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História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Não é necessário ser especial


Escrita por: Sachii

Notas do Autor


Oioi gente!!!
Desculpa o atraso eu tô atolada de serviço.
Esse cap mostra um pouco da família do Chris e também tem foco no Murilo, espero que vocês gostem.

Capítulo 208 - Não é necessário ser especial


Fanfic / Fanfiction Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Não é necessário ser especial

Aquilo era muita gente.

A Sala de jantar era gigantesca, praticamente um apartamento inteiro, e tinha no mínimo uns 30 casais de todas as faixas etárias ali sem contar a quantidade quase inimaginável de crianças de todas as idades correndo de um lado pro outro, nem no dia mais agitado na praça de Carpazinha teriam tantas pessoas.

- O Hobbie da sua família e fazer filho?

Brulio nem pensou que poderia estar sendo rude, mas aquilo ali era um absurdo e dos grandes! Christopher soltou uma risadinha e olhou para o namorado com um pequeno tom de maldade.

- well... você sabe o quanto eu gosto de Sex- hum?

- tem crianças no ambiente!

Sentiu a mão grande cobrindo sua boca e deu outro sorrisinho, passou a língua entre os dedos do gaúcho fazendo ele questionar muito honestamente a sanidade do seu namorado.

- Tu tem problema???

A risada de Christopher Iluminou o ambiente, sera que não tinha nada em Christopher que fosse feio? Brulio se sentiu bastante atacado em relação a isso.

Cesar, Alex e Arthur desejavam estar em qualquer lugar, menos ali, ver os dois idosos apaixonados flertando e sendo fofos era uma grande mistura de vergonha alheia com felicidade, ainda sim os três preferiram não ver ate onde aquela conversa poderia dar.

- Uncle Kitty! 

Christopher olhou pro lado e uma moça bonita vinha sorrindo segurando uma bebezinha de uns 11 meses no máximo.

- Esther! My child, it's so good to see you!

Abraçou a moça e fez um carinho na bebê, ela olhou para Brulio e depois para ele e em 3 segundos ela sabia exatamente o que eles eram um do outro, abriu um sorriso simpático na direção do gaúcho o deixando um pouco sem graça.

- É um prazer conhecer o senhor.

E ela falava português, meio mal, mas falava.

Aquilo pegou Brulio de surpresa ele estendeu a mão para a moça que o comprimentou com um forte aperto, aparentemente ela também tinha força.

- o prazer é meu guria.

Ela sorriu para Brulio e voltou sua atenção para seus "primos", quando viu Arthur ergueu uma sobrancelha curiosa, diferente de Brulio ele parecia bem mais relaxado em conhecer a família.

- Hi Cousin!

A moça sorriu ouvindo a voz de Cesar e se virou para ele entregando a bebê, essa por sua vez abriu um berreiro digno de prêmio.

- É muito bom finalmente te conhecer também.

Falou com tom de brincadeira, afinal ano passado a bebê ainda estava na barriga de Esther, então aquela era a primeira vez que ele a segurava no colo, e como qualquer pessoa normal ela estava apavorada com a existência de César, ele compreendia a criança perfeitamente, e também não tinha nada contra a ela.

Ao som de choro de criança e conversa alta Arthur observava o ambiente, eles pareciam uma família unida mas não necessariamente próxima, haviam também muitos idosos ali, olhou para o seu sogro que parecia estar provocado seu pai de alguma forma (ele preferia não saber sobre o que eles estavam conversando para ser honesto)

- Então você é o sortudo que conquistou nosso Sunshine.

Quase que imediatamente Alex ficou vermelho, ele ficava tão fofo tímido daquele jeito, o jeito que Arthur olhou para ele fez Esther sorrir.

- As esposas e maridos que se casaram com membros da família sempre se reúnem depois das festas, seria um prazer te ver entre eles, posso falar com meu marido caso não se sinta confortável em só aparecer no meio.

Voltou sua atenção para ela novamente, parecia que ela estava sendo honesta, tinha que admitir que estava um pouco inseguro em relação a família do marido, quando Thiago falou que eles eram MUITOS achou que fosse exagero, porém se esses eram só os parentes de seu sogro por parte paterna, não conseguia imaginar a quantidade de gente que iria ter juntando a parte materna também, contudo, até agora não sentia nenhuma hostilidade na sua direção, isso era uma grande vitória, depois da sua experiência com os líderes da Ordem estava bastante pé atrás com todos que se diziam família dos Cohen.  

- it would be a pleasure.

Ela foi pega de surpresa ouvindo seu inglês, porém apenas sorriu e olhou para seus primos soltando um risinho.

- you were always an incredible teacher Alex.

Quando terminou de falar, uma senhora muito parecida com ela apareceu com uma cara de cu tão profunda que colocaria qualquer pessoa de mau humor junto.

- Kitty!

Christopher sorriu muito bonito vendo a senhora que devia ter a mesma idade que ele, o abraço deles foi bastante fraternal e duradouro, parando para pensar essa era a primeira vez que via os Cohen não fazendo estardalhaço por causa de contato físico, eles eram sim muito fisicamente carinhosos, mas ao mesmo tempo mantinham uma distância confortável, aquilo chamou bastante atenção dos gaúchos.   

- Liah, is so good to see you!

- I miss you cousin!

Ela o olhou por alguns segundos e sorriu, ele parecia mais feliz, isso valia muito para ela e o restante da família.

- You shouldn't just stand there, you have to go and greet our great-grandfather.

A face de Arthur se converteu em horror, como assim Bisavô?

- Bisavô?

Brulio que não sabia falar inglês só entendeu o que estava acontecendo quando Arthur falou em voz alta, ele pareceu igualmente horrorizado com essa possibilidade, as duas mulheres foram embora com a bebe, então agora era hora de perguntar.

- Como assim tu tem um bisavô?

Chris suspirou cansado, já seus filhos pareciam um pouco inconformados também.

- Tenho, Ele é avô do meu pai.

- Quê? Quantos anos ele tem?

- 107? 103?

- Não era 112?

Cesar e Chris olharam para Alex confirmar a data.

