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História Suffocating Memories - Beauany - Capítulo 47.


Escrita por: Gih_Maiaa

Notas do Autor


Oi, oi, oi! 😘😘😘
Finalmente estou de volta, amém! 🎆🎆🎆🎆

Espero que goste do capítulo! 🤗🤗
Desculpe os erros! 🙃
Tenha uma leitura em paz! 🖤✌🏻

Capítulo 47 - Capítulo 47.


You got me falling like the rain

As my body turns to water, water (water)

Got me feeling your heatwave

Girl you turn my ice to water, water (water)

When you talk it keeps getting harder

Every word is taking me higher

Closer to the sun when I'm with you

You got me falling like the rain

As my body turns to water, water (water)

(Water - New Hope Club)

Any Gabrielly

Passei os olhos pelo quarto uma vez mais, Josh tentava fechar minha mala e precisei soltar um suspiro quando enfim conseguiu. Acordamos cedo para conseguir organizar toda a bagunça que espalhamos pelo lugar, confesso que a maior parte dela era culpa minha.

- Acho que já podemos ir. Está pronta? - perguntou o loiro passando um braço ao redor de meu pescoço e deixando um beijo em minha cabeça.

- Só preciso de um minuto.

Puxei o celular do carregador e enfiei o cabo de qualquer jeito na mochila, depois sentei na cama para calçar os tênis que havia deixado próximo da entrada. Josh sorriu ao ver meus pés ainda descalços, veio até mim e ajudou com o cadarço.

- Agora sim, estou pronta! - sorri, deixando um beijo nos lábios do garoto ainda ajoelhado diante de mim.

Senti meu celular vibrar no bolso de trás da calça, sabendo que era Raissa avisando que já esperavam por nós em frente ao hotel, respondi rapidamente que estávamos descendo. Josh me ajudou com minhas coisas, permitindo que eu carregasse apenas a mochila.

Somente quando entramos no elevador, meu noivo voltou a falar.

- E aí, Any Gabrielly, o quê me diz? Seus amigos gostaram de mim ou não? - questionou.

- Claro que sim! Não acho que poderia ser diferente, no fim das contas... - resmunguei, deixando um beijo na bochecha do garoto.

- Engraçado, alguns meses atrás, se me lembro bem, você me disse que eles provavelmente não iriam gostar de mim... Pelo jeito, alguém estava enganada. - ele sorriu matreiro, erguendo as sobrancelhas para dar mais ênfase a suas palavras.

- Quem ousou dizer isso?! - me fiz de desentendida, arregalando os olhos e colocando as mãos em frente ao peito, em uma falsa surpresa - Como alguém poderia não gostar de um garoto tão perfeito?

- Tem razão, eu sou mesmo perfeito. - revirei os olhos, apertando as bochechas dele em seguida.

- E convencido também, não se esqueça disso! - acrescentei, beijando o bico que se formara em seus lábios.

As portas do elevador se abriram e Joshua permitiu que eu saísse primeiro, avistei meus melhores amigos imediatamente. Mateus se apressou em ajudar meu noivo, enquanto Raissa abraçou-me pelos ombros.

- Ainda não estou pronta para te ver entrando em um avião e indo embora de novo... - lamentou minha amiga, usando o tom dramático que eu conhecia bem.

- Pelo menos vamos nos ver em breve, afinal, o casamento não vai demorar para chegar. - consolei otimista, ainda que aquilo não servisse para convencer nem a mim mesma.

- Tenho um segredo. - sussurrou para que somente eu ouvisse, franzi o cenho e esperei que ela prosseguisse - Mat e eu vamos para Los Angeles mês que vem, quero conhecer esses seus novos amigos e dar uns pitacos nas decisões do casamento da minha melhor amiga.

- Está falando sério?! - perguntei ansiosa, doida para que Raissa confirmasse - Vocês vão mesmo nos visitar?! Raissa, se você estiver brincando comigo...

- Claro que não estou brincando, sua maluca. Já estávamos planejando isso tem um tempo, mas não queríamos deixar sua tia sozinha as vésperas do casamento.

