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História Sua canção - Ainda dói muito


Escrita por: Princecami158

Capítulo 28 - Ainda dói muito


Fanfic / Fanfiction Sua canção - Ainda dói muito

Legolas olhou para Thorin, muitos dias haviam se passado desde de que a menina o deixou, sentia-se arrasado, não sabia o que tinha feito de tão errado para ela deixar de ama-lo, por mais que ela dissesse que era algo errado com seus próprios sentimentos, aquela voz em sua cabeça continuava a gritar: Como foi capaz de perde-la para um anão!

Ele sabia que deveria ter escutado os conselhos de seu pai, ele sabia o que estava vendo não era amor, e agora ele estava sozinho sofrendo por causa dela, com suspiro forçado ele voltou os olhos para o prato de comida, tinha certeza que o que aconteceu com Myelle tem a ver com o anão. Os anões de Erebor vieram para outra cessão de contratos, mas a moça não estava ali, e também nenhum conselheiro substituto, apenas os mesmos de sempre.

- Como está Myelle? O ferimento curou bem? – questionou Thranduil que no momento parecia indiferente ao olhar de ódio do príncipe.

- Myelle voltou para sua casa tem sete meses, mas seus ferimentos estavam cicatrizando bem – ele disse enquanto sentia olhar de Legolas quase perfura-lo.

- Ela partiu? Você permitiu que Myelle viajasse sozinha? – questionou o príncipe, sua raiva e magoa ultrapassando o seu autocontrole.

- Eu não dou ordens a Myelle, ela faz o que bem entender, e você mais do que ninguém deveria saber disso – respondeu o rei anão.

- Legolas – Thranduil repreendeu – Thorin é um rei, merece o devido respeito.

Legolas mordeu os lábios para não retrucar, Myelle foi embora, não conseguia entender por que, se ela amava o cujo anão.

- Onde ela está morando? – Legolas questionou fazendo Thranduil franzir o cenho.

- Ela não disse, apenas partiu –

- Nenhum de vocês sabem onde ela mora? – ele questionou preocupado e confuso com o descaso doa anões.

- Por acaso ela contou a você? Por que a nós isso foi devidamente proibido, saber onde ela mora parece ser segredo até mesmo de Gandalf – murmurou o rei anão enquanto seus olhos voltaram para longe do príncipe.

O príncipe murmurou em resposta voltando sua atenção para os assuntos de seu pai.

**

O pensamento de Myelle sozinha e tão longe começou a preocupá-lo, gostaria tanto de reconforta-la, mesmo que ela recuse sua presença, saber que ela está sofrendo, era doloroso. O quadro que Logel havia pintado estava em sua parede, não podia acreditar que Myelle havia lhe abandonado, seu coração ainda esperava com esperança a sua volta, e isso era doloroso de mais, fazendo seu coração bater desesperado.

- Por que Myelle!?!! Por que?!! – ele gritou com raiva olhando para olhar amoroso e o sorriso caloroso congelado na pintura.

Seu pulmão ardia com o choro preso em seus olhos, seu peito subia e descia em uma respiração frenética.

- Não teve consideração por mim! Está doendo Myelle, está doendo muito! Como eu não pude ver o que estava diante dos meus olhos! Como fui cego! – ele chorou – por que você não pode ser minha?!

Ele olhou por alguns instantes, as palavras do anão flutuando em sua mente, as palavras de seu pai, e uma ira se formou em seu peito caindo como lagrimas quentes em seu rosto.

- Você o ama!! – ele gritou – você ama aquele anão! Anão infeliz! Por que Myelle por que prefere ele sobre mim?!!

Ele rosnou arrancando o quadro parede, ele começou a puxar o tecido fino da tela, separando Myelle de seus próprios braços.

- Por que não pode me amar?!! Por que decidiu me deixar dessa forma!! Eu a amo Myelle, a amo!! O que há de errado com o meu amor?! – ele gritou em meios as lagrimas enquanto desfazia o quadro em seu ataque de fúria.

De repente alguém agarrou seus braços, pressionando-o em um abraço, apertando suas costas em seu peito e mantendo um aperto dolorido em seus braços.

- Calma, íon nîn – o sussurrou soprado, alcançou seus ouvidos agora surdos para o mundo exterior, ouvindo apenas a dor em seu coração.

- Ada, isso dói tanto – ele chorou afundando o rosto no abraço de seu pai, tentando entender como tudo isso aconteceu.

- Tudo vai passar, apenas se acalme – o rei disso novamente, mantendo-o em seu abraço e cantarolando suavemente como fazia quando era apenas um menino.

Depois de vários minutos, o príncipe se acalmou, sentando-se em sua cama, o rei ofereceu lhe um copo de agua.

