História Stydia - Avassaladora (Primeira Temporada) - Cap.47 - Temp.I

Lydia Martin

Stiles me puxa para perto demais, quebrando toda a distância que ainda existia entre ele e eu. Entre a gritante distância que existia entre nossas bocas, entre o calor de nossos corpos que gritavam um em direção ao outro.

Eu só conseguia agradecer aos cosmos e ao universo por aquele momento estar acontecendo. Por ele me querer ali.

O amor tinha sabor e era do gosto da boca do garoto de pintinhas no rosto. O amor tinha cheiro e a fragrância era do produto de barbear de Stiles Stilinski.

Não era a minha primeira vez devorando os lábios finos. Mas era a primeira vez – desde o acidente – que Stiles judiava dos meus lábios grossos. E meu Deus, como eu tinha sentido necessidade daquilo.

Nossas línguas dançavam juntas, com movimentos lentos, se exploravam e se sentiam de uma forma única, carinhosa e sexy.

Sentia o oxigênio sumindo aos poucos enquanto nossas salivas se misturavam e matava nossa sede particular. Faltava pouco para perder o ar de vez e nos encarar, e eu não fazia idéia de como reagir ao momento.

Dito e feito.

Stiles: – Cacete! – O garoto diz ainda tentando recuperar o ar, mas era notável a satisfação em seu rosto.

Lydia: – Nós já fizemos isso antes, Stiles. Não sei o porquê da sua surpresa. – Digo rindo um pouco, respirando pela boca, tentando normalizar a respiração e os batimentos cardíacos.

Assim que fecho a boca de lábios inchados por causa do momento tão íntimo, ouvimos o barulho da porta sendo destrancada.

Maravilha! Como seriam as coisas a partir de agora?

Stiles Stilinski

Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser naquela boca carnuda se encaixando tão bem na minha. Cada toque que minha língua fazia na dela algo em mim se remexia.

Era como se eu sentisse saudades de algo desconhecido por mim. Era como se minha boca necessitasse da dela mesmo que eu não me lembrasse daquela sensação.

Meus pulmões começavam a suplicar por ar e eu me recusava internamente a me afastar da garota ruiva. Algo nela me puxava para mais perto, como se fôssemos nos fundir.

Eu nunca estive sequer perto do paraíso, mas algo em mim acreditava que estar ali com Lydia, beijando-a intensamente, era o mais próximo de paraíso que eu conheceria. Era como estar em paz, saboreando o doce do... Amor?

Vamos com calma, Stiles. Muita calma!

Infelizmente teríamos que nos afastar se não acabaríamos sufocando. E eu definitivamente não queria que aquele fosse o nosso último beijo.

Stiles: – Cacete! – Digo e percebo meus lábios dormentes. Quanto tempo estava grudado naquela boca carnuda?

Lydia: – Nós já fizemos isso antes, Stiles. Não sei o porquê da sua surpresa. – A garota diz convencida, mas vejo o tom de vermelho claro nas bochechas tomar de conta do lindo rosto.

Aquela noite no quarto, aquele beijo e aquela garota não me deixariam dormir hoje à noite.

Meus pensamentos são interrompidos quando escuto o barulho de uma porta sendo destrancada.

Mas que merda, eu não queria sair daqui. Pelo menos não agora.

Allison Argent

A noite anterior tinha sido uma puta loucura e sinais dela apareciam em flashs assim que levanto da cama desconhecida e me arrependo logo em seguida.

Minha cabeça latejava e rodava, tentando assimilar onde estava e quem tinha me deixado beber tanto.

Volto o meu olhar para a cama e vejo o pecado em forma de gente que meu namorado é. O garoto conseguia ser lindo até quando estava roncando e babando no travesseiro.

Seria uma pena ter que acordá-lo.

Allison: – Ei, lobinho. Hora de levantar. – Digo delicadamente, mas o garoto resmunga algo inaudível. – Scott, acorda, baby. – Digo tentando manter o tom delicado.

Scott: – Deixa eu dormir, mãe. – Scott parecia uma criança manhosa e eu acharia fofo se não estivesse morrendo de dor de cabeça.

Allison: – Eu tentei ser legal, McCall. – Digo antes de puxar o lençol que estava por baixo do meu namorado, fazendo com que ele rolasse e caísse nu no chão.

Scott: – Ai, porra. Isso doeu, ok? – Ele diz ainda no chão, alisando a cabeça que bateu com tudo no chão. – Porque você fez isso?

Allison: – Porque acabei de lembrar que trancamos dois casais de feras super perigosas e já está passando da hora de liberá-los. – Sinto uma leve brisa adentrar o quarto e só assim percebo que também ainda estou nua. – Mas antes precisamos nos vestir.