- Agora pronto, não vou mais conseguir dormir por um mês inteiro! - reclamei, revirando os olhos.

- Como se você fosse mesmo dormir... Com um noivo desses, pra que perder tempo dormindo? - senti minhas bochechas ganharem cor e ouvi a garota rir.

- Raissa! - reclamei alto, chamando a atenção dos garotos logo atrás de nós.

- Do que estão falando? - perguntou meu noivo, curioso.

- Sobre como a Any não vai dormir nesse próximo mês. - respondeu minha amiga soando inocente, entretanto, o sorriso e olhar malicioso lançados para Josh e em seguida para mim, conflitava com tanta inocência.

- Josh, amor, melhor fazermos check-out logo. - puxei o loiro pela mão, arrastando-o para longe de Raissa e Mateus.

Ele permaneceu com o cenho franzido, confuso pelas palavras de minha amiga. Não me contive e revirei os olhos, incrível como Josh consegue ser tão esperto e ao mesmo tempo tão lerdo... Realmente não entendo a mente masculina, não mesmo!

Fizemos o que era necessário e em seguida partimos de encontro aos outros dois. Durante o tempo dentro do carro, não conversamos muito, todos perdidos em seus próprios pensamentos, Raissa voltou a se pendurar em mim e Mat permaneceu ao seu lado.

Assim que despachamos as malas, percebi o quão próximo estávamos de retornar ao solo Norte-Americano e, só então notei o quão triste estava por deixar meu país natal. Josh ficou ao meu lado durante todo o tempo, nossas mãos entrelaçadas.

- Acho que merecemos um último abraço Ramany, certo? - sugeriu Mateus, intercalando o olhar entre Raissa e eu.

- Com certeza! - afirmei, recebendo a confirmação de minha amiga logo depois.

Passei meus braços ao redor de Mat, enquanto via Josh se afastar e nos dar espaço para realizar nosso famigerado abraço, Raissa fez o mesmo que eu do outro lado de nosso amigo e então ele nos apertou para em seguida nos erguer e girar. Um sorriso enorme preencheu meus lábios, tão nostálgico quando feliz, pois sabia que sentiria falta de ambos. Queria ficar presa naquele aperto por mais um longo tempo, entretanto, era óbvio que não poderia, lágrimas escorreram por meus olhos sem consentimento.

Me distanciei dos dois, permitindo que os braços de Josh circundassem minha cintura. Meu noivo também se despediu, para em seguida partirmos na direção do que seria nosso caminho de volta para casa. Não prestei muita atenção na caminhada até nossos assentos, minha mente estava perdida na saudade que percebi que já sentia daquele lugar, mesmo antes de sair dali.

Deixei minha cabeça pender sobre o ombro de Josh e senti seus lábios contra meus cabelos. Precisei verbalizar o que estava se passando dentro de mim.

- Obrigado por ter feito esse lugar se tornar especial para mim outra vez.

- É sempre um prazer lhe ser útil, noiva. - sussurrou brincalhão, fazendo-me sorrir.

- O Brasil não é mais o meu lar, você é, mas gosto de saber que consigo voltar sem temer. Ter lembranças novas e boas daqui, me faz bem. Muito bem!

- Você também é meu lar, Cookie. - Josh sorriu, mas não chegou aos olhos e eu já sabia o porquê.

- Está pronto para sua melhor viagem ao Canadá, senhor Beauchamp? - questionei, tentando tranquilizá-lo.

- Não teria como ser diferente, você vai estar comigo! - ele piscou um dos olhos, permitindo assim que o aperto em meu coração diminuísse.

Não estava com um pressentimento bom para aquela viagem, talvez fosse apenas a ansiedade por saber que no dia seguinte embarcariamos em direção ao pior pesadelo de Josh, ou simplesmente uma bobagem minha, mas agarrei a mão do loiro com força e assim permaneci até meus olhos se fecharem graças ao sono.


(...)


Deixei meu corpo cair na cama, relaxando imediatamente contra a maciez do meu colchão. Josh e eu havíamos chego fazia algumas horas e depois de cumprimentar nossos familiares, decidi tomar um banho relaxante e descansar um pouco, meu noivo optou pelo mesmo.

