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Não gostava de andar sozinha, sentia muito medo, mas pelo menos dentro do condomínio se sentia um pouco mais segurara andando pra lá e pra cá.
A jardineirinha adorável tinha babadinhos nas pontas, sem contar que era muito fácil se locomover com ela, então saltitava e brincava feliz no parquinho longe de todas as babás e seguranças e o melhor de tudo, não precisava ouvir as lições dos tutores particulares.
Pegou uma pedrinha no chão e jogou na amarelinha pulando feliz, estava tendo um momento super divertido quando sentiu um mão no seu ombro.
- Mia.
- Aaaaaaaa!
Se virou assustada e dando um soco no ar, Alex conseguiu desviar por alguns centímetros.
- Alex!?!? O que você tá fazendo aqui?
- A Letícia pediu pra mim te buscar.
A ruivinha fez um bico do tamanho do mundo e cruzou os braços batendo o pé no chão, ela era muito fofinha e ficava adorável rosadinhas daquele jeito, sem contar as Maria chiquinhas tão lindinhas no cabelo vermelho.
- Não quero! Não quero! A aula é chata!
- Eu achei legal...
- você não conta! Você acha tudo legal!
Alex não tinha como argumentar contra isso na realidade, ele adorava obter conhecimento independente do tipo de conhecimento que fosse.
- Mas a gente tem que fazer lição depois.
- Mas eu não quero!
- Mia, não seja assim, a Bea e a Erin tão quentinhas lá assistindo a aula sem reclamar, e elas são mais novas que a gente.
Alex se aproximou mais e frustrada com a situação Mia o empurrou fazendo o mais velho cair de bunda no chão, com o impacto o óculos de Alex voaram pra longe e o livro que Alex carregava acabou amassando um pouco.
Quando percebeu o que fez a ruivinha arregalou os olhos e começou a chorar alto, Alex se levantou procurando se óculos sem perceber que sua mão estava sangrando com um pequeno corte.
- o óculos que o padrinho me deu! Cadê?
Olhando ao redor desesperado Alex encontrou o óculos quebrado sem uma das pernas um pouco longe de onde eles estavam.
- A não...
A cara de choro de Alex fez Mia chorar ainda mais, ele ergueu a mão para limpar as lágrimas e percebeu que estava sangrando olhando uma gosta escorrer por todo seu braço manchado a camiseta.
(Pra quem não se lembra o Alex e ridiculamente tolerante a dor)
- Eu estraguei tudo outra vez...
Mia ouviu aquilo ainda chorando, aquela frase não pegou nada bem com ela, secou as lágrimas para ir pedir desculpas mas alguém chegou mais rápido do que as palavras dela saíssem de sua boca.
- Mia, Alex!!!
De boné os cachinhos ficavam espremidos porém ainda visíveis e adoráveis, os olhos amarelos cor de mel de Gonzalez eram inconfundíveis.
O mexicano se aproximou das crianças percebendo Alex com uma cara triste, se ajoelhou ficando na altura do mais novo vendo o estranho que tinha acontecido.
- Alex! O que aconteceu? Você tá sangrando! Olha isso tá todo sujo!
Mia ficou ansiosa, não queria levar bronca e sabia que Cesar ia ficar muito bravo com ela também, tinha que pedir desculpas rápido, viu Alex olhando pra ela, olhos vermelhos brilhantes e gentis encarando a por do Sol laranja nos seus.
- Eu cai.
A mentira saiu tão rápido da boca dele que mal teve tempo de raciocinar, sabia que ele estava a protegendo e embora aquilo parecesse pouco pra muitos, para Mia e qualquer outro herdeiro era algo muito especial.
- Aí Alexander....vem eu vou te levar para o tio Chris - Gonzalez olhou por cima de Alex para também falar com Mia - E você mocinha volta pra aula, todo mundo tá te esperando.
Pegou o garotinho no colo fazendo Alex sorrir inocente, no futuro Alexander teria basicamente o dobro da sua altura e ser pego no colo por Gonzalez acabaria em alguns poucos anos.
Viu os dois se afastarem e ficou lá parada no meio do parquinho por alguns segundos.
Abriu a porta da salinha onde Bea e Erin estavam sentadas no meio do cômodo, a lousa improvisada tinha coisas complicadas demais para crianças normais compreenderem...bem...elas não eram crianças normais.
- Princesa Mia? Onde está o príncipe Alexander?
Abaixou a cabeça sentindo a culpa e tristeza em tê-lo machucado, ia admitir o que aconteceu, mas se lembrou do olhar compreensivo dele pra ela.
- Ele caiu, o Gon levou ele pro tio Chris.
Andou até a mesinha e se sentou pegando um lápis e papel começando a escrever o que estava na lousa.
Enfileirados na mesa prontos para almoçar os casulas estavam felizes e brincando em seus próprios mundinhos.
- Não gosto de pimentão!
- não quero cebola.
- Eu não vou comer cenoura.
Cada uma das meninas tinha uma reclamação a ser feita, o único que estava comendo sem reclamar era Alex, mesmo sendo bem óbvio que ele não era o maior fã de rúcula.
Luciano tentava sem sucesso fazer Erin comer o pobre pimentão enquanto Bea empurrava até a menor grama de cebola pra fora do prato e Mia se recusava a comer a cenoura.
- Vamo Erin, olha o aviãozinho princesinha, vamo come a comidinha pro Tio poder trocar de turno sem problemas.
- NÃO! NÃO QUERO *Choro agudo e desesperado*
Luciano só viu o prato de comida voar pro chão e cair na sua roupa e no chão, ele era a imagem da derrota, ele estava exausto.
- *suspiro derrotado* o tio vai trocar de camiseta, já volto.
Alex viu Luciano sair e se levantou da mesa pegando uma vassoura e varrendo a sujeira no chão colocando no lixo.
Quando terminou de juntar o lixo foi até às meninas com sua colher e sem pensar duas vezes comeu o que elas não queriam.
- o que está fazendo garotinho?
