História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Adeus

Arthur olhou Cesar brincando com chocolate e era muito complicado entender que aquele cara tinha tido um ataque de raiva tão grande a ponto de fazer todo mundo recuar em Pânico.

Cesar era pequeno comparado com seus irmão e irmã, até entre as drags ele era o menor, sem sua barba ele tinha uma aparência delicada e extremamente frágil, mesmo sendo definido e tendo um corpo esguio ele ainda passava uma ameaça que Arthur não sabia de onde vinha, algo dentro do seu ser gritava que interagir com ele era perigoso, igual olhar para uma cobra.

Arthur se lembrou que o símbolo dos Cohens era uma cobra e não podia concordar mais com a escolha de mascote para a empresa, uma cobra com chifres numa macieira, todos os elementos de um Cohen, a tentação do pecado emanava dos corpos daquela família e talvez por isso se sentia tão acolhido, a serpente tentou Eva no paraíso com palavras sedutoras e amigáveis, ela comeu do fruto porque quis, não foi forçada e era assim que Arthur se sentia, prestes a morder a mais saborosa maçã existente, pronto para cometer o maior dos pecados.

Alex veio com o pai trazendo os pratinhos enquanto Chris trazia a famosa torta de maçã, os irmãos trocaram algumas palavras e Mari parecia cada dia mais próxima de parir, Arthur honestamente estáva ansioso, seriam suas sobrinhas e depois da morte de Henrique não imaginou que fosse ter sobrinhos.

Chris serviu todo mundo e Alex se sentou ao seu lado segurando sua mão por debaixo da mesa isso deu bastante coragem para Arthur, olhou para o marido e o sorriso de Alex fez qualquer preocupação que tinha ir embora.

Assim que a frase "matar Elisse" saiu da sua boca Mari e Cesar abriram os sorrisos mais macabros que Arthur já tinha visto eles darem.

- Finalmente essa mulher vai sair da vida do meu brigadeiro!

- Tudo que eu precisava para melhorar o meu dia em 100%, já escolheu o método? Ela tem que sofrer....

Arthur engoliu a saliva estava assustado mais honestamente bastante ansioso, não queria torturar Elisse, muito pelo contrário seria rápido e eficaz.

- eu quero ir com vocês no dia

- Eu também

- não Mari e perigoso pras meninas!

- eu preciso olhar ela no fundo dos olhos e mandar ela se fuder.

- é uma boa.

Alex estava quieto os irmãos conversavam sobre a morte daquela mulher como se não fosse nada, ainda era a mãe dele no fim das contas talvez estivesse desconfortável? Ia perguntar o motivo tá tristeza de seu grandão quando ele mesmo se revelou.

- Vou ter que ver meus avós....

Christopher ficou visivelmente insatisfeito com aquela frase e enfiou um pedaço grande de torta na boca como se isso o fizesse impedir de falar, e a torta também era muito gostosa então Arthur relevou.

Cesar já era branco mas depois da frase de Alex dava pra ver as veias dele por debaixo da pele e Mari olhava pro seu chá como se fosse a coisa mais interessante do mundo, algo dizia que aquele tópico era sensível.

- seus avós?

- É....eles tem que saber que a filha deles está morta...

Alex deu um gole no seu chá olhando pra baixo, evitava contato visual com as outras pessoas da mesa, Arthur ficou extremamente irritado com os avós de Alex sem ao menos ter conhecido eles.

Seu filho estava em boas mãos, o jeito que Arthur olhava para seu sunshine dizia muito sobre o relacionamento deles, e estava honestamente muito feliz.

- Se tudo der certo semana que vem você já pode realizar seu plano Arthur...

- Semana que vem? Na primeira semana de setembro?

- Sim isso mesmo...

- ok, vou me preparar

Alex pareceu fazer as contas de alguma coisa na cabeça e então olhou para Arthur com a sobrancelha erguida e uma carinha inquisitiva.

O dia se passou tranquilo no apartamento de Chris, brincou com os ratinhos e viu que Cesar estava melhor, ia embora quando sentiu seu pulso ser segurado.

- Alex eu tenho que ir pra casa.

- Fica...

- Amor...

- Fica comigo...

Sentiu o marido se aproximar e colocar a mão na sua cintura, não conseguia dizer não pra ele.

O quarto de Alex na casa de Chris era tão a cara de Alex que chegava a ser engraçado, várias figuras de animes e Power Rangers, livros e mais livros, muitos mangas e HQs, o quarto ideal para um jovem nerd meio inocente.

- Senta aqui...

Arthur obedeceu se sentando na cama com o seu grandão, assim que se virou na direção dele sentiu a mão no seu rosto e um carinho com o dedão, as testas estavam coladas e conseguia ver o sorriso de Alex, o beijo que trocaram foi carregado de sentimentos e afeto, Arthur se sentia o homem mais sortudo do mundo.

- Eu amo tanto Você...

- Não passou da meia noite ainda...mas...feliz aniversário Alexander...

Alex riu.

- prometemos não comemorar nossos aniversários até o casamento.

- Eu sei, me perdoa é que ano passado eu nem sabia que era seu aniversário, e nos começamos a namorar alguns dias depois, esse é seu primeiro aniversário que eu passo contigo.

Alex deu um beijinho em Arthur.

- meu aniversário é só amanhã

- eu sei....Alex... obrigado...

- ué? Obrigado pelo que?

- por ter nascido...

Os olhos de Alex se encheram de água e uma lágrima escorreu involuntária, no seu sistema todas as luzes do parque se acenderam de uma vez, e pela primeira vez em muito tempo todos os alters despertaram juntos, Ale e Ricardo ainda estavam exaustos é não queriam ter que acordar voltariam para a dormência assim que descobrissem que estimulo tão grande tinha sido esse capaz de gatilhar no bom sentido todos os alters de uma única vez.

🎡🎠🎢 No sistema de Alex 🎡🎠🎢

- Bom dia...

- aí....bom dia....

- au au!

- Ntrafmlyewkhrr

- Matias o que aconteceu? 

- Au! auuuuuuuu auuuuuuuu

- Art? O Art falou alguma coisa?

- Saudades do nosso nanico...

Ale se abaixou e pegou uma vaquinha do chão e abraçou sentindo o perfume de Arthur, suspirou aproximadamente e olhou prós lados pra ter certeza de que ninguém estava vendo e deu um beijinho na pelúcia.

- o que ele falou Matias?

O cachorrinho caramelo felpudo e simpático deu uma volta e latiu correndo em uma direção aleatória e voltando segundos depois com uma Polaroid fresca, os outros três alters se juntaram vendo a imagem da lembrança se mexer e Arthur falando "obrigado por ter nascido" e todos os alters travaram no lugar, Ricardo repetiu a memória outra vez, e outra vez, e mais várias vezes como se não acreditasse que estava ouvindo aquilo.

- nós precisamos falar com o Alex...

🎡🎠🎢 No sistema do Alex 🎡🎠🎢

Alex chorava de forma compulsiva abraçado com Arthur, o gaúcho não sabia o que tinha feito ou falado pro marido ficar desse jeito mais daria todo o amor e carinho que Alex precisava.

- Desculpa Arthur...

- Tá tudo bem...pode chorar o quanto quiser, eu estou aqui com contigo.

Dei um beijinho no marido e o apertou mais no seu abraço, Alex era muito maior que ele mas no momento parecia caber perfeitamente dentro do seu abraço.

Alex chorou e beijou Arthur várias vezes enquanto se acalmava, estava morrendo de dor de cabeça inclusive.

- Vai me contar o que te deu agora?

Alex limpou as lágrimas e se aconchegou melhor no peitoral de Arthur, ouvir o coração dele batendo lhe trazia tranquilidade.

- Você falar que é grato por eu ter nascido me fez ficar emotivo

- posso saber o por que?

Um pouco sem graça o mais novo olhou para Arthur e parecia um tanto quanto tímido em relação a continuar aquela conversa.

- se não quiser contar tudo bem...

- A Elisse sempre dizia que o meu nascimento era a maior desgraça da vida dela, que eu não deveria ter nascido, que o fato de eu estar vivo era a pior coisa que poderia ter acontecido na humanidade....olha essa última frase é um pouco exagerada mas quando se é criança acreditar em coisas assim principalmente quando saem da boca da sua mãe é bem comum.

- Aí Alexander...

- Tá tudo bem, eu só fiquei muito.... MUITO FELIZ, obrigado Arthur

- eu queria poder apagar todos os seus traumas.

- Não se preocupe com o meu passado meu rei, está aqui comigo no presente e vamos construir um futuro juntos, isso é tudo que eu quero e preciso, só fique aqui comigo.

- Sempre vou estar.

- Sabia que é o primeiro namorado meu que dorme no meu quarto? Nem a Liz dormiu nessa cama comigo.

Arthur se sentiu extremamente especial por algum motivo.

- Então sou o primeiro e último.

- Exatamente, eu não acho que vou conseguir amar alguém igual eu amo você.

