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História Submission - Three


Escrita por: luesn

Notas do Autor


Amores, me perdoem a demora, por favor! :(

Eu demorei, mas estou aqui! Eu meio que travei e só consegui escrever porque em um surto da minha cabeça, simplesmente foi saindo, mas enfim.

Eu quero muito agradecer a @vishiimaria, sério, se não fosse ela, as ideia maravilhosas e os empurrãozinhos que ela me deu, acho que o capítulo teria demorado bem mais para sair!

O capítulo não foi revisado, então relevem os erros, tudo bem?

Capítulo 3 - Three


No carro, Jungkook estava no banco traseiro com Jimin, enquanto Namjoon assumia o volante. Park achou que ficaria um clima tenso no carro, ou, no mínimo, desconfortável. Mas se enganou completamente; Jungkook sabia conversar de uma forma que era impossível ficar qualquer clima ruim, em momento algum os faltou assunto, e com a ajuda de Namjoon, nenhum dos três ficou sem rir pelo menos uma vez.

Jungkook teve a infelicidade de perceber que seus palpite estavam certos, mesmo deixando o momento o mais confortável e divertido possível, Jimin não conseguia se soltar de verdade. Percebeu que foram várias as vezes que Park abriu a boca, quase falando algo, mas desistia. Jeon sentia vontade de se ajoelhar e o implorar para que ele se deixasse levar mais pela conversa. O loiro ria e se divertia com o assunto animado que rolava ali, mas nunca deixava de tratar Jungkook com muito respeito, sem falar que ele estava sempre sendo cuidadoso demais com o que dizia e criando limites para suas falas e ações.

Apesar disso, Jeon achou Jimin extremamente adorável. Não conseguia conter o sorriso quando via Jimin colocando a mãozinha pequena e gordinha em frente aos lábios, enquanto sorria realmente grande com as bochechas coradas pelas gargalhadas. Era tão notável que o Park estava tão animado e feliz por ter finalmente saído daquele lugar, Jimin esboçava um sorriso até para os ventos que acariciavam seu rosto.

Jungkook realmente queria conhecer Jimin mais a fundo, queria ver toda sua personalidade e seu jeito de ser. Claramente, o garoto estava se retraindo e isso dificultava demais as coisas, mas ainda era o começo de algo que Jeon pretendia que fosse incrível. Realmente se encantou por Jimin, e o que pudesse fazer para ajuda o outro a ser quem ele realmente é, com certeza faria.

Era exatamente nisso que estava pensando enquanto olhava as casas e árvores passando rapidamente pela janela, pensava em Jimin e no que faria em relação a isso tudo. Apesar de ter ido, não esperava que realmente voltaria com um submisso, e isso iria dar muito trabalho, sabia disso.

Jimin iria querer morar sozinho? Desejaria manter contato consigo? E se o garoto não o quisesse ver depois de hoje? Com essas perguntas, notou algo pesando no seu coração, talvez realmente não quisesse que Jimin o rejeitasse.

Park era dono de um sorriso tão alegre e doce, com uma voz suave e bonita. Tão lindo que poderia ser mais um dos filhos perdidos de Afrodite. Mas não era só isso. Jungkook sabia que Jimin tinha algo incrível dentro de si, só precisava de ajuda para libertar isso.

Sentiu um peso repentino no ombro direito, curiosamente se virou para olhar, e lá estava Jimin, com os olhos fechados e a boca entreaberta, caído em um cochilo. Jungkook relaxou de forma que não fazia há algum tempo, somente prestando atenção na respiração calma e regular do garoto ao seu lado.

Jeon Jungkook realmente estava se sentindo feliz e animado por ter uma pessoa que com certeza mudaria sua vida de uma forma drástica, apenas precisava saber se seria de uma mudança boa ou não.

Quando o carro estacionou em frente a grande casa de Jeon, Jungkook pediu um tempo para Namjoon e levou em torno de cinco minutos para criar coragem de acordar o pequeno Jimin. O garoto dormia tão suavemente, parecia que estava tendo o melhor dos sonhos, e Jungkook definitivamente se sentiu muito malvado por arrancar o menor disso.