- é 115... quando eu fui adotado oficialmente ele tinha 99.

Arthur e Brulio ficaram um pouco confusos com aquela informação, era um pouco assustador pensar sobre a idade desse senhor.

- Um dos motivos de todos se reunirem aqui todo fim de ano é por causa do meu bisavô, todos tem medo dele morrer sem ver todos os membros da família uma última vez.

- Father, falam isso desde da minha adoção.

- Falam isso desde que eu nasci.

Chris olhou feio para seus filhos e eles calaram a boca, não era porque eles sabiam disso que precisavam ficar falando, tinha muita gente sensível na família que sofreria muito com a morte do ancião.

Segurou a mão de Brulio e foi puxando-o pela quantidade imensa de parentes, o gaúcho não queria admitir, mas estava muito ansioso, ele não tinha um histórico muito bom com a família de Amanda, e agora tinha medo de causar uma má impressão na família de Chris, sem contar que ele poderia prejudicar Arthur de alguma forma, então estava bem ansioso... precisava de um cigarro.

Arthur sentiu a mão ser segurada com carinho e viu Alex lhe direcionando um sorriso tão doce que deu um pico na sua glicose, engoliu a saliva ansioso, ele queria muito causar uma boa impressão.

Em um terraço muito bonitinho que estava decorado com mesinhas sujas de neve da noite anterior e um Senhor sentado em uma cadeira de rodas conversava com algumas crianças, ele parecia bem são, seu corpo, entretanto parecia que já não duraria mais nem um minuto.

Os Cohen pararam na entrada onde algumas crianças brincavam, para Arthur era impossível não imaginar Alex correndo ali entre as crianças que agora eram adultos e adolescentes naquela festa, também imaginou Cesar antes da adoção de Alex, parecia uma memória agradável a se ter, porém em meio aos seus pensamentos viu algo aterrorizante.

Um homem enorme de pele acinzentada, ele parecia um zumbi na verdade, ele babava caminhava se arrastando, a careca mostrava cicatrizes de cirurgia e metade de seu rosto parecia paralisado, conforme ele se aproximava era perceptível o odor de produtos para que a pele não apodrecesse, mas o pior era notar que ninguém estava incomodado com ele ali, na verdade em sua caminhada algumas pessoas se ofereciam para assisti-lo a chegar no seu destino.

- Uncle Bob.

O Homem parrou na frente de Chris e sem pensar duas vezes o pegou pela cintura como se ele fosse uma criança, aquilo deixou Brulio horrorizado e assustado.

- You...ssef.....

- Uncle i’m not my Father…

- A…pple…my…beauty…ful fri…end…

- not my mother either....

O pobre homem fez um carinho no rosto de Christopher o abraçando.

- Youssef...

- i’m Christopher Uncle...

Ele o encarou por mais alguns segundo e fez um carinho na cicatriz o abraçando outra vez, Chris o abraçou de volta e recostou a cabeça no ombro dele com uma expressão de tristeza muito dolorosa.

- Chris...topher...kitty...

O homem saiu andando carregando Chris deixando os Ceveros com cara de tacho pra trás, Arthur sentiu sua mão ser levemente apertada, o olhar de tristeza no rosto de seu marido e do seu cunhado era muito dolorido.

- Arthur.

- Sim, grandão?

- Promete pra mim que nunca vai deixar nossos filhos sequer pensarem em entrar para o exército.

Arthur encarou seu marido por alguns segundos e ele ainda assistia Bob carregando seu sogro entre as pessoas como se fosse uma criança, então era isso que tinha acontecido com ele? Seu cunhado pareceu ler seus pensamentos.

- Foi uma granada.

Os Ceveros olharam para Cesar curiosos.

- A granada ricocheteou, e caiu no pé do nosso tio Bob, é um milagre ele estar vivo.

- ele é o que do seu pai?

- Ele é primo do nosso avô, mas ele é padrinho do meu pai, foi ele quem levou minha avó até o altar quando ela se casou, ele é muito importante pro meu pai.

Brulio encarou de longe seu namorado na frente do projeto de matusalém tendo a mão segurada por um homem quase morto, ele parecia tão acostumado com tudo aquilo, quanto tempo ele teve que se sentir sozinho com todos esses fardos? Por algum motivo ele quis muito dar dois socos na cara de Hector.

- Vamos... precisamos dar oi pro tatô e ir ajudar nossos primos com as crianças.

Cesar saiu na frente com Alex puxando o marido e o sogro pela mão até o senhor com idade maior que a invenção da internet, de perto ele era mais perturbadoramente velho do que qualquer um gostariam de admitir.

- Hi great-grandfather.

O idoso ergueu o olhar para Cesar e abriu um sorriso com poucos dentes, a voz dele mal saia e no pescoço havia um acesso para que ele respirasse melhor.

- Every day that passes you become more like your mother and grandmother Kaiser.

Cesar deu um sorrisinho, ele voltou a olhar para Christopher com um senso de orgulho e honesto contentamento, voltou a olhar para frente e seu olhar se suavizou de maneira palpável.

- Sunshine.

- Hi great-grampa.

- Beautiful as always, grace this old man with your beautiful smile sunshine.

Alex sorriu e se aproximou do senhor lhe dando um abraço com cuidado para não machuca-lo, ele ainda tinha o mesmo cheiro mesmo depois de anos.

- Great-grampa this is my... Husband...I mean, technically my husband...

O rosto do senhor se fechou, Arthur esperava que um homem (praticamente um defunto) daquela idade fosse ser homofóbico, mas não foi isso que aconteceu.

- English?

- Ah, yes sir, My name is Arthur.

Olhou de Arthur para Alex e novamente de Alex para Arthur abrindo um sorriso singelo, nesse momento Arthur percebeu que o pobre idoso sofria de catarata.

- A king is perfect for an emperor, be happy.

(Nota: Ele está fazendo referencia aos nomes dos dois)

Foi pego honestamente de surpresa, não esperava ser aceito assim tão fácil pela quase múmia na sua frente.

O foco do idoso pareceu flutuar um pouco procurando alguém entre as pessoas, se virou para Chris com uma carinha meio zangada.