Ouvi uma batida na porta e, em seguida, a cabeça de minha mãe aparecer no vão aberto. Sorri para ela que veio até mim.

- E então, como foi a viagem? - questionou, sentando-se na beirada do colchão e passando minhas pernas sobre as suas.

- Muito boa, muito melhor do que imaginei que seria. - respondi, ajeitando-me de um jeito mais confortável - Mas... - hesitei, não sabendo como começar aquele assunto - Josh e eu demos um passo importante no nosso relacionamento.

Mamãe franziu o cenho, confusa com minhas palavras. Suspirei e enfim confessei, sendo completamente clara.

- Nós transamos, mãe.

Ela ficou em silêncio, encarando-me com olhos arregalados e queixo caído. Senti meu coração acelerar, não sabia o que esperar de sua reação e tive medo de levar uma bronca ou coisa parecida. Encarei minhas mãos, o nervosismo correndo pelas veias.

- Vocês se protegeram? - mamãe parecia confusa se devia mesmo fazer aquela pergunta, mas depois negou e em seguida acrescentou - Me diz que você continua tomando os anticoncepcionais, pelo amor de Deus, Any Gabrielly. Eu sou muito nova para ser avó!

- Mãe, se acalma. Continuo tomando o remédio, ainda não estou pronta para ter um filho. - ela soltou um suspiro aliviado, e enfim relaxou.

- E como foi? Josh te tratou bem? - seus olhos brilharam em entusiasmo, entretanto, não pelo motivo óbvio. Mamãe estava feliz por saber que eu finalmente havia superado meu maior trauma.

- Sem chance, não vou te contar como foi minha primeira vez, mãe! - ela riu, revirando os orbes para mim.

- Pensei que me contasse tudo... - resmungou, fazendo-me negar com a cabeça.

- Tudo, menos isso!

Mamãe tocou minha perna para em seguida se levantar.

- Tudo bem, se não quer me contar, então não conte. Mas vou marcar uma consulta com o ginecologista para você. Josh está te esperando na sala.

Franzi o cenho, meu noivo não havia avisado que viria, então imediatamente minha mente começou a trabalhar em qual seria o motivo.

- Avisa que eu já vou descer, por favor? - pedi, espreguiçando e criando coragem para segui-la.

Observei minha mãe sair do quarto, enquanto eu pulava da cama e corria para vestir uma roupa mais apresentável do que o simples pijama que estava usando. Pensei que meu noivo estivesse dormindo àquela hora, Josh mais uma vez não dormiu durante o vôo e deduzi que estivesse ainda mais cansado do que me sentia.

Ainda confusa, desci as escadas para o andar inferior. Encontrei Joshua sentado no sofá, conversando com Belinha e mamãe, enquanto Pipoca brincava em seu colo.

- Pensei que estivesse dormindo... - comentei, aproximando-me e passando os braços ao redor do pescoço do loiro.

- Até tentei, mas senti sua falta. - sussurrou, para que somente eu escutasse. Deixei um selinho nos lábios dele e em seguida o loiro continuou - Vim te convidar para dar um passeio, topa?

- Claro que sim! - respondi e antes que pudéssemos sair, Belinha se pronunciou.

- Any, Josh me contou que você quer levar o Pipoca embora. Isso não é justo! - resmungou minha irmã, olhando-me com uma expressão assassina. Se ela não fosse tão fofa, provavelmente seria assustador.

- Mas essa coisinha linda, - peguei meu cachorro nos braços, apertando-o contra o peito - foi um presente que eu recebi do meu noivo... Nada mais justo que ir embora com os pais dele.

- Tenho uma sugestão, mas tudo vai depender da mãe de vocês... - começou Josh, analisando a loira com olhos pedintes - Posso conseguir outro filhotinho, assim Pipoca pode ir conosco e Belinha terá seu próprio bichinho.

Isabelli e eu viramos para nossa mãe com olhos enormes, implorando silenciosamente para que sua resposta fosse positiva. A mulher suspirou, revirou os olhos e depois disse.