Depois de acordar Jimin, não conteve o sorriso ao perceber que ele estava extremamente confuso, como se estivesse acabado de acordar de algo que pensava ser um sonho, porém, quando pareceu se lembrar que realmente estava ali com Jungkook, ele deu um lindo sorriso enorme, deixando que seus olhos se tornassem apenas dois risquinhos.

Após isso, de uma forma rápida, mas claramente agradecida, os dois se despediram de Namjoon. Afinal, se não fosse a insistência chata, Jungkook não estaria com o pequeno anjo ao seu lado. Lembraria de o agradecer mais apropriadamente outra hora.

Em um arranco de pneu, Namjoon voou com o carro para fora dali. Agora seria apenas os dois, Jungkook e Jimin.

Recheado com a vontade de segurar a mão de Jimin, o moreno apenas disfarçou um sorriso pequeno enquanto seguia o caminho da grama curta e verdinha até a porta da sua casa. Jimin, logo atrás deste, observava o lugar, completamente atento à tudo. Primeiramente, só podia ser visto um portão branco, mas logo após que passou com Jungkook, permitiu-se deixar cair a boca.

Tudo bem, isso era realmente esperado. Qual é? Jungkook anda por aí ostentando o terno lindo e caro, é tão elegante e sofisticado, que já era de se esperar que o moreno vivesse no luxo. Mas de qualquer forma, Jimin nunca teve contato com esse tipo de lugar.

Uma piscina gigantesca era a primeira coisa que se via ali, tomava quase a frente inteira do lugar. Bem na lateral direita, um pouco mais separada da piscina, havia uma jacuzzi encantadoramente linda. Em poucas partes era demorado com grama, no resto, o piso era algo com uma madeira bege. A casa não era enorme, mas extremamente bonita e esbanjava luxo.

Andando sempre atrás de Jungkook, Jimin o seguiu até entrarem na casa, que era mais linda ainda por dentro, e então Jeon pôde respirar aliviado, pois finalmente estava em casa.

Após guardar as chaves em um lugar apropriado, Jungkook chamou a atenção de Jimin, que ainda observava o lugar estupefato.

— Jimin?

— Sim, senh-... Jungkook? — respondeu, envergonhado.

— Fique à vontade, por favor. — O moreno sorriu de uma forma que conseguiu confortar o outros, o deixando mais leve. — Bem, está de noite, mas ainda é cedo. Você está com fome?

— S-sim, eu estou.— Novamente, Jimin sentiu-se envergonhado. — Eu e o senhor vamos jantar fora?

— Você quer jantar fora?

— Eu quero o que o senhor quiser.

— Me chame de Jungkook, anjo. — Insistiu mais uma vez. Jeon suprimiu uma risada ao ver as bochechas de Jimin aderindo a cor rosa, coisa que acontecia com certa frequência, e era realmente adorável. — Nós faremos o que você quiser. Sabe o que deseja?

Jimin coçou a cabeça. um pouco perdido. Por que Jungkook tinha que complicar as coisas assim?

— B-bem, eu acho que gostaria de jantar fora, se o senhor… — Jungkook cerrou os olhos para o garoto, e ele entendeu o recado. — Se você, Jungkook, também quiser isso.

— Ótimo! Para mim está maravilhoso. — Jeon sorriu e foi atrás de pegar a chave do seu carro. — Quando voltarmos, eu lhe mostrarei o seu quarto. Você prefere comprar roupas hoje ou amanhã? Tenho algumas que talvez sirvam para você passar a noite, mas se não as quiser, podemos ir às compras hoje mesmo.

Jimin o olhou e tentou disfarçar o biquinho que se formou em seus lábios. Poxa, nunca precisou tomar decisões em toda sua vida, sempre lhe deram ordens e disseram o que era melhor para si. E agora? Precisaria se cuidar sozinho?

— Você vai cuidar de mim, Jungkook? — perguntou, talvez com ainda mais medo de ser despachado e abandonado do que qualquer outra coisa.

