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História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Um dia no passado - capítulo bônus de comemoração


Escrita por: Sachii

Notas do Autor


OI GENTE!!!
Primeiramente muito obrigado por estarem comigo por 100 capítulos, vocês não fazem ideia de como isso é importante pra mim, Striptease mudou a minha vida e me fez voltar a escrever sem contar que eu conheci pessoas incríveis graças a essa história, amo muito vocês! obrigado! Infinitamente obrigado!

Os personagens estão falando em inglês o capítulo todo, mas como eu sei que nem todo mundo fez Fisk eu escrevi em português e só deixei em inglês os diálogos que eu gosto mais.

Capítulo 100 - Um dia no passado - capítulo bônus de comemoração


Fanfic / Fanfiction Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Um dia no passado - capítulo bônus de comemoração

10 de junho de 1955, um dia lindo na praia de Santa Monica, sol bonito e pessoas andando pela praia, gaivotas voando e famílias se divertindo, o dia perfeito.

De saia rodada, uma camiseta larga e uma câmera Leica M3 novinha pendurada no seu pescoço, os cachorrinhos ruivos eram presos por uma tiara de fita rosa como a saia, os óculos fundo de garrafa completavam sua fofura.

1,55 de altura e sardas no rosto, por onde passava as pessoas olhavam fascinadas com sua beleza "exótica" o nariz principalmente gritava "judeu" mas quase ninguém olhava para o seu nariz principalmente quando acima dele tinham grandes e gentis olhos verdes azulados.

- oi gatinho? Tudo bem com você?

Se abaixou para fazer carinho num gatinho fofo e um passarinho pousou no seu ombro de forma agradável, a imagem de uma criatura mágica não superava seu charme e beleza, pegou a câmera batendo uma foto do seu novo amigo passarinho.

Tirou fotos de várias moças bonitas na praia e deu o cartão da agência de modelos para qual trabalhava como freelancer para algumas, conversava com uma delas sobre as condições quando.

- Vamos logo cara!

Um tapa forte nas costas quase o fazendo voar, olhou pra trás bravo e uma das meninas na paria ficou horrorizada.

- isso é jeito de tratar uma Garotinha?

- Garotinha? Garotinha e você mocinha, isso daqui é um homem! Fala pra ela Youssef.

O ruivo olhou desacreditado para o primo e se despediu das meninas as presas, sem olhar para trás, mas sentia ele vindo atrás dele.

- Qual é Youssef! 

- NÃO SOU UM HOMEM ABRAHAM...

- até onde eu saiba e sim, e não é porque você é um artista cheio de frufru e frescura que vai deixar de ser homem.

- minha genitália pode ser masculina mas eu não sou totalmente um homem...

- nem totalmente uma mulher, ta tá já ouvi isso milhões de vezes, vamo logo pro hotel tô morrendo de fome.

O ruivo bufou e colocou as mãos na cintura de forma insatisfeita e desgostosa para caramba, passar aquele tempo com o primo era desagradável pra caralho.

- pode ir, eu vou tirar mais algumas fotos.

- olha sinceramente...

- tchau abraham, vai pro hotel vai.

Os primos se separaram e Youssef estava mais feliz agora, tirou mais fotos e falou com mais bichinhos bonitinhos, se pendurou no pier e pegou a câmera para tirar foto do por do sol, foi então que viu algo diferente.

- Aquilo é uma Kombi?

Foi chegando pertinho do veículo e reparou que ele não funcionava já que não tinha rodas e estava numa parte bem afastada e deserta, ou melhor, condenada do pier.

Havia um pequeno jardim na frente do veículo e algumas roupas femininas estendidas em um varal improvisado.

- Que curioso...

A porta do veículo abriu com tudo quase matando o judeu do coração, mas seu coração tinha acabado de ser arrancado do peito e colocado de volta.

Longos cabelos negros como a noite, a pele branca como a neve e lábios vermelhos como sangue, nunca tinha visto nada como ela antes, era igualzinho a princesa da animação da Disney, não, ela lembrava muito mais a própria branca de neve dos irmãos Grim.

Tirou o óculos e colocou novamente limpando eles no processo, ela era real, não parecia mais era, foi andando hipnotizado pela moça bonita parando a uns 15 passos de distância dela a encarando curioso e fascinado.

A adolescente olhou ao redor e então pra ele novamente fazendo uma careta considerável e uma puta cara de infelicidade.

- tá perdida garotinha?

- Você é linda....

A voz saiu mais grossa do que planejava e agora a adolescente olhava pra ele de cima a baixo confusa pra caralho e também não muito empolgada com a informação que estava juntando as peças.

- Você é a travesti mais estranha que eu já vi na vida.

Youssef balançou a cabeça tentando se concentrar e não parecer uma pessoa bizarra, se bem já estava passando essa vibe, olhou pra dentro da Kombi e percebeu um colchão, algumas cadeiras e mesas, o que aquela menina estava fazendo sozinha naquele lugar?

- onde estão seus pais?

A adolescente ficou obviamente muito tensa e pegou um taco de basebol apontando pra ele.

- Não te interessa! Sai daqui! 

- Calma, calma...

Pisou em algo meio nojento e olhou pra baixo vendo alguns animais de pequeno porte mortos, agora olhando ao redor aquilo estava um lixão, e a menina estava claramente mal nutrida.

- mandei ir embora...

Tinha que saber o que estava acontecendo com aquela menina, o mundo era muito perigoso pra uma adolescente ficar na praia dormindo sozinha, olhou sua câmera e já que ela era a pessoa mais bonita naquela praia tinha que tirar uma foto dela, e isso também ajudaria ele a acalmar aquela fera.

- Eu sou um caça talentos e modelos, e que você é tão linda que eu gostaria de tirar umas fotos, mas como você é claramente de menor não posso sem a autorização dos seus pais.

Isso pareceu acalmar a menina, e bem nessa hora o estômago dela fez um barulho mais alto do que qualquer outro som na praia.

- Está com fome? Tem uma lanchonete aqui perto...eu posso te pegar um sorvete...

Ela parecia bastante desconfiada mas a fome falou mais alto e agora Youssef estava na frente de uma adolescente de 2 metros de altura devorando o quinto prato de panquecas depois de dois hamburguês, ela parecia uma princesa, mas comia feito um ogro.

- então....qual o seu nome?

A adolescente olhou pra ele com a colher na boca e Youssef se sentiu sugado pelos olhos negros, chegou a soltar um suspiro.

- Apple

- Apple? Do que?

- Apple Summers

- um nome fofo pra uma menina fofa.

- pareço mais velha que você

- pode até ser, mas ainda e uma criança.