Scott: – Tem certeza? Sexo matinal é sempre incrível, não acha? – O moreno diz se aproximando de mim lentamente, como um alfa faminto. – Vamos Alli, eles vão sobreviver mais uns minutinhos.

Allison: – Se tratando de nós nunca são apenas uns minutinhos, McCall. – Digo erguendo uma sobrancelha.

Scott: – Tem razão. Somos uns animais. – O garoto passa a mão na minha bunda nua e eu vacilo um pouco. – Vamos, Argent. Prometo que vai ser apenas uma rapidinha.

E eu não consigo me conter, pulando em seguida no colo do meu namorado.

...

Allison: – Que droga, Scott. Estamos atrasados e eles vão nos matar. – Digo tentando andar e calçar minha bota ao mesmo tempo, enquanto Scott ri de mim. – Tá rindo do quê, idiota?

Scott: – Você fica linda brava, sabia? – Ele diz tentando me dar apoio para que finalmente eu consiga calçar a bota.

Allison: – Nem vem, McCall. Agora me dê logo às chaves dos quartos. Tenho até medo da quantidade de sangue que a gente vai ter que limpar. – Digo brincando, porém nervosa.

Scott: – Ainda temos que bolar um plano para ocultar bem os cadáveres. – Scott entra na brincadeira e rimos juntos.

Assim que entramos no corredor dos quartos onde os casais estão, me benzo. Andamos devagar até o quarto onde Theo e Malia se encontram. Encosto a cabeça na porta e nada, um silêncio mortal.

Coloco a chave na fechadura e destranco devagar para que não faça muito barulho. Caso Malia abrisse a porta e tentasse me matar queria ter pelo menos uma vantagem de alguns metros.

Passo a segunda chave da segunda porta para Scott. O garoto segura a minha mão e caminhamos até o quarto de Theo.

Scott coloca a cabeça contra a porta e vejo um sorrisinho de lado. Puxo o garoto bruscamente para tentar ouvir alguma coisa também.

Scott: – Ei, eu estava ouvindo. – O moreno protesta, mas logo se cala quando vê o gesto para que cale a boca.

Allison: – Eles estão conversando, Scott. – Digo em um sussurro, tentando ao máximo não chamar a atenção do casal.

Saio e dou brecha para que Scott coloque a chave na fechadura, mas o garoto destranca bruscamente, fazendo barulho.

Allison: – Caralho, Scott. Seria mais sutil se você tivesse arrombado a porta. – Digo bufando e puxando o garoto de expressão culpada pela escada abaixo.

Lydia Martin

Olhamos os dois para a porta já destrancada e ouvimos a reclamação de Allison para Scott por atrás da porta. Em seguida olho para o garoto de olhos castanhos e vejo o divertimento neles.

Stiles: – Sou obrigado a concordar com a Alli. Scott é péssimo se tratando de discrição. – Diz sorrindo. Que saudade de admirar o sorriso naqueles lábios finos e firmes.

Ficamos calados, sem ter muita certeza do que dizer. Então tomo o fiapo de coragem que ainda restava em mim.

Lydia: – Como vai ser agora? – Ele me olha confuso. – Quero dizer, como vai ser quando sairmos por aquela porta?  Você vai continuar me ignorando? Vai fingir que isso não aconteceu? Não te culpo se fizer isso e tal, mas... – E pela segunda vez, naquele quarto, Stiles me interrompe com um beijo.

Mas diferente do anterior este beijo era mais casto e delicado. O garoto se afasta e eu continuo de olhos fechados.

Stiles: – Você fala demais, ruivinha. – Eu finalmente abro os olhos ao ouvir suas palavras e vejo um sorriso travesso nos lábios finos. – Bom, pelo o que você contou, nós éramos amigos, certo? – Assinto com a cabeça. – Então a gente pode tentar daí, que tal? Eu definitivamente não vou fingir que isso aqui não aconteceu.

Lydia: – Muito menos eu. – Digo firme.

Stiles: – Ótimo. É, posso te pedir uma coisa? – Pergunta sério.

Lydia: – Você sempre pede coisas absurdas, Stilinski. – Digo ao lembrar do pedido de namoro que ele fez à Malia.

Stiles: – Mas essa não é. – Ele deixa a cabeça pender de um lado e logo repensa o que disse. – Bom, é um pouquinho. Mas como é, posso pedir ou não? – Diz impaciente.

Lydia: – Que seja, Stiles. – Digo também impaciente.

Então o garoto se aproxima de mim, pega minha mão e pergunta:

Stiles: – Me ajuda a lembrar de você. – Suplica. – Me ajuda a lembrar de nós.