- Eu também te amo mais do que um dia eu imaginei amar alguém.

Em meio a carinho e muito amor o casal açucarado dormiu conversando e confortando um ao outro.

Alex abriu os olhos e viu todos os brinquedos estavam funcionando perfeitamente, abriu um sorriso gigante e saiu correndo pelo parque vendo tudo brilhar e transmitir música, ao longe viu quatro figuras que conhecia muito bem.

- RICARDO! ALÊ!

Se jogou nós dois dando uma grande abraço, Matias pulava e latia ao redor dos três abraçados e Deglorificada flutuava feliz pra lá e pra cá.

- Alex

- Alexander!

- Que saudade de vocês, que saudades...tem tanta coisa que eu quero contar.

Todos os alter se sentaram no chão de terra do parque, e Alex atualizou os seus alters sobre muitas coisas, falou sobre os gaudérios, falou sobre o namoro de Bruno e Vic, falou da boate nova, falou sobre Thiago e Gon, sobre Cesar, falou e falou com um sorriso no rosto, falou até a boca ficar sem saliva, estava tão feliz...e agora era o momento mais difícil.

- A nossa filha não pode ficar conosco enquanto eu e o Arthur não formos legalmente casados.

- Sua filha Alex.

- o que?

- Alex você é o pai da Agatha, eu não, a Ale muito menos, o Matias é um cachorro e a deglorificada....

Ricardo olhou para o corpo pseudo decomposto todo torto pendendo pra um lado com as mãos pra frente se movimentando como um zumbi e piscou lentamente.

- A deglorificada e a deglorificada.

Não queria ofender a parceira de headspace.

- Vocês não amam a nossa filha?

- É claro que a gente ama Alex.

- Mas o pai dela é você, quem sempre quis ter filhos e você...eu nem sei como cuida de criança.

- Mas você cuidou de mim Ricardo...

- Alex...eu sou uma resposta do seu trauma, sou uma pessoa real mas só até aonde sua mente infantil compreendia o que um adulto era...

- Mas...você nunca deixou eu surtar...nem me deixou sozinho...

- Eu consigo canalizar sua agressividade pra mim, mas só se você permitir...todas as vezes que você foi genuinamente "mal" estava sozinho...como o cara que fazia bullying com o Cesar na escola e também os caras que tentaram sequestrar o Cesar em vegas ou na sua briga com o Joui, você sempre esteve no controle do sistema...um cérebro como o seu não é qualquer coisa.

- o-o que isso quer dizer?

- Precisamos descansar de verdade Alex... dormir por um longo tempo...

- longo? Longo quanto? Um mês? 2?

- Anos... Alexander...

- Não! Não! Eu não quero isso! Eu não quero ficar sozinho.

- Calma Alex, não vamos desaparecer bonitão! Sempre vamos estar na sua cabeça, só vamos sair menos.

- mas e o nosso casamento? Eu quero que vocês estejam lá!

- Vamos assistir...

- Não! Não era pra ser assim...vocês tem que me ajudar a planejar, tem que estar comigo quando eu entrar na igreja! Não amam o Arthur? Não querem ficar com ele?

- é lógico que amamos o Arthur, e por isso mesmo que vamos realmente descansar...

- Eu não entendo...por que vocês querem ficar dormindo?

- Já tiramos muito de você...

- não tiraram nada de mim! Sempre me ajudaram! Vocês tem vida e eu quero que vocês vivam.

Ricardo olhou para os outros alters e todos sorriram, no caso Matias abanou o rabinho e sinceramente deglorificada estava fazendo algo que Ricardo interpretou como sorriso mas não tinha certeza.

- Você também tem que viver Alex...

- Vocês nunca me impediram de viver!

- Não chore Alex...já deu meia noite...e nosso aniversário...

- Mas...mas...

- Finalmente alguém e grato pela nossa existência Alex, estamos felizes...

- A propósito desculpa ter assumido o corpo quando você era professor, me arrependo muito! A propósito ainda não sei nada sobre o império otomano..

- Ale...

- É verdade ué!

Alex e Ricardo riram um pouco disso, Matias pulou no colo de Alex e deu vários lambeijos nele muito feliz, seu primeiro alters, aquele que escondeu todo seu sofrimento e lhe fez companhia nas noites frias e na fome, o primeiro alívio que teve em toda sua vida.

- por favor não me deixem...

- Não vamos te deixar, só vamos descansar um pouco...

- Quando vou ver vocês outra vez?

- vamos assistir o casamento...e eu sei o que você é o Nosso tampinha vão aprontar!

Alex ficou vermelho e se levantou com Matias no colo, deglorificada começou a flutuar e ficou atrás de Alex o abraçando por trás, seu segundo alter, aquele que aguentou toda sua dor física e emocional, aquela que assumia todas as suas dores e sofrimento.

- Não se preocupe, se precisar de nós estaremos aqui, mas não acho que vá precisar por um bom tempo, não com o marido que encontrou.

Seu terceiro alter, aquele que assumiu a culpa das coisas ruins que fazia, aquele que cuidava pra que ele não se machucasse mais, tanto emocional como psicológica e fisicamente.

- nada de tristeza e nosso aniversário! Vamos comer muitos doces e brincar com as pessoas que amamos.

Seu quarto alter, aquela com quem dividiu suas alegrias e tristezas, aquela que o fazia sorrir e ver o lado bom das coisas e que cresceu com ele lado a lado.

Ricardo e Ale se aproximaram de Alex sorrindo mas era possível ver as olheiras e o cansaço em ambos.

- Feliz aniversário Alex...tá na hora de acordar

- Eu não quero deixar vocês

- não vai nos deixar...pode ir...estaremos aqui sempre que precisar...

As luzes do parque começaram a se apagar como se ele fosse fechar para a próxima atração, os brinquedos foram parando e a música também, Alex se lembrou de algo importante.

- o Arthur vai matar a Elisse...

Todos ficaram visivelmente surpresos, mas estavam bem em paz com essa informação, Ale riu.

- Quando éramos crianças sempre vimos o príncipe encantado matando a bruxa má no fim da história...acho que é a nossa vez de ter um final feliz.

Alex fez um carinho em Matias que pulou do seu colo pro chão, em um piscar de olhos Alex estava perto do portão de saída.

- Precisamos descansar Alex...você vai ter uma baita dor de cabeça quando acordar.

- Não esqueça de tomar os seus remédios certinho.

- Tá bom...

Ale se virou e Alex pode ver ela com uma vaquinha na mão e seu cobertor ditando no carrossel e então dormindo.

- Se precisar e só chamar...

Ricardo também com uma vaquinha pegou seu cobertor e deitou no primeiro banco da montanha russa e dormiu.

- ETYhsslbdGhonsshAHDLLNegml

(Não precisa se machucar mais) deglorificada virou flutuando e entrou na casa dos espelhos e deitando na sua pilha de vaquinhas adormecendo.

Matias abanou o rabinho e latiu várias vezes fazendo truques e charme para Alex rir, funcionou um pouco.

- Au au au au auuuuuu.

(Suas memórias são suas) Matias pegou uma vaquinha com a boca e saiu correndo para a sala de segurança, deitou na cadeira e dormiu.

"Se precisar é só chamar! Nos vemos em breve no seus sonhos"

A voz dos quatro ecoou dolorosamente na cabeça de Alex e ele acordou puxando o ar morrendo de dor de cabeça, colocou a mão na sua cicatriz na cabeça sentindo latejar terrivelmente.

- Alex? Alex o que aconteceu?

Arthur segurou o rosto do marido entre suas mãos extremamente apavorado com o movimento de supetão que ele tinha feito.

Alex foi regulando sua respiração e olhou para Arthur todo preocupado com ele e achou que o coração iria explodir dentro do peito, hoje era seu aniversário mas seu presente já estava com ele a um ano.

- Eu...tive um pesadelo....

Arthur sabia que seus alters estavam em dormência, e isso não tinha mudado...a diferença é que agora eles estavam em sono profundo.

A face de Arthur se suavizou e se sentiu abraçado e todo o seu medo desapareceu, realmente não mais estava sozinho.

Tomaram banho juntos rapidinho para não atrapalhar os horários de Chris mas tinha uma surpresa muito foda esperando na sala.

Thiago pegou Jasper e colocou no tecido do Canguru e amarrou bem nele a bebê nem se mexeu estava completamente apagada depois da mamadeira.

- Cariño só duas mamadeiras da? A gente não sabe quanto tempo vai ficar lá.

- A Mari tá lá, na emergência a gente pede ajuda, sem contar que tem fórmula ainda na casa do tio chris.

Thiago se olhou no espelho com a bebê no colo e sorriu, "era assim que o senhor se sentia papai?" Passou a mão no cabelinho preto cacheado e viu a filha sorrir, a vida podia ser muito boa.

Joui olhava o embrulho com o cachecol empolgado, Daniel por outro lado olhava pela janela pensativo, era o primeiro aniversário de Alex que ele realmente comemorava, por 2 anos ignorou aquela data e agora se arrependia muito profundamente.