Youssef pegou o guardanapo e limpou o rosto de Apple sujo de comida, ela parou de mastigar e olhou pra ele um pouco mais vulnerável agora.

- não sou criança, tenho 16 anos

- E eu tenho 25

Apple estava chocada, Youssef riu.

- meu segredo e tomar banho em sangue de crianças

- minha mãe falava que judeus roubavam crianças.

- é... não foi uma boa piada....mas pera meu nariz é tão grande assim?

Apple piscou várias vezes e entortou a cabeça bem perdidinha, não sabia se aquilo era uma pergunta retórica ou não, não sabia como interpretar as pessoas, então respondeu com honestidade.

- Não, e bonitinho.

Youssef sorriu e Apple ficou vermelha, nunca tinha conhecido uma pessoa assim, quer dizer já tinha conhecido várias travestis e uma galera que deu a carcaça da Kombi também era uma galera meio alternativa, mas até aí ninguém parecido com Youssef.

A garçonete colocou um sorvete super colorido na mesa e os olhos da adolescente brilharam mas já não tinha coragem de pedir nada pro ruivo, mas ele parecia ler sua mente.

- Você não achou que eu pedi esse sorvetão só pra mim não é?

- mas você não comeu quase nada.

- Não se preocupe comigo, eu amo doces mais raramente posso comer, então estou sendo rebelde dividindo esse com você.

- por que?

- eu tenho uma doença chamada diabetes.

- e você não pode comer doces por causa disso?

- Sim, mas tá tudo bem se eu comer com você.

Ele sorriu pra ela e pegou um pouco de sorvete esticando o braço pra ela comer, Apple abriu a boca e sentiu o sabor doce se espalhou pelo seu paladar, olhou pra ele e ele sorria feliz.

- Você é diferente...

- oi?

Apple não respondeu e voltou a comer, Youssef deu de ombros e fez o mesmo.

Voltando para a Kombi de Apple a tarde já tinha virado noite, Apple ja devia estar "trabalhando" no momento ou não teria como comer no dia seguinte, olhou para Youssef e ele era o cara mais limpinho que já tinha pego, chegaram na frente do Kombi.

- Como vai ser?

- Vai ser o que?

- Quer um boquete? Transar?

- O QUE????

A cara de horror do ruivo era de absoluto pânico, segurou a menina pelo pulso verificando suas suspeitas.

- VOCÊ É UMA ADOLESCENTE! 

- calma não é nada demais, mas eu preciso de dinheiro pra pegar o cafetão e pra comer amanhã.

O coração de Youssef doeu e Apple não parecia entender o porquê, ele segurou suas mãos e olhou pra cima e os olhos verdes azulados penetraram o coração de Apple mais fundo que qualquer surra que sua mãe já tinha lhe dado.

- você tem que sair disso.

Youssef pegou uns 500 dólares assim numa tacada só e entregou pra ela, junto sem perceber um dos cartões da agência pra quem ele estava fazendo freela veio junto.

- Você não precisa passar por isso.

Apple parecia não acreditar nisso totalmente, mas algo no fato dele estar falando aquilo a fazia ter uma coisa que não tinha a muito tempo...vontade de viver.

- eu não posso aceitar isso sem trabalhar.

A honestidade dela doía em seu coração.

- Então...deixa eu tirar umas fotos suas...

- Isso não é trabalhar...

- é sim, se chama modelar, agora olha pra mim.

Apple viu Youssef se afastando e sentiu solicitação pela primeira vez desde que fugiu de casa, dentro da Kombi pegou uma folha de papel e começou a desenhar..."eu quero ver ele de novo"

Pegou o dinheiro na mão e estava determinada a devolver se isso quisesse dizer ver ele outra vez, então de dentro do dinheiro um cartão caiu, pegou e leu e a palavra "modelo" veio ao seu cérebro.

- Ele disse que era caça modelo...se eu for nesse lugar...eu vou ver ele outra vez?

No dia seguinte Youssef voltou para a Kombi e pra sua surpresa...estava vazia... suspirou aliviado e sentiu o coração mas leve em saber que a menina estava bem, mas ao mesmo tempo queria ver ela outra vez.

New York Primeiro de janeiro de 1957, Youssef estava pro seu desgosto de terno e gravata comemorando o ano novo com vários outros artistas e fotógrafos, aconteceria um desfile em alguns minutos o primeiro desfile do ano, muita gente daria o rim para estar no seu lugar, mas ele queria voltar para o seu ateliê.

Se sentou na primeira fileira todo feliz tomando seu champanhe quando a primeira modelo apareceu e como consequência acabou cuspindo o champanhe no reporter ao lado, era impossível não reconhecer, olhos e cabelos negros, pele branca como a neve e lábios vermelhos como sangue.

"É ele!!!" O coração de Apple saltava no peito vendo Youssef na primeira fileira, quase dois anos para ver aqueles olhos novamente, e valeu cada segundo, valeu cada boquete, cada transa, cada laxante que colocava na comida das outras modelos, e faria tudo outra vez.

Na festa pós desfile Apple procurou por Youssef com bastante dificuldade, e o encontrou conversando com umas modelos mais velhas, seu sangue ferveu em ódio e ciúmes, caminhou a passos firmes e quando chegou perto ele se virou pra ela sorrindo fazendo seu corpo todo ficar mole e o coração disparar, ele correu em direção a ela a abraçando.

- Eu tô tão feliz em te ver bem Apple....

Apple sentiu os olhos cheios de lágrimas e retribuiu o abraço.

Os dois conversavam vendo a neve cair um garçom passou oferecendo champanhe e Apple pegou mas pelo olhar reprovador de Youssef ela devolveu.

- crianças não devem beber

- tenho 18 anos

- até onde eu saiba a maior idade no nosso país e de 21 anos.

Esperou tanto tempo pra ser cuidada por ele outra vez, e ele de terno ficava mais bonito do que ela se lembrava, como uma pessoa que conheceu por apenas um dia tinha tanto poder sobre ela.

- Você cresceu bem, estou feliz em te ver Apple...

- Youssef...eu...

- ei Youssef tem uma revista querendo te entrevistar.

- ok, eu já vou! Foi bom te ver Apple.

Apple estava possuída de ciúmes ela era só uma modelo, precisava de mais espaço se quisesse que Youssef a nota-se, e foi assim que começou a carreira de atriz.

Youssef se consagrou como artista plástico e fotógrafo, Apple usou sua beleza para fazer filmes e séries, com seu olhar morto e pele pálida ela sempre tinha um papel garantido como vila de romance e até alguns de terror.