A voz de Letícia era simplesmente inconfundível, Alex se virou lentamente para trás apavorado em levar bronca.
- Elas.... não querem comer....
- e por que está comendo por elas?
Alex juntou as mãozinhas timidamente e olhou para Letícia com aqueles olhinhos grandes e pidões, porém nenhum resposta.
- Alexander você pode achar que está ajudando as meninas fazendo as coisas para elas, mas não está, apenas está deixando as coisas mais fácies e isso atrapalha no crescimento delas.
- mas elas não gostam dessa comida.
Letícia respirou fundo e juntou as sobrancelhas levemente irritada.
- Alex, você come o que elas não gostam, amarra os cadarços delas, lê pra elas, faz tudo que elas pedem pra você...
- mas vocês e as outras babás também fazem isso pra gente.
- Sim, mas tem uma diferença muito grande de situação Alexander.
- Eu não vejo diferença, eu amo elas igual vocês amam a gente, elas são minhas irmãs!
- Você é muito novo para entender ainda Alex.
- eu entendo sim!
- Alexander... Você come até o que não gosta, e você tem a mesma idade que elas, não vejo diferença em elas comerem também.
- Eu tô acostumado a comer comidas que eu não gosto, eu não quero que as meninas tenham que se sentir assim também.
- Todos temos que fazer coisas que não gostamos garotinho.
Aquela resposta não convenceu muito Alex, ele não queria que as meninas se sentissem desconfortáveis com algo.
- Mas eu sou um cavalheiro, eu tenho que proteger elas.
Letícia se segurou muito para não rir, era um pensamento muito fofo e infantil, ele era realmente um menino muito gentil.
- Você não precisa proteger as meninas de legumes e verduras Alex.
Por algum motivo infantil Alex se sentiu desafiado com aquilo, se virou para o prato de Mia e comeu outra cenoura, Letícia suspirou cansada.
- Já que está sendo tão teimoso não vai ganhar sobremesa.
Podia parecer um castigo plausível e bastante razoável, porém para Alex que amava doces era algo bem efetivo.
- ok.
Letícia juntou as sobrancelhas, esperava que Alex fizesse uma pirraça, mas ele só ficou quieto a aceitou a punição, embora ele não fosse difícil de educar era muito difícil de entender a cabecinha dele.
Era por volta das 3 da manhã quando Mia acordou, ela tinha uma missão em mente, desceu da cama e foi até a cozinha abrindo os armários vendo os potes de MMs guardados, pegou duas mãos cheias e também sorrateiramente voltou para o quarto.
- Alex... Alex acorda!
- Mia?
Alex se sentou na cama e esfregou os olhinhos afastando o sono, no escuro os olhos vermelhos brilhavam de forma um pouco macabra.
Antes de perguntar o que estava acontecendo Alex sentiu algumas coisas na sua cama.
As mãos de Mia estavam sujas de chocolate derretido e ela parecia muito triste.
- O que?
- Você não comeu bolo por minha causa então eu te trouxe chocolate.
Alex sorriu e abraçou a ruivinha a trazendo mais perto dele e juntando os MMs que conseguia achar e então entregou outra vez para Mia.
- Eu não posso comer Mia, eu tô de castigo...
- Mais.... Hum?
Foi interrompida com um chocolate na boca.
- pode comer, eu não vou desobedecer a Letícia.
- Não é justo ficar de castigo, você não fez nada de errado, só estava ajudando a gente..
- Tá tudo bem eu não comer doces, eu tô acostumado.
Sentiu um carinho em sua cabeça e mesmo estando escuro percebeu que ele estava sorrindo na sua direção.
- não é justo....
Alex riu e abraçou a ruivinha com carinho novamente enquanto ela comia os chocolates espalhados pela cama, ainda sim ficaram alguns, os dois pequenos dormiram abraçadinhos.
Na manhã seguinte o café dos caçulas foi panqueca para meninas, mas Alex recebeu uma salada de frutas.
- Sabe ontem a noite alguém veio na cozinha e pegou vários MMs...
Mia gelou na hora e olhou para Alex e então para seu prato de panquecas e a salada de fruta na frente do mais velho e então para Tristan falando com eles.
Os babas na realidade estavam um pouco mais tranquilos em Alex estar se revoltando e desobedecendo, ainda sim tinham que educado corretamente.
- Alexander você estava de castigo, não devia ter vindo atrás de doce de madrugada...
Mia olhou novamente para Tristan e depois pra Alex, ele arrumou os óculos no rosto e então sorriu pra ela de forma tranquilizadora.
- ok, me desculpa.
- então entende porque não está comendo panquecas hoje?
- Sim senhor.
Tristan olhou pra Letícia sentindo que tinha coisa errada naquela situação outra vez, a completa falta de real reação do menino pareceu trazer ainda mais dúvidas aos babás, só piorou quando Alex começou a comer a salada de frutas sem pensar em muito no seu aredor, eles tinham que ver até onde a situação poderia ser escalada.
- Como você desobedeceu não vai poder comer doces por uma semana.
- ok, sim senhor.
Novamente aquela não era a resposta que Letícia e Tristan esperavam ouvir, Alex continuou lá balançando as perninhas e comendo a saladinha como se nada tivesse acontecendo.
- Também vamos falar com seu pai pro castigo continuar em casa.
Alex só acentiu com a cabeça e mordeu o morango ficando pensativo por alguns segundos e então se levantando com o potinho e levando até Tristan e entregando pra ele.
- o que?
- Eu não posso comer coisas doces.
Tristan olhou novamente para Letícia e ela também não sabia que estava acontecendo, o menino abriu um dos armários e pegou um pacote de bolacha água e sal e um copo de água voltando para a mesa e abrindo o pacote comendo sem pensar muito.
As meninas olharam pra Alex completamente perplexas e Tristan e Letícia estavam completamente travados no lugar sem entender muito bem o que esta acontecendo.
- Alexander, não precisa devolver a salada eu fiz pra você.
- mas tem mel nela, eu não posso comer doces, estou de castigo.
- Por que o Alex tá de castigo?
- Cesar!