- se arrependimento matasse...

- Nii-san?

- A...sim Joui?

- Você ainda gosta do A-chan... não é?

Daniel ficou extremamente vermelho e virou o rosto pra janela tentando disfarçar a timidez que veio sobre ele aleatoriamente, Joui levou isso como resposta.

- eu entendo você meu irmão...ele é bastante avassalador...nenhum dos amigos que eu tive, me tratou dessa maneira, eu como se eu fosse envolvido por todo o carinho do mundo.

- Eu devia ter dado uma chance...

- mas não foi assim que aconteceu...

- Eu me sinto tão idiota agindo dessa forma, fantasiando como teria sido, e sentindo inveja do Arthur.

- Ainda sim, eu tô muito feliz em ver o A-chan feliz e um sentimento que eu nunca tinha tido.

- é confuso...

- Mais meu irmão...você tem um caminho aberto pela frente... literalmente 3 opções...

Daniel ficou ainda mais vermelho.

- Não é tão fácil quanto parece.

- Eu sei...

- Como o Arthur conseguiu lidar com vocês? Eu tô quase enlouquecendo...

- Talvez fosse melhor perguntar isso pra ele.

Daniel suspirou e continuou olhando pela janela, precisava colocar seus pensamentos no lugar.

Laura estava nervosa, Pedro brincava tranquilo no banco de trás enquanto liz dirigia, no colo da morena o presente que Alex tá tanto queria.

- tem certeza que tá tudo bem eu aparecer lá assim do nada?

- Tenho certeza que o Alex vai adorar te ver lá.

- Mas nem presente eu tô levando...

- Ele não liga pra essas coisas.

- Aí Liz...eu fico tão sem graça nessas situações.

- Fica tranquila minha linda, você vai agraciar a festa...Pedro não pode correr lá viu, tem um monte lugar que faz dodói.

- Tá bom mamãe.

Liz quase derrapou o carro em completo desespero ouvindo Pedro falar daquele jeito sem nem ao menos se tocar do que tinha dito, o coração de Liz era fraco demais pra isso, Laura caiu na gargalhada.

Pra infelicidade dos gaudérios todo mundo foi no cavaleiro Ivan teve que ir no porta malas mas eles já estavam acostumados com passar aperto naquele carro.

Hector estava passando muito mal de cansado, mia e Samuel até tentaram muito mesmo convencer ele de ir ver Alex mas o cansaço estava falando muito mais alto, pra sua infelicidade desconfiava que estava ficando doente, olhou os filhos e os sobrinhos, as Leore e Artemis junto com Yuki, Maxine e Dominic na sala com Balu, Letícia e Mark e voltou pro quarto tremendo um pouco, ligaria para dar parabéns a Alexander depois.

Bruno deu um beijinho no pai e saiu na sua moto, queria que Walter viesse junto mas levando em consideração como ele estava tinha certeza que ele ficaria doente.

Jhonny e Rubens estavam empolgados, especialmente o baixinho, junto com o presente de Alex ele também tinha um presente para Christopher.

Tristan olhou Fernando e Luciano no banco de trás enquanto Erin pulava entrava no banco da frente, aquilo seria extremamente divertido de se ver, Fernando abraçava seu violão completamente empolgado para cantar alguma coisa no aniversário do irmão mais novo.

- Acha que deveríamos chamar eles?

- Não sei...seria bom? Nos todos crescemos juntos afinal.

Os pequenos Portinari questionavam se deveriam chamar seus irmãos mais velhos sim ou não, tinham medo da reação das outras pessoas vendo eles e honestamente também não se sentiam confortáveis com essa situação.

- Eles também merecem de divertir um pouco.

- é...tem razão...

Dante pegou o celular e usando o aplicativo da ordem, já que não tinha o número dos irmãos, convidou eles para a festa surpresa de Alexander.

Brulio e Chris tinham cozinhando tudo com muito carinho e amor, Chris fez as versões alternativas para Erin não perder nada da experiência, sabia que ela também gostava de doces e como ainda consumia ovos e leite foi mais fácil fazer as coisas pra ela, por segurança fez algumas coisas com frutas e e cacau também.

As pessoas foram chegando em silêncio bem cedo, percebeu que Hector e Walter não apareceram e isso já ligou sua preocupação a mil, iria ver como eles estavam em breve.

Alex sempre acordou muito cedo, desde pequeno então assim que Arthur abriu a porta as 7:40 da manhã tava todo mundo já esperando os dois, Alex colocou o pé pra fora do quarto e ouviu um grande "SURPRESA" coletivo, primeiro tomou um pequeno susto mas então olhou para Arthur e então para as pessoas que tanto amava, a mesa linda de café da manhã e seu pai e Brulio pareciam orgulhosos de tudo aquilo, estava sem palavras.

Os últimos a chegar foram Kennan e Miguel mas isso não incomodou Alex até porque estava muito ocupado abraçando e agradecendo todos os presentes.

- Você disse que não iríamos comemorar o meu aniversário...

- Desculpa grandão eu não resisti...

Alex riu abrindo o presente coletivo dos gaudérios e ficou de boca aberta quase babando e super empolgado, abraçou a jaqueta te couro sintético e só faltou dar cambalhotas de alegria, sentiu uma mão grande na sua cabeça e Brulio sorriu na sua direção.

- Bem vindo aos gaudérios abutres guri.

Foi abraçado pelo sogro quase as prantos, aquilo era muito importante para Arthur, ter o seu marido aceito na gangue era tudo que sempre tinha sonhado.

Os 6 Veríssimos deram presentes bem Veríssimos, Samuel um hq de luxo da força G, Mia Uma action figure de Power Rangers, Laysla uma jaqueta, Oliveira um soco inglês (???), Jiro um bastão de baseball e Naomi um fone de ouvido.

Thiago e Gonzalez deram uma coisa muito diferente do que Alex poderia imaginar, como Thiago agora era presidente dos Studio Fritz ele tinha literalmente uma canal de tv sobre seu controle e belprazer, o presente de Thiago e Gonzalez...foi uma maratona de Power Rangers nesse canal, Christopher se arrependeu de ter soltado todo esse poder aleatoriamente na mão de Thiago.

As Leore apareceram com um caminhão frigorífico cheio de carne e honestamente Alex não sabia o que fazer com tudo aquilo de carne então escolheu doar.

Artemis lhe deu um espaço na revista que agora ela controlava e Alex sabia exatamente como usar esse espaço.

Os obscurite lhe deram quadros e pinturas e Yuki falou que se quisesse ele faria uma tatuagem em Alex na faixa, a cachola de Alex maquinou horrores.

Balu lhe deu uma vara de pescar junto com um convite para tal, Alex ficou pensando na vergonha que ia passar, mas seria divertido.

Rubens lhe deu uma pistola personalizada e Jhonny 20 cartuchos com balas personalizadas...todos ficaram em silêncio por alguns segundos olhando a arma na mesa junto com os outros presente... porém nada se comparava com Letícia abrindo um kit de facas toda orgulhosa, ela tinha escolhido cada uma daquelas facas a dedo e personalizado ela mesma, inclusive feito algumas com a ajuda de Rubens.

Tristan deu um helicóptero pro rapaz e a cara de questão de todo mundo foi bem óbvia, decidiu ignorar isso.

Erin lhe deu uma granada caseira, ela falou que pra ativar seria necessário a digitar de Alex e todos ficaram visivelmente aliviados com essa informação.

Miguel deu luvas de box e Kennan contratou um show de fogos de artifício para a noite, esses extra especiais porque não faziam barulho então ele e Erin não problema com o barulho repentino.

Bea deu um boque lindo para Alex e Dante que conhecia muito bem o mais novo lhe deu um livro de romance, Gal e Leo tinham sido convidados de última hora então deram dinheiro mesmo.

Em meio a tantos presentes incríveis Joui e Daniel se sentiram meio mal, meio deslocados, Daniel tinha um objetivo no entanto, subir a escada...da última vez que esteve no apartamento de Chris com tantas pessoas ao mesmo tempo a mãe de Alex apareceu e destruiu qualquer felicidades que poderia sentir, Alex correu por aquela escada e ele não pode correr atrás, enquanto todos estavam conversando e comendo, inclusive Daniel tinha com muito gosto feito vários cupcakes para o café da manhã, e recebeu elogios de Brulio e Chris ficou muito feliz com isso.

Daniel olha a escada como se ela fosse seu maior inimigo, apertou os encaixes das muletas canadense e respirou fundo dando o primeiro passo em direção ao primeiro degrau.

- Daniel?

- Meus deuses!

Alex apareceu segurando seu quadro sorrindo, pintou com muito carinho uma imagem de Alex sorrindo com um um tom de amarelo lindo onde ele parecia um grande sol, inclusive a ideia foi de Arthur e Cesar, era um desenho muito bonito feito em uma aquarela tão delicada e graciosa que poderia ser vendida por um bom dinheiro.