Com seu rosto perfeito em dois anos ela conquistou fãs e até uma indicação ao Oscar como melhor atriz coadjuvante aos 20 anos, fez musicais na Broadway e abriu sua própria agência de modelos, tudo isso pra conseguir ver Youssef nas premiações e eventos.

Por trás do seu sucesso ela tinha feito muito sexo e com isso descobriu segredos, e logo os segredos eram mais poderosos que o sexo e aquilo era divertido, ela era temida por todos, a menina com problemas de raiva e desejos assassinos aprendeu a se controlar e se tornou completamente fria e analítica, conhecimento e poder, e ela tinha basicamente o mundo das artes inteiro na suas mãos.

Uma festa em um ateliê de artes, Youssef estava lá e assim como todas as vezes ela e ele iriam conversar afastados de todos por pelo menos três minutos, mas o coração de Apple não aguentava mais.

- Youssef...

Segurou ele e beijou com todo o amor que tinha guardado durante aqueles 4 anos, ele correspondeu mais assim que se separaram ele fez uma cara de desespero.

- eu tenho o dobro da sua idade....

- é 10 anos mais velho...

- não sou bom de matemática mais isso ainda é muito

- Você é menor de idade, eu vou fazer 30 anos!

- Meu aniversário e dia 25 de dezembro, eu vou ter 21 anos

- Ainda é muita diferença Apple...

- Mas eu amo você

Youssef desmaiou.

Acordou nós braços de Apple, cabelos negros voando com o vento, ela era tão linda, esticou a mão tocando a pele gelada.

- Youssef...

- eu amo você também...mas eu não quero acabar com sua vida ou carreira

- eu não me importo, você é diferente de todas as pessoas que eu já conheci na minha vida...

Youssef se levantou e se sentou meio torto morrendo de tontura e dor de cabeça, limpou os óculos e a garganta e começou.

- Eu tenho pressão baixa e desmaio com facilidade, eu tenho diabetes, não enxergo sem meu óculos, eu não tenho um rim e fiz 3 cirurgias no intestino quando criança, eu também não tenho um testículos e sou estéril, sou muito mais velho que vocês e....

- Tá...a gente vai se casar quando?

Silêncio.

- depois que você fizer 21 anos.

- A...eu também não posso ter filhos...eu nunca menstruei na vida.

- tudo bem a gente pode adotar....

O casamento pegou a mídia de surpresa, eles se casaram um dia depois do aniversário de Apple e ela estava linda em seu vertido de noiva preto, e Youssef estava lindo no seu terno com saia branco, o casamento foi só no civil já que a família de Youssef não curtia muito Apple, ainda sim Youssef usou o kepa 

Estéril é....isso não explicava o bebê nós braços de Apple agora, os dois ainda não acreditavam.

- a gente ficou tão preocupado com o fato de vocês estar grávida que nem em um nome pensamos...

- eu queria uma menina...

- Apple pie! Já é um milagre termos nosso filho, e vai que ele se identifica como mulher no futuro.

- eu nem sei que nome eu dou pra ele, se fosse menina seu nome seria Eve lilith

Youssef riu.

- podemos chamar de Adam lúcifer morningstar, e o oposto perfeito.

- O que acha de Samael?

- Vamos tentar algo menos óbvio, talvez um nome de algum arcanjo? Ou anjo?

- Azazel...

- querida eu sei que você quer irritar sua família tanto quanto eu quero irritar a minha mais lembre-se que essa criança vai ter que conviver com esse nome.

Apple bufou.

- tá... Ismael?

- temos amigos mulçumanos...

- eu juro que se ficarmos rodando pra no fim ser Peter ou James....

- não... muito *Cristão....(Cristão em inglês e Christian)

- Christian.... Christopher....o nome de um rei...correto? Não sou muito boa em história...

- sim e não só isso, existiu um Christopher tão influente que conseguiu se infiltrar na nobreza britânica e ser o favorito deles por 6 gerações.

- isso...um rei...nosso filho Youssef... nosso Christopher...

Alguns anos atrás na cidade de carpazinha interior do Sul do país, um grupo de homens tentava a todo custo desatolar uma carroça do meio da estrada de lama, salvaram o cavalo pelo menos.

- FORÇA!!!!

O homem negro gigantesco mesmo tento força e com a ajuda dos amigos não conseguia sair daquele terreno barroso, dia infeliz pra chover.

Um grupo de moças passava com balaios de roupa na cabeça, provavelmente voltando de lavar, os homens cresceram o olho pras moças novinhas.

Entretanto tinha um homem mais interessado em desatolar a carroça, Aloísio, o maior homem que aquela cidade já tinha visto, de pele escura e cicatriz na cara ele botava medo em muita gente, já tinha sido preso umas 8 vezes e fugido todas por isso estava em carpazinha agora, mas o povo dali era gentil, sentava de roda pra ouvir ele tocar seu violão e cantar, não queria mais ir preso e por isso trabalhava duro e com respeito ao patrão.

Com três tacho de balaio de roupa na cabeça a moça bonita de origem indígena que era mais alta que Aloísio chegou por trás do mais velho e segurou a carroça com uma única mão e ergueu sem problema, Aloísio caiu chocado de bunda no chão, e os outros homens ficaram em choque.

- Vambora Cida!

- Já vó!

E saiu andando com os balaio na cabeça, Aloísio olhou e quase babou na moça bonita.

- Eu vou me casar com essa daí!

Maria Aparecida, Cida, para os mais íntimos era moça inocente do interior de Minas, se na época o sistema para registro e catálogo de pessoas com força e velocidade fosse bom, Cida teria entrado pra história como uma das mulheres mais fortes que já andaram sobre território brasileiro, mas o que Cida gostava mesmo era de fazer seus bolinhos e senta no fim do dia pra ouvir o moço bonito do rio tocar violão.

Aloísio tinha fama de mulherengo mais isso mudou com Cida, estava caidinho pela mocinha inocente e de olhos meigos e seu violão e sua voz abriu o caminho pro coração da moça.

- Casa?

- É...tu casa mais eu, eu caso mais você e a gente fica casado, tem filho.

- não filho não! Minha mãe morreu tendo eu...tenho medo...

- então não precisa filho não, so eu e tu...pra sempre na nossa casinha pode se?

- Se fo assim então eu caso.

Sem filho né... então o que Cida carregava no braço agora no cartório que berrava como se fosse o próprio portão do inferno?

- menino de voz forte

- Tá com fome ele, regista logo ele Aloísio.

- cê tem certeza desse nome Cida

- Tenho, combina com ele, e forte

Aloísio entrou no cartório e saiu com papel em mãos, deu pra Cida que lia melhor que ele e ela sorriu.