- Kitty, Where is Mariana?

- She can't come great grandpa, she just had her babies.

Ele pareceu um pouco decepcionado, mas então notou Brulio encarando Christopher de um jeitinho tão amoroso, os olhos dele brilhavam de forma genuína.

- and Who are you?

Brulio ficou assustado pois não sabia responder então olhou para o restante da família procurando apoio, porém não estava preparado para a resposta tão direta do Namorado.

- he is my boyfriend.

Pode ver o senhor erguendo uma sobrancelha e então olhando para Arthur, eles não eram muito parecidos, mas também não dava pra negar o parentesco.

- His also my Father.

Agora sim a cara do senhor não parecia muito boa, mas ele também não parecia estar bravo com ele em primeiro lugar, a projeto de múmia olhou para Chris e soltou um suspiro cansado, com esse movimento Brulio podia jurar que o buraco no pescoço dele deu um leve assovio.

- You complicated things again, is this relationship serious?

- Yes.

Derrotado o senhor pareceu já ter tido aquele tipo de conversa antes, isso colocou uma pulguinha atras da orelha do gaúcho, tentaria saber mais sobre mais tarde, porém o plano do idoso era aparentemente cutucar algum dos 3 e o escolhido foi Cesar que por incrível que parecesse estava quietinho no seu canto.

- Your father is dating, your younger brother got married and your younger sister had children, and you? Until when do you plan to be alone?

Cesar desviou o olhar pareceu muito mais envergonhado do que gostaria, não gostava de ser comparado, porem sabia exatamente o porque daquilo estar acontecendo, aquela pergunta não estava direcionada especificamente a sua vida amorosa e pessoal, mas sim era um jeito de saber se Cesar tinha alguma coisa o apegando ao mundo e a humanidade, todos sabiam muito bem de quem ele era neto, e se tinha uma coisa de que ele se lembrava muto bem era de como olhar para Apple era como ver o culpado pelo fim da humanidade bem na sua frente, se ela não tivesse se apaixonado por Youssef talvez o mundo já tivesse acabado a 60 anos atras, ele e o restante da família também só ficaram tranquilos em relação a Christopher quando ele apareceu com Claudia, e só puderam realmente relaxar quando Cesar nasceu, embora no começo eles não fossem muito fãs da ideia da adoção de Alex, a opinião mudou em 24 horas depois de conhecer o Sunshine, ele deixava amos calmos e pacientes, eles faziam de tudo pelo caçula, sem contar que quem iria resistir aquele menininho mais fofo...bem.. hoje ele é um homem muito bonito, ainda sim conseguia manter os dois em cheque.

Cesar precisava de um filho, uma namorada ou namorado, qualquer coisa que o prendesse a um senso de conformidade, sabia que até o seguinte momento isso estava sendo feito por Alex, mas e quando ele voltasse sua atenção em construir uma família? Quem garantiria que Cesar continuaria “inativo”? Esse era um risco que nenhum deles gostaria de correr.

- one Cohen (Summer) alone is the most dangerous thing in the world.

(Nota: Ele está se referindo a descendência específica da Apple)

Cesar olhou para o idoso serio por alguns segundos, e nesses segundos ninguém falava no recinto, sabe aquele momento onde do nada tudo fica em silencio, era exatamente esse momento, um pequeno sorriso muito estranho surgiu nos lábios de Cesar e Christopher pareceu perder qualquer expressão que um dia já teve na vida, ele tinha ficado muito zangado com aquela insinuação e como não queria parecer mal educado ficou quieto, uma pena que assim sem nenhuma reação era parecia muito uma boneca de porcelana, chagava a dar calafrios.

- I appreciate your intentions great-grandfather, but you don't need to worry about me, I'm fine alone.

A resposta foi educada, ele também não pareceu ofendido, entretanto Christopher parecia muito esquisito, ainda bem que ninguém ali sabia ler mentes, até porque se pudessem estariam horrorizados em ver o que ele queria fazer com o próprio bisavô por ofender seu primogênito.

- if you say...

Cesar sorriu de forma meio falsa e se despediu do ancião, Alex também deu tchau e foi atras do irmão levando Arthur com ele, pela cara de Christopher era melhor o tirar dali, então Brulio o segurou pela mão e o trouxe para perto, isso o acalmou bastante, ele também se despediu e foi embora, novamente o gaúcho pode jurar ouvir o buraco da traqueostomia assobiar com o suspiro que o senhor deu, mas pela cara dele agora era um suspiro de alívio.

- Meu rei, nós vamos visitar meus amigos mais tarde, eu só vou fazer my Family duty.

- O que? Que dever?

- É muito comum quando a gente se reuni fazer algum favor para nossa família, não e dinheiro nem nada do tipo.

- Então o que você faz?

Cesar pulou nas costas do cunhado e quase fazendo o pobre citado ir ao chão, Alex achou um pouco de graça da situação, mas preferiria que os dois não se machucassem.

- A gente cuida das crianças.

- Que? Tu cuidando de pia meu cunhado?

- Pode parecer difícil, mas eu sei lidar bem com elas, já era my duty antes do Alex aparecer na nossa vida.

Arthur ergueu a sobrancelha curioso com aquela informação, se lembrava de Cesar falar que as crianças não se aproximavam dele de forma fácil ou confortável, as meninas também falaram que quando Cesar ficava responsável por elas, ele parecia mais as suportar do que qualquer outra coisa, então queria entender o porquê de ele preferir ficar com as crianças.

- Crianças são muito mais fácies de se lidar, prefiro mil vezes bebês chorando no meu ouvido do que um marmanjo sem noção me cobrando algo.

Arthur não podia discordar dessa linha de pensamento.

Antes de Cesar e Alex entrarem no que parecia ser um quarto bem grande, Esther veio lhe buscar para ficar com os outros cônjuges que se casaram ou iriam se casar com os membros da família, conversou um pouco com ela e descobriu que ela era neta de Bob, e Liah era a única filha dele, entendia muito bem o porquê de seu sogro as tratar com tanto apreço.

