História Sucumbindo aos desejos de um príncipe. - Capítulo 02 Cumprindo uma promessa.

Chegando ao seu aposento, o príncipe agora deitado em sua cama, repassa sorridente na cabeça a bela noite que tivera. Chama baixinho o nome da mulher que ama, sem perceber que Obi o observava sentado no peitoril de sua varanda.

- Me estranha que esteja tão feliz, mesmo sabendo que a donzela está para partir – Exclamou Obi divertindo-se com o pulo de susto que seu mestre deu ao ouvi-lo.

- Não me assuste assim Obi! Quem disse que eu estou feliz? Apenas me ocorreu que o dia está muito bonito hoje. – Disse tentando disfarçar o sorriso bobo que tinha em sua face. Sabia que seria difícil mas teria de fingir que nada aconteceu.

- Entendo! – Disse Obi tentando descobrir o que deixara seu mestre tão feliz que não conseguia nem mesmo tirar aquele sorriso tonto de sua face. Foi então que observou que o mesmo estava com a mesma roupa da noite anterior e que a cama em que deveria ter dormido estava quase completamente arrumada. Era como se ele apenas tivesse acabado de chegar e se jogado nela.

- Mestre, o senhor passou a noite fora de seu quarto? – Perguntou ele desconfiado.

- Do que está falando!? Eu... De forma alguma... é... – Disse ele totalmente desconcertado. Respirou fundo ao ver que foi salvo quando Mitsuhide e Kiki adentraram no quarto com a sua agenda do dia.

-E então quais são as minhas prioridades para hoje? – Virou-se para os dois que acabavam de entrar e se espantaram com a disposição de seu mestre.

Obi o observou e entendeu que algo acontecera, mas que não seria fácil tirar nada de seu mestre, que simplesmente o ignorava passando a conversar sobre seus afazeres com os dois subordinados recém chegados. Obi saiu discretamente sem parar de pensar no que poderia ter ocorrido.

Zen respirou aliviado ao olhar para trás e não mais ver Obi com aquele olhar de interrogatório. Foi chamado a si por Kiki que lhe repassava suas obrigações. Já ia sair quando lembrou.

-Mitsuhide a que horas Shirayuki e Obi partirão para Tambaru? – Questionou ele ao amigo.

- Ao meio dia vossa majestade.- Respondeu Mitsuhide.

- Entendo... – Bocejou e percebeu que ainda não havia se banhado e trocado de roupa e precisava fazê-lo. – Vocês poderiam ir na frente? Preciso tomar um banho rápido e já os encontros no escritório para iniciarmos a organizar a documentação que me pediram.

Os dois assentiram com a cabeça e saíram, olhando um para o outro com um olhar desconfiados, trancaram a porta do quarto de Zen. Pararam no corredor e ainda sem entender,  disseram um ao outro: Zen estava com a mesma roupa de ontem, não era!? E perguntaram para si mesmo por que Zen ainda não havia tomado banho, se já estava acordado a um tempo? De subido os dois exclamaram.

- Zen não dormiu em seu quarto! – Quase gritaram, por sorte aquele corredor não havia mais ninguém além dos dois.

Obi bate na porta do quarto de Shirayuki três vezes e aguarda ser atendido. A moça abre a porta com uma toalha nos cabelos.

-Entre Obi! – Consente a garota secando os cabelos rubros, molhados pelo banho que acabou de tomar.

- Senhorita gostaria de saber se precisa de ajuda para finalizar os preparativos da viagem de mais tarde.- Explica ele observando que a cama da garota estava completamente desfeita e não deixa de pensar na possibilidade remota de o príncipe ter passado a noite com ela.

- Não Obi, obrigado pela oferta, mas a bagagem quem fez foi as criadas do castelo e quanto a mim, o que falta são minhas coisas para estudar durante a viagem. Até por que não é por estar longe daqui que irei largar minhas obrigações como aprendiz de Herborista. Não é!?

- Claro! – Confirmou ele- Assim como vossa majestade Zen, a senhorita é muito confiável.

A garota corou ao ouvir o nome de seu amado e não pôde deixar de sorrir bobamente lembrando da noite maravilhosa que teve. Obi ao ver sua expressão e seu sorriso surpreendeu-se. Perguntou-se se realmente Zen poderia ter passado a noite com a garota a sua frente. E então perguntou:

- A senhorita sabe que irei acompanha-la como seu guarda pessoal?

- Claro! -  Respondeu ela e completou – Zen havia me avisado e fiquei muito feliz com isso.

Esta última resposta quase que confirmara que os dois haviam estado juntos a noite, pois a decisão de que seria ele seu guarda costa, apenas se confirmou já tarde da noite em uma disputa com o próprio Zen. Então ele havia visitado ela logo após a decisão ser tomada!? Sentiu uma pontada de ciúmes, mas não entendeu de pronto o que sentira ou por que sentira.

- Já que não há nada que possa fazer pela senhorita, irei retornar ao príncipe para receber as ordens finais sobre a viagem, com licença. -  se retirou do quarto deixando a garota sozinha terminando de organizar suas madeixas rubras.

Ela sentou-se na cama e finalizando o penteado relembrou os lábios de Zen em seu pescoço, sentiu-se quente. Tentou afastar as lembranças que insistiam em fazê-la sorrir sozinha.

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Zen adentra o seu escritório e vê Kiki e Mitsuhide muito sérios e pensativos e indaga.

- O que há com vocês dois? Acho que não demorei tanto assim, demorei?

Ao mesmo tempo os dois olham para Zen que se assusta e o questionam:

- Porque ainda estava com a mesma roupa da noite anterior e por que sua cama estar completamente feita como se não houvesse dormido em seu quarto e ainda, por que não havia tomado banho se parecia que havia acordado a muito tempo?