- Brulio Cevero, nosso filho Aloísio....fechou a fábrica também

Aloísio rui.

Brulio brincava feliz na cozinha correndo pra todos os lados como uma criança pequena deveria ser, subiu na mesa e começou a se balançar com a mesa, até cair, e tudo que tinha na mesa foi pro chão.

Brulio caiu mas não chorou porém o pote que tinha farinha caiu bem encaixado na cabeça dele e ficar no escuro foi assustador, começou a chorar com o pote na cabeça, até a mãe chegar na cozinha e ver o caos.

Ao ouvir a voz da mãe saiu correndo com o pote na cabeça mesmo batendo com tudo na parede caindo sentado e chorando.

- aí Brulio....

Cida pegou o filho no colo e tirou o pote da cabeça e deu colo ouvindo o choro no seu ouvido.

As mãos infantis sujas da sangue, o corpo dos filhotes de esquilo no chão, cabelos negros pingando água da chuva, o menino ergueu as mãozinhas olhando as gotas de sangue escorrendo do seus dedos.

- Kitty?

- oh...oi mamãe...

- Filho...o que...você fez...?

- Eu queria saber o que tinha dentro deles...

- seu pai não pode ver isso...

Apple pegou os corpos dos esquilos e enterrou no meio das flores, olhou preocupada com as empregadas mas não tinha ninguém vendo ela fazer isso.

No fim olhou para o filho se inclinando na frente dele, estava seria e tentando se concentrar em como fazer aquilo.

- Christopher...nós não podemos matar os bichinhos

- por que não?

- porque o papai gosta deles.

- o papai gosta?

- gosta, então se os bichinhos morrerem ele fica triste.

- Eu não quero ver o papai triste...

- não só isso, outras pessoas gostam dos bichinhos, não podemos deixar as pessoas tristes.

- mas eu não gosto das pessoas...só dá mamãe e do papai.

- Não precisa gostar... mais tem que saber trazê-las pro seu lado.

- Não entendi mamãe....

- vai entender quando for mais velho.

Apple olhou para a árvore vendo um esquilo procurando algo, sem pensar duas vezes pegou o roedor e começou a esmagar ouvindo um som de dor saindo da garganta do animal.

- Mamãe a senhora disse que não podemos matar os bichinhos.

- Era a mamãe deles, ela iria ficar triste sozinha, então vamos deixar eles juntos.

Chris viu a mãe enterrar o corpo da mamãe esquilo sem questionar mais, ele sentia que ele e a mamãe eram iguais.

A vida passa rápido de mais, um dia tudo está perfeito, no outro dia seu marido está morto, Apple não sabia o que fazer, mais sabia que não podia aparecer no velório de Youssef acabada daquele jeito.

Se levantou da cama abrindo seu guarda roupa vendo vários vestidos que ela e Youssef tinham costurados juntos por diversão e viu o que mais detestou de fazer por ser muito colorido, mas Youssef adorava cores vivas e vibrantes.

- Você sempre quis me ver em cores mais vibrantes... desculpe a demora meu amor...

As matérias nós jornais mostravam Apple com um lindo vestido arco íris durante o velório de Youssef, ela também se esforçava para sorrir para todos os repórteres e familiares

"Quando eu morrer, não quero ninguém triste.."

As palavras de Youssef ecoando na sua cabeça, entrou no seu quarto e caiu de joelhos chorando com uma das piores dores que já tinha sentido.

- Youssef.... Youssef.... Youssef.... YOUSSEF, YOUSSEF, YOUSSEF, PLEASE! DO NOT LEAVE ME!!! DO NOT LEAVE ME ALONE....Youssef....

- Mamãe...

- Kitty....

O garoto de 14 anos ainda estava com o terno do enterro, o kepa na cabeça e visivelmente frustrado e confuso.

Entrou no quarto da mãe e a abraçou com todas as forças, Apple segurou o rosto do filho vendo basicamente sua forma masculina completa, faltando só uma coisa.

- Vocês tem o mesmo nariz...

As lágrimas escorreram sozinhas dessa vez enquanto mãe e filho se abraçavam em um profundo mal de tristeza, Chris sentiu um grande peso na suas costas.

"Não se preocupe mamãe, eu não vou te deixar sozinha"

Christopher cresceu e cresceu muito bem, com as habilidades de atuação e musicalidade da mãe, e talentos como artista do pai, era uma questão de tempo até ele fazer sucesso, e assim como Apple ensinou, ele usou sexo pra obter segredos e poder, mas ele queria mesmo era ter feito faculdade de física e se tornado cientista, era muito bom com números! Pelo menos em negócios ele ainda mexia com matemática.

Sabia o quanto era bonitinho, e o quão sedutora era sua voz e seus olhos profundos e negros, então mesmo se achando repugnante aos seus próprios olhos, sabia que para os outros ele era um sonho de consumo.

- Mamãe, a senhora quer ver as propostas que eu recebi? Tem uma coisa interessante...

Apple saiu da cozinha e foi até a mesa onde o filho lia as cartas de forma despreocupada e um tanto prepotente.

- o que foi Kitty?

- olha! Uma proposta do Brasil...

- é um belo pais....quer ir?

- não sei... Não quero deixar a senhora sozinha...

- Kitty por favor, eu vou ficar bem, se quiser ir eu vou te apoiar

- eu nunca viajei pra tão longe assim da senhora...

- bem tem uma primeira vez pra tudo.

- A senhora tem certeza?

- Vá fazer as malas Kitty, eu vou ficar bem, comece a viver algumas aventuras.

Brasil, um país quente e cheio de novidades e divertimento para serem descobertas e apreciadas por ele como turista.

Chegou encantado com a língua, não sabia uma única palavra em português mas sabia ler as pessoas e era tudo que queria e precisava.

A pessoa que o convidou era uma celebridade local e era bem bonito e famoso pelo seus trabalhos estava empolgado para conhecê-lo.

Arnaldo estava nervoso em conhecer o gringo, imaginava um carinha mimado e levemente mal educado, mas não foi isso que aconteceu.

- Muito prazer o meu nome é Christopher, você deve ser...

- Eu sou seu anfitrião... Arnaldo Fritz

Arnaldo tinha que olhar pra cima pra falar com ele, já estava acostumado com isso e até achava fofo as pessoas tentando desviar o olhar do seus peitos, mas Arnaldo parecia mais honestamente assustado com o seu tamanho, ou talvez ele que fosse muito baixinho e estava sentindo sua masculinidade ameaçada, não seria a primeira vez que algo assim acontecia.

"Ele bastante inocente...'

