História Sucumbindo aos desejos de um príncipe. - 16 - Resoluções

Capítulo 16 – resoluções

Depois de alguns minutos que Kiki deixa o escritório do príncipe, logo retorna trazendo consigo a chefe do departamento de farmácia. Entram as duas na sala e encontram Zen absorto em alguns documentos, mas logo são percebidas por ele.

- Bom dia Gazelt, que bom que pôde vir. Preciso que me diga algumas coisas sobre os efeitos daquela flor que Mitsuhide inalou. – Iniciou Zen.

- Bom dia Vossa majestade. Antes de responder gostaria de saber, se ele já voltou ao normal ou se ainda se encontra estranho? – Solicitou gazel ao príncipe.

-- Bem... Ele parece bem... Mas parece ter esquecido tudo que viveu depois do incidente. – Informou Zen.

-- Bom... Posso lhe afirmar que isso é sim um dos efeitos colaterais, entretanto, não posso dar certeza de que isso seja permanente ou não. Apenas seria interessante tentar ajudá-lo a lembrar, caso seja algo de extrema importância. – Admitiu a medica.

Nesse momento Kiki mesmo não querendo admitir ficou triste com a informação. Baixou a cabeça e tentou não ser percebida, porém era difícil. Havia sonhado a noite toda com ele, havia deixado o medo e começado a gostar da ideia de ficar junto dele, tinha enfim aceitado a proposta e agora tudo estava se desfazendo. Não suportou aquela noticia, não queria acreditou que aquela proposta agora não existia mais. Sentiu que não iria conseguir se conter e se direcionou a saída de cabeça baixa para que Zen não notasse suas lágrimas.

-- Para onde vai Kiki? – Questionou Zen estranhando a reação da garota.

Neste momento chega Mitsuhide que sente a garota esbarrar no peito dele, a garota por reflexo levanta a cabeça para ver em quem esbarrara, mostrando as lágrimas ao guerreiro e antes que ele falasse algo ela dá um tapa em seu rosto e sai da sala o mais rápido possível. Este fica aturdido e sem ação apenas virasse e olha para o caminho deixado pela garota transtornada.

-- Mas o que foi isso? – Pergunta o rapaz voltando-se ao príncipe.

Zen e Gazelt ainda de olhos arregalados para a cena que acabara de se passar, apenas respondem com um levantar de ombros que pareceu coreografado.

-- O que eu fiz? – Perguntou o guerreiro voltando a olhar para a porta, agora preocupado. Será que poderia ter feito algo de estranho com ela na noite anterior? – Mas se tivesse feito, por que as lágrimas? Nunca vi Kiki chorando assim.

-- Chorando? Ela estava chorando? – Pergunta Zen boquiaberto com a revelação. – Bom... Acho que pode sim ter feito. Já que ontem vocês dois algumas vezes apareceram meio ofegantes e vermelhos. Você não lembra o que pode ter sido Mitsuhide?

-- Já disse que não me lembro de nada do que houve ontem. Mas o que pode ter sido?... Talvez algum treino? Não. Não faço à mínima ideia. – Admite o guardião do príncipe.

-- Bem... Parece que o que você disse está acontecendo Gazelt. Bom... Se é assim terei de informá-lo sobre tudo. – Virando-se para a médica. – Poderia examiná-lo para ver se está tudo bem mesmo, além da memória?

- Claro, mas vejo que não há necessidade. Mas apenas gostaria de saber Sr. Mitsuhide, está sentindo-se como se estivesse de ressaca? Boca seca, um pouco de dor de cabeça? – Questiona.

- Sim me sinto como se tivesse bebido a noite inteira o pior vinho da taverna. – Afirma.

- Bem... Isso é normal. Irá passar até o final do dia. Se não houver melhoras até lá, você deve ir ao meu consultório e eu recomendarei uma medicação para que melhore. – Virando-se ao príncipe. – E como está Shirayuki majestade?

- Ela está melhor, se alimentou direito ontem e dormiu confortavelmente. Pedi que ficasse no quarto por hoje. Inclusive irei almoçar com ela para garantir que coma bem novamente. – Afirmou.

- Que bom! Fico feliz, porém preciso acompanhar seu desenvolvimento de perto. Ela precisa de cuidados médicos com freqüência. – Avisou a médica ao príncipe. – Sendo assim estarei em alerta majestade, caso precise de mim.

- Obrigado Gazelt, sei que com você por perto meu filho nascera sem problemas. – Agradeceu Zen.

- Filho... – murmurou Mitsuhide estupefato – Shi... Shi... Shi... A Senhorita Shirayuki está grávida de vossa majestade... – fala quase sem voz e já caindo no chão desmaiado.

- Ele é tão dramático! – reclama Zen.

- Bem... Acho que não foi vossa majestade que ficou em choque com a noticia. Se bem que esta é a segunda vez que ele descobre. – Brincou Gazelt.