Jungkook sorriu, e já com a chave em mãos, andou até o garoto e lhe acariciou o rosto com o indicador.

— Sim, eu pretendo cuidar de você. — disse, gentilmente. — Nós vamos conversar melhor sobre isso enquanto estivermos jantando, tudo bem?

— Tudo bem, Jungkook.

Após um pedido para segui-lo, Jungkook andou até a garagem, onde obviamente estava o seu carro. Abriu a porta para que Park entrasse, e quando feito, fechou a porta e rodeou o carro até seu lugar. O restaurante não era longe, era realmente perto, apenas algumas ruas.

Jungkook estava animado. A quanto tempo não saía de casa só para uma refeição? Ou até mesmo com uma companhia, apenas para lhe divertir? Realmente não conseguia lembrar, e estar ali com Jimin lhe deixava bem. Esperava tentar entender mais sobre tudo ainda hoje.

Quando chegaram no estabelecimento, abriu sua porta e saiu de dentro do carro, antes certificando-se que havia pego sua carteira e coisas assim. Depois, foi abrir a porta para o Park novamente, este que, sem querer, apoiou-se em Jeon apenas para facilitar sua saída dali, já que o carro era levemente rebaixado.

O que acontece é que Jungkook lhe deixava extremamente nervoso. Havia algo em torno de Jeon o tempo inteiro, como se fosse uma essência que o deixava ainda mais atraente, mais sedutor, irresistível. Jimin ficou surpreso ao sentir o próprio corpo pulsar em desejo.

Até porque, Park claramente sabia sobre sexo. E aliás, Jungkook o havia comprado, então isso queria dizer que o mais velho o queria, certo?

“BDSM: BD | DS | SM

Bondage e Disciplina.

Dominação e Submissão.

Sadismo e Masoquismo”

Jimin sabia de cabeça tudo isso. A ideia de sentir prazer na dor era agradável para si, ele sabia que conseguia sentir isso, porém, ele nunca sentiu. Secretamente, sempre admirou a prática e havia amado as aulas que tivera sobre o assunto, mas sentia apenas satisfação quando sua Dominadora lhe batia com o chicote e com outros objetos. Não sentia prazer.

— Você está bem? — Acordou dos pensamentos com a voz de Jeon, preocupado com o seu olhar distante.

— Sim, Jungkook, estou. — O garoto sorriu sem mostrar os dentes, agora, um pouco ansioso e nervoso.

Jungkook assentiu, e sabendo que Jimin estava o seguindo, entrou no restaurante. Subiu para o segundo andar do mesmo, onde era tudo mais confortável, e foi até a mesa que estava perto da enorme janela de vidro. Tinha uma linda vista.

Após sentarem-se, Jungkook passou rapidamente os olhos pelo cardápio que já conhecia, e logo o entregou para o Park, que o pegou meio duvidoso.

— O que vai querer? — perguntou após um tempo.

— Eu não sei. — Jimin corou. — Não conheço nada do que está aqui. Você pode escolher para mim?

— Claro. — Jeon pegou o cardápio de volta. — Vou pedir meu prato preferido, eu espero que goste.

O garçom logo apareceu e anotou os pedidos, se retirando rapidamente dali. Jungkook tomou uma rosa que estava no arranjo no centro da mesa, brincando com ela e pensando em como começar o assunto.

Jimin observava tudo ao redor, admirado pelo lugar conseguir mesclar o misto de simplicidade e luxo. Era tão diferente do que estava acostumado, as pessoas, a forma como agiam, era tão estranho para si. Bem sabia que existia um mundo enorme do qual não conhecia absolutamente nada, afinal, todas as viagens que fizera foram pelos seus livros.

— Uh… Jimin — chamou, logo ganhando sua atenção. — Eu preciso saber se você prefere morar sozinho. Se quiser, pode passar uns dias antes de realmente decidir isso, não precisa se sentir envergonhado em ser sincero, tudo bem?

Uma tristeza e desapontamento tomaram conta de Park. Depois de falar ‘’tudo bem’’, passou algum tempo em silêncio, observando a rosa que estava sendo acariciada pelos longos dedos de Jungkook.