Arnaldo olhava o gringo gigante um pouco preocupado, ele poderia ser assaltado a qualquer momento, ele parecia tão feliz e inocente olhando pelo vidro do carro, parecia um cachorro de tão feliz e lhe fazia perguntas a cada instante.

- Quantos anos você tem mesmo senhor Cohen?

- 27

Arnaldo ficou meio mal

- Você parece mais velho do que eu...mas e bem mais novo

Chris pareceu confuso e inclinou a cabeça pro lado de forma inocente e bastante curiosa, talvez seu porte físico o desse uma aparência mais velha.

- E quantos anos você tem senhor Fritz

Arnaldo pareceu frustrado.

- 31...

Chris sorriu inocente e bastante empolgado na realidade e agora encarava Arnaldo bastante interessado, parecia estar procurando alguma coisa no seu rosto.

- O que acha de almoçarmos no hotel antes senhor Cohen?

- Por mim tudo bem.

O resto da viagem de carro foi bem tranquila e cheia de perguntas, Arnaldo se lembrou das irmãs mais novas por algum motivo.

- Eu preciso passar no meu quarto um instante senhor Cohen, se importa?

- Não sem problemas.

Arnaldo foi subindo para o seu quarto e Chris ficou fazendo check in, mas foi parado por alguns fãs, embora inquieto atendeu a todos e foi indo em direção ao seu quarto, porém...

Olhou pra trás e com o mesmo lindo sorriso do carro lá estava Chris com uma carinha de incógnita bastante fofinha, Arnaldo deu mais alguns passos e olhou pra trás e Chris o seguiu

"Ele... é um cachorro de rua???"

Andou um pouco mais rápido e Chris seguiu também.

"Definitivamente um cachorro de rua"

Parou na frente da porta do seu quarto e Chris parou atrás dele nesse momento Arnaldo já tinha desistido de entender o comportamento do gringo bonitão.

- Você....quer entrar no meu quarto?

Chris entortou a cabeça e piscou várias vezes, até onde tinha entendido ele já tinha sido convidado pra entrar no quarto, era sempre assim que as coisas funcionavam com os seus contratantes, talvez ele fosse da moda antiga...

- ok!

Arnaldo balançou a cabeça de forma negativa com um suspiro abriu a porta, dentro do carro uma moça bonita e toda tatuada lia um livro, ok conseguia trabalhar com ménage sem problemas, seria divertido.

Ambos entraram no quarto Chris segurando a alça da sua bolsa transversal olhando só redor como uma criança empolgada, então uma onda de francês começou a ser falado e o gringo ficou curioso até ver a moça se afastando e Arnaldo a seguindo, foi atrás dele.

Assim que virou para o outro cômodo um cheiro atingiu o seu nariz como um soco, fazia algo no seu corpo reagir de forma estranha e foi entrando no cômodo lentamente como um gato arisco.

Arnaldo olhava pra dentro de um berço onde um bebê dormia tranquilamente.

- Senhor cohen venha conhecer meu filho

- Filho?

Chris chegou perto do berço olhando o bebê dormindo tranquilo, devia ter no máximo 6 meses, esticou o dedo pra dentro do berço cutucando a bochecha do bebê com delicadeza, ele era tão macio.

Os olhos dele brilhavam olhando seu filho, aquilo era com toda certeza, amor a primeira vista, Chris olhou pra ele com os olhinhos brilhantes e fascinado.

- O nome dele é Thiago...

- Thi? Thi...!?

- Thi...A... Go

- Thiago...

(Lembrando que toda essa conversa é em inglês)

A primeira palavra que aprendeu em português foi o nome daquela criança tão fofa e de riso fácil.

Trabalhar com Arnaldo era divertido, ele era um pouco caótico e meio desorganizado mas nada que não conseguisse lidar, no momento toda a equipe estava em pausa pra almoçar.

- Sabia que Fritz e um nome judeu?

- é?

- Sim! Muitas famílias judias fugiram pra América latinha durante a segunda guerra então e bem possível.

- Ninguém da minha família é judeu, somos todos cristãos da católica

Chris pareceu um pouco triste com essa informação.

- O que foi senhor Cohen?

- me chama de Christopher

- Seu nome também é bem cristão

- Eu sou judeu

Arnaldo parou o copo de suco no meio do caminho e encarou Chris comendo sua saladinha na santa paz.

- Eu não fazia ideia...

- Jura? Chris disse isso apontando para o nariz

- no Brasil nós somos muito miscigenados não conseguimos perceber a etnia da pessoa por aparência física.

- Achei o povo de vocês lindos!

O gigante parecia tão inocente falando assim empolgado sobre as pessoas, todo mundo que trabalhava com ele falava que ele era muito fofo e agradável de conviver.

- Obrigado Christopher

- todo mundo é muito legal e bonzinho comigo, e ninguém tentou....

Arnaldo percebeu que Chris não queria falar alguma coisa e achou estranho, talvez fossem seus instintos de irmão mais velho.

A equipe saiu pra beber, atores, sonoplastia, os contra regras, figurante e estava todo mundo se divertindo bastante, Arnaldo olhou pro lado e Chris tinha evaporado, entrou em Pânico.

- Como eu perdi um homem daquele tamanho???

Saiu perguntando para todas as pessoas ao redor, era impossível não saber onde o gringo estava ele parecia um poste, foi seguindo as instruções até chegar em um beco.

Sentiu o rosto quente Chris estava de amassos com um carinha aleatório, e não parecia ser um lance de alguém bêbado ela parecia saber exatamente o que estava fazendo, cambaleando a ainda sentindo seu rosto pegando fogo de vergonha Arnaldo voltou para o hotel.

No dia seguinte durante o café tava todo mundo de ressaca mais Arnaldo parecia em alerta, assim que Chris apareceu pra tomar café sentiu a mão ser segurada de forma nervosa.

A sua mão era maior que as duas mãos de Arnaldo, achou isso deveras fofinho.

- Christopher... podemos conversar?

- Claro!

Se afastaram um pouco do resto da equipe e Chris percebeu que o novo amigo parecia um pouco nervoso e inquieto, ficou preocupado.

- Arnaldo, tá tudo bem?

- Você se divertiu na festa ontem?

Chris entortou a cabeça e fez uma cara de interrogação com um biquinho deveras fofo de mais para o gosto do mais velho.

- Sim, foi legal...

- Só legal?

- é....

Arnaldo parecia cada vez mais nervoso e ansioso, Chris ficou preocupado com o novo amigo e se aproximou o olhando com todo carinho e preocupação do mundo.

- somos amigos não somos? Te conheço a pouco tempo mas somos amigos não é?

- Sim somos

- então por que não me contou que era gay?

Silêncio.

- Eu não sou gay...

- Que? Mas eu te vi beijando um cara...