Para surpresa de Arthur além de Esther outros 4 membros da família falavam português, então seu pai não ficaria tão isolado, porém quando o procurou entre as pessoas não o encontrou, o que era um pouco fora do comum, afinal ele era muito alto e fácil de localizar por causa disso.

Segui seu namorado pela casa até chagar em um corredor muito grande, nele havia muitas fotos, eram fotos de fora a fora de cima a baixo da parede de ambos os lados, reconhecia alguns rostos que tinha visto na festa, porém não estava entendendo o que era aquilo.

- Aqui, look, my mommy and my daddy.

Brulio olhou para a parede onde tinha uma foto de casamento em preto e branco de pessoas que não conhecia embaixo tinha uma foto do pai de Chris jovem/adolescente e então uma foto de Apple e ele mais velho com uma foto de casamento do lado, embaixo tinha uma foto de Chris adolescente, então uma dele mais velho do lado uma foto de Claudia e uma foto do casamento deles e embaixo deles uma foto de Cesar e outra de Alex.

- O que seria isso?

- a árvore dos acontecimentos da minha parte da família, quando o casamento do Alex e do Arthur acontecer vão colocar uma foto do Arthur e uma do casamento também.

Brulio não entendeu muito bem o que aquilo era, mas achou fofo, porém tudo que seu cérebro pensou foi por água abaixo ouvindo a próxima frase do namorado.

- E logicamente terá uma foto sua aqui também.

Demorou um pouquinho para a ficha de Brulio cair, foi sentindo suas bochechas mudando de cor e uma timidez muito grande o preencheu violentamente, olhou para o chão tanando evitar contato visual com o namorado.

- Os pais dos cônjuges tem que estar na parede?

- Você não entrará como pai do Arthur, e sim como meu marido.

Se fosse possível ver o processo químico da timidez no rosto de uma pessoa, Brulio teria sido o melhor objeto de estudo já encontrado, sentia o coração disparado e as mãos suando, ele estava muito feliz em saber que realmente faria parte dessa parte da vida do homem que ele amava.

- E tá tudo bem com isso? E a foto da sua esposa?

O olhar de Chris se suavizou docemente, segurou a mão do namorado e deu um beijinho nas costas dela com delicadeza o olhando apaixonado.

- Como sou viúvo ambos podem estar na minha parede, mas muito obrigado por pensar na minha Cláudia antes de qualquer coisa.

- é claro que pensaria nela, foi ela que te ensinou a amar não foi? Graças a ela posso te amar de volta.

Chris sorriu de forma genuína e puxou o namorado para um abraço carinhoso, o calor da pele dele e o perfume masculino já tão conhecido lhe trazia conforto, ele iria amar Brulio com todo seu amor até o último minuto de sua vida.

Quando Brulio voltou com Chris ele parecia bem feliz e tímido ao mesmo tempo empolgado, julgando pela cara dele ele parecia satisfeito com algo.

A conversa com os membros da família de Christopher foi tranquila e sem nenhum evento expecifico ou muito marcante, eles pareciam pessoas legais e se sentia confortável junto a eles, isso em si já era uma vitória, esperava que seus filhos pudessem criar um bom relacionamento com as crianças da família também.

Eles almoçaram lá, Christopher perguntou várias vezes se eles estavam bem com o cardápio oferecido, afinal era uma comida muito diferente do habitual prós gaúchos, sem contar que até às carnes estavam muito bem passadas o que para os gaúchos poderia ser estranho.

Eles comeram bem o que acharam que poderiam, era também bem óbvio que talvez eles fossem os únicos não judeus da mesa, a comida estava gostosa e bem temperada, mas os prato favorito de Brulio foi o peito de boi, Arthur gostou muito das panquecas de batata e a sobremesa foi Loukoumades (bolinhos fritos mergulhados em mel ou açúcar) e como todo americano eles tinham rosquinhas e dunuts também junto com sorvete.

Arthur viu que já eram quase 5 da tarde, se iriam na casa dos amigos de Alex era melhor saírem logo, pensou em avisar seu pai porém ele e seu sogro estavam ocupados demais flertando um com o outro pra notarem ele saindo atrás de Alex pela casa.

Honestamente não demorou muito para achar o quarto onde estavam as crianças, abriu a porta e viu Cesar com uma bebê encaixada na cintura a chacoalhando cuidadosamente enquanto ela chorava como se não ouvesse amanhã, Cesar estava inexpressivo, do outro lado do quarto um grupo de crianças um pouco mais velhas estavam sentadas em círculo enquanto Alex lhes contava uma historinha educativa, ele realmente tinha nascido para ser professor.

Ia entrar no quarto quando se sentiu observado, olhou para baixo e viu umas crianças o encarando curiosas, bem ele definitivamente era algo diferente a se olhar, a barba, as tatuagens, os olhos com heterocromia e a cicatriz na cara faziam dele um gigantesco estímulo visual.

- H-Hi...

A menininha com um vestidinho rosa chiclete abraçada com um ursinho de pelúcia se vitou e gritou a plenos pulmões:

- UNCLE SUNSHINE YOUR HUSBAND IS AT THE DOOR.

Arthur em todos seus anos de relacionamento nunca tinha ficado tão envergonhado, chegava a queimar de vergonha, porém quando os olhos de Alex se encontraram com os seus sentiu que aquilo não importava.

O bonitão se levantou e as crianças fizeram fila para abraça-lo, Cesar se despediu dos dois e logo eles estavam do lado de fora do pequeno prédio com Alex pedindo um Uber.

Passear por NY parecia ainda algo tão fora da realidade para Arthur, olhava a janela do carro fascinado, quando Alex percebeu isso ficou com um leve sorriso no rosto.

Chegaram em Bedford-Stuyvesant rapidamente, eram só 7km de distância de Crown Heights.

Alex caminhou determinado por um caminho que conhecia muito bem, parou alguns segundos para olhar o parquinho que brincava quando era criança, em segundos estavam na frente de uma casa bonitinha de onde saia uma música alta e animada, Alex deu umas batidinhas na porta e ela foi aberta por uma moça muito bonita, ela era alta e tinha o cabelo com tranças azuis, Porém quando ela abraçou Alex tudo que Arthur queria fazer era enforcar ela com as próprias tranças.