Não sabia o que pensar sobre ele. Passou boa parte da sua vida ouvindo que deveria fazer tudo para agradar seu dominador, não importando o quão ruim, malvado e terrível ele fosse. Mas Jungkook não aparentava ser assim, ele era... gentil. Um tanto estranho, mas ainda sim era bem melhor do que o faziam imaginar enquanto estava na casa.

Entretanto…

— Eu n-não consegui agradar você, senhor? — Jimin encaravam as próprias mãos que repousavam em seu colo. Porém, Jungkook ainda pôde ver que seus olhos estavam lacrimejando.

— Anjo, olhe pra mim — Park ergueu o rosto, dando-lhe a certeza de que o garoto estava prestes a chorar. — Você poderia me explicar porque pensou isso?

Jungkook conseguia ver que ele queria abaixar a cabeça, estava obviamente se sentindo envergonhado demais. Suas bochechas possuíam um rubor forte, mas ele sequer fazia menção de que deixaria de olhar para si.

— Não era necessário que você me desse essa opção, só me pareceu que suas intenções foram que eu me sentisse tentado pela ideia de morar só. — Um biquinho retornou ao seus lábios, lhe fazendo parecer uma criança chateada. — Você parece querer me abandonar.

Jungkook sorriu. Em frente às suas lágrimas e chateação, ele sorriu. Realmente grande, de uma forma adorável. Se não fosse a pontada de medo de ter acertado que tocou Jimin, com certeza teria apreciado melhor aquele momento.

— Eu estava tão assustado pensando que se eu lhe desse essa opção, você não hesitaria em correr para longe de mim. — disse, passando a mão pelo cabelo e suspirando, deixando óbvio seu alívio. — Não quero abandonar você, mas se você quisesse ir, eu deixaria. Eu quero poder deixar você viver da forma que não o fez. — continuou, tentando escolher bem as palavras, afinal, não sabia o que passaria pela cabeça do pequeno. — Isso vai além do que eu quero, entende? Estamos falando do que você merece. — Sorriu de uma forma gentil, erguendo a rosa para Jimin. — E você merece muito, anjo.

As palavras de Jeon quase explodiram sua mente. Jimin tomou a rosa, observando-a por alguns segundos. Invejando-a por ter recebido um longo carinho do homem à sua frente.

— Jungkook, m-mas, eu… — falou, quase sussurrando. — Eu não mereço nada além do prazer de conseguir satisfazer tudo o que você desejar.

Jungkook arregalou os olhos, não conseguindo evitar a surpresa em sua fala. Respirou fundo, tentando suportar a tristeza que lhe abateu ao ouvir aquela fala. Como se ele não fosse nada mais do que um objeto que servia para lhe satisfazer.

— Você gosta de dançar?

Os olhos de Jimin adquiriram um brilho diferente, sem se incomodar com a mudança repentina no assunto.

— Sim! Eu amo.

— O que você dança?

— Contemporânea. Clássica. — disse, e várias memórias chegaram em sua mente. — Nós tínhamos mais acesso às músicas mais “importantes”. — Fez aspas com os dedos. — Nós quase não ouvíamos pop, esses estilos mais divertidos.

Lembrava-se bem da primeira vez que fora amarrado. Como a maioria das punições que levara, foi por causa da dança. Sua Dominadora o amarrou com cordas e o deixou um certo tempo assim. Fora a sua primeira punição, e no dia seguinte, pôde ver as marcas das cordas.

Bondage: Prática de amarrar ou imobilizar parcialmente ou totalmente o parceiro. Pode ser usado como castigo e punição, ou para dar prazer.

— Você não se interessaria caso pudesse aprender mais sobre dança? Tanto na teoria como na prática? — Jungkook sugeriu, assistindo a reação completamente surpresa do garoto.

— Você está falando sobre faculdade? — Jimin ergueu sua postura, incrédulo com a ideia.

— Sim, exatamente sobre isso. — respondeu, se esforçando para tentar entender a expressão no rosto de Park. — Você não precisa fazer se não quiser. É apenas uma sugestão.