O adolescente emo sorriu meigo e de imediato Alex correu prós braços do irmão mais velho que o pegou no colo e lhe deu um beijinho na bochecha.
Cesar olhou os pratos das meninas e o pacote de bolacha e ficou perplexo.
- as panquecas do Alex ainda não estão prontas? Eu posso ajudar a fazer se precisar.
- Não Cesar é só....
- Eu tô de castigo, não posso comer doces.
-.... Que?
- Eu respondi a Letícia e peguei MMs sem autorização.
A cara de incógnita de Cesar se refletia nos rostos ao redor da cozinha, mas Alex parecia tão tranquilo.
"Isso não é normal uma criança da idade dele tem que fazer pirraça e demonstrar insatisfação"
A cabeça de Letícia começou a fritar tentando lembrar de alguma das coisas que Christopher tinha lhe dito sobre o menino, quando um botão acabou sendo apertado em sua cabeça.
"A mãe dele punia ele com controle de comida! Puta merda!"
- Alex você pode comer a salada, depois a gente fala com seu pai sobre seu castigo.
- Não foi o Alex...
Todos olharam para Mia que estava chorando em silêncio na mesa sem encostar no seu café da manhã.
- Não foi o Alex que pegou chocolate, fui eu! Eu queria dar pra ele mas ele não comeu! Quem comeu foi eu! Então quem tem que ficar de castigo sou eu!
Os olhos de Alex se arregalaram e ele desceu do colo de Cesar indo até Mia e vendo ela chorando e entrando em desespero.
- A Mia tá mentindo fui eu que peguei!
Pela cara de ambos já era bem óbvio quem estava falando a verdade e agora os babas não sabiam como lidar com a situação.
- É culpa minha eu devia ter comido a cenoura...
- Eu nunca mais vou reclamar de comer cebola.
- Eu não vou mais jogar comida no chão....
- toda essa confusão foi por causa de birra de criança.
Hector estava sem entender muito o que estava acontecendo e Christopher tentava fazer Alex se explicar de uma forma que fizesse sentido.
- Alexander o que aconteceu exatamente? Por que falou que pegou os chocolates se não tinha pego.
- Eu peguei sim!
- Alex, se continuar mentindo realmente vai ficar sem doces por muito mais tempo, conte a verdade para o seu pai.
Letícia tentou mediar com um falso blefe, mas a resposta do menino foi ainda mais surpreendente.
- Não importa, eu só tô comendo doces a um ano, não faz diferença! Eu cresço sem nunca mais como doce nenhum, nem açúcar, mel, achocolatado ou refrigerante, nem nenhuma fruta! Nunca mais!
Alex se virou e saiu correndo da sala abraçando Cesar que esperava na porta, nenhum adulto estava entendendo nada.
- Seu Christopher não nos ocorreu na hora que um dos métodos de abuso que o Alex sofreu foi a privação de comida, se eu tivesse lembrado pode ter certeza que não seria o castigo que tériamos escolhido.
Chris se virou e jogou o cabelo pra trás frustrado olhando pra Letícia e Tristan um pouco bravo pra ser realmente honesto.
- Não só a privação de comida, como também forçar ele a comer coisas desagradáveis ao paladar dele e até comida vencida e estragada.
A luz se acendeu na cabeça das babás, agora estava explicado o porque dele não querer que as meninas comessem as coisas que elas não gostavam e também ele comer tudo que estava em seu prato mesmo obviamente não gostando.
- mas por que essa pressão toda? O Cesar também foi extremamente difícil nas refeições quando pequeno o Thiago fazia a mesma coisa que o Alex fez hoje.
- fico envergonhada em admitir que foi por um motivo muito egoísta.
- A gente queria que ele reagisse como uma criança normal, sei lá... Fizesse uma pirraça sabe?
- Ele tá sempre tão sério...e retraído...já faz um ano e ele não sai da casca de proteção...a gente só quer que ele seja uma criança.
- isso talvez demore mais do que nós gostaríamos.
O dia se passou e Alex escolheu ficar com Cesar um pouquinho, os irmãos Cohen estavam brincando no quarto quando a porta do mesmo abriu.
- Alex....
- Mia!
O menino pulou da cama e foi até a ruivinha segurando suas mãozinhas com muito afeto e a menina novamente começou a chorar.
- Desculpa Alex, é tudo culpa minha...
- Tá tudo bem Mia, eu sou mais velho então tenho que te proteger! Eu sou um cavalheiro e eu também te vejo como minha irmã mais nova.
Mia sentiu a testa dele se encostar na sua e fechou os olhos segurando a mão dele com um pouco mais de força, ela o via como irmão também.
As mãos dele eram muito maiores que as dela agora, mesmo ela sendo uma mulher alta e grande ele ainda era maior do que ela e no momento eles estavam se divertindo muito ensaiando a sua valsa de debutante.
Se sentia segura com a mão dele na sua cintura e ela a conduzia de forma perfeita, crescer ao lado dele foi uma experiência e tanto e ela não trocaria por nada.
- Muito bem crianças podem parar agora.
- como foi Rubens?
- Como sempre vocês se saíram extremamente bem, nem precisam mais ensaiar.
Os amigos se olharam e sorriram, Mia nem percebia quando ela estava de mãos dadas com ele de tão acostumados que estavam um com o outro.
- a gente vai ver como a Erin está.
- ok, mas não incomodem muito ela.
Andando pelo corredores de mãos dadas os dois adolescentes pareciam estar se divertindo bastante entre eles.
Assim que chegaram no quarto viram Bea sentada na cama fazendo carinho na melhor amiga.
- Erin como você tá?
A ruiva de cabelo mais claro só olhou pra cima e se curvou novamente segurando o choro.
- Vocês mentiram pra mim, isso dói muito.
- Cada pessoa é uma pessoa Erin.
- Eu não quero sentir isso... E horrível.
- As minhas primeiras menstruações também não foram fácies...
- odeio isso.
- Eu não sei o que fazer? Quer chocolate?
- Quero.