- Se esse vai ser o único jeito de evitar a terceira guerra mundial, por mim tudo bem. Josh pode conseguir um cachorro para essa criatura, - Belinha se jogou nos braços de mamãe, abraçando e beijando o rosto dela - desde que a senhorita se comprometa a cuidar. Porquê se estiver achando que vou tomar conta de outra vida, vai tirando o cavalinho da chuva! - pronunciou a última frase em português.

Joshua deu risada, achando graça na escolha de palavras usadas por minha mãe. O loiro ainda não entendia muito bem esse tipo de expressão que os brasileiros costumam usar, por mais que se esforce para compreender, ele sempre ri e finge que entendeu. É uma gracinha!

- E isso serve para vocês dois também! - acrescentou ela, encarando-nos com olhos atentos. Joshua franziu o cenho, enquanto minhas bochechas assumiam um tom mais avermelhado que o normal.

- Josh, pelo amor de Deus, vamos logo! - o puxei pela mão, fuzilando minha própria mãe com os olhos - Até mais tarde, vocês duas.

Arrastei meu noivo para o lado de fora da casa, indo em direção ao carro parado na entrada. Antes que chegasse ao veículo, Josh me fez parar.

- O que sua mãe quis dizer com aquilo? - questionou, pegando a chave e destravando as portas de seu Audi.

Esperei que estivéssemos em movimento, para só então responder.

- Ela sabe que eu não sou mais virgem.

Dei graças a Deus que estava usando o cinto de segurança, porque Josh freou com tanta brutalidade que nossos corpos foram de encontro ao painel com violência, pelo menos ainda estávamos na rua pacata onde moramos.

- Ela sabe o quê?! - ele me olhou com olhos arregalados, as bochechas mais do que vermelhas.

- Amor, tira o carro do meio da rua. Não precisamos de um acidente. - ele me obedeceu, estacionando próximo ao meio-fio.

- Okay, agora me explica essa história direito.

- Não tem o que explicar, Josh.

- Claro que tem! Como assim sua mãe está sabendo sobre isso?! - perguntou aflito, as mãos passeando pelos cabelos já desarrumados.

- Eu contei para ela. - se possível, seus orbes se arregalaram ainda mais - Joshua, é minha mãe!

Revirei os olhos ao observar meu noivo jogar a cabeça de encontro ao volante, toquei suas costas com minhas mãos, fazendo-o encarar meu rosto.

- Amor, eu não poderia esconder uma coisa tão importante quanto essa da minha mãe! - ele assentiu, um pouco contrariado - Por que está com essa cara? Você sabia que era minha primeira vez, Josh.

Cruzei os braços em frente aos seios e me virei, parando de encarar o loiro. Fechei a cara e imediatamente me arrependi de ter saído de casa.

- Cookie, me desculpa. - ele tocou meu braço, mas permaneci sem olhá-lo - Só não estou acostumado com isso...

- Acostumado com o quê, Joshua? - inqueri, ainda emburrada.

- Você sabe como eu era antes de te conhecer, nunca tive que lidar com a mãe das garotas com quem passava algum tempo.

- Seu passado ficou no passado, mas não admito que me trate como uma qualquer, Joshua. - afastei-me de seu toque, obrigando-o a recolher as mãos.

- Vai ficar brava comigo por isso?

- Estou sendo tratada como uma das suas amiguinhas e não tenho o direito de reclamar? Acho que não foi uma boa ideia sair de casa. - resmunguei, revirando os olhos outra vez.

- Cookie... - começou ele, antes de suspirar e voltar a falar em um tom rouco - Não vamos brigar, te chamei para dar um passeio e passar um tempo a sós. Não quero discutir, não hoje.

Fitei o rosto de Josh, parecia cansado e muito preocupado e droga, não era para menos, em algumas horas estaríamos em solo canadense e junto das pessoas que fizeram mal a ele, quando deveriam fazer exatamente o oposto. Bufei, mordi o lábio e enfim toquei suas bochechas.

- Desculpa, não vamos discutir. O dia não está sendo fácil, certo? - o loiro assentiu, puxei seu corpo em direção ao meu, abraçando-o - Vai ficar tudo bem, amor. Vou estar com você nessa e não vou permitir que ninguém te faça mal!