- Legolas, você não está pensando em ir atrás dela? – questionou Thranduil entrando em seu quarto, o jantar já havia acabado.

- Ada –

- Legolas, a menina precisa de um tempo, você correndo atrás dela não vai ajudá-la, deixe-a em paz, se ela te amar de verdade voltará para você – ele suspirou – mas eu repito que o que vocês sentem não é amor.

- Você acha que ela quer ficar sozinha? –

- Eu tenho certeza, agora por favor, não me desobedeça dessa vez, você estará invadindo o espaço pessoal da menina, e a conhecendo isso não vai ficar impune –

- Tudo bem ada, você tem razão – ele suspirou, realmente não havia escutado seu pai da primeira vez, mas dessa ele escutaria bem seus ensinamentos.

**

Legolas ainda se sentia tão mal por tudo, e a noite não lhe trouxe sono, então decidiu caminhar, a brisa fria da noite entrava pela janela aberta da sala de estar, e quando se aproximou notou a silhueta do anão, escondido na escuridão com um cálice de vinho na mão, os olhos de Thorin direcionados a lua e as estrelas.

- Você sabe, ela se foi por sua culpa – Legolas acusou.

- Eu? Tudo que sei é que Myelle estava com você, quase morreu e foi embora, se recusou a ficar comigo – Thorin disse seu tom de voz baixo, mas muito perigoso.

- Você a roubou de mim – ele acusou novamente, enquanto o anão virava para encara-lo.

- Eu não roubei ninguém, ela não está ao meu lado e eu nunca pedi que estivesse – ele rosnou – eu a amo desde do minuto em que a vi, isso eu nunca vou negar, não neguei a ela, e não negarei a ninguém, mas em momento algum pedi que ela lhe deixasse.

- Eu não acredito em você –

- Você não precisa acreditar – o rei anão cuspiu antes de se retirar voltando aos seus aposentos.

Legolas franziu o cenho, Myelle sabia que o anão a amava, por isso foi embora, por isso disse aquilo, quanto mais pensava mais dor sentia.

- Ionn nîn – Thranduil suspirou descansando uma mão em seu ombro, para reconforta-lo.

- Ada, eu não entendo – ele soprou tentando reter suas lagrimas.

- Ela o ama Legolas, as evidencias são tão claras – ele disse – a maneira como se olhavam, como ela é fiel ao homem que nem sequer é seu rei, o quão devota sempre foi, era uma questão de tempo até entenderem o significado de seus próprios sentimentos.

- Ada, mas eu a amo tanto – ele chorou enquanto seu pai o abraçava.

- Isso não é amor, vai passar, e quando tudo voltar ao normal, você vai compreender corretamente o que aconteceu – sussurrou o rei abraçando o filho.

- Como tem tanta certeza? – o príncipe questionou, ainda muito desamparado, não conseguia aceitar que isso não era amor, a força com que o assunto arrebentava seu peito.

- Eu posso ver, quando prendo alguém em meu olhar, da mesma forma que consigo faze-lo alheio as coisas que acontece ao seu redor, não é apenas isso que posso fazer, posso ler seu coração, ver sua intenção e algo além dela – disse Thranduil, apertando o filho contra o peito.

- Então por que dói tanto? – ele gemeu, mesmo conhecendo os poderes de seu pai tinha medo de estar apenas sendo poupado de uma verdade dolorosa, que ele sofreria para sempre por causa desse amor.

- Eu conheço o amor Legolas, e digo que o sente não é, confie em mim, íon nîn, tudo vai melhorar – ele sussurrou – quando Myelle foi ferida, eu pode ver o quanto arrependida ela estava, ela te considera muito, e está magoada com tudo isso.

- Por isso partiu? – ele gemeu.

- Sim, eu sinto muito, íon nîn – ele sussurrou novamente tentando passar um pouco de conforto.

**

Thorin suspirou com alivio quando chegou a Erebor, estar em casa era ótimo, melhor ainda era não estar aonde Myelle morou com elfo, mesmo que por alguns poucos meses, lá ela era do elfo, mas aqui ela era dele, sempre foi mesmo que ela não soubesse. Thorin entrou nos aposentos de Myelle, tudo estava do mesmo jeito que ela deixou, ele não queria ninguém ali dentro para que o perfume da moça fosse conservado em seus pertences, mas a saudade em seu coração era tão esmagadora, e seu único consolo era entrar e sentar em sua poltrona, deixar seu perfume impregnar seu ser, ele foi tolo ao deixar ela partir, foi tolo ao pensar que suportaria vê-la ao lado do elfo, mas era muito mais doloroso não ter notícias, foi tão tolo ao pensar que um dia ela o amaria, que um dia seria dele.