— E-eu vou poder dançar?

— Sim.

— Quando eu quiser?

— Sempre, anjo.

Jimin iluminou-se em um sorriso realmente verdadeiro. Dançar era sua paixão, e ter na sua cabeça de que teria permissão para isso, o deixava extasiado.

— Sabe esse sorriso encantador que você está dando agora? — Jungkook perguntou, assistindo as bochechas do garoto ganhando rubor outra vez. — Você merece sorrir assim todos os dias, anjo.

Jimin voltou a encarar a rosa em sua mão. Esboçava agora apenas um sorriso singelo, sem mostrar os dentes. Mesmo que estivesse começando a entender o que Jungkook queria dizer, continuava a discordar. Sua vida inteira, até hoje, havia sido dedicada a treinamentos árduos, passou todos os dias ouvindo que se submeter e agradar era suas maiores missões, não podia simplesmente tirar isso da cabeça. Não tão rápido.

— Jungkook, eu realmente gostaria de morar com você. — Jimin falou, tomando coragem para prosseguir sua fala. — E se quer que eu viva da forma do qual falou, lhe peço pra que me mostre o que mereço.

Uma troca intensa de olhares foi dada por ambos. Jungkook sentiu-se contagiado pela ideia de mostrar o mundo para Jimin. Realmente animou-se com o fato de que poderia lhe fazer conhecer vários países, culturas, danças, músicas e muito mais. Sua cabecinha burguesa se deliciou com as cenas mesmo sem estar, de fato, provando-as.  

Então, acabou por recordar que havia uma empresa enorme para administrar. Até sentia-se mal por deixar de viver algo que poderia fazer deveras bem à sua saúde mental por conta de trabalho. Mas era isso ou deixava todo seu trabalho cair.

Lembrava-se até de um dia quando fora ver sua mãe, já quando estava alto em sua carreira, sua voz era clara para si como se estivesse ouvido ontem mesmo: ‘’Fico deveras orgulhosa por estar conseguindo o que sempre sonhou, meu bebê. Eu só espero que não faça dessa gravata a tua coleira.’’ Na época, não havia dado tanta importância à sua fala. Entretanto, hoje conseguia entender perfeitamente.

— E seus amigos? — Jungkook perguntou.

— Nenhum. — respondeu quase sem hesitar, logo respondendo o ‘’por que?’’ proferido pelo outro. — Não podíamos ter amigos. Conversávamos quando estávamos em grupos, quase nunca sozinhos. — Observou a expressão de curiosidade e espanto na cara de Jeon, então esforçou-se para continuar a manter sua atenção. — É proibido que… Uh, você sabe, que tenhamos relações íntimas. — Imaginou que a careta de indignação de Jeon fosse por outro motivo, então continuou. — Relações amorosas e… sexuais. Eles não tinham como saber se estávamos nos relacionando dessa forma ou não. Então, contatos muito íntimos e constantes eram severamente observados. — Deu de ombros, afinal, aquilo não parecia anormal para si. — Quem desobedecer, é castigado e disciplinado.

Disciplina: Relaciona-se com castigo/punição, para que o submisso — ou qualquer outro — cumpra o conjunto de regras ou ordens que lhe foi imposta.

— Eles puniam com muita frequência? — Jungkook perguntou — Digo, por muitos motivos? — Sabia que ‘’motivos bestas’’ não faria sentido na cabeça de Jimin, já que seus mínimos erros eram tratados como se fossem a pior coisa do mundo, principalmente por si mesmo.

— Sim. — Como uma única palavra poderia causar tanta tristeza em Jeon?

Jungkook suspirou forte, tornando óbvio sua frustração para os fatos apresentados pelo garoto. Indignava-se também por pegarem algo tão lindo como o trabalho do desenvolvimento da confiança entre um Dominador e um Submisso, e transformarem em algo instantâneo, seco e automático.

Dominação e submissão: É uma dinâmica de relacionamento onde um Submisso se submete a um Dominador, que toma o total controle da situação. Onde o Submisso permite que o Dominador o amarre, humilhe, espanque — dentre outras coisas, que também são completamente opcionais e decididas pelo Submisso, que deve conhecer seus limites, desejos e fetiches —, por objetivos que podem ser ou não ser sexuais.

