- Marquei a sessão de fotos com ela pra daqui um mês, aí ela já vai ter tirado o gesso e vai se sentir mais confortável - Assenti - Tudo bem?
- Eu estava pensando aqui, a Violetta nunca me falou sobre os pais dela e bem, eles precisam saber do que aconteceu com ela.
- Com certeza eles já sabem, passou na televisão.
- E porque não entraram em contato? - Ele se sentou e me olhou pensativo.
- Tem razão, que estranho.
- León - Letícia abriu a porta.
- Oi?
- A Violetta - Me levantei - Ela tá chorando lá no sala do Fede.
Corri até a sala e vi ela soluçando com o celular da Letícia em mãos.
- Meu amor, o que foi? - Me abaixei e fiquei na sua frente.
Ela só conseguia chorar e eu encarei Letícia que respirou fundo.
- Fizeram uma matéria sobre ela, estão falando do corpo dela e que eles não viram sentido em ela ser uma modelo, principalmente agora que está sem o movimento das pernas, León, a materia é horrível.
- Fede - Ele assentiu e se sentou na cadeira começando a digitar algo no computador.
- Me passa o nome do site - Peguei o celular da Violetta e lhe entreguei.
- Ei, olha pra mim - Segurei seu rosto - Não liga para o que eles falam, é mentira - Sequei suas lágrimas.
- É mentira eu estar sentada em uma cadeira de rodas e ficar dependendo de você!? - Disse alterada.
- É só por um tempo, você não ta acostumada ainda com a cadeira meu amor, por isso eu te ajudo em muita coisa, fora que seu braço ta engessado - Acariciei seu rosto - Não liga pra esses idiotas.
- Viluzinha, infelizmente você vai ter que lidar com comentários assim, o Leon vive recebendo crítica, agora nem tanto, mas antes? Era só crítica, não se preocupa, eu já estou derrubando o site.
- Vem aqui - Me sentei no chão e a puxei fazendo ela ficar em meu colo.
Ela deitou a cabeça em meu peito e ficou quietinha enquanto eu afagava seus cabelos.
- Pronto, site derrubado e eu dei um aviso que na próxima a gente processa.
- Falando em processo - Letícia se sentou no chão.
- Virou moda sentar no chão? - Fede comentou incrédulo.
- E o processo contra a Gery e o Tomás?
- Tá andando, só que a Gery está foragida.
- E o Tomás?
- Eu não sei, não quero saber dele - Digo baixo e encaro minha pequena vendo que estava de olhos fechados - Dormiu?
Ela negou.
- Seu cafuné ta tão bom - Ri e continuei o cafuné.
- Ah, me lembrei de uma coisa - Os encarei - Acho que vocês dois tem que me explicar certo acontecimento.
- Que acontecimento?
- O beijo - Eles se olharam.
- Que beijo? - Violetta perguntou abrindo os olhos.
- Mas olha que garota curiosa - Fede disse colocando a mão na cintura e ela riu.
- Vamos, estou esperando.
- Eu também estou - Ri e ela tentou os olhar.
A sentei entre minhas pernas e abracei seu cintura.
- Podem ir se explicando - Digo enquanto beijava sua bochecha.
- A gente está a conhecendo, okay? - Fede explicou.
- É, estamos no conhecendo - Letícia confirmou.
- Espero que dê certo - Ele suspirou - Desde que a Ludmi morreu, eu não me relacionei com ninguém.
- Ela já sabe? - Perguntei fazendo Letícia assentir.
- Eu contei pra ela no dia que sai pra beber e foi nesse dia que a gente se beijou - Ele olhou pra Violetta que disfarçava brincando com minhas mãos - Eu também ja sei que você sabe mocinha - Ela o encarou assustada - León, Seu fofoqueiro de quinta categoria.
Ri e ela entrelasçou nossos dedos.
- Ele que me contou, não tenho culpa - Abri a boca surpreso.
- Ah sua safada - Comecei a lhe fazer cócegas e ela riu.
O telefone começou a tocar e Fede o atendeu.
- Agência Vargas, bom dia - Ficou em silêncio - Bom dia Delegado.
Ficamos em silêncio.
- Sério? - Perguntou surpreso - Ah, tudo bem, obrigado - Desligou e nos olhou.
- O que foi?
- Encontraram a Gery - Suspirei aliviado.
- Ela já tá presa?
- Sim, a justiça foi feita, meu amor - Fede se abaixou e apertou a bochecha dela que deu sorriso.
- Vamos comemorar? - Letícia perguntou se levantando.
- Comemorar o que? - Violetta perguntou - O fato dela ser presa, não fez eu voltar a andar.
Nos olhamos e eu suspirei.
Me levantei com ela e a coloquei na cadeira.
- Você tem que comemorar, ela te atropelou no intuito de te matar - Acariciei seu rosto - Isso ficou óbvio e graças a Deus isso não aconteceu e você tá aqui, você vai voltar a andar, só tenha paciência.