- eu sou bissexual, eu sinto atração por todas as expressões de gênero.

Silêncio

- Se eu soubesse que era tão importante pra você eu teria falado.

- Não, não tem problema...e que...

- Não vai dizer que ficou com ciúmes? Tá interessado?

Chris riu um pouco e como consequência os olhos se fecharam por um segundo e quando se abriram encontraram um Arnaldo vermelho e morrendo de vergonha.

"Fofo.... Ele é bonitinho...."

Chris mudou naquele instante, o gringo se curvou ficando na frente do mais velho que ficava mais vermelho.

Deu uns passos pra trás dando com as costas na parede olhou pra parede e então para Chris novamente vendo ele a centímetros do seu rosto, os olhos negros pareciam o deixar em transe, a respiração acelerou enquanto Chris se aproximava, podia sentir o perfume dele e estava se tremendo inteiro, a mão grande dele encostou no seu rosto e os dedos eram gelados, o dedão encostou no seus lábios abrindo só um pouquinho, Arnaldo soltou o ar sem querer.

"Tão lindo" não era atoa que Arnaldo era um sexysimbol no país mal tinha feito alguma coisa e já queria jogar ele na cama, fazia tempo que não sentia uma atração forte assim, porém, ele não parecia pronto para aquilo.

Se afastou vendo Arnaldo de pernas bambas e sorriu enquanto se afastava, aquilo seria muito divertido.

O braço ao redor da sua cintura, os sorrisos maliciosos, os olhares com terceiras intenções o estavam deixando ansioso, e o pior era a voz grossa lhe dando ordens durante a gravação, se sentiu depravado ao extremo.

- Alô Hector?

- Oi Arnaldo....que voz é essa?

- Preciso de ajuda....

Hector chegou no hotel com seu jatinho particular, e reparou na hora que Arnaldo estava em absoluto desespero, viu alguns filmes do gringo mais não tinha ideia do porque daquele desespero.

- HECTOR SOCORRO!!!

- ei ei calma! O que aconteceu?

- eu não sei lidar com ele...

- não deve ser tão ruim assim....

Era possível sentir o ciúmes dele a quilômetros de distância, Chris tinha se convencido de que teria Arnaldo e o jeito que Hector o protegia fazia parecer que eles dois tinham alguma coisa rolando.

- É....Chris esse é meu melhor amigo Hector, vocês tem muito em comum...deviam conversar um pouco.

Arnaldo fugiu sem olhar para trás.

Estava sendo sufocado pelo ciúmes de Chris, já tinha dado encima de Arnaldo no passado mas aquilo já era história, mais o gringo não parecia feliz.

- Sua mãe é uma grade inspiração.

Chris era um clone da mãe, o cabelo era um pouco mais cheio e nariz com a giba nasal predominante, ele tinha um rosto lindo e marcante e o corpo era de dar inveja, um dos homens mais bonitos que já tinha visto na vida e isso foi uma surpresa agradável na realidade.

Chris sentiu que aquele homem ali não era brincadeira, ele parecia sem apego as coisas ao redor, Arnaldo parecia insano, do tipo de pessoa que jogaria duas pessoas em uma arena e assistiriam elas se matarem sem desviar o olhar, gostava da insanidade dele na verdade, era divertido, não era atoa que o filme de Erick tufão estava sendo tão divertido de fazer, não existia limites para os jogos que Arnaldo inventava, até o diabo devia duvidar da insanidade de Arnaldo, mas Hector era ruim! Conseguia sentir medo ao seu redor, como se ele fosse o próprio medo, só tinha um probleminha, Chris não raciocinava ou associava o medo como uma pessoa normal, se por acaso se sentisse ameaçado ele ficava incomodado e geralmente seguia dois caminhos.

Caminho um: Derrotar ou aniquilar a fonte de suas inseguranças, se a coisa não existia não precisava se sentir inseguro ou incomodado.

Caminho dois: assimilar a fonte de inseguranças, "o que não te mata te deixa mais forte" e "uma cobra só engole a presa depois de aplicar o seu veneno e esmagar cada osso, mais para isso acontecer primeiro você tem que se aproximar Kitty".

As palavras de sua mãe passaram pela sua cabeça, a cobra era o símbolo da sua família, uma criatura tão inteligente que fez a humanidade questionar Deus e provar do fruto proibido, e levava isso como filosofia de vida, ele poderia fazer qualquer desistir de tudo e cair da graça...apenas com as suas palavras.

- Minha mãe é uma mulher forte.

Hector sorriu e os olhos alaranjados eram muito bonitos, Chris nunca tinha visto olhos como aqueles, no entanto ninguém tinha visto olhos tão negros como o dele também, então estavam quites.

Hector fechou a cara qualquer pessoa teria ficado no mínimo intimidada com a sua presença, mas lá estava o gringo olhando pra ele sério e seu rosto faltava um pouco de emoção..."esse homem é perigoso".

Talvez tivesse muita confiança no seu tamanho, se fosse estava feliz, adorava ver um homem grande se sentir pequeno e insignificante.

- Me acompanharia para um almoço? Eu tenho várias empresas e o plano de negócios da sua mãe é algo que me interessa bastante.

Chris olhou pra Arnaldo parado na porta e fez uma carinha triste e então olhou pra Hector que sentiu um tiro no coração, se lembrou dos seus irmãos mais novos por algum motivo.

- O Arnaldo pode ir junto?

- Que?

- Se eu for com o senhor o Arnaldo vai ter que almoçar sozinho.

Hector ficou tão confuso! A 3 segundos atrás estava segurando seu revólver só por segurança agora queria honestamente dar um sorvete para Chris e ver ele sorrir, pensou novamente: "esse homem é perigoso" mais dessa vez por motivos diferentes.

- tá...ele pode ir...

E como um criança inocente Chris foi até Arnaldo pegando ele pela mão e olhando pra trás esperando Hector visivelmente empolgado por algum motivo.

O almoço foi realmente de negócios, Arnaldo também participou falando do seus Studios e de como aquele filme poderia consagrar o mesmo, durante toda a refeição os três compartilharam e criticaram pontos em suas empresas e nas dos novos amigos, Hector estava empolgado, a conversa com Chris fluía fácil e em certo momento Chris puxou uma caneta e um guardanapo fazendo cálculos bastante complexos e apontando opções para as empresas dele.

- Além de bonito e inteligente, e muito gentil também

- obrigado

- Se for bom de cama seria o homem perfeito.

Hector deu um piscadinha na direção do gringo e Chris sorriu se inclinando na direção do inglês.

- Quer tirar a dúvida?