Alex olhou para trás como se lesse os pensamentos do marido, isso fez a moça também olhar para Arthur.

(Essa parte tem mais diálogos, mas eles estarão em português porque nem todos os leitores falam inglês)

- uau! Quem é esse deddy barbado e tatuado com cara de malvado? 

- Meu marido.

Respondeu sem sequer respirar, os olhos da moça se arregalaram enquanto ela olhava de um açucarado para outro.

- WTF Alexander???

Dentro da casa deviam ter umas 20-30 pessoas, o som tocava alto "megan thee stallion - thot shit" não era o tipo de música que Arthur ouvia, mas Alex ouvia muito então aprendeu a escutar.

Os olhares sobre ele eram simplesmente assustadores de tão intensos, analisando as expressões e linguagem corporal de todos ao redor era bem óbvio que eles tinham uma curiosidade mórbida sobre seu relacionamento.

- quando o Alex falou que estava namorando eu não imaginei que seria com um Daddy desses.

Arthur ficou envergonhado, ele não se achava tão atraente assim.

- sem contar que o tipo dele é mais romântico e não bad boy.

- Parece muito que você e o personagem principal de um Dark romance daqueles bem tóxicos e duvidosos.

- Sem contar que você é muito bonito.

Arthur ficou um pouco sem graça, olhou ao redor e todos pareciam muito curiosos em relação a sua pessoa, sentiu Alex se sentar ao seu lado e colocar o braço por cima do seu ombro, sorriu de forma tímida, reparou que todos olhavam para eles agora, eles pareciam preocupados.

- Meu rei te trouxe uma cerveja.

- Obrigado Grandão.

Deu um gole no líquido alcoólico sentindo que aquilo o deixaria mais relaxado, o beijinho na bochecha também ajudou muito.

- Vocês são um casal.... exótico....mas bem bonito.

Arthur não gostou muito daquela insinuação, ele mais do que ninguém sabia que eram opostos, sem contar também que perto de Alex todo mundo tirava 1 na hora, ele era (e sempre seria) uma das pessoas mais bonitas que conheceu na vida.

- os opostos se atraem.

Sentiu o músculo do braço de Alex tencionar, a cara dele também não era das melhores, não parecia realmente zangado, talvez estivesse os repreendendo com o olhar na realidade.

- Vão me dizer que meu marido não é o homem mais bonito do mundo.

O rubror nas bochechas de Arthur ficaram muito visíveis, bebeu um gole de cerveja tentando disfarçar, porém os amigos de Alex ficaram ainda mais preocupados.

Outra batida na porta foi ouvida e mais um grupo de homens entrou na casa já lotada, o esteriótipo de negro novaiorquino se encaixava muito bem nos homens na sua frente, porém um deles em expecifico não agradou muito Arthur, sabe quando o Santo não bate? Então... No caso deles o Santo não queria nem olhar na cara um do outro.

Alex se aproximou do grupo dando um abraçou em um rapaz alto e bastante acima da peso, eles pareciam extremamente íntimos, o jeito que a mão dele escorreu domoradamente pelas costas de seu marido quase fez Arthur implodir.

Alex veio trazendo o rapaz pela mão até ele, antes de chegarem Arthur virou a cerveja, ele queria causar uma boa impressão e achava que pular na garganta do amigo do marido e tentar matar ele na base do soco por ciúmes não iria ser algo agradável de se ver.

" Sorriso, sobrancelhas levantadas, pupilas dilatadas e corpo inclinado na direção do Alex...pode ser só felicidade...ele só pode ter sentido muita falta do amigo"

Enquanto pensava isso o amigo mais gordinho de Alex lhe fez um carinho na mão de forma lenta.

"Saudade o caralho ele quer e romance com meu marido"

Estava tentando realmente se segurar, porém não podia garantir que iria conseguir por muito mais tempo.

- Meu rei esse é o Luke, ele é um dos meus amigos mais antigos aqui NY.

- Prazer em conhecer.

Esticou a mão e recebeu um sólido aperto, porém quando olhou para ele viu a sombrancelha se curvar e o sorriso desaparecer.

"decepção? Só me faltava essa agora"

Não queria ser mal educado então fingiu um sorriso voltando a atenção para o marido outra vez, ele parecia muito empolgado para mostrar todas as coisas que fazia com seus amigos daquela cidade, embora Arthur ainda não tivesse entendido o porquê de terem vindo ver os "coleguinhas" de Alex.

Percebeu outro rapaz atrás do tal do Luke, ele era alto e bonito, achou o cavanhaque dele uma beleza (Arthur aparecia que sabe cuidar da barba) porém quando reparou direito percebeu algo esquisito.

"Olhos estreitos, testa franzida, ombros tensionados e um falso sorriso.... Inveja..." 

Seguiu o olhar para onde ele olhava e viu a que era Luke e Alex de mãos dadas, aquilo parecia bastante complicado, e o pior era que Alex não parecia perceber isso, Arthur achava que talvez fosse melhor assim mesmo, no entanto parecia que o universo tinha outros planos.

Sabia que aquele rapaz não era flor que se cheirasse, ele estava atrás de encrenca e tinha escolhido o alvo errado.

- Muito prazer, você realmente é tão bonito quanto o Alex falou.

- Obrigado.

- Seu sotaque também não é muito forte.

- O Alex é um excelente professor.

- Você parece bem mais velho que a gente.

O rapaz invejoso de cavanhaque se meteu na conversa esticando a mão para que Arthur o comprimentasse e assim ele o fez.

- Eu sou o Jakson.

- Prazer em te conhecer, e sim eu sou um pouco mais velho que vocês.

- Um pouco?

- Eu tenho 29

- A maioria de nós tem 21-23, 6 anos é uma boa diferença.

- Não acho muito, já conheci casais com diferenças bem maiores, sem contar que todo mundo aqui é mais alto que eu.

Arthur soltou uma risadinha e percebeu pelo canto do olho Alex o olhando, não sabia bem explicar, porém o olhar parecia um pouco diferente do normal.