- Muito obrigado pelo retrato! Eu amei muito, você sabia que meu irmão e meu pai me chamam de sunshine? Eu adorei.

O motivo dele querer subir a escada estava bem na sua frente, mas infelizmente não estava ao seu alcance, o sorriso dele realmente parecia um raio de sol e sentia o quão genuínas eram suas palavras, respirou fundo engolindo seus sentimentos não por vergonha ou algo negativo, mas porque finalmente sentiu que tinha perdido, Alex o via como amigo e nada mais, e se fosse pra ser assim, seria um bom amigo.

Mesmo estando com as muletas canadense e mostrando seus 1,69 de altura ele ainda tinha que olhar pra cima para ver os gentis olhos vermelhos, tinha uma coisa que sempre teve vontade de fazer.

Se aproximou o máximo que pode de Alex e se apoiou com dificuldade em uma única muleta esticando uma das mãos, a princípio Alex não entendeu mas a mão calejada na sua cabeça fazendo um carinho abriu um sorrisão, Daniel sorriu junto.

- Feliz aniversário Alexander!

E Alex abraçou Daniel como se ele fosse feito de travesseiros, Daniel retribuiu o abraço de forma calorosa, mas ainda queria subir e descer aquela escada, dessa vez por ele mesmo.

Daniel e Alex ficaram conversando um pouco enquanto Joui parecia um filhote de lulu da Pomerânia todo empolgado com Yuki e dizendo o quanto os olhos dela eram lindos e o quanto era legal as tatuagens dela e que queria uma tatuagem também mas não tinha coragem.

Alex apareceu com Daniel por trás de Joui e o abraçou e encheu de muitos beijos na bochecha deixando os obscurite meio sem graça e olhando para Arthur, joui virou um tomate e começou a se explicar.

- Não é nada disso que vocês estão pensando!

- Hyung, Hyung...meu Hyung!

Enquanto falava isso Alex balançava pra lá e pra cá balançando Joui também.

- A-chan as pessoas podem entender errado!

- Mas eu quero abraçar o meu melhor amigo!

E Alex disse isso dando um beijinho estalado na bochecha de Joui com um sorriso de orelha a orelha, isso pareceu tranquilizar os franceses, Dominic tava quase indo chamar Arthur por causa do seu desespero.

Morrendo de vergonha Joui arrastou Alex pra perto da picina onde Laura e Miguel pareciam conversar enquanto Pedro brincava/conversava com as plantinhas de chris.

- A-chan....eu sei que comparado a tudo que você ganhou isso não é nada...mas...você lembra da nossa conversa sobre o fio vermelho que une as pessoas?

- Lembro sim por que?

Joui timidamente abriu seu saquinho de presente e tirou um cachecol meio tortinha tricotado a mão por ele, Alex ficou curioso.

- Eu quero ser ligado a você pra sempre, sempre, sempre e sempre, você é meu melhor amigo e eu te amo, por isso eu fiz esse cachecol pra você... vermelho como o fio do destino que nos liga.

Os olhos de Alex brilharam e ele abraçou Joui com muito carinho e abaixou a cabeça um pouquinho e o asiático colocou o cachecol nele.

- obrigado Joui, esse é um dos presentes mais preciosos que eu já recebi na vida.

E novamente se abraçaram, o modo Yandere do joui ligou e ele fez um voto naquele momento, "eu nunca vou deixar ninguém te deixar triste ou magoar, e quem tentar tirar você de mim...eu vou matar, eu vou cuidar de você a-chan, pra que você possa ter seu felizes para sempre"

- Joui...

- Sim?

- Quando você vai casar com meu irmão pra virar meu Brother in law?

- Ca-cadar? Brother em o que?

- Irmão pela lei, cunhado basicamente, eu quero que você faça parte da minha família e tenha o nosso sobrenome aí ninguém vai separar a gente...sem contar que você gosta do meu irmão também.

Joui virou um pimentão e deu vários tapinhas em alex, tudo que o mais novo fez foi cair na risada.

Enquanto Joui e Alex estavam conversando várias coisas aconteciam uma delas foi Fernando e Luciano preparando o presente de aniversário de Alex, timidamente Fernando se sentou no sofá com seu violão e começou a tocar " O Limbo do Menino Sem Olhos - Kamaitachi" quando percebeu que Fernando ia tocar entrou pra assistir e Chris, Cesar e Arthur ficaram ao seu lado

"Atravessando o mar com uma

Mutirão de pessoa comuns

Uma moeda pra entrar

Nesse mar onde não pode nadar

Eu procuro alguém do meu sangue

Se perdeu? Eu te acho

Eu procuro alguém do meu sangue

Se perdeu? Eu te trago pro meu barco

Atravessando o mar com uma

Mutirão de fantasmas

Eu sou só uma alma penada que brotou pra cá

Te procuro no raso do mar

Na beira da praia

Se perdeu, eu te arrasto pro mar

Pra dentro do meu barco

Sou só um menino sem olhos

Procurando você, ó Anabel

O Caronte levou o meu horizonte

O Caronte levou o meu horizonte

Horizonte

Atravessando o mar com uma

Mutirão de pessoa comuns

Uma moeda pra entrar

Nesse mar onde não pode nadar

Eu procuro alguém do meu sangue

Se perdeu? Eu te acho

Eu procuro alguém do meu sangue

Se perdeu? Eu te trago pro meu barco

Atravessando o mar com uma

Mutirão de fantasmas

Eu sou só uma alma penada que brotou pra cá

Te procuro no raso do mar

Na beira da praia

Se perdeu, eu te arrasto pro mar

Pra dentro do meu barco

Sou só um menino sem olhos

Procurando você, ó Anabel

O Caronte levou o meu horizonte

O Caronte levou o meu horizonte"

Os olhos dos dois sempre foi aquilo que ligou ambos, era impossível não ver a semelhança entre eles, mas ainda sim eles continuavam a ser tão diferentes, mas ainda... irmãos...Alex assistiu a performance segurando a mão de Cesar, ele amava seus irmãos.

Gal e Leo observavam Lilian e Gaspar conversando com as irmãs Leore e também com os gaudérios, eles estavam atrás do balcão da cozinha um pouco perto da comida, Murilo segurou a mão de Dante de forma bem inocente e Gal arregalou os olhos iguais aquele baixinho do meme e Leo quase morre engasgando.

- Ele tá?

- Não! Não pode ser! Meu bebê! 

Murilo queria mais suco então foi pegar mais e num piscar de olhos Gal apareceu na frente dele quase o fazendo infartar e derrubar o suco.

- Tá louco homi? Quer dizer... não sei se tu se indentifica como homem, se não se identifica desculpa.

- Eu sou não binare... obrigado pela consideração...

Murilo pareceu feliz por algum motivo ficou feliz, Gal não entendeu, mas Murilo estava feliz por não ter magoado ele e ter percebido que ele era trans de alguma forma, ia perguntar o que Gal queria quando ele mesmo disparou.

- Você é namorado do meu Gaspar?

Murilo começou a ficar vermelho.

- E-Eu...na-namo..rado d-do Dante? Eu? Eu? Com o Dante? Eu?

É foi ficando mais vermelho.

- Eeeeeee Murilo? Você tá bem?

- Eu e o Dante? Eu...com um anjo como Dante? Ele é tão lindo! Parece um elfo! Tão perfeito..

- Murilo???

E ele ficou ainda mais vermelho.

- Eu e o Dante? Como eu posso? Como eu poderia? 

Murilo tinha dado erro.

- Então....vocês não estão juntos?

- eu e o Dante? Eu e o Dante?

- Gal você quebrou ele..

- ele que quebrou sozinho!

- O que tá acontecendo?

- Gaspar...

- Tu é tão lindo como eu poderia chegar ao seus pés!

E Murilo fugiu na direção de Marcelo que estava extremamente confuso conversando com Jiro e Olívia, já os irmãos Portinari ficaram visivelmente confusos e Dante particularmente bravo.

- o que vocês falaram pro pobre do Murilo?

Nenhum dos dois teve coragem de responder e Dante abaixou a cabeça triste, fez o gesto de não e voltou para a conversa com os amigos.

- Nossa mais vocês não dão uma dentro em.

Erin pegou o último pedaço da Pavlova e fez uma carinha feliz comendo o doce, Leo no entanto foi atrás de Dante pra tentar se explicar, Gal estava se sentindo muito culpado pra fazer isso.

Erin ficou com a colher na boca por um tempo aproveitando o sabor das frutas cítricas, seus tios tinham garantido que era tudo natural e sem sofrimento animal pra ela poder aproveitar.

- Alguém já falou que você é muito inconveniente as vezes Erin?

- Direto!

- E você não pegou a dica?

- E você não percebeu que fazendo essas coisas vai só afastar a Lili e o Gaspar de vocês?

- não sabe de nada da nossa situação! Não tem direito de falar!

- A Bea é a minha melhor amiga lembra? Que eu saiba quem tem problema de memória sou eu, não você...