Nunca tinha visto Hector ficar vermelho com uma cantada mais ali ele estava visivelmente frustrado e bem travado, olhou pra Chris e ele colocou a mão no rosto inclinando a cabeça sorrindo na sua direção, Arnaldo também ficou tímido do nada.

E tão rápido como veio a cara sedutora de Chris sumiu vendo seu sorvete vindo, os dois mais velho na mesa estavam tentando um pouco de dificuldade entendendo o que estava acontecendo ali, mas ficaram felizes por conseguirem uma pausa.

- Diz "ah"

Arnaldo ficou roxo de vergonha vendo a colher de sorvete na sua frente, mas aquela atitude não tinha segundas intenções da parte do gringo, ele queria compartilhar seu doce, só isso.

- Chris isso e vergonhoso...

- Mas eu quero que você experimente.

Arnaldo ia protestar quando uma comoção começou no salão, um homem tratava mal uma garçonete gritando com ela a plenos pulmões, Chris fez uma cara desgostosa e se levantou sem olhar pra trás e caminhou até a mesa da discussão parando atrás da garçonete.

A moça sentiu a presença gelada atrás dela como um predador e o homem parou de gritar ficando assustado com o tamanho de Chris.

Chris pegou uma bebida que estava na mesa e derrubou todo o conteúdo na cabeça do homem grosso ouvindo ele se levantar pra brigar com ele mas ele não estava com paciência pra lidar com isso segurando o homem pelo ombro e o olhando furioso.

- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME...

- SIT!

A voz grossa ecou por todo o restaurante como uma ordem e todas as pessoas travaram no lugar com medo, o homem se tremeu dos pés a cabeça ficando no seu lugar.

- are you ok?

A garçonete obviamente não falava inglês mas entendeu que ele queria ver se ela estava bem então fez sim com a cabeça, Chris sorriu e virou para o cliente ruim.

- now you will finish eating, without complaining, and in the end you will give her a good tip

- meu inglês...eu não....

Mas o homem não iria fugir disso.

- Ele disse pra você comer quietinho e dar uma boa gorjeta pra moça.

Arnaldo falou da sua mesa e Chris olhou para a garçonete mais uma vez sorrindo de forma gentil o resto da equipe de garçons ficou muito feliz, Chris voltou pra mesa e viu seu sorvete derretido fazendo bico, mas do nada um outro foi colocado na sua frente e os olhinhos negros brilharam.

- cortesia da casa.

Chris olhou pra Arnaldo e o amigo traduziu, Chris tentou recusar mais a garçonete não deixou.

- Por que fez isso? Por que ajudou a moça?

Chris colocava o sorvete de morango com chocolate na boca todo felizinho e olhou pra Hector confuso.

- por que não ajudaria?

A colher na boca o fazia parecer ainda mais inocente.

- se fosse interferir em toda briga que vejo...

- minha mãe me ensinou a tratar as pessoas que trabalham na frente com respeito, domésticas, garçons, garis, todos merecem ser tratados com muito respeito, sem eles nada iria pra frente.

Hector não pareceu questionar sua resposta, porém tinha outro motivo pra tratar os empregados tão bem.

"Sempre precisamos de um halibe, se você for bom com as pessoas mais simples ao seu redor, ninguém nunca vai desconfiar de você, e mesmo não parecendo, em uma situação complicada a palavra de uma pessoa simples pode valer muita mais do que se imagina, e sempre bom ter aliados mesmo que eles não saibam que são nossos aliados"

O resto do almoço se sentiu calmo.

Naquela noite Arnaldo e Hector discutiam sobre Chris.

- Ele é perigoso em vários níveis diferentes.

- eu percebi, mas ele não parece perigoso pra nós...

O mais velho andou de um lado pro outro dentro do quarto do melhor amigo, Thiago começou a chorar e Arnaldo foi correndo socorrer o filho, Desire já tinha voltado para o seu quarto junto com seu irmão Mark, foi quando Hector parecia ter tido a melhor ideia do mundo.

- Arnaldo...vamos levar ele em uma boate da ordem.

Chris olhou a faixada da balada não parecia nada de especial, olhou para Arnaldo vendo ele colocar a máscara de gás mais bizarra ever e Hector com algo que parecia um espelho no rosto, olhou o seu o óculos na mão, Arnaldo tinha ajudado ele a personalizar e Chris tinha gostado do resultado.

Assim que colocou os pés pra dentro da balada percebeu na hora que não era um lugar qualquer, tinha muita gente se comendo em pleno salão, as pessoas do polidence não tinham dinheiro jogado nelas, mas sim uma espécime de cheque que era trocado assim como eles tinham trocado no bar por dinheiro, Hector trocou uma grande quantidade pra ele.

Em alguns minutos naquele ambiente percebeu que não era um lugar qualquer, algo dizia que tinha achado uma mina de ouro, Hector pareceu perceber os caminhos que seus pensamentos e o cutucando pra ver se ele estava bem.

- Se estiver incomodando podemos ir embora?

- Na verdade já vi coisa pior

A curiosidade de Hector tirou o melhor dele, começaram a conversar e beber, e se dar muito bem, sentiu a mão grande na sua cintura o trazendo pra mais perto, Arnaldo parecia estar se divertindo, não iria demorar muito mesmo.

Subiu com Chris para um dos quartos normais, adorava pegar homens grandes e prepotentes, mal via hora de ter aquele ali submisso a ele, pena que esses não eram os planos de Chris.

O quarto era bonitinho já tinha transado em lugares piores, assim que fechou a porta sentiu Hector o prensando na parede e roubando um beijo gostoso.

Não adiantava o quanto ele quisesse só amizade, sempre acabava na cama, pelo menos aquele ali seria divertido.

Hector percebeu que tinha se ferrado depois que se separaram do beijo, como uma folha de papel Chris o pegou pela cintura e grudou seus corpos o levando sem problema para a cama caindo por cima dele, Hector travou na hora.

Sem dúvidas o homem mais bonito que já tinha tido entre suas pernas, os olhos negros eram hipnóticos e por algum motivo sentia que seria devorado, os cabelos negros caindo na sua direção e aqueles músculos de dar inveja.

- Tá com vergonha agora?

Hector sentiu o queixo ser segurado e olhou pra cima vendo um sorriso de deixar qualquer um mole, e ele não era do tipo de se abalar fácil.

- you are dangerous...

- Yes I am

- and very beautiful too, wouldn't you be interested in working for me?

- do you think you can have everything you want with your british accent and orange eyes? I don't work for anyone, but today you'll work on me

Chris tirou a camiseta revelando os músculos perfeitos e Hector sentiu o rosto quente e um pouco de inveja da estrutura corporal do gringo.