Jakson olhou para Alex e juntou a sobrancelha desconfiado, porém abriu um sorriso que Arthur descreveu mentalmente como "maquiavélico" se ele estava achando que podia ofender Arthur de algum jeito estava enganado.

- Você gosta de garotos mais novos então?

- Na verdade o Alex é o primeiro relacionamento que eu tenho com alguém mais novo desse jeito, ele roubou meu coração.

As bochechas de Alex ficaram vermelhinhas e o jeitinho mais docinho e inocente dele vazou completamente, Arthur olhou pra ele e soltou um suspiro apaixonado, Alex quase explodiu de timidez e amor, era impossível não achar ambos fofos.

- vocês são um casal muito bonito.

Arthur praticamente flutuou na direção do marido segurando ele pela mão.

- Ele é o amor da minha vida.

Alex não resistiu, colocou a mão livre na cintura do marido e o puxou para perto dando um beijo delicioso, eles eram muito apaixonados um pelo outro.

- Que bom que o Alex achou alguém que gosta dele e das vozes da cabeça dele.

Ninguém.

Nenhuma das 30 pessoas naquela casa nesse momento.

Absolutamente nenhuma alma ali jamais teria falado aquilo com a intenção de machucar o Cohen, mas Jackson queria magoar Alex de algum jeito, ele só não sabia que os alters de Alex estavam em dormência a meses, não só isso, naquele momento ele tinha arranhado o maior inimigo que poderia imaginar, Arthur.

- Isso foi incrivelmente desrespeitoso e preconceituoso, eu conheço os Alters do meu marido, e eu me relaciono com eles de forma adequada a cada um.

- Até com o cachorro?

A risadinha mal intencionada vindo dele era claramente um ataque para acontecer um barraco, ela só não esperava....

- Como um Doutor formado em psicologia e psiquiatria, junto com teses de comportamento humano, eu entendo perfeitamente meu marido e seus Alters.

- Que?

- Eu sou um mestre em psicologia, então eu entendo muito bem meu marido.

Silêncio.

- ALEM DE PEGAR UM BRANCO AINDA PEGOU UM BRANCO METIDO A DOUTOR!

Ele só queria uma encrenca, alguma coisa que forçasse Alex a ir embora.

- Eu não sou branco.

Silêncio.

- Quer um espelho pra se enchergar?

- minha mãe é branca, mas meu pai é filho de uma mulher indígena e um homem negro.

Arthur pegou o celular e encontrou uma foto de seu pai mostrando para todos ao redor, até mostrou uma foto dos avós e ele tinha traços deles, mas a questão não era bem essa.

- Não entendo porque está tentando achar falhas no meu relacionamento... isso parece inveja...

Jakson ficou em silêncio encarando Alexander e Arthur, depois olhou para seus amigos que não pareciam estar entendendo aquele amargor todo.

- Eu só tô achando o relacionamento de vocês muito estranho.

- Você mente muito mal.

- Como é?

- Você propositalmente tentou me atacar esperando uma resposta negativa do Alex, quando isso não aconteceu decidiu que iria atacar ele diretamente, me parece que tu quer manchar a imagem dele de alguma forma.

Quem precisa de inimigos quando se tem um amigo como você na vida.

Aquilo pegou Jackson desprevenido, a língua afiada de Arthur era algo que ele não esperava, nem percebeu que tinha estragado a festa com isso.

- Você se acha muito esperto, mas tenho certeza que só tá interessado no dinheiro dele.

Aquilo já estava ficando ridículo, se ele queria brigar...teria certeza de humilhar ele a ponto dele nunca mais pensar em falar mal de seu marido.

- testa marcada por rugas profundas, olhos semicerrados fixados em nós, lábios comprimidos, músculo tenso, sobrancelhas abaixadas e juntas, narinas dilatadas deixam claro que sua paciência não está das melhores...

- Que?

Arthur deu um passo a frente encarando o rapaz com uma intensidade assustadora, os olhos bicolores e a cicatriz eram um pouco assustadores na realidade.

- A sua amargura está estampada na sua cara, eu não sei o que você queria atingir em deixar eu e meu marido bravos, mas nem isso tu tem capacidade de fazer, porque não importa o que falem, meu marido é meu "Ride or die"

(Nota: esse termo em inglês pode ser traduzido para "eu mato e morro por ele")

- você é esquisito.

- Não, eu só aprendi muito bem a ler as pessoas...e sei que você não quer causar uma má impressão - Arthur olhou para Luke que não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo e depois voltou a olhar para Jakson - não é?

Arregalou os olhos percebendo que Arthur sabia que ele gostava de Luke, ele não sabia onde enfiar a cara.

Jakson deu meia volta e saiu da casa, Arthur soltou uma risadinha meio convencida, ninguém pareceu perceber.

- Meu rei tá tudo bem?

- Tá sim grandão, mas esse tipo de Drama é muito adolescente pra mim.

Alex abaixou a cabeça meio decepcionado (não com Arthur)

- A diferença de idade as vezes é um pouco complicada não é?

- Relaxa grandão, tu é só um pouco mais maduro que os outros da sua idade, eu acho bom tu ir ver como estão seus amigos.

Alex travou no lugar e olhou ao redor desconfiado, novamente Arthur novamente percebeu os mais novos olhando pra ele preocupado.

- Tem certeza de que quer ficar sozinho.

- Pode ir grandão.

Meio a contra gosto Alex foi atrás de Jakson pra tentar falar com ele, isso deu a chance para os outros se aproximarem de Arthur.

- Arthur, você está bem? Como o Alex te trata?

Aquilo pegou o gaúcho de surpresa, o tom de preocupação na voz da moça bonita o fez parar pra pensar um pouco.

- estou bem e o Alex me trata muito bem...

Os amigos se olharam um pouco preocupados.

- É que o Alex parece ser um pouco possessivo.

- o que?

Aquela afirmação era tão bizarra que fez Arthur questionar bastante se estava ouvindo direito.

- O jeito que ele colocou o braço por cima do seu ombro foi muito intimidador.

- Ele sempre fez isso, desde o começo do nosso namoro.