Joshua apoiou a cabeça em meu peito, aceitando meu carinho em sua nuca. Ficamos algum tempo naquela posição, comigo apenas acarinhando seus cabelos e confortando-o para o momento que se aproximava.

- Você sabe que eu te amo, né? - murmurou, ainda contra meu peito.

- Sei. E também amo você, Josh. - deixei um beijo na testa dele, em seguida nos afastamos para que pudesse dar partida no veículo outra vez.

Não demorou mais do que dez minutos para estarmos caminhando pela orla da praia, ambos descalços e com os dedos entrelaçados. Ainda era cedo, porém, o clima não me parecia muito agradável para se estar no mar.

Mordi o lábio tensa, queria saber o que se passava na cabeça de meu noivo, saber como tirar toda a angústia que eu sabia que ele estava sentindo. Josh tinha passado por momentos ruins em um ambiente que deveria ser cheio de carinho e amor, uma criança não pode passar por tantas merdas e sair sem nenhum trauma. Então, tudo que fiz para evitar toda aquela tensão, foi começar a falar.

- Acho que eu preciso começar a procurar um vestido de noiva. Até o fim do ano não falta muito...

- Já olhou algum modelo? - perguntou e senti seu corpo relaxar, agradecido por não estarmos falando sobre a viagem.

- Ainda não, mas acho que tenho uma ideia de como quero que seja. - sorri com o mero pensamento do vestido, estava empolgada para essa escolha e posso apostar que nossas mães também.

- Sabe, as vezes fico imaginando como vai ser te ver entrando na igreja vestida de noiva. Não sei... Parece mentira que vamos nos casar em alguns meses, que você finalmente será minha diante de todos. - Josh parou, fitando o vai e vem das ondas. Fiz o mesmo.

- Também não consigo acreditar, acho que a ficha só vai cair, quando estiver acontecendo. Eu mal consigo acreditar que tenho um namorado! - ele riu, puxando meu corpo para se posicionar atrás de mim. Josh passou seus braços sobre meus ombros e me manteve colada a si.

- Você é a mulher perfeita para mim. Nunca pensei que encontraria alguém que me fizesse sentir tão... - parou, procurando a palavra mais adequada e antes que pudesse encontrá-la, completei.

- Completo?

- Completo. - Joshua analisou a palavra, sorrindo em seguida - Nunca me senti tão completo quanto agora, sabendo você está ao meu lado para o que der e vier. Any Gabrielly, eu amo você.

Estiquei as mãos para conseguir tocá-lo no rosto, acariciando de leve a pele áspera onde a barba já começava a despontar.

- Eu te amo, Joshua Kyle. - girei em seus braços para que pudesse encará-lo, fitei a imensidão azul em suas íris - Amo cada pedaço de você, cada defeito ou qualidade, porque porra, você é o amor da minha vida. - meu noivo riu com minha escolha de palavras, não estava acostumado comigo dizendo palavrões e por isso escolhi dizê-lo - Essa é a minha maior verdade.

- Você está tentando me fazer chorar? - questionou com um sorriso, porém seus olhos denunciavam a emoção que estava sentindo - Porque eu vou, Cookie, sem nenhuma vergonha. - senti seus lábios se aproximando dos meus, mas antes que se tocassem, falou - Obrigado por estar comigo, por me aceitar e ter paciência quando ninguém mais teria. Eu não te mereço, Cookie, não mesmo.

- Você me merece mais do que qualquer outro. Sou sua pedra, lembra? E você é a minha, amor. Sempre será.

- Para sempre e depois. - confirmei, juntando nossas bocas de uma vez e aquele beijo foi diferente, diferente de todos os que já trocamos.

Josh tomou minha boca sem pressa, segurando meu rosto com ternura e minhas mãos fizeram o mesmo com seus cabelos, não existia vestígio do desejo ardente que sempre nos consumia. Entretanto, naquele instante, nos braços de Joshua senti que estava em casa, que nada poderia nos afetar e que tanto os problemas dele quanto os meus, estavam sendo dissolvidos e divididos para que ambos carregassem um pouco da dor que o outro sentia.

