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História Suddenly - Capítulo Trinta e Quatro


Escrita por: buhhsmoak

Capítulo 36 - Capítulo Trinta e Quatro


POV ~ Stephen Amell

Eu me sentia em uma dimensão paralela, apesar de todo respeito que o apresentador demonstrava com a situação, ele perguntava coisas que eu não gostaria de ter respondido sem ter a Emily ao meu lado. Quando tudo acabou eu me vi sendo levado para uma sala afastada para esperar o apresentador que queria conversar comigo quando o programava chegasse ao fim.

Eu tentava ligar para a Emily, mas nem mesmo conseguia completar a chamada, o celular dela repetia a mensagem de fora de área como se fosse um aviso de que as coisas realmente tinham saído do controle. Eu estava desesperado andando de um lado ao outro quando minha mãe ligou, o que me deu um pouco de norte naquele momento difícil.

- Filho, o que aconteceu?
- Aconteceu que o que a Emily mais temia se tornou realidade.

Contei a ela da ligação e do que tive que fazer para tentar amenizar as notícias que viriam no dia seguinte, mas mesmo repetindo que minha atitude foi a certa eu não conseguia sentir que fazer aquilo sem a Emily era o certo.

- Era a única saída mãe.
- Claro que era filho.
- Ela nunca mais me perdoar.
- Você já conseguiu falar com ela?
- Não, estou tentando só que o celular está desligado.
- Tenha calma e não fique imaginando coisas ruins. Ela pode ficar brava, mas vai acabar entendendo. Estou saindo agora da casa de campo e vamos direto para a casa da sua irmã arrumar as coisas dela para irmos para Vancouver amanhã cedo.
- Vou tentar ir hoje mãe, eu preciso falar com ela pessoalmente.
- Tudo vai dar certo. Fique bem e qualquer coisa me ligue.
- Obrigado. Até amanhã.

Por mais que eu quisesse a companhia delas eu não teria como ir para o outro lado da cidade encontra-las, teria que ficar em um hotel caso eu não conseguisse um voo e isso só pioraria as coisas.

- Stephen.

O apresentador entrou e pela cara dele as coisas realmente tinham saído do controle.

- Desculpa por aquele bombardeio de pergunta, mas não era o combinado para a entrevista você assumir seu relacionamento com sua colega de elenco. Espero que você não tenha se chateado.
- Não me chateei, fique tranquilo. Só revelei minha relação com a Emily porque amanhã nossa vida vai virar um inferno.

Repeti a mesma história sobre as fotos e recebi muito mais apoio do que eu imaginava, o que só aumentava meu respeito diante daquela postura.

- Eu sempre digo que a vida das pessoas deveriam ser respeitadas, mas nesse ramo que vivemos não temos essa sorte. Sei que passei um pouco dos limites nas perguntas, por isso quis conversar com você. E saiba que tanto eu quanto minha equipe está a sua disposição para o que você e a Emily precisarem.
- Obrigado, Roward. Eu que deveria pedir desculpas por usar essa entrevista em um momento de desespero. 
- Chegamos a picos absurdos de audiência, não se desculpe por dar a nós algo que nem de nosso direito é.

Me despedi agradecendo novamente e fui em direção ao hotel que já estava reservado para mim. Eu só queria falar com minha mulher, mas todas as tentativas de ligar para ela eram em vão.

Nem preciso dizer que tanto na saída da emissora quanto na entrada do hotel o lugar estava repleto de pessoas com câmeras para registrar minha chegada, mas diante do costume de receber pessoas famosas o motorista já sabia por onde ir e logo eu estava entrando no quarto do hotel me sentindo o pior dos piores.

- Vai Emily, me atende. – tentando pela milésima vez ligar para ela.

As horas foram passando e depois de quase cinquenta tentativas de ligar para ela, eu desisti. Silyntei na cama e tentei pensar no que fazer, ou pelo menos em como agir em relação a situação, mas somente me vinha a cabeça a dificuldade em falar com a Emily. Recebi uma mensagem do David, do Grant, mais algumas da minha mãe e quando vi uma da Lori dizendo que não tinha conseguido voo para aquela noite resolvi ligar para ela.