Gal abaixou a cabeça se sentindo triste e um tanto quanto derrotado, Erin pegou outro pedaço da Pavlova e levou a boca feliz.

- Eu não sei o que fazer...se eu pudesse volta no tempo...se eu pudesse...

- o que tá no passado não muda Júnior, ou melhor Gal, você pode ter mudado seu nome...mas as cicatrizes no corpo da Lili e do Gaspar continuam, Gal ou júnior...pra eles não importa quem você é agora, eles ainda tem medo, mas não medo de você machucar eles fisicamente...eles tem medo de serem abandonados outra vez.

Gal olhou para as próprias mãos e segurou o choro, sentia uma faca no seu coração e doía tanto que era avassalador precisava sair dali o mais rápido possível.

- Gal? Gal onde você vai? Merda! Por que você não fica de bico fechado Erin?

Gal saiu do apartamento, como era só um por andar Gal podia chorar que ninguém iria ver, Erin estava certa, precisava de um tempo! Sentiu as lágrimas escorrendo e tentou ao máximo não demonstrar mesmo que não tivesse ninguém ali que estava bem, que estava firme e forte, infelizmente uma mentira, no entanto o vizinho provavelmente ouvindo a zona que Chris estava fazendo decidiu fazer uma represaria ligando o YouTube no aleatório e aumentando no máximo, ele não sabia que as pessoas lá dentro falavam mais alto que qualquer som potente, independente disso ele colocou: " hostage- billie eilish" pra tocar.

Achou que estava sozinho para chorar mais quando olhou pra trás Erin estava lá ainda com um pedaço de Pavlova no pratinho de plástico, ela se aproximou lentamente dele com uma carinha de arrependida.

- Gal?

- Você tá certa!

Erin ficou em choque e se aproximou devagar, pegou o último pedaço de Pavlova e ofereceu para Gal, ele deu uma risadinha e abriu a boca sentindo o doce se espalhar pelo seu paladar.

- desculpa me meter no que não é do minha alçada...

- Não precisa ser tão formal Erin...

Silêncio...

- Eu queria ficar sozinho um pouco...

- Tá...eu vou entrar...

- não, espera...eu quero ficar sozinho...com você aqui...assim eu não choro...

Gal segurou o pulso de Erin com delicadeza, Erin olhou pra trás vendo os cabelos negros e cumpridos e aqueles terríveis e profundos olhos azuis.

- tá...eu fico com você...

"I wanna be alone

Alone with you, does that make sense?

I wanna steal your soul

And hide you in my treasure chest

I don't know what to do

To do with your kiss on my neck

I don't know what feels true

But this feels right so stay a sec

Yeah, you feel right so stay a sec

And let me crawl inside your veins

I'll build a wall, give you a ball and chain

It's not like me to be so mean

You're all I wanted

Just let me hold you like a hostage"

Não ia mentir aquele silêncio era meio desconfortável principalmente pra ela que era super animada e ativa, porém seu maior desespero eram aqueles olhos azuis, nunca tinha visto um azul tão intenso e profundo.

- o que foi?

- Seus olhos são muito lindos...

- os seus também são lindos, e um verde oliva bem terroso.

- Os seus olhos parecem o céu...ou talvez um oceano completamente cristalino.

Gal ficou vermelho.

- Se eu fosse loiro ia ser mais bonito, esse cabelo escu-

- Eu te acho bonito do jeito que você é...

Não tinha como negar que ele e Beatrice eram irmãos até o tique de enrolar o cabelo era igual, ele também ficava vermelho na mesma intensidade que Dante, essas semelhanças eram adoráveis, já fazer o mesmo que fazia com Bea só pra provocar mais vermelhidão no mais velho.

Pegou um pouco de cabelo e colocou atrás da orelha vendo os inúmeros pircings e a tatuagem no pescoço, era bonitinho colocou o dedo por cima do desenho.

- É muito bonita... doeu pra fazer?

Gal estava visivelmente frustrado e muito vermelho, Erin riu e o coração de Gal acelerou de forma considerável, "billie eilish - ocean eyes" começou a tocar.

- Suas tatuagens combinam com seus olhos.

Erin se aproximou mais e a vermelhidão do mais velho aumentou intensamente.

- Valeu Erin

- Também gosto do piercing na sua sobrancelha.

Erguendo a mão para tocar o rosto do moreno Erin sentiu seu pulso sendo segurando novamente e dessa vez foi puxada pra bem perto do mais velho, a mão dele na sua cintura e olhos azuis lhe encarando determinado.

- Não te ensinaram a não mexer com gente mais velha assim?

- Você não me assusta, na verdade...

Segurou a cintura de Gal com a mão livre e com uma das pernas deu uma rasteira no mais velho o segurando para ele não cair no chão.

- ...você que deveria ter medo de mim...

E como se estivessem dançando a ruiva puxou o moreno pra cima olhando pra ele de forma sapeca e vitoriosa, Gal também sorriu com a brincadeira.

- Obrigado por me fazer sorrir.

- Você fica lindo sorrindo.

Três segundos encarando aqueles olhos azuis, e simplesmente abaixou toda sua guarda, o moreno se aproximou lentamente, o que era muito incomum pra ele já que ele tinha velocidade, era como se esperasse Erin fugir, mas ela não fugiu...na verdade foi ao encontro daquele oceano.

Fazia muuuuuito tempo que Gal não beijava ninguém, talvez uns 8 anos sem brincadeira, tinha até esquecido como a boca de outra pessoa podia ser macia, enfiou os dedos dentro dos cabelos ruivos e aprofundou o beijo sendo respondido com entusiasmo, as costas dele deram com a parede e sentia a língua dela dançando gostoso dentro da sua boca, dois podiam jogar esse jogo.

Geovanni tinha um fetiche, ele gostava/gosta muito de sexo oral, então uma coisa que sempre procuro, foram mulheres com algumas habilidades na língua e na garganta, e quando se faz filhos com essas mulheres geralmente a genética passa, no caso de Gal a língua dele era mais cumprida e se movimentava levemente diferente da de outras pessoas, cometeu um erro mostrando essa habilidade para Erin.

Quando a língua de Gal começou a se movimentar a primeira coisa que fez foi abrir os olhos levemente, se ele achou que aquilo ia fazer ela parar de beijar ele estava completamente enganado.

O piercing na língua era uma sensação interessante também tudo naquele beijo era diferente queria mais, com delicadeza colocou a mão por dentro da blusa de Gal e quem entrou em Pânico foi ele parando o beijo e largando dela por completo.

- Erin?

- Não quer continuar?

- Eu... acho melhor eu entrar agora.

Gal podia ser rápido mais uma desvantagem era seu corpo magrinho e frágil como o de qualquer portador de velocidade, então quando tentou sair Erin só apertou sua cintura que ele quase desmaia de dor.

- Erin...

O gemido de dor fez um botão dentro da cabeça da ruiva girar, soltou o moreno que fugiu apavorado pra dentro do apartamento, Erin riu e se ajeitou melhor, queria ouvir Gal gemer seu nome de outro jeito.

Dentro do apartamento Miguel olhava aquele menininho fofo todo feliz brincando sobre o olhar atento da mãe.

- Pedro não arranca as plantas pelo amor de deus!

A Criança largou o pedaço de folha que ia arrancar e então pra mãe soltando e se entretendo com outras coisas.

- Você parece uma boa mãe...só tem ele?

- A! Oi sim só um e tá bom!

Os gaudérios assumiram o violão de Fernando e estavam tirando um som pesado, Miguel questionou como aquilo era possível num violão simples.

- Você gosta de metal?

Laura não entendeu, mas trabalhava com metalúrgica então respondeu de maneira bastante inocente.

- Sim, gosto de metal

Todos estavam se divertindo, Laura viu Liz puxar Alex para um canto e ficou insegura

- Tem filhos?

- oi?

- você tem filhos?

- ainda não... tão na barriga da mãe ainda...

- Aí que legal! Saudades da época deles nenê, é um tempo que não volta.

Miguel se sentiu muito mal, olhou Mari rindo com Letícia, Mia e Ivete e ficou se questionando em várias categorias.

- Na verdade estou muito inseguro em relação a ser pai... não tive um bom exemplo...

Laura respirou fundo e viu Pedro falando com outra florzinha, uma violeta muito bem cuidada e bonita.

- Todos temos inseguranças, de uma hora pra outra tinha uma vidinha em meus braços que iria depender de mim 24 horas por dia por no mínimo 2 anos, é assustador... principalmente quando não tem ninguém do seu lado.

Miguel sentiu uma onda de culpa terrível, queria ficar de joelhos e implorar pra Mari lhe dar mais uma chance, iria fazer certo agora, Laura continuou.

- Mas com o tempo o medo passa...nada e pra sempre, o chora acaba, e por incrível que pareça você vai sentir falta, as primeiras palavras vem e a personalidade deles começa a brilhar, eu não sou a mãe perfeita...mas eu sou a melhor mãe que posso ser pro meu filho.... PEDRO SAI DA BEIRADA DA PISCINA!

