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História Suck It And See - Happy Ending


Escrita por: dorianwilde

Notas do Autor


Olá <3
Só estou aqui no começo pra avisar algumas coisas:
1- A fic é um pouco turbulenta e maior parte dos personagens vai falar muitos palavrões, então se você não é fã deles, não recomendo essa história pra você
2- todos os capítulos terão uma forte ligação, possivelmente todas as perguntas deixadas em um capítulos só serão respondidas nos próximos.
3- Eu sei que essa categoria não é a mais usada aqui, mas não é só porque não conhece a banda que possa não gostar da história e além disso pode ser uma ótima maneira de conhece-los
4- Sei também que maior parte dos leitores aqui presentes devem acompanhar minha outra fanfic (Piledriver Waltz, caso não conheça lhe convido a conhecer ^-^) e estou aqui pra avisar que amanhã vai sair capítulo novo, já que pretendo postar em um dia um capítulo desde fic e no outro um capítulo de Piledriver.
Enfim, estou falando demais como sempre então tenham uma boa leitura e me avisem se gostarem <3

Capítulo 1 - Happy Ending


E então tinha 9 anos novamente. O dia estava frio e eu me recusava sair de casa. Uma vergonha do que aconteceu na noite passada tomou conta do meu corpo. Escuto a campainha tocar e a voz da minha mãe pedindo que eu descesse. De início nego, mas acabo me enrolando no meu lençol de seda macio, que ganhei de presente ano passado da minha vo, abro a porta do meu quarto e desço metade das escadas para ver Alex com seu casaco de frio verde amarrotado e sua mochila marrom, me encarando na porta frente. 

"Podemos conversar? Eu trouxe um pouco de bolo"

Ele abre a mochila e pega uma vasilha transparente com duas fatias de bolo. Bufo e subo as escadas de volta para o meu quarto. Enquanto subia ouvia passos tão inseguros e vagarosos quanto os meus me seguirem. Ele entra no quarto e eu cubro por inteira no lençol e um silêncio irritante tomou conta do lugar. 

"Aí meu Deus eu tô com tanta vergonha" Escuto uma risada vindo de fora. Ponho minha cabeça para o lado de fora do lençol e o encaro com raiva. 

"Eu ainda não acredito que jogou bolo na cara da Marina"

"Como aquela garota era chata" Alex se senta do meu lado e me dá um pedaço do bolo "Desculpa. Não pude ficar na festa"

"Eu tive um sonho muito bom hoje"

"Daqueles que você está encima de um palco sozinho?"

"Dessa vez não estava sozinho. Matt estava lá e havia milhares de pessoas nos vendo tocar"

"Uau! Você acha que é uma previsão? Igual daqueles homens que vimos no centro da cidade ontem?"

"Não sei, só sei que foi ótimo. Era como se estivesse no meu lugar"

"Algum dia nós vamos sair dessa cidade tosca e conhecer o mundo. Juntos! E ninguém vai nos impedir!"

"Você acha que nossos pais vão deixar Arabella?"

"Claro que vão! Vamos ser adultos e adultos não precisam de permissão pra fazer nada"

"Não sei se quero sair de Sheffield"

Alex abaixa a cabeça e fita os tênis. Seguro nos suas mãos e ele volta seu rosto para mim. 

"Ah tudo bem. Deve ter muita coisa pra se explorar aqui ainda"

De repente escuto o som do despertador. Sem abrir os olhos, bato minha mão sobre ele e o desligo. Metade do meu cabelo resolveu se manifestar hoje e cobrir meu rosto. Tiro o máximo que posso da minha cara e olho o relógio do celular. Nove e meia.

"Puta merda!"

Levanto com rapidez da cama. Devia ganhar um prêmio ou talvez pensar e em participar das olimpíadas, porque o salto que dei da cama é digno de uma medalha. Corro para o banheiro e sem me da o prazer de tomar o banho relaxante, termino de fazer minha higiene e vou na direção do guarda roupa.

"Cadê a porcaria do uniforme?!"

Jogo minhas roupas no chão e agarro meu uniforme, que para falar a verdade não passava de um vestido preto super curto, na qual qualquer idiota era capaz de enxergar o meu útero e que para minha infelicidade era obrigada a usar todos os dias. Me visto e antes de sair do meu apartamento deixo o pote de comida do Mike cheio. No caminho até o trabalho meus vizinhos me olham com o mesmo desgosto diário de sempre. Qual o problema de simplesmente pararem de me olhar desse jeito e ligar pra suas próprias vidas? Entro no bar e sem ser vista pelo meu chefe. O local está com um clima de início de manhã e irá abrir em quinze minutos, então exatamente nesse momento estava somente eu e uma sala inteira pra que arrumasse. Termino de pôr alguns copos sobre as mesas, conferir a caixa registradora e me encosto em frente a porta da frente. Vejo as lojas ao meu redor abrindo, portas de aço sendo puxadas  e pessoas apressadas passarem por mim iniciando sei dia corrido, quando avisto Lily vindo calma em direção do bar como se não se importasse de está tão atrasada quanto eu.