- Então ele é ciumento desse jeito desde o começo?

- O Alex não é ciumento.

- Eu conheço o Alex desde que a gente era criança, ele com toda certeza, sente ciúmes de você.

Arthur parou alguns segundos para pensar no que tinha acabado de ouvir, podia ser um sonho distante, mas queria ver Alex com ciúmes....cobriu a boca com a mão escondendo um sorriso macabro de felicidade.

"Será que ele realmente tem ciúmes de mim?

Alex voltou sem Jakson, no entanto a festa continuou sem ele, Arthur conseguiu se enturmar bem com os mais novos, 

A neve caia tranquila enquanto os Açucarados caminhavam um pouco pelo bairro, a cada esquina Alex falava algo sobre o local, era fofo, mas a cabeça de Arthur estava em outro lugar.

Olhou para as costas enormes de Alex, a vaga ideia dele sentir ciúmes deixava Arthur meio desequilibrado, precisava saber a verdade.

Entraram em um beco um pouco afastado, não haviam pessoas passando lá, então iria aproveitar a oportunidade.

- Alexander.

- O que foi Arthur? Que cara é essa?

Respirou fundo encarando os olhos vermelhos do marido de forma intensa, os olhos de Alex pareciam chamas o devorando.

- Alex, tu tava com ciúmes?

A expressão seria que o fazia era muito sexy, ele tinha uma presença e intimidação de uma fera, mas não esperava mudança no seu amado.

- sim, eu estava morrendo de ciúmes...todo mundo lá é muito bonito...

O sorriso de Arthur cresceu e ele não consegui parar de rir olhando para Alex, era um riso meio assustador e sem pé nem cabeça, mas graças a essa risada agora estava encostado na parede.

- Arthur, desculpa eu não consigo me conter com você, eu fiquei muito ansioso quando vi os olhares dos meus amigos... Eu meio que surtei.

- como é?

- Você é tão lindo Arthur...eu não consegui me controlar...

- Grandão?

A parede gelada na suas costas, fez ele se tocar de que talvez estivesse muito distraído com a conversa.

- Arthur...eu não entendo...você nunca percebeu o quão delicioso você é? E lógico que quero te exibir, mas ao mesmo tempo eu quero te esconder do resto do mundo.

Nunca tinha visto Alex com aquele tipo de olhar antes, era uma sensação diferente, se sentia levemente ameaçado, mas com muito tesão.

- Eu vou estar mentindo se disser que eu não estava deixando claro que você é meu.

- Tu é tão bobo Alex, eu não sou bonito assim.

Aquilo pareceu ofender Alex muito profundamente, segurou o queixo de Arthur e o forçou a olhar pra ele.

- Você é lindo e perfeito Arthur...eu sou absolutamente louco por você.

Sentiu o dedão de Alex pressionar seus lábios, algo dizia para Arthur que algo iria acontecer.

Murilo não esperava encontrar Dante tão casual, ele era muito mais magro do que parecia, mas também parecia ter um corpo muito bem trabalhado, contudo, sua maior fonte de fascínio era o cabelo do mais novo.

Ele nunca tinha visto um loiro como aquele que não fosse feito de forma artificial, era platinado e tão claro, uma das cores mais bonitas que já tinha visto em sua vida, combinada com aqueles olhos azuis esverdeados chagava a ser uma arma ter aquela beleza toda, já não se achava tão bonito, perto de Dante então ele desaparecia.

Também se perguntava se não tinha doido fazer todas a quelas tatuagens, porque ele tinha só 3 e já queria chorar só de lembrar da dor já se encolhia, como Dante, praticamente uma fada de tão delicado tinha aguentado todas aquelas tatuagens?

- Seus pensamentos são altos.

- O que?

Sentiu Dante se aproximar, ele era quente, as lembranças da noite deles no castelo encheram sua memória de forma agressiva, sentia que estava sendo um grande pervertido por algum motivo. 

- Quero dizer que sei o que está pensando.

- A sim...claro...

Dante piscou e virou a cabeça pro lado fazendo o cabelo escorrer para o lado, era uma visão muito bonita, desejou ter só um pouquinho dessa beleza.

- Sinto que você quer me falar algo, só não está sabendo exatamente como.

Murilo abaixou a cabeça tentando esconder sua expressão, porém Dante o segurou pelo queixo e o fez olhar para ele, nunca tinha visto uma pessoa mudar de cor tão rápido, ele estava cor de rosa.

- Você é muito fofo, mas gostaria que não escondesse coisas de mim.

- Não estou escondendo, só estou um pouco envergonhado em perguntar.

- Senão fizer a pergunta não terá a resposta.

Soltou o ar bufando meio contrariado, na cabeça de Dante ele parecia muito um passarinho fazendo birra.

(Nota: O Dante só teve aves durante a vida, então a referência dele é só essa)

- Eu gostaria de ser mais útil pra ti.

A cara de “que?” e “Ué?” que Dante fez foi a catalise para honestas risadas da parte de Marcelo, ele ficava muito fofo confuso, e era um bom jeito de começar aquela conversa tão esquisita que iriam ter.

- Não entendi onde quer chagar Murilo

- É um pouco complicado explicar na verdade...eu só me sinto meio...inútil.

Nem se Dante tivesse levado um tapa na cara ele teria feito uma expressão pior do que aquela, era possível sentir o amargor completo vindo do fundo de sua alma, ele estava honestamente muito ofendido por Murilo.

- Alguém falou algo pra você?

- Não, ninguém falou nada, e só um pensamento meu mesmo.

Aquilo pareceu piorar muito a situação, se esses pensamentos estavam vindo da cabeça do próprio gaúcho, tinha algo muito feio rolando dentro do cérebro dele para que ele pensasse de si mesmo desse jeito.

- Eu acho que você precisa falar com o Arthur, esses pensamentos não são nada bons...

Não queria lembrar de seus irmãos em momentos assim, porém era difícil esquecer todas as vezes que ouviu um deles se rebaixar por não conseguir o lugar que o pai deles queria, não poderia imaginar seu amor passando pelas mesmas coisas.