De imediato Alex saiu do quarto e voltou em poucos minutos com vários doces e um cobertor extra.
- Valeu Alex.
O adolescente sentou na cama e sorriu meigo, ele realmente brilhava como um raio de sol, quentinho e confortável.
- eu sempre vou estar aqui por vocês meninas.
Mia sorriu de forma tranquila e encostou a cabeça no ombro do mais velho sentindo o calor dele, se tinha uma pessoa que poderia confiar sua vida era Alex, em seu coração, ele também era seu irmão, a segurança de tê-lo ao seu lado fazia ela se sentir confiante e muito mais capaz, Alex sempre seria um parte dela como pessoa, não conseguiria viver sem ele por perto.
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Sentia as unhas dela arranhando seu peito através do tecido da blusa, as lágrimas dela escorriam descontroladamente, ela tentava falar mais nada saia de sua boca a não ser soluços e mais choro, então o que estava engasgado na garganta finalmente veio a tona.
- Não deixe a Ordem....por favor....
- Mia....
- Você prometeu estar do meu lado, você é meu irmão também... não deixe a Ordem, não me deixe...por favor...
O coração de Alex se quebrou e ele também começou a chorar abraçando a amiga com toda força que tinha e Mia em seu desespero fez o mesmo.
Fernando andava ao lado do Cesar olhando para o mais novo de forma analítica, ele parecia bem tranquilo para o caos que estava acontecendo.
- Tá tudo bem Cesar?
O dono dos olhos negros olhou para os donos dos olhos cor de rosa e pareceu um pouco pensativo.
- Não.... Na verdade estou muito magoado.
Fernando não esperava ouvir aquela resposta, quando Cesar percebeu que Fernando não sabia o que dizer acabou soltando uma risadinha meio triste.
- Não sabe lidar muito bem com o sentimentos dos outros né? Tem que trabalhar melhor isso afinal vai ser pai em alguns meses.
- não é bem isso Cesar...e que não achei que VOCÊ fosse ser honesto comigo.
- Não tem motivo pra esconder ou mascarar o que estou sentindo no momento.
- Então?
Soltou um suspiro cansado e pegou um pouco do próprio cabelo brincando um pouco com ele entre seus dedos.
- É muito difícil ser traído pela própria família, eu sei que não foi a intenção dos outros Veríssimos mas... Imagina criar uma cobra ou um leão durante toda vida e confiar no animal pra um dia descobrir que ele arrancou sua perna enquanto você dormia.
- Então tá se sentindo traído?
Cesar colocou a mão no queixo e entortou a cabeça levemente pro lado analisando bem seus sentimentos, Fernando achou fofinha a cara de pensativo que ele fazia.
- pode se dizer que sim, mas não necessariamente por todos os Veríssimos.
- e isso quer dizer que?
- Acho que estou mais bravo com a situação do que qualquer coisa, mas é melhor assim, meu pai deve estar desolado e o Alex sem condições para ficar calmo, a Mari então deve tá puro ódio, então eu preciso me manter centrado.
- Você é bastante responsável quando quer.
- minha vida não é só fumar maconha e ficar tranquilo no meu quarto programando alguma coisa, eu tenho bastante noção do que acontece na Ordem, só não me interesso.
- Esse é um jeito bem bonito de dizer que você é preguiçoso.
- .... Você não está errado na realidade, não é que eu não queira cuidar das coisas, eu só realmente não me importo, não é algo que eu consiga controlar.
- Mas você é o futuro presidente do conglomerado do seu pai, e se algo acontecer com ele?
Cesar parou no lugar e ele parecia assustado por alguns segundos, mas logo se recompôs.
- Meu velho tem muita vida ainda.
- .... Você sabe que ele não vai viver pra sempre né?
- Eu sei... Mas não gosto de pensar nisso, muito menos falar sobre.
Lançou um olhar determinado e meio sombrio para Fernando que entendeu que esse era o momento para não falar mais sobre aquele assunto então se calou um pouco.
- mas então o que realmente tá te magoando?
- pra ser honesto estou bastante magoado com o tio Balu e com o tio Hector, na verdade estou magoado com todos os Veríssimos patriarcas e obviamente com a Rebecca também.
- E com os outros?
- O Samuel e a Mia nunca demostraram nada, e os outros Veríssimos da minha geração tiveram pouco contato comigo afinal moravam na Inglaterra, eu não tenho nada contra eles, até porque parece que eles estão muito mais perdidos na situação do que se parece, já o Rubens parece ser o mais revoltado no momento, afinal ele me criou e também aos outros herdeiros, ele sempre esteve comigo e mesmo sendo difícil acreditar nisso saindo da minha boca eu sei que ele me ama também.
- Eu não tenho muitos conhecimentos sobre os Veríssimos, mas pelo pouco que o Alex me falava isso pareceu bastante fora da realidade.
- Eu sei que o Thiago vai conseguir resolver os problemas hierárquicos, mas os pessoais e emocionais vão estar um pouco a flor da pele por algum tempo.
Fernando novamente viu a tristeza no olhar de Cesar, as vezes era difícil descifrar o que se passava na cabeça dele.
Chegaram ao quarto de Alex e viram que a porta estava aberto/destrancado, bateram na porta e entraram vendo Alex sentado na cama fazendo carinho no cabelo vermelho de Mia.
- Alexander?
- Big Brother? fé?
Os irmãos mais velhos se aproximaram da cama e viram que Mia estava dormindo, Cesar em particular encarou a moça por alguns segundos e abrindo um sorriso bastante reconfortante.
- Ela anda tanto de cabelo preso que eu esqueço o quão linda ela fica de cabelo solto.
Fez um carinho na cabeça da moça bonita e olhou para Alex percebendo que ele também parecia ter chorado muito.
- O que aconteceu Alex?
- Nada propriamente dito, a gente só se abraçou e chorou depois dela pedir desculpas
- É bom saber que a próxima líder da Ordem repudia o que aconteceu, e é melhor ainda saber que a Mia ainda ama gente.
- Não só ela Cesar.