- Tudo bem Lori, obrigado por tentar.
- Eu vou tentar falar com ela, tenho certeza que ela vai entender.
- Não estou muito certo disso.
- Estou recebendo e-mail de tudo quanto é assessoria, eles querem entrevistas com vocês dois. 
- Passe tudo para meu agente, a última coisa que quero pensar agora é sobre isso.

Um sinal de segunda chamada começou a apitar e por um momento eu pensei que fosse a Emily, mas para minha surpresa era Fanta. Me despedi da Lori e assim que atendi a segunda chamada sabia que se tivesse cara a cara com a Fanta ela tinha avançado pra cima de mim.

- Puta que pariu Stephen o que aconteceu?
- Onde a Emily está? – desesperado por informações. - Estou tentando falar com ela a horas.
- Primeiro me explica que porra foi essa entrevista para que eu possa te defender e não querer te matar.

E novamente expliquei tudo sobre as fotos, mesmo não querendo saber de mais nada além da minha mulher.

- Quem será que fez isso? 
- Não faço ideia, mas eu realmente preciso falar com a Emily.
- Ela sumiu.
- Como é?
- Sim, ela estava aqui vendo a entrevista comigo e quando terminou ela estava em choque. Só que antes que ela pudesse te ligar ou até mesmo reagir a tudo que assistimos o Brian apareceu aqui. 
- Como é que ele teve coragem de aparecer ai? – já andando de um lado para o outro, sentindo a frustração de não poder sair daquele quarto de hotel.
- Eu estava na cozinha quando ouvi os gritos da Emily, quando corri para a sala ele estava caído no chão com a mão no rosto e ela não estava mais aqui. Nem perguntei nada, coloquei ele para fora e fui atrás dela, mas quando cheguei na rua ela não estava em lugar nenhum.
- Fanta, onde ela pode estar? Meu Deus, ela deve estar me odiando.
- Calma, eu vou sair agora e ir em alguns lugares que ela pode estar. Já avisei a mãe dela que está voltando para casa por causa dessa confusão toda. E eu vou te falar como a pessoa que menos gostava de você que essa era a única forma de você amenizar o problema que vai estourar amanhã. Ela vai entender, leve o tempo que levar, por isso você precisa ter calma, ok?
- Só acha a Emily, Fanta. Só isso.
- Vamos encontra-la e te aviso em seguida.
- Obrigado.

Desliguei e larguei o celular em qualquer lugar. Eu queria ter o poder de voltar no tempo e ainda estar com ela na casa de campo longe de toda aquela confusão, mas naquele momento eu só podia lidar com minha frustração e aquela sensação de que talvez eu tivesse perdido o amor da minha vida.

---

Passei a noite em claro, mesmo tentando dormir eu só conseguia pensar em como a Emily estava me odiando. Eu até mesmo conseguia ver seu olhar de decepção me encarando e terminando tudo entre a gente. Liguei a tv e a desliguei em seguida, não existia um único canal que não falasse sobre minha entrevista. Levantei para tomar mais um banho e quando voltei para o quarto resolvi juntar todas as minhas coisas, assim eu estaria pronto para ir embora no primeiro horário.

Deitei quando o cansaço começou a vencer a batalha que eu traçava por não querer dormir, mas quando estava prestes a pegar no sono uma batida na porta me fez despertar. Levantei achando que era o serviço de quarto, que poderia ter se confundido com o pedido de outro quarto, mas quando abri a porta me deparei com a pessoa que eu mais queria ver.

- Emily? - eu jamais esperava me deparar com tanta tristeza em seus olhos e a culpa disso era minha.
- Diz que você teve um motivo muito sério para fazer o que fez.

Os olhos vermelhos e a voz embargada não me ajudavam a assimilar nosso reencontro. Eu queria encurtar a distância entre nós e abraça-la, dizer que eu só pensei em protege-la quando o mundo inteiro tentaria engoli-la em poucas horas, mas sabia que teria que ir com cautela.

- Eu jamais faria aquilo se não fosse por não ter outra saída.