Após isso, o garçom não demorou para trazer seus pedidos, que foram calmamente degustados, e conversaram sobre outros assuntos mais simples, o que tornou o clima mais leve.

Jungkook abriu a porta do seu quarto para Jimin, este que não tardou em atravessá-la e observar o quarto do seu hyung. A primeira coisa que seus olhos captaram, foi uma cama coberta por seda preta. E céus, que cama! Provavelmente se juntasse uma cama de casal e uma de solteiro, não daria a cama de Jungkook. Não tinha explicação para isso; ou ele dormia se mexendo mais do que aqueles bonecos de posto, ou ele trazia a família inteira para dormir ali, porque sinceramente… Não era possível.

O quarto era lindo, muito bem decorado, e também era grande. Havia um ar-condicionado em cima da cama, e também um aquecedor, e de frente para a cama, haviam duas portas. E foi para uma dessas que Jungkook o guiou. Após abrir — mais uma vez — a porta para Jimin, os dois entraram. Era um closet de mais ou menos uns dez metros de chão, com roupa para um caralho, e aliás, não só roupas.

Jeon andou até uma gaveta que havia por ali, e pegou uma cueca preta que ainda estava dentro da embalagem.

— O que você quer para vestir amanhã? — indagou.

— Uma camisa? — Jungkook apontou para uma preta, e Jimin sorriu, em um ato de confirmação. Park passou os olhos rapidamente pelas calças que haviam ali. A maioria eram calças sociais ou de moletom. Entretanto, acabou achando a que queria, logo apontando para ela, e logo ela juntou-se a blusa nos braços de Jeon.

— E para dormir? — Jimin rapidamente apontou para um suéter bege que secretamente havia colocado os olhos desde que entrara ali. — Vai dormir de skinny também? — brincou.

— Na v-verdade… — Park mordeu o lábio inferior, e logo suas bochechas adquiriram um tom rosado — Se não for um problema, Jungkook… Eu prefiro dormir apenas com o suéter.

Quase como se não pudesse evitar, passou rapidamente pelas pernas de Jimin, ainda cobertas pela calça. Permaneceu em silêncio por alguns segundos, mas logo assentiu.

— Claro que não tem problema nenhum.

Quando terminaram o que foram fazer ali, Jeon levou o pequeno até o quarto onde ele dormiria, e então não conseguiu evitar o sorriso ao ver a euforia de Jimin.

— Junggukie-ssi, isso é brincadeira? — Park perguntou, com os olhos brilhando em admiração e animação. — Esse quarto inteiro é só pra mim?

— Ya! — Jungkook riu, contagiando-se e admirando a forma diferente do qual seu nome fora pronunciado. — É só seu, anjo.

Para a surpresa de Jungkook, e até mesmo para Jimin, o garoto pulou e passou os braços ao redor do pescoço do moreno. Um abraço sensível, cheio de sentimentos, principalmente gratidão.

— Obrigado, Junggukie, de verdade! Obrigado por tudo que está fazendo por mim e por estar sendo tão gentil — Jimin sussurrou — Eu nunca achei que fosse sair daquele lugar… Pensei que ficaria lá para sempre!

Jungkook sentiu seu coração aquecendo-se. Sentiu que havia feito algo bom. Não sabia o que falar para o outro — sequer havia recuperado-se da surpresa que sentiu pelo abraço —, afinal, jamais entenderia realmente quão ruim aquilo tudo havia sido para Jimin, já que não estava em sua pele. Mas se esforçava, e conseguia, pelo menos, tentar imaginar.

Quando finalmente retribuiu o abraço, rodeando as costas do garoto com seus braços, o ouviu choramingar.

— O que foi, Jimin? — Jungkook perguntou, afastando-se do garoto e o pegando no colo, como se não pesasse nada, e o sentou na cama.

— Não é nada demais. — disse, com uma feição leve de dor estampada no rosto. — Minhas costas… Elas ainda doem um pouco.