Samuel entrou no quarto e seus olhos encontraram sua irmã deitada na cama, o coração dela quase explodiu de dor, o rostinho de Alex também deixava claro o que aconteceu.
Samuel se aproximou de Cesar e antes que o mesmo pudesse reagir sentiu ele o abraçando com muita força.
- Eu sinto muito Cesar.
Cesar relaxou um pouco e abraçou ele de volta.
- a culpa não é sua Sammy.
- Eu devia ter previsto o que a Rebecca ia fazer!
- isso é o humanamente impossível, afinal você não consegue ler pensamentos e nem prever o futuro.
Se separaram é por alguns segundos Cesar pode ver o quanto aquilo estava afetando Samuel, ele dono de um simpatia e carisma INCRÍVEIS parecia estar sendo consumido pelo mais puro ódio, talvez fosse insatisfação ou revolta, Cesar não consegui entender muito bem.
Sentiu as mãos dele em seus ombros e os olhos laranja de Samuel o encararam tão profundamente que sentiu sua alma queimar.
- eu prometo Cesar, isso nunca mais vai acontecer.
- Sammy?
- Como o primogênito do atual líder dos Veríssimos eu Samuel Hector Norte Realitas Veritatis Veríssimo juro que ninguém nunca mais vai duvidar ou ofender os Cohen.
Era a primeira vez desde que se lembrava por gente que via Samuel assim tão sério, ele sempre foi o mais tranquilo e feliz entre os primogênitos então aquilo pegou Cesar de surpresa.
- Eu acredito em você Sammy, não precisa tudo isso.
- precisa sim!
Se calou vendo ele ficar ainda mais sério do que antes, não sabia o que estava se passando na cabeça de Samuel, mas parecia que a cabeça dele estava bastante conturbada.
- o que aconteceu hoje, não foi só desrespeito com os Cohen, foi um ataque a moral da Ordem....mas acima de tudo, alguém magoou vocês, eu não me lembro de um único dia da minha vida onde eu tive uma má experiência ou algo negativo com você Cesar, nem com o tio Chris, muito menos com a Mari e o Alex, vocês são sim pilares da Ordem que nós ajudam quando necessário, mas pra mim em especial... Alguém atacou um amigo, e esse ataque afetou ainda mais as pessoas com quem eu me importo, então esse juramento serve para mim como herdeiro...mas esse aqui... - Samuel segurou a mão de Cesar e entrelaçou seu mindinho com o dele e Cesar olhou pra situação com muito carinho entendendo a promessa de mindinho - eu prometo não deixar minha família magoar mais os Cohen... Essa é como Samuel, seu amigo...
Cesar sorriu de forma dolorosa e puxou o mais novo para um abraço carinhoso, Cohen e Veríssimos realmente tinham uma ligação muito especial um com o outro.
Se soltaram e Samuel foi até Mia a descobrindo e pegando no colo sem dificuldade, isso surpreendeu bastante Cesar.
- Tá tudo bem Sammy? Ela não é muito pesada pra você?
- Tá tudo bem Cesar, que tipo de irmão eu seria se eu não conseguisse carregar minha irmãzinha no colo?
César ergueu uma sobrancelha mas não comentou, colocou a braço de Mia que estava pendurado no lugar e fez um carinho na bochecha dela.
Samuel foi andando pelos corredores com Mia em seus braços fazendo o máximo de cuidado para não acorda-la, pediu para uma empregada abrir a porta de seu quarto e colocou sua irmã na cama com cuidado.
- Ai Mia... A gente tem uma puta bagunça para arrumar....
Kennan viu Erin encostada na parede olhando a paisagem atravéz da janela de forma pensativa, nunca tinha visto ela tão quieta em toda sua vida.
- What's the problem cousin?
Erin direcionou os olhos verdes para o primo mais velho e logo eles estavam cheios de água.
- Eu tô preocupada com o Alex e com o Arthur...
- Eu tenho certeza que isso não afetou o relacionamento deles.
- Disso eu sei, mas tô falando dos sentimentos deles, o que a Rebecca fez foi pegar o relacionamento deles e invalidar tudo o que eles viveram e jogar no lixo.
Kennan suspirou e passou a mão no rosto e então colocou ambas na cintura parecendo muito uma passiva tóxica.
- Eu também tô bem puto com isso, poxa...eles estão a quase 2 anos juntos e tá bem claro que eles se amam, a Rebecca foi muito má.
- o que aconteceu me fez pensar em algumas coisas.
- Tipo?
Erin travou um pouco e então novamente olhou dentro dos olhos de seu primo, ela parecia ansiosa.
- Você não aprova meu caso com o Gal não é?
Kennan foi pego de surpresa e logo sua expressão mudou consideravelmente e também muito rápido.
- eu não sou ninguém pra te proibir de ter um relacionamento com alguém...mas devo admitir que seu gosto para parceiros está bem ruim, o único que se salva por bem pouco e o Joui, por que o Gal...olha...
- ele não é tão ruim quanto parece....
- Se você diz....além do mais....você é minha única família restante, tudo que eu mais desejo nesse mundo e te ver feliz prima.
- eu também quero te ver feliz....
Erin olhou para seu primo de um jeito que ele entendeu perfeitamente o que ela queria.
- Eu sei que você quer me ver com a Mari outra vez, mas eu não posso simplesmente voltar a namorar com ela.
- Eu sei disso...mas você sempre pareceu mais feliz ao lado dela.
Kennan soltou uma risadinha e puxou Erin para um abraço seguido de um cascudo bem dado na cabeça, queria que as coisas fossem fácies assim.
Miguel bateu na porta do quarto de Thiago e foi atendido por um Gonzalez visivelmente um pouco irritado.
- E aí Gon? Que cara é essa? Você tá péssimo...
- Tem muita gente nesse quarto por metro quadrado, eu só queria cuidar do Thiago em paz.
Miguel segurou a risada e colocou a mão na boca disfarçando, dentro do quarto estavam os 3 obscurite dessa geração mas Dante e Bea.
- Deixa eu pegar ela Dom!