Ele se afastou lentamente, mas mantive minhas mãos em seu peito rijo. Um sorriso preenchendo nossos lábios, aquele definitivamente era meu lugar preferido. Os braços de Josh.

- Falei com o inquilino e consegui marcar para visitarmos o apê na quinta-feira, até lá já estaremos de volta e você vai poder conhecer o lugar. - assenti, estava ansiosa para enfim conhecer nosso futuro primeiro lar.

Deixei um selinho nele.

- Não quero que se sinta pressionada a aceitar o lugar, podemos... - não permiti que continuasse.

- Josh, sei que vou gostar. - usei meu tom mais convincente, vendo-o concordar em silêncio - Mas agora, vamos aproveitar esse momento romântico, gosto de ficar abraçada com você.

- E eu gosto de te ter abraçada a mim.

- Que bom, porque pretendo passar muito tempo assim. - afirmei, apertando-me ainda mais contra ele.

Ficamos um tempo naquela posição, apreciando a vista e curtindo o aperto um do outro. O loiro deixou um beijo em minha cabeça antes de voltar a caminhar para mais perto da água, me mantive parada sem coragem para me molhar.

- Onde você vai, Josh?

- Quero molhar os pés, vou sentir falta desse clima quente da Califórnia e do Brasil. - respondeu, olhando-me por sobre o ombro.

- Já disse que vai ser uma boa viajem, e também se não for, pelo menos estaremos juntos. - o loiro concordou, indo para mais perto das ondas que não passavam de seus tornozelos ao chegar na areia.

Observei Joshua chutar a água, as gotículas espalhando-se e molhando um pouco de suas roupas e cabelo. Senti um aperto, como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer e que colocaria nosso relacionamento a prova, o arrepio que seguiu tal pensamento me fez temer. Talvez Josh tivesse razão em não querer voltar ao país onde nasceu, porém, eu também não queria retornar ao Brasil e nossa viagem foi simplesmente perfeita...

Droga, me sentia tão confusa com tudo que estava acontecendo em nossas vidas e ao mesmo tempo tão assustada com o que o futuro estava preparando. Talvez fosse apenas paranóia da minha cabeça, talvez estivesse com medo de toda a felicidade que nos rodeava.

- No que está pensando? - sorri ao sentir os dedos molhados em minha pele.

- Tentando adivinhar se coloquei as coisas certas na mala...

- O quê colocou? - perguntou, um sorriso malicioso surgindo em sua face.

Dei um leve tapa no braço dele, observando o garoto em minha frente jogar a cabeça para trás e gargalhar. Deliciei-me com o som maravilhoso de sua risada.

- Alguns shorts, blusinhas e essas roupas mais frescas.

Josh arregalou os olhos e negou veemente.

- Estou brincando, amor! - meu noivo pareceu aliviado e ainda que seus lábios insistissem em subir, tentou permanecer sério.

- Que bom, mas saiba que eu não me incomodaria em ter de esquentá-la. - seus olhos brilharam em entusiasmo.

- Sei bem a forma como iria me esquentar, seu pervertido!

- Eu não disse nada, quem maliciou foi você, Cookie. - rebateu, roubando-me um beijo rápido.

- Isso é culpa da convivência, só pode... - dei um tapa em minha testa, vendo-o rir.

- A tendência é piorar!

- Oh não, e agora quem poderá me defender? - dramatizei e em seguida ri, lembrando-me das tantas vezes que ouvi essa frase ao assistir Chapolin Colorado.

- Tudo bem, agora melhor eu te levar para casa. Teremos uma longa viagem amanhã... - assenti, sentindo meu corpo ainda dolorido pelas horas passadas dentro de um avião.

Fomos para casa em seguida e nos despedimos com um beijo apaixonado na porta da minha casa, com direito a uma promessa de encontro durante a madrugada. Encostei-me à porta com uma expressão sonhadora e olhos fechados, feliz por ter passado aquele tempo com Joshua, mesmo tendo discutido no início do encontro.

- Pelo jeito o passeio foi bom. Acertei? - a voz de minha mãe perguntou, abri os olhos e fitei o rosto da mulher.