Como assim ainda doem? — Jungkook pensou, afinal, lembrava-se bem não havia deixado aquela mulher lhe bater!

— Jimin, tire a blusa. — Apesar de ter o propósito de ser um pedido simples, sua voz saiu irritada, o que fez o pequeno o atender no mesmo segundo. Esforçou-se para não permitir que seu corpo tremesse de medo do tom de voz de Jeon. — Vire.

Três. Era o número de linhas nas costas de Park. Linhas, não. Tinham a largura de um dedo. Ao redor, haviam alguns hematomas amarelados e algumas feridas quase saradas. Observou que um creme havia sido passado ali de forma desajeitada.

— Aquela mulher estava cuidando dos seus ferimentos?

— N-não. — Seu tom de voz saiu baixo, estava controlando-se para não chorar, amedrontado pela possibilidade de irritar Jeon ainda mais. — Nós cuidamos das nossas próprias feridas. — Apesar do silêncio de Jungkook, o garoto certamente já sabia que seu novo Dono queria explicações para sua frase. — Elas diziam q-que, se nosso Dominador não quisesse ou pudesse cuidar do que causasse, nós deveríamos saber fazer isso sozinhos.

Os olhos de Jungkook lacrimejaram. Teve medo por todos os submissos que estavam lá. Imaginou a solidão que muitos deles sentiram, e provavelmente ainda iriam sentir. Amedrontou-se porque conseguia imaginar até onde a mente humana podia ir.

— Você nunca mais vai fazer isso, anjo. — Jungkook disse, tocando os ombros do garoto com delicadeza, fazendo um carinho manso ali. — Se um dia nos envolvermos dessa forma, eu vou cuidar de você. — Mordeu os lábios para evitar que suas lágrimas caíssem quando ouviu Jimin fungando. — Na verdade, eu vou cuidar de você agora. Vou cuidar de você todos os dias. Você não vai precisar fazer isso sozinho nunca mais. — disse gentilmente, beijando o topo da cabeça do garoto, sem se importar se ainda não haviam intimidade para aquele ato.

— Mas você não vai me machucar assim?

— Não. Se você não quiser, eu não vou fazer nada que sequer chegue perto disso. — respondeu, ainda fazendo carinho em si. — Qualquer coisa que um dia eu chegue a fazer com você, anjo, vou pedir sua permissão antes. Caso eu e você sentirmos vontade e desejo de fazermos isso, nós só vamos até onde você permitir. Até onde você gostar. Até onde te fizer bem. — Suspirou, sentindo-se extremamente triste por ter que explicar algo que ele já deveria saber. O certo! — Eu nunca vou te machucar, anjo.

Andou até um dos armários que havia naquele quarto, e pegou uma caixinha de cuidados que havia ali. Logo retornando para onde Jimin estava sentado, e começando a cuidar de suas feridas com delicadeza e carinho.

— Minha Dominadora era tão sádica, Junggukie… — confessou.

Sadismo: Sentir prazer — sexual ou não — em provocar dor em outro ser; Obter prazer em torturar, humilhar, machucar.

— Anjo, eu não consigo entender… — Jeon falou, enquanto passava uma pomada pelas longas linhas vermelhas nas costas de Jimin. — Você não podia recorrer a alguém? Falar que estava no seu limite?

Um longo silêncio se fez presente, mas Jungkook não o forçou a responder.

— Sim, e-eu podia. — Quase não o ouviu, pois o garoto havia falado extremamente baixo.

— Por que não o fez? — indagou, preocupando-se ao ouvir os fungos fortes que Park dava, obviamente já chorando muito.

— Porque eu gostava!

Masoquismo: Obtenção de prazer ou satisfação — sexual ou não — em sentir dor, em ser humilhado ou machucado.


Notas Finais


O que acharam?

Inclusive, gostaram da capa nova? Eu tô morrendo de amores por ela!

Eu surtei com todos os comentários de vocês, sério. Eu amo quando vocês comentam. Me deixa muito feliz, obrigada por isso!

Eu espero poder voltar o mais rápido possível. É isso.


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