"Parabéns, conseguiu ser pior que eu"

"Não enche, meu dia já está cedo péssimo"

Lily era o exemplo típico de adolescente mimada. Imagino que seu dia começou "péssimo" pelo simples fato de seu pai não ter lhe deixado o usar o carro logo pela manhã. 

"O velho já está aí?"

"Pra nossa alegria todos resolvemos chegar fora do horário"

Entramos e ficamos esperando o velho chegar. Dez, onze, meia dia e meia e nada. Resolvemos que não adiantaria de nada esperar e começamos a atender os clientes sem ele. 

"Só você pra mim fazer trabalhar mesmo sem o chefe está aqui"

"Cala a boca"

Ela não parava de reclamar. Sua voz estava me enchendo o saco. Mandei ela ir pra casa, era mais fácil eu ter o resto do dia em paz do que aquele velho chegar.

O salão estava vazio e o sol das quatro da tarde preencheu o vazio que ficou ali. O local estava em perfeita ordem, quando um gordo extremamente sério e suado, usando um terno mal passado, entrou e se sentou em uma das mesas próximas às janelas. Vou até ele e pergunto se precisa de algo, aquela chatice de sempre. Ele nega e pega um jornal dentro da sua maleta preta. Dou de ombros e volto para o balcão. Ele continuava sério. Olho de longe seu jornal. Nada de interessante. Apenas artigos de como manter seus quadros em perfeito estado. Tudo muito cansativo. High Green não era o local mais interessante do mundo. 

(...)

Olho o relógio. Sete horas da noite. Aquele não era o horário normal pra fechar o bar, mas nessas circunstâncias só queria ir pra casa. Empilhei os copos de volta no lugar e pedi pra retirar os copos de cima da mesa do gordo extremamente sério que nesse meio tempo acabou pedindo uma água. Quando ele percebe minha pressa. Tira do bolso dez libras, deixa em cima da mesa e sai do bar sem dizer nada. Reviro os olhos e tiro o dinheiro dali. 

Quando tudo está no seu devido lugar, pego minha bolsa e meu casaco e fecho o bar. A rua estava calma e não havia ninguém além de mim e um cara estranho parado em frente a uma casa qualquer. Passo por ele e logo percebo ser seguida pelo mesmo. Acelero o passo, mas ele continua me seguindo com cautela. Paro em frente à um ônibus e escuto meu nome soar de forma familiar.

"Arabella.."

Viro de costas e não mais ninguém ali. Aquilo me assustou. Aquela voz.. 

Corro para meu prédio e antes de fechar a porta olho em volta e não vejo nada. Subo as escadas e vou para meu apartamento. Quando abro a porta Mike corre em minha direção e começa a latir. Olho para sua vasilha. Estava vazia.

"Deve esta com fome, vem vamos comer algo" 

Vou pra cozinha, ponho ração e água pra ele e procuro algo pra comer. Que maravilha, não havia nada além de pudim enlatado. Pego a maior lata e vou pro quarto. Ligo o som e Mike vem na minha direção com um algo na boca. 

"Mike, já falei pra não fica andando com isso na boca"

Tiro da sua boca. Era o CD do último álbum do Arctic Monkeys, Suck it and see, penso em por no rádio mas escuto meu celular tocar e o pego com pressa. Felizmente já sabia quem era.

"Breana?"

"Bellaaaaaa. Como estão as coisas por aí?"

"O que?" Escuto a voz de Matt sair abafada no fundo "Matt está aí?"

"Ele está fazendo comida. Aliás o que está comendo? Estou escutando esse som de lata aí"

"Que saco Breana, deixa eu comer meus enlatados em paz"

"Você sabe que essas besteiras fazem mal! Depois morre aí nesse apartamento velho sozinha e ninguém vai saber porque!"

"Pelo menos vou morrer feliz!"

"Me engana que eu gosto. Tenho uma novidade pra te contar"

"E tá esperando o que? Conta logo"

Ouço o sim de panelas batendo e voz de Matt fica cada vez mais próxima, como pretendesse impedi- la de dizer algo.

"ESTAMOS VOLTANDO PRA SHEFFIELD!"

"O que?! Só vocês dois certo? Por favor me diz que são apenas vocês dois"

"A banda toda vai, inclusive o Alex.." responde Matt com uma voz tão preocupada quanto o meu desespero de ouvir aquilo.

"Como assim?! Meu deus, quando vocês vem?"

"Estaremos aí amanhã. Provavelmente pelo fim da tarde"

"Merda merda merda" começo a sussurrar no telefone. "Acho que tenho que desligar, mas tarde te ligo novo. Tchau" 

Desligo o celular sem esperar uma resposta e começo a andar em círculos, sendo acompanhada de Mike. 

Não posso ficar histérica. Não estou histérica. Porque diabos eu ficaria? Sou Arabella Funcking Stones, e não é Alexander David Turner que vai acabar com meu psicológico. Paro e vou até a janela. O vento estava frio como de manhã. A lua estava coberta por nuvens, porém continuava linda. 

"Como existem pessoas como você?"




Notas Finais


Happy Ending>>> The Strokes


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