- E se eu não voltar? - Perguntou
- Você vai voltar a andar, eu sei que vai - Segurei sua mão e beijei sua testa.
***
Já tinha se passado um mês, Violetta tinha tirado o gesso e ja está mais acostumada com a cadeira de rodas.
Essa semana foi a mais cansativa, já que todo dia estávamos no hospital fazendo exames pra ver se ela tinha chances de voltar a andar.
Agora ela está aqui dormindo em meu colo enquanto eu assistia um filme qualquer, beijei sua testa e acaricei seu rosto sereno.
Eu ainda não conseguia acreditar que a Gery foi capaz de fazer isso com ela e graças a Deus ela está pagando pelo o que fez.
Desliguei a televisão e subi com ela pro quarto deitando seu corpo na cama e cobrindo ele, beijei sua testa e sorri.
- Bom sonhos, pequena - Sussurrei.
Desci as escadas e fui pra cozinha preparar nosso jantar.
Fiz suco de laranja, o que eu descobri ser o seu preferido e deixei na geladeira.
- O que eu faço? - Pergunto a mim mesmo e pego meu celular pesquisando alguma receita.
Decidi fazer macarrão ao molho branco e comecei o preparo.
Coloquei o macarrão pra cozinhar e comecei a preparar o molho.
- Lê! - Ela gritou e eu desliguei o fogo subindo as escadas correndo, levei um susto quando vi que ela estava no corredor - Eu até ia descer, mas fiquei com medo de cair.
Sorri e a peguei em meus braços.
- Como você desceu da cama?
- Não me pergunte - Ri e desci as escadas colocando ela na cadeira - Que cheiro bom.
- Tô preparando nosso jantar - Beijei sua testa - Dormiu bem?
- Uhum.
Me seguiu até a cozinha.
- O que é?
- Macarrão ao molho branco, experimenta - Peguei um pouco do molho e levei até sua boca - E então?
- Ta muito bom - Fechou os olhos me fazendo sorrir - Vou tentar uma coisa, olha.
Afastou a cadeira de jantar e apoio o braço na mesa se levantando da cadeira de rodas, arregalei os olhos e ela se sentou na cadeira e me olhou sorrindo.
- Eu consegui! - Sorri e fui até ela lhe dando um beijo.
- Meu amor, você conseguiu - Digo emocionado e ela riu quando eu comecei a distribuir beijos por seu rosto.
Peguei a cadeira de rodas e deixei ela de lado.
- Me ajuda aqui - Empurrei a cadeira fazendo ela ficar mais próxima da mesa, ela colocou os braços ali e ficou me observando terminar de preparar o molho.
- Quer alguma coisa? - Pergunto.
- Comer - Ri e peguei dois pratos colocando na mesa.
- Espera só mais um pouco - Ela assentiu.
Arrumei a mesa e coloquei suco pra ela que começou a beber.
Peguei seu prato e coloquei o macarrão e o molho por cima.
- Pronto pequena - Ela sorriu e pegou o garfo começando a comer.
Coloquei um pouco pra mim e me sentei ao seu lado começando a comer.
- Ficou bom? - Ela assentiu - Quer mais suco? - Assentiu novamente - Você não vai falar?
Ela negou me fazendo lembrar do Brasil, sorri e coloquei mais suco pra ela que tomou um pouco.
Terminei de comer e ela me olhou.
- Tem doce? - Perguntou.
- Deixa eu ver - Me levantei e abri o armário vendo uma barra de chocolate, sorri e lhe entreguei - Toma, seja feliz.
Ela riu e abriu a barra dividindo comigo, comecei a lavar a louça enquanto ela comia o chocolate e guardei tudo deixando tudo limpo.
- A senhorita quer fazer o que agora? - Pergunto.
- Assistir filme! - Assenti e a peguei em meus braços - Sabia que você é muito forte? - Ri.
- É? - Assentiu - Por que acha isso?
- Olha o tamanho dos seus braços - Apertou meu braço - Se der um soco em alguém, a pessoa desmaia.
- Que exagerada - A deitei no sofá - Eu vou subir e pegar uma coberta pra nós dois, já volto.
Ela assentiu e eu lhe entreguei o controle pra ela escolhe o filme.
Subi correndo e peguei uma coberta, desci as escadas e tropecei no final fazendo ela rir.
- Parece que o jogo virou, não é mesmo? - Lhe dei língua.
- O que escolheu? - Pergunto a cobrindo.
- Como eu era antes de você - Respondeu.
Levantei um pouco seu corpo e me deitei fazendo ela ficar por cima de mim.
Ela deitou a cabeça em meu peito e deu play.
- Tá confortável? - Assentiu e me olhou me dando um beijo.
- Eu te amo - Sorri e acaricei sua bochecha.
- Eu também te amo, pequena.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.