Laura deixo Miguel sozinho com seus pensamentos.

- Ser o melhor pai que eu posso ser é?

Daniel subiu as escadas! Estava feliz pra caralho, e exausto num nível surreal, precisava de sentar urgentemente, deu meia volta pra descer e pela sua visão periférica viu alguém o encarando de braços cruzados?

- o que tá fazendo aqui em cima?

- Posso fazer a mesma pergunta pra você Bea

- Eu basicamente cresci nessa casa, tenho livre acesso...já você chefinho querido...

- Eu só queria subir a escada como exercício de prática com a muleta canadense.

Bea era inteligente, se aproximou de Daniel e olhou bem fundo nos olho dele, já o ruivo tinha que desviar a atenção da pintadinha o mais sua mente estava em branco, como fazer a moça simplesmente esquecer dele subindo lá, ela se aproximou mais pra intimidar Daniel a falar, e Daniel fez algo que não imaginou que fosse capaz de fazer, roubou um selinho de Bea.

Se o toque durou talvez 3 segundos mais foi o suficiente pra Bea dar tela azul e ficar vermelha igual um tomate e Daniel fugiu sem olhar pra trás e também morrendo de vergonha.

Liz entregou o envelope para Alex que abriu com o maior cuidado, dentro um ultrassom com a imagem de um bebê minúsculo de quase 2 meses e fraquinho, Alex sorriu pra imagem e abraçou Liz.

- Obrigado Elizabeth...

- Feliz aniversário Alexander...

Alex fez carinho na imagem e guardou com o maior cuidado do mundo, tanto ele quanto Liz olhavam para o chão agora.

- Ela teria 2 anos agora...

- Não era pra ser Alex...

Alex riu pelo nariz.

- Sabe uma coisa engraçada...acho que eu realmente fui destinado a ser pai de uma pedra preciosa.

- Eu também percebi essa coincidência...

- A agatha teria sido uma excelente irmã mais velha pra nossa Pérola

- Não tenho dúvidas disso...e eu também sou mãe de uma pedra afinal... Pedro...

- Eu tô muito feliz por você Liz!

- Valeu Alex.

Alex escondeu o exame em uma gaveta e voltou pra festa com Liz, só não contava que Cesar precisaria entrar no escritório.

Balu e Mark conversavam em absoluta paz quando gregorio passou e balu abriu um sorriso que Mark conhecia bem.

- Então esse é o tal "coisa fofa"? Realmente muito fofo e pequenininho, dá pra usar ele de Fucktoy

- Ele e bem respondão, e nervosinho, do jeitinho que eu gosto...

- Devo te responder mais então pra você me dar bola?

Balu revirou os olhos e Mark e sorriu se divertindo enquanto balu foi em direção ao baixinho.

- Oi coisa fofa...

- A não...

- Não tá feliz em ficar um pouquinho comigo? Só nos dois?

A pressão do peito de balu sobre a suas costas lhe fez arrepiar, ele cheirava bem! E a abordagem dele era diferente de Hector, se sentia completamente envolvido pelo tamanho monstruoso do mineiro.

- Não...

- aí....como você mente mal coisa foda.

Recebeu um beijinho no topo da cabeça, balu definitivamente tinha uma abordagem mas carinhosa e envolvente.

- Se quiser deixar a solidão de lado por um tempo, sabe onde me encontrar.

Gregório estava cavando a própria cova, sem contar que Mark era do tipo ciúmento.

Arthur aproveitou a festa para falar para o resto do pessoal seu sobre seu plano de matar Elisse, os 6 Veríssimos estavam muito felizes com a notícia, Liz pareceu um pouco melancólico mas não parecia querer falar sobre isso, Thiago ficou radiante no mínimo afinal cuidou de Alex desde sempre, as leores pareciam compreender seus motivos, os obscurite também, Artemis sabia da história pelos altos mas concordou com Arthur e Bruno ofereceu ajuda, os seguranças só faltaram soltar fogos de alegria e balu parecia orgulhoso de sua decisão.

Tudo estava indo muito bem até Cesar aparecer completamente transtornado com o ultrassom de Liz na mão, mari ficou na frente do irmão mais velho segurando ele com força e chaqualhou pra ele se acalmar.

- Não faz isso com ela Cesar! É muita humilhação! Se você considera ela sua amiga fica de bico fechado e não faz escândalo.

Cesar respirou fundo tentando se acalmar mas não dava chamou todos os membros da boate antiga na Augusta pro seu quarto e pegou Liz pelo braço e veio arrastando ela sem fazer força mais muito perdido.

- Liz que porra e essa? Você tá grávida?

- Não Cesar olha a data! 

Cesar olhou a data de dois anos atrás e sentiu o coração dar uma aliviada, mas não mudava o fato dela ter estado grávida e todos na sala tinham chance de ser o pai, Thiago subiu com Daniel no colo e deixou Jasper com Gonzalez.

- Liz isso é muito sério...era...meu?

- Não Daniel, não era de nenhum de vocês...

- Mas liz-senpai se não era de um de nós de quem era?

Joui estava tão perdido e confuso, com medo também a ideia de Liz estar grávida dele lhe deu um tapa de realidade muito grande.

Thiago estava catatônico e em absoluto silêncio e pânico a ideia de ter engravidado Liz o fez ficar com uma terrível dor de cabeça e estômago, perdeu as contas de quantas vezes transou com ela sem camisinha.

- Não era nenhum de vocês e tudo que importa!

- como pode ter tanta certeza?

Cesar era o mais apavorado, a ideia dele fazer outro ser humano era seu maior pesadelo.

- Eu só sei Cesar!

- PUTA QUE PARIU ERA MEU PAI?

- MEU DEUS NÃO! QUE NOJO! AAAAAA

A porta se abriu revelando um Alex visivelmente frustrado e nervoso, Arthur vinha logo atrás também nada feliz, Alex marchou até o irmão mais velho pegando o exatamente da mão dele e conferindo se tava tudo bem com o papel e como estava sua expressão se suavizou consideravelmente, colocou o papel de volta no envelope e olhou pra Liz preocupado.

- Tá tudo bem?

- Tá sim Alex Valeu...

- Irmãozinho eu sei que é seu aniversário mas isso é muito sério...

- Eu sei Cesar...

- Então pode nos deixar a sós? Vai lá curtir sua festinha.

- Não, não posso ir curtir minha festa quando tá todo mundo aqui apontando o dedo na cara da Liz enchendo ela de perguntas quando eu tenho 50% de responsabilidade.

Silêncio...

- Nani?

- Não entendi

- Eu menos

- Sunshine?

- aí que inferno

- Alex não precisa fazer isso, já passou.

- E deixar você assumir toda responsabilidade? A filha e minha também, você não fez sozinha.

O silêncio que se seguiu foi assustador só foi quebrado por Cesar desmaiando. 

Thiago acudiu o melhor amigo e deitou ele na cama Daniel ficou na ponta ainda chocado olhando pra Alex extremamente confuso e perdido.

- Como isso aconteceu?

- Quer aulas de biologia agora Daniel?

- não Alex sério como isso aconteceu?

- a gente transou sem camisinha...

- onde tá esse bebê agora? Como a gente não percebeu a sua barriga crescer?

Silêncio, liz e Alex se olharam tristes.

- Eu perdi...eu não posso ter filhos...meu útero rejeitou a pérola

Thiago colocou a mão na boca de arrependendo profundamente de perguntar, Cesar acordou já ouvindo essa frase e se arrependeu imensamente de ter feito aquela reunião não era essa a sua intenção.

Depois disso ninguém quis fazer mais perguntas sobre e Alex guardou os exames no seu quarto onde ninguém poderia encontrar, o resto da festa foi bem fofa e tranquila.

Na manhã seguinte os Cohens estavam a mesa e Cesar estava extremamente vermelho de bravo.

- Por que não me contou?

- Porque você ia agir pior do que ontem Cesar...

- Eu sou sei irmão mais velho

- Eu te amo e respeito, mas você não tinha estrutura pra saber disso na época e honestamente não tem agora.

-Mas!?

- Quiet! Cesar seu irmão escondeu isso de você porque você não tem maturidade nem emocional pra lidar com esse assunto.

- mas pai...

- Se quiser fazer parte desses tópicos sérios comece a agir com adulto e assuma responsabilidades

Chris se levantou da mesa e foi alimentar seus ratos, mari olhou o irmão preocupada, mas as palavras de Chris fizeram o seu primogênito acordar pra vida.

🌸💮

Yome estava determinada a conquistar Jun de verdade, infelizmente ela e akemi tinham uma coisa em comum, acreditavam fielmente que iriam concertar homem merda com seu carisma e dedicação.

