorada dele? Eu posso tudo - Me tirou da sua frente.

- Não! - Fiquei em frente a porta a impedindo de abrir - Você não pode entrar assim.

- Tanto eu posso, como eu vou - Me empurrou e abriu a porta consideravelmente forte - León!

- MAS O QUE É ISSO? - Ele gritou batendo na mesa nos assustando - EU DISSE QUE NÃO QUERIA NINGUÉM ME INCOMODANDO, VOCÊ É SURDA? - Perguntou pra mim e eu respirei fundo.

- Eu sei senhor Vargas, eu tentei impedir ela de entrar - Digo baixo e ele a olhou com fúria.

- Gery?

- Mentira, ela não me avisou - Cruzou os braços.

- O que? - A encarei incrédula - Lógico que eu te avisei!

- Não importa agora! - Disse alterado.

- O que aconteceu? Deu pra escutar os gritos da minha sala - Fede apareceu e encarou Gery - Ah, oi Gery.

- Oi Federico.

- Tira essa garota daqui - Apontou pra mim.

- Vem Violetta - Me puxou e fechou a porta - O que aconteceu?

- Aquela garota chegou e quis entrar, eu tentei impedir, mas ela me empurrou e entrou com tudo, aí ele começou a gritar e ela teve a capacidade de dizer que eu não avisei ela - Digo nervosa

- Aquela garota é uma naja, odeio ela com todo meu ser, interesseira do caralho - Disse com raiva - Agora você entendeu o porquê do arrogante?

- Perfeitamente - Ele sorriu e afagou meus cabelos.

- Quando ela aparece, sai de perto que é melhor - Assenti.

A porta foi aberta e ela saiu da sala com raiva, nos olhou e bufou indo embora.

Logo León nos olhou e fechou a porta.

- 1, 2, 3 - O encarei confusa e ele sorriu quando a porta foi aberta.

León saiu da sala e veio até nós, parecia envergonhado.

- Me desculpa por ter sido arrogante, você não tem culpa da Gery ser a Gery - Bagunçou meus cabelos fazendo Fede rir.

- Tudo bem - Arrumei os fios que ele bagunçou e ele sorriu.

- Federico - O encarou - Barra a entrada da Gery.

- Sério? - Perguntou animado e eu fiquei surpresa com o fato dele não se incomodar com isso.

- Sabe que meu pai não gosta dela aqui, vai ser melhor - Fede assentiu - Você pode ir pra casa se quiser, menininha.

- Mas - Ele me Interrompeu.

- Eu tenho mais algum compromisso? - Neguei - Então, pode ir.

- Obrigada, senhor Vargas - Ele revirou os olhos e entrou na sua sala novamente.

- Não chama ele de senhor - Fede riu - Ele odeia se sentir velho.

- Vou tentar.

                                  ****

- Entra - Digo assim que escuto batidas na porta.

Dez segundos depois a porta foi aberta revelando Fede que entrou sorrindo.

- A entrada da Gery já foi barrada - Disse empolgado.

- Você nem disfarça, não é? - Pergunto rindo.

- Sabe que eu não vou com a cara dela - Se sentou na minha frente.

- Fede, acha que é um erro eu estar com ela? - Pergunto.

- Já que você me perguntou - Respirou fundo - Sim, eu acho.

- Não me sinto bem, sei lá, é estranho - Suspirei - Parece que esse relacionamento só me esgota.

- León, Você se encantou pela Violetta, não foi?

- Por que? - Pergunto confuso.

- Primeiramente que pelo nome dela ser Violetta, você já tinha mandando ela embora - Ri - E você não a mandou embora.

- Ela é bonita - Confesso - Mas não, não estou encantado por ela, eu namoro, lembre-se disso.

- Com uma lacraia - Cruzou os braços.

- Federico! - O repreendi.

- Desculpa, sou sincero - Suspirou - Eu sinto que ela não gosta de você, só está contigo pelo dinheiro.

- Não viaja também, tudo bem que ela sempre quer sair e levar meu cartão, mas ela me ama.

- Okay, talvez eu possa estar errado - Revirei os olhos - O que? Eu não vou dar o braço a torcer.

Ri e maneei a cabeça.