- Sai pra lá Bea, ela tá feliz no meu colo.
- mas eu sou a tia dela.
- E eu sou a babá!
Enquanto Dominic e Bea descutiam pra ver quem ficava com a Jasper no colo Dante estava bem sério ao lado do primo.
- Você tá com uma cara péssima.
- Eu sei....por isso eu não queria assumir os Studios agora, mas eu já só um trintão...eu me senti tão insignificante na briga dos dois....
- Mas eles pararam né?
- Sim, mas parecia mais que eles não queriam brigar na minha frente, como se fosse um casal que para de gritar quando os filhos estão por perto.
- Eles não vão se aposentar tão cedo então é bom se acostumar.
- As coisas seriam muito mais fácies se fosse a Mia e o Cesar brigando.
- O Cesar nunca brigaria com a Mia.
- Justamente por isso.
Os primos se olharam cansados por motivos diferentes e então Thiago viu Miguel parado conversando com Gonzalez, esse no momento precisava urgentemente de um cigarro.
- Mamãe!
Sentiu Thiago o abraçando com muita mais força do que de costume e ele ainda parecia bastante cansado, abraçou o mais novo de volta e o aconchegou melhor no seu peitoral.
- Eu tô muito orgulhoso de você Thiago, tenho certeza que o Seu Arnaldo também está...
Thiago apertou ainda mais Miguel ouvindo aquilo.
- Obrigado Miguel.
Maxinne e Yuki estavam encafifados com toda a situação, isso era uma grande mancha na forma de educação dos Obscurite, parecia que Dom ainda não tinha pensado nisso.
- Eu sei que o Thiago não nos dispensaria de imediato...mas isso pode afetar bastante como as pessoas vêem os Obscurite como babás.
- Não só isso como também colocar o Chefe sobre uma luz bastante negativa, Afinal ele foi a babá da Rebecca.
- Também foi a babá do Rubens então por enquanto ele tá tranquilo pelo menos de um dos lados da situação.
Yuki suspirou e viu Jasper sorrindo super fofa e empolgada no colo de Dominic 🟡‿🟡
Como era bom ser um bebê sem noção nenhuma da treta que estava acontecendo.
- Se a nossa reputação cair a gente tem que se esforçar muito para recuperar, então vamos criar a Jasper da melhor forma possível.
Max olhou pra bebê e sorriu também, mal esperava para ver o tipo de pessoa ela iria se tornar.
Alguém bateu na porta e Miguel deu espaço para a pessoa abrir, os cabelos loiros de farmácia e o rostinho gentil se fez presente pela pequena fresta na porta, a voz bonita chegou ao ouvido de todos os deixando em alerta.
- Dante?
Murilo se surpreendeu com a quantidade de gente no quarto, mas todos só pensaram uma coisa "Gaudério" e automaticamente o cercaram fazendo perguntas que variavam de "como você está?" A " qual foi a reação do seu Brulio?" E pedidos de desculpas muito complicados para sua pobre cabecinha lidar.
Instintivamente Murilo segurou no braço de Dante e se escondeu um pouco atrás dele, unanimidade todos no quarto pensaram "ele é definitivamente muito fofo"
- Calma gente, o Murilo não parece estar muito confortável com tanta gente assim encima dele.
Como resposta o gaúcho ficou inda mais vermelho e olhou para Dante que sorriu pra ele de forma amigável.
- Quer dar uma voltinha comigo?
Agora Murilo estava vermelho por outro motivo, disse sim com a cabeça e Dante segurou sua mão saindo do quarto um pouco.
Christopher parecia exausto, ele olhava para o nada e não tinha muita vontade de sair do quarto no momento.
Conseguia sentir que Hector não estava sabendo lidar muito bem com a situação também e se não fosse por Thiago as coisas teriam ficado muito mais complicadas.
Suspirou e olhou pro teto ainda mais exausto, e então sua porta abriu, achou que era Brulio mas era alguém ainda mais importante.
- Dad...
- My sunflower
Mari entrou com o carinho dos bebês e o cheirinho de bebê invadiu o quarto.
Sem pensar duas vezes Mari pegou Kezia no colo e passou para Christopher, a bebê abriu um sorriso lindo vendo o avô e isso fez Christopher querer chorar.
- O senhor e muito valioso Dad, não duvide disso tá...
- How do you k- ?
- I know, I just know, I'm your daughter too remember...
Chris olhou pra filha e pra bebê em seus braços sentindo um nó na garganta e os olhos cheios de lágrimas.
- Ela parece muito com você...
- Sim, mas eu quero que ela se pareça com o senhor quando crescer, por isso dei seu nome pra ela, Kezia Christiane, Chris, igual o senhor...
Abraçou seu pai e deu um beijinho na bochecha dele, isso fez o coração de Christopher se acalmar bastante.
- Querido! desculpa ter demorado tanto...
Brulio entrou no quarto parecendo um furacão e viu mari com os Trigêmeos, pelo visto muito mais coisa tinha acontecido com o seu namorado do que ele imaginava.
- oi seu Brulio.
- Oi guria.
Brulio entrou no quarto e viu os meninos no carinho e ficou todo bobo e encantado, Mari deu risada.
- O senhor quer pegar um deles?
- Me de os dois, eu tenho dois braços!
Nesse momento uma almofada voou em direção ao gaúcho que se segurava pra não cair na gargalhada, Christopher o olhava indignado e com uma cara de falsa braveza, Mari também estava segurando a risada.
- Não me arrependo.
Christopher olhou pra ele bem bravo e Brulio lhe sorriu ainda mais enquanto se sentava do lado do namorado.
- Tu fica muito bonito com essa cara de bravo.
- You are so Dumb...
- pode me xingar em inglês a vontade, eu não te entendo mesmo, pra mim não faz diferença.
Deu um beijinho na bochecha do namorado e percebeu ele ficando coradinho.
- Mas tem uma coisa que eu sei falar em inglês muito bem.
Christopher olhou pro lado tentando ainda se fazer de bravo, não gerou muito resultado na realidade.
- I love you.