Jun não a tratava mal mas ainda sim a ignorava, e se tinha uma coisa indesejada pelo noivo se não fosse por Akemi estaria se sentindo muito sozinha, Tinha que mandar alguma coisa pra ela depois

- Yome-Dono....está pronta? Vamos nos atrasar 

Yome de olhou no espelho e sorriu, tinha que achar um jeito de conquistar o noivo

💮🌸

💉💚

Miriã tinha conseguido mapear cerca de 80% daquele hotel infernal, só mais um pouco e iria embora, porém tinha um pequeno e fofinho problema lhe seguindo para todo lado.

- Tia! Tia! Olha o meu desenho.

- Matheus agora não

Andou um pouco mais Matheus continuou atrás dela, parou na frente do escritório de Otto e ouviu uma voz masculina bem mais jovem, olhou pra dentro vendo o rapaz todo tatuado e cheio de cicatrizes e assim que olhou pro monitor ouviu.

- Acho que tem um rato ouvindo a gente...

O sangue de Miriã gelou, Matheus estava do seu lado e parecia assustado com o homem na tela, Otto olhou pra trás e Miriã olhou para Matheus fazendo o sinal de silêncio com o dedo, a cara de medo de Miriã fez Matheus ficar com medo também.

De uma vez Otto abriu a porta de forma violenta vendo Matheus e Miriã esperando, Otto pareceu extremamente bravo e Matheus percebeu, ela sabia o que ia acontecer e tinha que intervir.

- Papai olha o desenho que eu fiz.

Otto olhou pra baixo e sorriu olhando para o filho e então olhando pra Miriã novamente.

- Se sabe o que é bom pra você, volta pro seu quarto.

Miriã balançou a cabeça em sim bem rápido e Otto voltou pra dentro pra falar com o moço chamado Henri, olhando pra baixo Miriã pensou: "Você é muito nova pra sofrer com isso"

💚💉

🕸️☠️ Assombrados 🕸️☠️

Completamente destruído Rodolfo levantou da cama de Guilherme sentindo cada osso estalar de forma dolorosa.

- Tô muito velho pra isso.

Levantou com dificuldade vendo as três camisinhas no chão e se perguntou mentalmente como ele aguentou tudo aquilo de uma vez.

Rodolfo foi ao banheiro lavando o rosto, talvez fosse melhor vender sua casa em carpazinha...mas se fizesse isso não teria pra onde voltar depois...

Rodolfo tinha um bom dinheiro, mas era um bom dinheiro pra viver em cidade pequena não em SP, estaria mentindo se não dissesse que não estava com saudades de casa e da sua cidadezinha.

Lavou o rosto e sentiu um abraço por trás e tremeu dos pés a cabeça, um beijo no pescoço e o calor do corpo tão mais jovem.

- Fica mais um pouco...

- Não posso Guilherme...

O negro bufou e apertou o abraço olhando Rodolfo pelo espelho, começou a dar beijos na nuca do gaúcho e olhar para ele atravéz do espelho, Rodolfo arrepiou.

- Fica mais um pouco...

- Aham... Guilherme por favor....

O celular de Rodolfo tocou e o nome "Raphinha 🕸️☠️" apareceu na tela e ele atendeu sem se importar muito até ouvir uma gritaria.

- RAPHAEL O QUE TA ACONTECENDO???

- SEU RODOLFO VEM PRA CASA POR FAVOR!

☠️🕸️ Assombrados ☠️🕸️

Dia 3 de setembro.

Arthur, Alex, Cesar e Mari iam em um carro dirigindo por Christopher até a penitenciária feminina no interior de São Paulo no rádio " russian roulette - rihanna"

"Take a breath, take it deep

Calm yourself, he says to me

If you play, you play for keeps

Take the gun, and count to three

I'm sweating now, I'm moving slow

No time to think, my turn to go

And you can see my heart, beating

You can see it through my chest

Said I'm terrified but I'm not leaving

I know that I must pass this test

So just pull the trigger (trigger, trigger, trigger...)

Say a prayer, to yourself

He says, close your eyes, sometimes it helps

And then I get, a scary thought

That he's here, means he's never lost

And you can see my heart, beating

Now you can see it through my chest

Said I'm terrified but I'm not leaving

I know that I must pass this test

So just pull the trigger

As my life flashes before my eyes

I'm wondering will I, ever see another sunrise?

So many won't get the chance to say goodbye

But it's too late to think of the value of my life

And you can see my heart, beating

Now you can see it through my chest

Said I'm terrified but I'm not leaving, no!

I know that I must pass this test

And you can see my heart, beating

Oh, you can see it through my chest

That I'm terrified but I'm not leaving, no!

I know that I must pass this test

So just pull the trigger (trigger, trigger, trigger...)"

Assim que Chris estacionou algumas guardas se aproximaram e o cumprimentaram e olharam dentro do carro, Mari estourando de grávida nem foi encostada, Cesar fez cara de nojinho enquanto era revistado, Alex fez tudo bonitinho e Arthur percebeu as guardas comentando sobre a aparência do marido e não ficou nada feliz, Arthur já tinha levado uns enquadro na adolescência então tinha experiência em ser revistado.

Não passaram pelo detector de metais porque todos já sabiam o motivo de estarem ali.

- Não se preocupe Arthur...20 minutos antes vai acontecer uma rebelião e fuga do presídio, Elisse vai ser encontrada morta quando a rebelião acabar.

- Obrigado seu Chris...

- Eu vou estar com você o tempo todo menino...se você não conseguir...e só me entregar a sua arma...

- Sim senhor...

Andaram até um corredor, Alex trazia uma sacolinha da Americanas com ele alguns doces que sabia que Elisse gostava um maço de Malboro e umas cervejas, era o máximo que tinha conseguido.

Elisse entrou na sala primeiro e ela estava magra e com algumas firidinhas pelo corpo, grandes olheiras no rosto e claramente muito mal de saúde.

- Boa tarde Elisse

- DESGRAÇADO MALDITO ME DEIXOU AQUI

Chris riu da raiva da mulher, era a última vez que se veriam de qualquer forma deixaria ela extravasar toda sua raiva.

- Desculpa querida eu te esqueci...

Silêncio.

- o que?

- I forgot you aconteceu tanta coisa que eu achei te esquecendo.

- o que pode ser MAIS IMPORTANTE DO QUE EU??!!

- olha muita coisa...tipo....minha rata teve filhotes eu achava que era macho mas não era agora eu tenho vários ratinhos fofos...

Elisse piscou lentamente tentando entender se tinha ouvido aquilo mesmo.

- Você tá dizendo que ratos são mais importantes que eu?

- Exatamente isso que estou falando...

- você enlouqueceu de vez?

- Nah só não ligo mais...

Chris jogou o cabelo pra trás colocou seu óculos escuros indo se encostar numa parede, Mari e Cesar entraram na sala.

- Minha nossa.

Elisse honestamente se assustou com o tamanho de Mari, estava assustador e Mari já andava feito uma patinha e Cesar lhe dava assistência para se sentar.

- O que aconteceu com você?

- Tô grávida...

- De um elefante?

- São gêmeas.

Elisse fez uma cara de quem entendeu mas ainda julgava Mari muito seriamente.

- Você sabe que acabou sua vida né?

- Minhas filhas são tudo que eu sempre quis, eu sou mãe Elisse e eu tô muito feliz...

Elisse olhou pra barriga de Mari e soltou um risinho maldoso e debochado, era possível ver a crueldade no olhar daquela mulher, Cesar tinha osco dela.

- Quero ver dizer isso quando estiver sem dormir por uma semana, só trocando frauda e vendo seus seios caindo, você era uma moça tão bonita Mariana...

- Elisse eu tenho ódio de você...

E a mais velha se calou e ficou chocada, chegou até a olhar para Cesar procurando respostas, Mari continuou.

- o que você fez com o Alexander...

Então uma risada, cruel, sem alma e sem compaixão, Alex tremeu das cabeças aos pés sentindo o gatilho Arthur percebeu e segurou sua mão.

- Eu tô aqui meu amor.

Dentro da sala Mari secava uma lágrima, como alguém podia ser tão ruim?!

- Ele era uma criança...um bebê...

- por isso eu cobrava tão caro...ele roubou toda minha beleza, tinha que me pagar de alguma forma.

- Você é podre

- Só vai entender quando esses serezinhos saírem de dentro de você, eles alugam seu corpo por 9 meses tem que pagar por estragar o seu corpo.

O rosto de Chris se contorceu em nojo, Cesar estava com a cara igualzinho a do pai e Mari limpou as lágrimas, do lado de fora da sala Alex segurava o choro não iria se deixar abalar e Arthur olhava o revólver na mão.

- Sabe Elisse quando eu era pequeno...eu achava que era um monstro...mas perto de você eu sou um anjo

- Você é esquisito isso sim! Nunca vi um homem tão bonito, e tão sem nada...até quando era adolescente se vestia de mulher pra chamar atenção do seu pai...que é outro esquisito mas esquisito do tipo rico maluco, adotou um garoto pobre e negro pra ser chamado de bom moço... hipocrisia viva.