Ela entrou e foi para o outro lado do quarto, eu sabia que seria difícil, mas a distância que ela colocava entre nós era como se eu estivesse perdendo parte de mim aos poucos. Fechei a porta e dei somente alguns passos, mas parei quando a vi dar um passo para trás. Eu respeitaria seu espaço, naquele momento eu não tinha o direito de exigir nada dela.

- Eu tive raiva de você. – as lágrimas escorriam por seu rosto sem que precisasse de esforço. – Assisti aquela entrevista como se eu estivesse vendo alguém que eu não conhecia. Aquela era uma atitude que deveríamos ter juntos.
- Eu não tive escolha, Emily.
- Porque? O que de tão grave aconteceu nos cinco minutos depois que nos falamos que te levasse a expor nossa vida em rede nacional? – contendo a voz, ela estava no limite e eu a entendia.
- Eu fiz amizade com um paparazzi a uns anos atrás e ele me mantem informado de lugares que eu não devo ir por conta do assedio que sofremos por parte deles mesmos, mas dessa vez ele me ligou, segundos antes de eu entrar ao vivo, para dizer que eu devia assumir nosso relacionamento na entrevista que eu daria.
- Como ele sabia sobre a gente?
- Foram vendidas fotos de nós dois na piscina da minha casa. Naquele primeiro dia que passamos juntos. Amanhã diversas revistas sensacionalistas vão ter nossas fotos em suas capas e assumir nosso relacionamento era a única maneira de amenizar o problema, mesmo que não exista um modo de nos livrar dessa exposição.

Os olhos dela estavam repletos de lágrimas e o que eu mais desejava era limpar seu rosto e abraça-la enquanto dizia que tudo ficaria bem, mas eu sabia que aquilo era mentira. Me sentia um derrotado diante do estado que ela estava.

- O Brian apareceu na minha casa quando a entrevista terminou. A Fanta foi na cozinha pegar um copo de água para mim quando ele tocou a campainha. 
- A Fanta me contou, ela me ligou para saber o que tinha acontecido e para contar que você tinha desaparecido.
- Ele disse que estava lá para me consolar, porque você tinha sido um cretino por expor nossa relação, que mal tinha começado, para o mundo sem que eu estivesse junto.
- Aquele imbecil. – estava com meus punhos fechados, mas respirei fundo, não era hora de sentir raiva daquele idiota, a Emily era minha prioridade.
- Eu bati nele. Dei um soco na cara dele e sai correndo para o aeroporto. Eu precisava olhar nos seus olhos e entender o que estava acontecendo.
- Eu sei que você pode nunca mais me perdoar, mas eu não tive escolha, Emily. – quase suplicando para que ela me entendesse.
- Quem pode ter feito isso?
- Quem você acha?
- Não acredito que ele tenha sido tão inteligente para conseguir essas fotos sozinho, mas com certeza ele tem parte nesse absurdo. – se virando e cobrindo o rosto com as mãos.

O choro dela era tão intenso que eu quase desisti de me manter longe, mas eu tinha que respeitar a vontade dela de se manter longe.

- Eu queria que as coisas fossem diferentes, queria ter tido tempo de te ligar e perguntar o que você queria fazer, mas não tive como. Me perdoe.
- Porque fizeram isso com a gente? O que ganham com esse tipo de coisa? – se virando com o rosto ainda mais banhado de lágrimas.
- Eu só consigo ver dois motivos, o primeiro é por dinheiro. Essas fotos devem ter valido uma boa grana. O segundo é conseguir colocar entre nós aquilo que eu mais temia quando tive que decidir o que fazer horas atrás.
- O que?
- Essa distância entre a gente.

Ela fechou os olhos e senti que aquele seria o fim, mas antes que eu visse o amor da minha vida saindo por aquela porta eu precisava dizer o quanto ela era importante para mim, mesmo que fosse pela última vez.

- Eu não me arrependo do que fiz Emily. Sinto muito por não ter tido a oportunidade de decidir isso com você, mas eu faria tudo de novo para tentar te poupar do que nos aguarda em algumas horas quando essas revistas chegarem no seu destino. Me perdoe, eu só queria...

Antes que eu pudesse terminar ela encurtou a distância entre nós e me beijou. 



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