- Camisinha...

- Sempre tem uma na primeira gaveta.

Chris olhou curioso para Hector, abriu a gaveta e como tinha sido dito lá estava a camisinha e lubrificante.

- Vem muito aqui?

O deboche e o veneno na voz grossa eram palpáveis e irritantemente atraentes para o Veríssimo, aquele cara conseguia tirar as coisas dele muito facilmente.

- Sou o dono.

Chris soltou um risinho enquanto abria a calça e tirava, segurava a camisinha com os dentes ainda dentro do envelope de proteção, Hector desconfiava que ele não sabia o quão sexy ele ficava fazendo isso.

"aqui jas Hector Realitas Veritates Veríssimo, causa da morte? Empalado por uma pika"

Aquilo não ia caber, de jeito nenhum! Assistiu quase babando a camisinha descer pelo pau alheio e não era de achar pau bonito, mas o do Chris era.

Abriu o saquinho de lubrificante e só aí que Veríssimo percebeu que fudeu, literalmente, sentiu o gelado entrando e Chris tinha usado dois dedos de uma ver fazendo ele arquear as costas e gemer manhoso

- you're not as tough as i thought...

Hector deu uma soco leve no peito de Chris e sentiu dor com isso, ele era puro músculo mas ao mesmo tempo parecia ser o cara perfeito pra ficar de conchinha.

Se posicionou e olhou para Veríssimo pedindo permissão, e Hector estava apavorado pela primeira vez na vida que tinha medo de transar com alguém, geralmente pau grande era sinal de transa rápida e com chance de 80% de ser ruim então suas espectativas já não era muito grandes, fez sim com a cabeça e sentiu um beijo profundo se iniciar conforme Chris entrava.

Gemeu gostoso sentindo a pressão acontecendo dentro de si, doeu um pouco mais era suportável, cravou as unhas nas costas do gringo ouvindo o gemido mais selvagem, sensual e erótico que já tinha ouvido na sua vida rente ao seu ouvido seguido de uma mordida ardida no seu pescoço.

- Ah! Você é um vampiro por acaso?

- Fofo, não, mas posso chupar muito mais que o seu sangue se quiser.

Ao terminar a frase Chris deu uma estocada fazendo Hector gemer novamente, sentiu os dedos dele passeando pelo seu corpo e começou a bombar de verdade.

Estava errado ele transava bem, sentia o cuidado e profundidade a cada estocada, o cabelo era puxado com a quantidade certa de força e sentia seu interior se comprimindo a cada estocada.

- Ah! Ah! Ung! Ahh~~~ 

- Você geme....mmm~ tão fofinho!

Puxou o cabelo do Veríssimo novamente fazendo - o olhar pra ele, Chris aproveitou a procissão pra beijar ele mais uma vez.

Os golpes na próstata eram deliciosos, a sensação de ser subjugado fazia as coisas mais existentes mais o gemidos no seu ouvido e o golpe pesado de pele que acontecia.

Era quente é macio dentro dele, beijou a nuca e sentiu o cheiro do shampoo gostoso no cabelo castanho avermelhado, saliva escorrendo da boca com desejos.

Saiu por completo e meteu com muita força fazendo a cama andar um pouco e Hector gritar de tesão.

- Assim eu vou gozar! ah!

- goza! Eu quero ver...

Aumentou a velocidade fazendo Hector revirados olho, Chris envolveu com força e usou a mão livre pra masturbar o mais velho.

- AAAAAN ~

A mão grande acariciando sua cabecinha enquanto sua próstata era completamente destruída, foi uma das melhores gozadas da sua vida.

Viu o líquido perolado escorrendo e o mais velho sem forças para continuar, saiu de dentro com cuidado e tirou a camisinha.

- ainda não terminamos.

Os olhos de Hector se arregalaram vendo aquele pau grande na sua frente, mal coube dentro dele imagina na boca.

- não acho que eu consigo....

Sentiu um puxão no cabelo e algo dentro dele fez uma obediência estranha nascer, abriu a boca sentindo a cabecinha na entrando devagar, e em segundos sua boca era usada, e estava adorando.

Estava quase lá, ver aqueles olhos laranja o encarando era muito divertido, tirou tudo da boca e gozou na cara do inglês engomadinho, aquilo tinha sido muito divertido.

Arnaldo procurou por Chris por todos os lados e quando o encontrou ele estava todo amarrotado é muito mais leve, Arnaldo entendeu na hora o que tinha acontecido.

- meu amigo você está perdendo!

- Hector!!!

- Sério que macho!

Os dias se passaram e as gravações continuaram sem grandes problemas, pelo menos até aquele.

Arnaldo inventou que se pendurar sem segurança nenhuma, primeiro take foi tranquilo, no segundo um vento forte bateu o fazendo não dar certo, o problema mesmo foi a terceiro.

- ARNALDO JA TEMOS UM TAKE SAI DAI!

Arnaldo ignorou o gringo e começou a cena no ar sem se preocupar com os gritos de Chris ou da equipe.

Foi tão rápido que nem viu o que aconteceu, só sabia que estava caindo e que ia se esparramar no chão e provavelmente se machucar se Chris não tivesse se jogado desesperado para segurar ele.

No seu trailer a enfermeira da equipe cuidava do seus ferimento com cuidado e dando algumas broncas em Arnaldo que ria vez ou outra.

A porta do trailer abriu revelando um Chris com o braço enfaixado e alguns arranhões nada grave mas Arnaldo se sentiu meio culpado com aquilo.

Arnaldo se despediu da enfermeira e então notou que ele e Chris estavam sozinho no seu trailer, olhou pra Chris e ele parecia bastante preocupado com a sua integridade física, pegou o a mão machucada e deu um beijinho.

- Um beijinho pra sarar

Já não estava aguentou nem pouco se encostou no seus lábios no machucado novamente, olhando para Arnaldo que se encolheu na parte de gavetas do espelho de maquiagem e ficou pensativo olhando Chris.

A atenção do gringo estava completamente volta para o seu anfitrião, Arnaldo se sentiu bastante envergonhado o cheiro dele lhe deixava mole, Chris veio pra mais perto ainda sentindo ele ficar nervoso mas não fugir, e então eles finalmente se beijaram.


Notas Finais


Mas uma vez muito obrigado!
O Esse especial vai ter 3 partes e elas deram postadas de forma aleatória em capítulos que terminam com 0 então fiquem atentos.
Eu realmente sou muito grate a todos vocês, +800 pessoas que acham que a minha história vale a pena ser lida, eu não seria nada sem vocês.
Domingo att tradicional como sempre.
Bjs até o próximo capítulo 😘✌🏾


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