Todas aquelas questões deixaram Zen sem palavras, como explicaria tudo isso sem expor a verdade? Não poderia contar sobre sua noite, apesar de serem seus grandes amigos, não acha que isso facilitaria as coisas. Sabia também que iria ser prontamente repreendido por Mitsuhide, que diria ser isto algo impensado do ponto de vista da honra.  Apenas desconversou dizendo:

- O que estão falando? Apenas pensei que poderia vestir a mesma roupa, mas senti o cheiro de suor e resolvi que tinha de tomar um banho, apenas. Vamos deixar de conversa e passemos aos documentos. – Desviou-se sentando em sua mesa e lendo um dos documentos já existentes no local.

Os dois fitaram Zen com desconfiança e pensaram que este estava escondendo algo ao desviar-se de suas indagações.

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A manhã estava se passando rápido quando ao olhar o relógio percebeu que já eram 11hs, já estava finalizando o trabalho da manhã com aquele último documento. Chamou Mitsuhide e o entregou. Levantou-se de pronto e saiu do escritório sem nem ao menos falar nada ao dois que o acompanhavam na sala.

Seguiu em direção ao quarto de Shirayuki tentado não ser notado pela criadagem. Chegou ao quarto da moça com êxito, batendo três vezes à porta. A garota abriu a porta com espanto, mas antes que pudesse questioná-lo sobre o porquê daquela visita e naquele horário da manhã, sentiu ser arrebatada pela cintura e a um beijo estonteante foi submetida. Estremeceu completamente relembrando que já sentira isso na noite anterior. E que o mesmo que a retirara o fôlego, a tornava mais uma vez cativa do desejo, sem que ela pudesse protestar.

- Vim cumprir a promessa que fiz! Perdoe-me não estar aqui para vê-la despertar e abraçar-lhe forte pela manhã. Era o que eu mais queria, entretanto, o seu rosto parecia tão feliz embebido em seus sonhos que não tive coragem de acorda-la.- Disse ele olhando nos olhos dela apaixonadamente.

- Tudo bem, ao me ver sozinha pensei que havia sonhado com a noite maravilhosa que tivemos, mas ao ver o seu bilhete pude realmente acreditar. – Disse ela.

- Não sei se conseguirei deixa-la partir, ainda mais para perto daquele que a queria como sua concubina. Só de imaginar fico extremamente irritado com meu irmão por tentar afasta-la de mim.- Afirmou ele irritado caminhando em direção a cama.

- Não fique assim! Sabe, não há possibilidade de acontecer algo entre mim e o príncipe Raj. Até por que, eu já tenho o príncipe que escolhi - Explicitou ela abraçando-o por trás afim de tirar qualquer dúvida que ele tenha sobre seus sentimentos.

Ao ouvir isso Zen virou-se e mais uma vez beijou-a apaixonadamente e disse em tom de voz rouco e sussurrado ao ouvido de Shirayuki.

- Estarei esperando ansiosamente a sua volta, e tenha a certeza de que irei descontar toda a saudade causada pela sua ausência nesse período. Prepare-se que uma noite ou duas não serão o bastante para satisfazer os meus desejos- Finalizou com a introdução da linha no ouvido dela e sentindo-a gemer em seus braços. Quase estava para reiniciar as ações feitas na noite anterior quando a garota em seus braços disse em um suspiro.

- Ai Zen, acho melhor parar por aqui ou não resistirei e seremos descobertos facilmente... ham...- Esforçou-se para recompor-se e afastar-se dos braços daquele que a deixava completamente a mercê.

Ele por sua vez concordou e com um selinho saiu do quarto cautelosamente, tentando não ser notado.

A moça agora sentindo os efeitos da presença do amante, fecha a porta e encosta as costas na mesma, sentindo o calor em seu corpo, o rubor de suas faces e suor nas mãos. Sacudiu a cabeça tentando se recompor e assim retornar aos seus afazeres.

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 É chegada a hora da partida. Shirayuki encontrasse próxima a carruagem que irá leva-la até Tambaru. Obi termina de pôr as malas na carruagem. Neste momento aproxima-se Zen junto de Kiki e Mitsuhide. Shirayuki meio envergonhada pede ao príncipe algo dele que ela possa levar emprestado como lembrança. Este pensa um pouco e entrega-lhe um relógio de bolso.

- Devolverei quando voltar majestade – Diz num sorriso, olhando nos olhos do homem que ama. Percebe que no andar acima de onde estava, se encontrava o príncipe Izana de braços cruzados assistindo a tudo. A garota simplesmente o encarou e fez uma reverencia. Este pensou consigo:

- Você realmente não desvia o olhar... – Disse para si mesmo.

O príncipe mais novo percebendo a ação da garota que ama vira-se afim de encontrar o causador de tal reação e pergunta ao seu irmão:

- O que faz aqui irmão? – Indagou em tom grave.

- Vim apenas ver a sua reação, não pensei que seria tão calmo ao vê-la partir. – Dizendo isto retirou-se com um pequeno aceno de mão.

A garota voltou-se a Zen e fez uma pequena reverencia e subiu na carruagem. Zen aproximou-se de Obi e pediu que não deixasse nada acontecer com a mulher que ele ama. Este assentiu com a cabeça e subiu no cavalo. A comitiva já ia longe quando o príncipe pensou consigo mesmo.

- Preciso encontrar quem a está procurando e rápido. Não estou certo que mesmo fora desse reino ela esteja segura, ainda mais estando longe de mim.

Kiki e Mitsuhide perceberam a expressão de preocupação de seu mestre e em um gesto de amizade e força puseram as mãos nos ombros do homem que olha seriamente a comitiva que sumia na estrada.

- Ela vai ficar bem-Diziam os dois tentando acalmá-lo.