- Você está me preocupando.

Murilo virou o rosto tentando esconder seus sentimentos, o motivo dele ter ido ver Dante, porém o loirinho era muito mais perspicaz do que gostaria de admitir, as vezes achava que o estereótipo de “loira burra” seria muito bom para ele, estava honestamente muito cansado de ser inteligente, ou melhor, de que ele por ser inteligente deveria assumir os Studios, não gostava das suposições que faziam sobre ele, preferiria trocar elas com as de Thiago.

Dentro dos Studios Fritzz era muito falado que Thiago era apenas um rostinho bonito com lábia, que ele era irresponsável demais as vezes, que era melhor a presidência ter ido para Gaspar, nunca tinha ouvido algo tão repulsivo, Thiago era mais capaz do que lhe davam crédito, só não queriam ver isso.

- Eu só fiquei um pouco pensativo com algumas coisas.

Ele parecia desconfortável em falar ali no meio da sala, então o levou para seu quarto, Marcelo virou uma estatua sentado na cama, evitava olhar para qualquer lugar com uma vergonha que jamais sentiu em sua vida.

- Você ta muito vermelho!

- Eu não esperava entrar no seu quarto.

- Ta tudo bem Murilo, relaxa.

Se sentou ao lado de seu amor e colocou o cabelo dele atrás da orelha, achava a ondulação do cabelo dele uma gracinha, ele tinha uma carinha mais “baby face” do que Marcelo, era uma diferença interessante entre eles.

- Quer falar agora?

Murilo fez sim com a cabeça e pegou o celular e entrando em uma conversa e entregando pra Dante, era uma conversa com Vic, a última mensagem era a foto de uma guitarra bordo a coisa mais linda, ela brilhava em verniz e parecia ser muito bem cuidada.

- É sua?

- É sim, mas nunca toquei, comprei porque achei bonita, o Arthur já tocou ela algumas vezes, comprar ela foi um luxo pra mim, o seu Brulio e um bom patrão, ele sempre pagou a gente muito bem e virava e mexia ele sempre dava um dinheiro aleatório, bem coisa de pai/avô mesmo.

Dante Sorriu, realmente o senhor gaúcho parecia um homem muito gentil, mesmo ele parecendo ameaçador, era bom não julgar um livro pela capa.

- Mas o que a foto dessa guitarra te fez pensar pra você vir me ver?

Outra vez Murilo pareceu uma pouco desconfortável, na verdade pareceu um pouco triste.

- O apartamento em Carpazinha... eu nunca imaginei que sairia daquele lugar.

- Como é?

- A minha vida era muito confortável ali, o Marcelo cuidou de mim depois da gente cortar relações com a nossa família, eu nunca precisei me preocupar com nada, ele sempre resolveu tudo, e quando o Ivan veio morar com a gente, ai que a minha vida ficou fácil mesmo, não me lembro da ultima vez que vi a data de vencimento de alguma conta, eu estava acomodado.

Quando eu cheguei aqui em SP, eu fui percebendo que eu era muito mais dependente dos gaudérios do que eu imaginava, agora vendo que o lugar onde eu me fiz adulto não existe mais, me senti muito inútil...estagnado, todos estão tentando melhorar de alguma forma, apenas eu estou aqui parado sem objetivo... me sinto um desperdício de espaço...AI!

O tapão na nuca que recebeu fez seu corpo ir pra frente, não imaginou que Dante fosse tão forte assim, ele olhou para o loiro desacreditado, quando os olhos dos dois se encontraram sentiu a mão do mais novo na sua bochecha, ele se aproximou o fazendo ficar levemente nervoso, o carinho no seu rosto era aconchegante e reconfortante.

- Murilo, tá tudo bem apenas existir.

Arregalou os olhos completamente sem chão, não tinha entendido muito bem o que estava acontecendo, mas as palavras de seu Verissimo pareciam atingir um lugar muito específico em sua alma.

- O que?

- Está tudo bem apenas viver a vida, você não precisa ter um grande objetivo, nem um sonho gigantesco, apenas viver a vida da forma que achar melhor.

As palavras de Gaspar atravessaram o peito de Murilo como uma flecha, durante toda sua vida lhe foi cobrado a ser mais ambicioso, era a primeira vez que alguém não lhe falava que ele tinha que ser algo maior.

Quando entrou na faculdade de engenharia não tinha um abjetivo, só queria se formar, ter um diploma, se sentia tão mal por estar desperdiçando o dinheiro do primo (Nota: quem pagou a faculdade do Murilo foi o Marcelo) Quando se formou sentiu que já tinha o que queria e não se importaria em trabalhar para seu Brulio o resto da vida, era feliz em sua simplicidade, mas pressionado a ser algo a mais por alguém que não fazia ideia de quem era.

- Eu...

- Só o fato de você existir já é incrível, você não precisa ter um valor imensurável para ser alguém ou receber amor, você já é digno de todas essas coisas só por estar aqui, então não se sinta inútil, porque pelo menos pra mim e pro seu primo só a sua existência já vale mais do que qualquer coisa.

Colocou a sua mão por cima da mão de Dante a segurando enquanto segurava suas lágrimas, foi puxado para um abraço onde não conseguiu mais se conter.

Dante entendia seu amor em um nível muito mais profundo do que gostaria de admitir, ele sabia exatamente como Murilo se sentia, porque por muito tempo ele também achou exatamente aqui.

“Um Amor representa aquilo que você quer proteger...é eu acho que preciso falar com meus irmãos”


Notas Finais


Gente esses caps mais focados dão muito trabalho para escrever, desculpa a demora.
Próximos caps vão ter uns hots bem deliciosos pra vocês!
O Murilo é muito fofo e querido, ele só quer se encontrar.
Inveja é um sentimento muito feio, infelizmente o Alex nunca percebeu essas coisas em relação a ele...
O Brulio é o Chris estão numa fase bem lua de mel, amo meus idosos.
Cesar cuidando de criança é muito engraçado na moral.
O Dante pode ser um amor, mas só com quem merece.
Juro que logo os hots voltam.
Bjs até o próximo capítulo 😘✌🏽


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