Chris ficou tão vermelho que uma cereja ou um tomate perderiam pra ele no momento, Brulio se sentiu muito orgulhoso por algum motivo.
- Pra mim Christopher....tu é a minha maior prioridade depois da minha gangue e meu filho, eu nunca vou deixar de te amar, tá preso comigo pelo resto da vida.
Chris ficou meio tímido e se encostou no namorado pedindo apoio tanto físico quanto emocional.
- Eu não vejo problema nenhum nisso...
Brulio sorriu de forma doce pro namorado, Mari assistiu aquilo com um olhar meio distante, ela também gostaria de ter um amor pra vida toda.
Por algum motivo que Liz não entendeu muito bem Laura parecia bastante interessada na confusão toda, aproveitou que Pedro estava tirando um cochilo para perguntar o que exatamente estava se passando na cabeça dela.
- Você não parece estar percebendo a gravidade da situação.
- Eu entendi perfeitamente o quão complicado isso é, o problema é que é a primeira vez que eu vejo algo assim!.
-....que?
- É a primeira vez que eu vejo pessoas tão importantes discutindo, e assustador e de um jeito meio distorcido muito empolgante.
Liz ficou seria por alguns segundos para então cair na gargalhada de forma desesperada, aparentemente sua mulher era uma fofoqueira.
- o que foi!?
- Quanto mais eu te conheço mais adorável você se torna.
Ficou na ponta do pé e envolveu os braços ao redor do pescoço dele para então juntar os lábios em um beijinho apaixonado, fazia tempo que Liz não se sentia assim.
Joui estava em seu quarto olhando a flor que Cesar tinha lhe dado, rodava ela sentindo o perfume, se aproximou das pétalas e encostou no seus lábios fechado os olhos.
"Cesar..."
Daniel viu a enorme e completamente fora do normal quantidade de hidromel que o pai estava levando e ficou muito preocupado.
- O senhor tem certeza de que isso não vai dar merda?
- olha.... Pior do que já tá não fica....
Aron saiu do quarto do filho e foi andando até o quarto de Walter novamente, com a bagunça toda ele não pode nem dar uns beijinhos no seu amigo colorido.
- Walter?
Bateu na porta e chamou pelo amigo, quando a porta abriu ele estava com Ivete dentro do quarto e parecia muito exausto.
- Aron?
O ruivo se aproximou dos amigos e por alguns segundos ficou em silêncio percebendo que o Torres estava realmente muito mal.
- eu trouxe a solução para os nossos problemas.
Pegou uma garrafa de sua bolsa e Ivete ficou interessada, como dona de bar qualquer bebida alcoólica era algo interessante.
- não tem rótulo...
- Pois é... Afinal foi eu quem fiz....
Gal e Leo novamente se sentiam excluídos do que estava acontecendo, eles sabiam o que estava se passando, mas eles não faziam diferença pra ordem, eram informantes e nada mais.
- Você tá com uma cara estranha...
Leo brincou com os dedos e olhou para o irmão, ele se lembrava de algumas situações do passado e não sabia como se sentir exatamente.
- Gal... Você acha que o Dante e a Bea conseguiam lidar melhor com conflitos quando crianças por causa de situações assim?
Gal travou por alguns segundos e respirou fundo antes de responder.
- Não duvido.
Silêncio e então o mais velho soltou uma risadinha meio triste abaixando a cabeça e fazendo um não meio falho.
- Nós Realmente não sabemos nada sobre os nossos irmãos....
Leo também abaixou a cabeça ficando quieto por um bom tempo, parecia que quanto mais eles tentavam entender, mais confuso ficava.
Carina estava roendo a unha muito preocupada com Alex e também com seu futuro, se os Cohen se afastassem da Ordem elas iriam enfraquecer muito, e pra piorar as coisas seu pai tinha mandado uma mensagem para Carla dizendo que mandaria algumas pessoas da família para a festa no seu lugar já que Carina tinha falhado em conquista Alex.
- Calma cunhada, o Alex não deixaria de cumprir a palavra dele.
- Eu sei disso....mas ainda me deixa ansiosa.
Nesse momento Carla que até então estava conversando com seu pai via mensagem, e pela cara dela as coisas só iriam ficar mais chatas e complicadas.
- Você acha que é seguro ir sozinho?
- É sim Ivan, não se preocupe, eu não vou entrar na reunião só vou esperar na porta.
Pra ser honesto Vic também não estava muito seguro da situação, porém não poderia opinar sobre, afinal ele era um consorte enquanto Marcelo era uma secretária agora, mesmo estando acima dele as coisas ainda eram muito complicadas, olhou para o tio e ele parecia muito cansado e preocupado.
"Como será que o Mark está?"
Arthur e Bruno estavam andando lentamente um ao lado do outro, eles pareciam cansados e satisfeitos ao mesmo tempo.
- Obrigado por ter sido minha testemunha Bruno.
- Não tem dê que, foi um prazer... Brother in law...
Arthur parou absorvendo aquelas palavras e colocou as mãos na cintura sendo a passiva tóxica que ele era e encarou bem Bruno enquanto erguia uma sobrancelha, Bruno caiu na risada.
- Você é basicamente meu cunhado mesmo, cresceu com meu futuro marido, mas na realidade todos os gaudérios são meus cunhados, pelo menos no meu coração.
-.... Tu é estranhamente adorável as vezes.... não dá nem pra acreditar com esse tamanho todo.
Bruno riu e olhou para o gaúcho com muito carinho.
- Eu queria muito me dar bem com a família do Vic, mas eu percebi....que eu já me dou muito bem...menos com meu sogro....ele é difícil....
- o tio Gregório tá mais tranquilo contigo.
- Ainda difícil, quem sabe se eu der o nome do nosso filho de Gregório ele de uma suavizada.
- Pelo amor de Deus não faz isso com a criança não.
Bruno riu outra vez, mas então ficou sério e olhou para Arthur de forma bastante intensa.
- O Alex é muito gentil mesmo...se alguém falasse do Vic....