Ele abriu o guarda roupa da moça, e passou os dedos sobre os vestidos, e túnicas que ela deixou, estavam limpas, mas seu perfume era distinto ao olfato apurado do anão, o beijou que compartilharam ainda fazia seu corpo tremer e sucumbir, ela era o amor de sua vida, seu One, a única dona de seu coração, e a perdeu, a perdeu para sempre, a dor o fez sentar novamente na poltrona, olhando fixamente para cama perfeitamente arrumada, o corpo dela esteve ali, sua pele tocou os lençóis, agora ela estava longe, em qualquer lugar da Terra Media, longe de seus braços.

- Thorin – Dís chamou entrando dentro do quarto.

- Eu não quero ninguém aqui – ele disse apertando no punho uma das roupas de Myelle.

- Irmão, isso aqui está empoeirado, temos que limpar – ela protestou cruzando os braços.

- Eu disse não Dís – ele ordenou e voltou seus olhos para o sobrinho que também invadia seu lugar precioso.

- Tio, nós temos uma reunião, Balin está preocupado – disse Fili olhando com desdém para o quarto de Myelle.

Ele espalhou seu olhar de ódio sobre o local, antes de fazer um sinal com o dedo.

- Deveria trocar tudo desse local, Myelle não merece nada de nós, nem amor, tudo o que ela fez foi nos trair – o loiro cuspiu o nome da menina com repulsa.

- Deveria colocar outro conselheiro para te ajudar melhor, ela não vai voltar – disse Dís, mas lançou um olhar de advertência para o filho.

- Você não tem o direito de dizer isso de Myelle, ela pode não me amar, mas eu nunca usaria meu poder como rei para ser injusto e vingativo com ela! – ele rosnou – Myelle merece tudo que nós pudermos oferecer, não estaríamos aqui se não fosse por ela!! Então lave bem sua boca antes de pensar em dizer o nome dela com tanto desprezo! Por que dá próxima vez eu vou esquecer que você é meu sobrinho!!

- Calma, Thorin, você não precisa ficar assim – interveio Dís – Fili saia desse quarto antes que eu mesma arranque sua cabeça!

O príncipe se afastou irritado com a explosão de sua mãe e de seu tio, quando a porta fechou Dís voltou a encarar o irmão.

- Eu sinto muito irmão – ela suspirou e o abraçou – eu sei que você a ama, mas provavelmente nós nunca mais a veremos.

- Mas eu a amo, Dís, não posso esquece-la e não posso ir atrás dela, vou acabar ficando louco! – ele resmungou – ela não me amaria de qualquer maneira, eu sou velho, resmungo e brigo com todos.

- Não, não pense assim – ela suspirou – talvez possamos voltar a perguntar a Gandalf onde ela mora?

- Aquele mago não vai dizer – ele suspirou, levando uma mão para descansar contra as costas da irmã.

- Você perguntou aos elfos? –

- Sim, eles não sabem, mas o elfo me disse algo que me deixou confuso – ele suspirou, e  ela o olhou – ele me acusou de rouba-la dele.

- Roubar? – ela juntou as sobrancelhas – então ela o deixou por sua causa? Ela não disse nada a você?

- A mim não, mas o elfo estava tão convicto – ele meditou.

- Então ela ama você? – ela sorriu animada se afastando do abraço do irmão – então teremos uma rainha em breve!

- Não, não fantasie Dís, ela foi embora –

- Provavelmente está confusa! Você deveria busca-la, e dizer que ama e precisa dela ao seu lado! – ela sorriu ainda mais animada e seus olhos se encherem de lagrimas – Waw, você vai se casar Thorin!

- Não, ei Dís pare, ela não está nós não sabemos aonde está, e mesmo que soubéssemos, se ela está confusa é melhor deixa-la –

- Larga de ser frouxo Thorin! – ela protestou.

- Você não a conhece direito, quando ela está irritada confusa ou cansada, é melhor nem direcionar o olhar a ela – ele disse – ela vai me matar se ver o meu rosto!

- Então o que o mestre em relacionamentos vai fazer? – ela zombou levando as mãos até a cintura.

- Vou procura-la, apenas para saber onde está, mas não vou interferir em seu descanso, apenas se ela demorar de mais –

- Sete meses não são suficientes? – ela levantou uma sobrancelha.

- Dís, por favor, eu não posso obriga-la a nada, sempre evitei fazer qualquer tipo de pressão em Myelle, ela não reage bem a isso, ela me odiaria, é uma mulher livre, sempre fez suas próprias escolhas, e não vai ser agora que vou interferir –

- Eu desejo de todo o coração que ela escolha você, irmão, mas se caso não escolher, nós vamos cuidar de você, como você sempre cuidou de nós, e impedir que sofra tanto – ela sorriu cariciando seu rosto.

- Obrigado –



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