- Mas eu sou o pai. Não é natural que minha reação seja esta?! – Defendeu-se o príncipe. E na verdade é a terceira vez que ele escuta sobre isso e ainda não se acostumou.

-- Vossa majestade já está bem familiarizado com a ideia, não é? – Brincou a loura.

-- Mal posso esperar para ficar com minha família sem nenhum impedimento... Falando nisso preciso acordá-lo, ele foi fazer uma tarefa muito importante e ainda não me deu um retorno. – explica o príncipe.

--Não se preocupe ele já está acordando... – informou a mulher.

O guerreiro levanta-se devagar esfregando a cabeça. E percebe que o príncipe o observa com irritação.

-- E então?? Quando posso falar com meu irmão? – Pergunta Zen impaciente.

-- Vossa majestade já o espera como disse que o assunto não podia esperar, ele pediu que seguisse para o seu escritório particular. – Repassou o recado fazendo uma vênia.

-- Ótimo. Peço licença Gazelt para resolver esta questão o mais rápido possível, mas gostaria de pedir que fique de olho em Shirayuki, aquela teimosa não aceitou meu conselho de repousar durante este dia e provavelmente já está na ala da farmácia trabalhando. – Pede o louro.

-- Não se preocupe. Farei com que repouse, nem que seja obrigada. – Disse a Loura rindo já se direcionando até a porta da sala.

Voltando-se para Mitsuhide - E você poderia verificar se Kiki está bem? Fiquei preocupado, já que disse ter visto que ela saiu chorando. Me reunirei com meu irmão para resolver esta questão mais rápido possível.

-- Farei isso Zen, também estou muito preocupado com a reação de Kiki... Então... Quando terminar virei para seu escritório para fazer os preparativos para a sua decisão depois de conversar com vossa majestade Izanna. Saiba que estarei sempre ao seu lado. – afirmou o amigo ao príncipe.

Depois de ouvir estas palavras, Zen curvou-se ao amigo em agradecimento e saiu porta afora. Mitsuhide ficou um tempo ainda pensando em onde poderia encontrar Kiki. Nunca havia visto, ela chorar, apenas a viu chateado ou brava e toda vez que a vida dessa forma a encontrava na sala de treino com a espada. Pensou que não seria uma má ideia tentar encontrá-la por lá. Quando ia sair da sala é chamado por Obi que como de costume acabara de entrar pela janela no escritório de Zen.

-- Você na sabe usar a porta não, é? – Perguntou o guerreiro irritado.

-- Bem... Vejo que já voltou ao normal... Fico feliz por você. Poderia me dizer onde está o mestre? – Pergunta o moreno diretamente.

-- Que raro... Nenhuma piadinha... Indo direto ao ponto... O que você tem? Não parece que dormiu esta noite?...  Ai eu não acredito... Fiz algo pra você também enquanto estava hipnotizado? – Perguntou Mitsuhide exaltado.

-- Não... Comigo não... Não posso dizer o mesmo quanto a senhorita Kiki... Mas no momento preciso resolver algo com o mestre, será que pode me dizer onde ele está? Ou... Ele ainda está cuidando da... Don... Quer dizer, de Shirayuki?

Mitsuhide estranhou a reação do rapaz e sua forma de falar, mas preferiu não comentar nada. Nunca tinha visto Obi tão direto e com a cara abatida daquela forma.

-- Bem... O príncipe foi resolver a questão de sua união com Shirayuki. Está nesse momento em audiência com o rei Izanna para informar sua decisão.

 Obi ao ouvir isso baixou a cabeça e respirou fundo... E simplesmente virou-se retornado ao peitoril da sacada por onde entrara. – Obrigada senhor Mitsuhide, peço que se chegar a vê-lo antes de mim, poderia avisá-lo que preciso conversar com ele urgentemente. – Dizendo isso simplesmente pulou desaparecendo em seguida, sem que Mitsuhide tivesse tempo de perguntar-lhe algo. O guerreiro apenas estranhou as ações do moreno, mas preferiu deixá-lo em paz, pois entendeu que algo não o estava deixando bem. Voltou a si e a sua tarefa anterior, buscar Kiki e descobrir o que havia acontecido. Saiu da sala em direção a sala de treino, quando estava chegando perto ouviu que alguém estava ali e para sua sorte era Kiki que treinava com toda força como se precisasse matar um exército. Hesitou por um instante, mas quando resolveu dar um passo em direção a garota, a mesma ainda de costa simplesmente parou o que estava fazendo e sem olhar para ele perguntou – O que faz aqui?

- Vim ver como você está... Quando saiu do escritório o príncipe, me pareceu que estava chorando, fiquei preocupado. – explicou  ele.

- Não tem necessidade. Estou bem. – Afirmou ela.

- Não parece. – Retrucou.

- O que você sabe? Você não se lembra de nada... Não... – tentou se segurar para não chora ou ainda atacá-lo com a espada, pois estava magoada apesar de saber que ele não tinha culpa por não lembra, sentia-se frustrada.