- Sim o Alex é muito gentil... Por isso me apaixonei por ele, mas não duvide do Alex, ele pode ser bonzinho mas não é um capacho.
- Eu sei disso.... E Arthur...- Bruno se virou totalmente para o gaúcho com um sorriso no rosto - Eu estou muito empolgado para ver o tipo de líder você irá se tornar.
Depois de toda a treta desagradável pra caralho Hector só tinha uma coisa a fazer, aplicar a sentença.
Dentro de um dos cômodos do castelo o líder da ordem apertou um tijolo, com isso simultaneamente foi aberta uma passagem secreta que descia em espiral para algum lugar desconhecido até para alguns empregados do castelo.
As luzes de emergência não iluminavam basicamente nada então cada passo naquela escada tão velha quanto a lei Eusébio de Queiroz.
Os Veríssimos sempre estiveram ali...nas sombras controlando aquilo que lhes era agradável, esqueça os 1%, esqueça as teorias sobre alguma seita religiosa que adorava a algum demônio, não, por trás de toda decisão política existiu um Veríssimo entediado.
O mundo todo é o playground dos Veríssimos, e eles decidem quem pode brincar e em que brinquedos cada pessoa vai subir.
Desceu mais degraus e agora passava na frente das celas, não havia ninguém dentro delas mas as vezes elas eram utilizadas, mas como era natal se tiraram todos e ficou tudo limpinho.
Parados na frente de uma grande porta de madeira todos os Veríssimos se alinharam e então Hector abriu e a mesma.
A sensação que se fez presente entre todos os Veríssimos naquele local com mais de 100 anos foi praticamente unânime, por algum motivo bastante infantil, a ilusão de algo super secreto fez os Veríssimos se sentirem donos do mundo, e em partes eles estavam certos.
💉💚
Se tinha uma coisa que as irmãs demoníacas eram com total e absoluta certeza, além de completamente malucas era a aparência perfeita, em outras palavras, elas eram muito bonitas.
- Mas vocês não pensam em se casar?
Raquel estava sentada na mesa olhando para os membros da igreja que alegremente arrumavam as coisas pro culto.
- Eu tenho um namorado, mas as coisas estão um pouco difíceis.
Isso obviamente era mentira.
- Sua irmã? Ela é muito bonita.
Raquel parou o que estava fazendo e olhou para o rapaz gentil que tinha feito as perguntas, sentiu muita raiva, ainda bem que ela sabia mascarar muito bem.
- Ela já tem alguém que gosta, e logo eles vão estar juntos outra vez.
💉💚
⛩️🗡️💮🌸
Hidetaka olhava os lugares vazios em sua casa e sentia uma mistura de sentimentos muito grande, mas o principal era raiva e inconformidade.
Caminhou entre os quartos da mansão e então entrou no que mais importava a ele
O quarto de Joui não tinha nada de muito extravagante, na realidade faltava bastante personalidade.
Se sentou na cama antiga de seu filho e olhou para o teto respirando fundo.
- Onii-Sama...
Tinha que trazer seu filho de volta.
⛩️🗡️💮🌸
♥️👹
- Você parece péssimo.
- Você também não está dos melhores.
Henri se sentou em sua cama e em segundos Antony estava só seu lado bastante pensativo.
- Sua conversa com o papai não parece ter rendido algo util.
Henri ficou em silêncio alguns segundos que para o mais novo pareceram horas.
- Somos mesmo só piões no jogo do papai.
- o que quer dizer com isso?
O olhar confuso de Antony partiu o coração do irmão mais velho, e pensar que Gal suportou aquilo sozinho por anos.
- não é nada demais, eu consigo lidar sozinho.
Henri parou e analisou a frase, já tinha ouvido ela em algum lugar, revirou as memórias e então viu Gal falando aquilo, ele realmente era um bom irmão
♥️👹
🗑️🔪
Damir abriu os olhos lentamente sentindo a luz no seu rosto, viu Boris ao seu lado na cama e sorriu meigo, um sorriso sincero que aquecia a alma, muito diferente da persona que ele tinha criado para os trabalhos dos caçadores de recompensa.
- Boris...
- Damir!
O gêmeo mais novo se levantou e foi até seu irmão mais velho se jogando nele o abraçando com muito afeto.
- Onde está o T-Bag?
- Pedi pra ele descansar um pouco.
- Não fica bravo com ele, tenho certeza que ele não fez por mal.
- isso eu sei.
Sentiu seu irmão mais novo o cobrindo melhor e sorriu novamente, tudo que eles queriam era viver em paz, e pra isso precisavam terminar os serviços.
🗑️🔪
☠️🕸️ Assombrados ☠️🕸️
Rodolfo olhava a vista da comunidade atravéz da laje de Guilherme o senhor fazia um esforço terrível para enxergar sua casa, mas ainda sim era bem possível ver um pouco.
- Está tentando ver seus meninos?
Virou pra trás e viu Guilherme com aquele sorriso malandro e maldoso em seus lábios grossos.
- Estou....
- Aqui, usa meu binóculo.
Não perguntou muito só aceitou o objeto e agora sim conseguia ver melhor sua casa, também dava pra ver quem entrava e quem saia.
Ouviu a risada de Guilherme e então um abraço por trás seguida de um beijo no pescoço, ele parecia de excelente humor.
- Esse binóculo é muito importante pra mim seu Rodolfo.
- Ué? Por que piá?
Guilherme sorriu mais e apertou o abraço ainda mais.
- Foi atravéz dele que eu vi o senhor pela primeira vez....
Rodolfo travou um pouco e ficou extremamente vermelho, tirou o objeto do rosto e o entregou para Guilherme novamente, ele não sabia como lidar com aquilo, ninguém nunca tinha se apaixonado por ele a esse ponto.
- Tu tem um péssimo gosto piá...
- Pode ser, mas graças e esses gostos que eu encontrei o senhor.
Outra vez Rodolfo ficou corado, talvez depois de acabar com os Ceveros ele ficasse mais um tempo em SP.
🕸️☠️ Assombrados ☠️🕸️
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