Chris ficou puto se aproximando de Elisse e batendo na mesa.

- Dobra sua língua ou vai ficar sem ela, eu amo o Alex ele é o meu sunshine, você pode não ter visto o quão incrível ele é mas eu vi e eu tenho muito orgulho do meu filho, e amo ele mais do que tudo nesse mundo

Elisse riu.

- Você queria era um pet exótico.

Chris ergueu o braço mecânico e as unhas cresceram como facas, presente de Rubens agora tinha uma serra aclopada no braço, ia bater em Elisse quando Cesar segurou seu braço.

- não pai...a autópsia lembra...

Chris abaixou o braço e respirou fundo voltando para a sua parede, queria ir embora dali logo.

Mari e Cesar não queriam mais falar com a mulher desprezível então saíram da sala o próximo a se aproximar foi Alex e Elisse fez uma grande cara de desgosto.

- Alexander...

- oi Mãe...

A reação de Elisse ouvindo aquela palavra foi de confusão, Alex não a chamava de mãe a uns bons 10 anos ou mais, não que isso importasse.

Alex se sentou e colocou as sacola na mesa pegando uma cerveja e abrindo dando um gole e então pegando um cigarro e acendendo e tragando com vontade, Elisse estranhou.

- E desde quando você fuma?

- *soltando a fumaça do cigarro* não fumo...

- Então?

- E só algo que eu faço quando minha cabeça não tá muito boa, uma forma de me machucar.

- não entendi...

- não precisa entender...

Alex deu um gole na cerveja e tirou os chocolates e docinhos da sacolinha, tragou o cigarro outra vez e entregou o cigarro novamente.

- A senhora quer comer alguma coisa? Eu mando buscar

Elisse pegou um cigarro e tragou sentindo um alívio maravilhoso, abriu uma cerveja e virou de uma vez, pegou uma barra de chocolate e mordeu completamente despreocupada com as pessoas ao seu redor.

- eu tenho muita coisa para te contar.

- sua vida não me interessa...só quero que me tire daqui!

- Mesmo que a senhora não escute eu vou falar mesmo assim...

- não tenho escolha pelo visto.

- é não tem, não precisa responder só escuta...

- Tá desembucha.

- Tá...a senhora é avô agora

- OS BEBES DA MARI SÃO SEUS???

- NÃO QUE NOJO ELA É MINHA IRMÃ.

- Outra vez essa história, Alex ninguém gosta de vocês ou vai te amor, não tem família.

- está enganada...meu casamento vai muito bem obrigado, nós adotamos uma criança linda, nossa cerimônias está chegando, eu sou tio agora e padrinho também, tô ajudando meu pai na empresa, eu tô bem feliz...

Isso pareceu irritar Elisse em um nível sobrenatural, como se a felicidade de Alex fosse uma ofensa a sua existência.

- Alexander isso não me interessa...

- O nome da minha filha e Agatha ela tem os meus olhos.

- outra aberração da natureza.

- não mãe, ela é linda...e a minha cara e do Arthur também, mistura perfeita.

Revirando os olhos a mulher deu outra mordida no seu chocolate e Alex se levantando jogando a bituca do cigarro fora e olhou pra Elisse uma última vez antes de sair em direção a porta, antes de sair olhou pra trás e disse

- Adeus mãe...

Arthur entrou na sala em silêncio e se sentou na mesa, Elisse começou a analisar o comportamento de Elisse: "narcisista com toda certezas, também boderline... depressão também" com toda certeza esse comportamentos ajudava a entender, Elisse jogou coisas no chão xingou Arthur e Alex, fez comentário sobre Chris e só te mari e sobre os bebês coisas nojentas e bem explícitas, enquanto isso Arthur analisava mais ainda a mulher.

Quando ela terminou sua birra Arthur respirou fundo e olhou pro teto daquela sala improvisada e respirou fundo.

- tu teve muita sorte Elisse...sua vida toda...

- o que? Sorte? Eu era pobre! Nunca tinha o que eu queria.

"Complexo de superioridade também? Minha nossa"

- tu deu a luz a um gênio! 

- O Alexander me dava arrepios! Que bebê sabe ler?

- tu nunca pensou que se tu tivesse criado o Alex direito, hoje você seria famosa e rica, a mãe de um gênio...mas você não quis esse destino...jogou sua sorte fora várias vezes.

- Já falei que fui pobre, uma beleza como mim devia estar na alta sociedade... não aquele resto de aborto do Alexander...

'sente inveja do filho também, credo!'

- Tu teve tantas chances Elisse...ainda sim escolheu o pior caminho.

Arthur se levantou e caminhou envolta da mesa, Elisse olhou pra ele com nojo e desconfiada ao extremo, Arthur continuou.

- deixou homens adultos estuprarem uma criança inocente por inveja da beleza do próprio filho, fez da vida dele um inferno até o último segundo, usou drogas e vendeu drogas, enquanto nem uma bala dava pro meu Alex, e sim sonífero pra ele ficar quieto...nunca quis que ele fosse feliz...fez de tudo para destruir aquele coração inocente...a troco de que? Mais drogas e uma falsa sensação de vingança sobre uma criança...que não pediu pra nascer.

Outra volta na mesa, Chris observava atento, Elisse estava inquieta com Arthur andando pra lá e pra cá então se levantou também.

- não aceita o fato de que seu filho é mais inteligente que ti, mas bonito, e tem pessoas que realmente o amam... enquanto tu é sozinha...escolheu ser sozinha...

- Do que você tá falando?

- tinha inveja da vida promissória que seu filho tinha pela frente enquanto tu viveria na mediocridade, por isso fez de tudo pra acabar com ele...mas o Alex é forte, e essa é uma das razões d'eu amar tanto ele.

Arthur deu mais uma volta na mesa e agora parando de frente a Elisse.

- É alguém mesquinho e invejoso, que jogou sua maior sorte fora...

- Você é doido rapaz...

- Doido pelo seu filho...

Elisse fez careta e se afastou um pouco da mesa, Chris se aproximou de Arthur mais ele esticou a mão e olhou para Chris com um olhar suplicante, o americano voltou um pouco pra trás.

- eu tenho duas perguntas pra fazer.

- dependendo da pergunta até posso responder.

- amou o Alexander? Um pouquinho que fosse?

- Não.

Lágrimas desceram dos olhos vermelhos de Alex , Cesar segurou sua mão e então o abraçou, o irmão mais novo tão maior do que ele, e esse se debulhou em lágrimas dolorosas.

- Eu amo você! Eu amo você em dobro! Em triplo, eu sempre vou amar você Alex!!!

- Cesar....

Chris soltou um longo e triste suspiro, Mari também secou umas lágrimas e de sacanagem entrou na sala.

- Ei Elisse

Todos olharam pra ela.

- quem te denunciou, não foi tua vizinha, fui eu! Tu tá aqui por minha causa.

- SUA VADIA!!

- ELISSE!

A voz grossa de Arthur ecoou pela sala improvisada, até as guardas tremeram na base, Arthur sacou a magnum branca linda e verificou as balas, Elisse sentiu algo estranho.

Na porta da sala os irmãos Cohen olhavam para as costas de Arthur, não era possível ver sua expressão, mas pelo tom de voz ele estava bravo.

- Você já brincou de roleta russa?

- o que? Christopher outra vez essa história?

No entanto Chris estava travado no lugar completamente perplexo e perdido olhando para Arthur com uma grande incógnita na sua cara.

- Eu nunca falei sobre isso pra ele.

- Eu tive um namorado horrível na adolescência...ele era mais velho e me enganou e usou...

- e o que isso tem haver comigo?

- uma vez, ele tava muito bêbado, talvez drogado, nunca tive certeza, ele pegou uma arma, tirou uma bala e me perguntou se eu estava me sentindo com sorte...e puxou o gatilho...

Todos na sala ficaram meio chocados com isso, Alex borbulhou em absoluto ódio.

- a frase dele foi..."tu não acha que tem sorte de mais?" Mas na época eu era muito novinho e apaixonado acreditei que ele me amava e que era só uma brincadeira...acho que consegue se identificar com isso.

Arthur ergueu a arma e mesmo de longe era possível ver ele tremendo, Chris deu um passo pra frente mas não deu tempo de chegar.

- eu tenho muita sorte Elisse, porque o seu filho me ama...mas a sua sorte...acabou.

O barulho do tiro foi ensurdecedor dentro daquela sala improvisada de metal, um tiro limpo e perfeito no meio da festa, atravessou o crânio sem dificuldade, um rastro de sangue escorreu quase perfeitamente no meio do rosto, o corpo de Elisse ficou em pé por três segundos até cair inerte no chão fazendo uma poça de sangue, as mãos de Arthur pararam de tremer e ele abaixou a arma de forma lenta olhando o corpo da mulher.

Estava feito.

Tinha tirado uma vida.

Não tinha mais volta daquele ponto.

Sua vida nunca mais séria a mesma.

Simples assim, com um tiro.

Acabou.