Concordei, não me atrevendo a mover um único músculo.

- Queria esperar vocês voltarem para conversar sobre isso, mas não me aguento. Ursula que me desculpe, não vou aguentar, preciso contar logo. - franzi o cenho, um incentivo para que ela prosseguisse - Decidi qual vai ser meu presente de casamento para vocês.

- Sério? - mamãe assentiu, os lumes brilhando em antecipação - O quê é?

- É uma coisa que vai servir mais para você, mas sei que Josh vai gostar bastante também...

- Diz logo o que é, mãe! - apressei, curiosa sobre o que poderia ser.

- Vou dar o seu vestido de casamento! - anunciou. Imediatamente corri em sua direção, jogando-me sobre a mulher que me colocou no mundo.

- Obrigado, obrigado, obrigado mãe! - beijei o rosto dela e apertei meus braços ao redor do corpo sob o meu - Não acredito nisso, preciso contar ao Josh imediatamente!

Comecei a me levantar na intenção de correr para o andar de cima, pular minha varanda e invadir o quarto do loiro. Queria contar que não precisaríamos nos preocupar com a despesa que meu vestido traria, pois minha mãe arcaria com isso.

- Ei, ei, ei! Antes de se trancar no quarto, me explica que história é essa de já terem onde morar? - questionou, fazendo-me sentar ao seu lado e respirar mais lentamente para acalmar os nervos.

- Como soube disso?

- Ursula contou que Josh tinha te proposto morar em um apartamento. Agora, que apartamento é esse?

Sorri, lembrando-me que em alguns dias visitariamos o lugar.

- Josh herdou um apê dos avós maternos dele e sugeriu de morarmos lá... Quinta-feira faremos uma visita para que eu possa conhecer o lugar. - expliquei, ela assentiu e depois falou.

- Também quero conhecer onde será o primeiro lar de vocês, lembro perfeitamente do pequeno apartamento onde seu pai e eu moramos... - um riso nostálgico surgiu em seu rosto - Moramos lá até eu descobrir que estava grávida de você, depois seu pai insistiu para comprarmos uma casa maior.

- Estou ansiosa para conhecer o lugar, Josh disse que fica próximo a UCLA. O que vai ser muito bom, já que nós dois pretendemos ir para essa faculdade.

- Fico feliz que a faculdade escolhida não tenha sido um problema para vocês, seria triste te ver longe do Josh e vice-versa.

- Nenhum de nós está pronto para começar uma vida em outro local e nem ficar longe de nossas famílias. - comentei, analisando a forma como seus olhos brilharam por saber que ficaríamos tão perto.

Ficamos em silêncio por algum tempo, mas antes que pudesse me levantar e ir para meu quarto, mamãe falou.

- Ainda não acredito que minha filha vai se casar no fim desse ano... Os anos estão passando rápido demais!

- Na verdade, acho que Josh e eu que somos apressados e não aguentamos ficar longe um do outro. - mamãe riu e em seguida corri em direção ao andar de cima.

Encontrei Pipoca deitado sobre minha cama, aproximei-me dele e acariciei seus pelos macios. O pequeno cachorro se remexeu e enfim acordou, veio para mais perto de mim e se deitou novamente, dessa vez em meu colo.

- Ah Pipoca, em breve estaremos morando com o seu papai... - ergui-o em frente ao rosto, beijando sua cabeça em seguida - Está ansioso para isso, filho? Está?

Ouvi uma batida na porta, entretanto, o barulho veio da varanda e assim que me virei, fitei o rosto de Joshua encarando-me. Movi os lábios dizendo que estava aberta e assim ele adentrou o quarto, vindo até mim.

- O quê faz aqui, Josh? Pensei que nos veríamos somente mais tarde...

- Precisei vir te contar uma coisa muito importante, não conseguiria esperar até amanhã. - franzi o cenho, esperando que dissesse logo. Parecia que todos tinham alguma coisa para me contar.

- Pois eu também tenho uma coisa para contar e tem a ver com o casamento. - afirmei.

- O que eu vim falar também. Mas pode dizer primeiro então.

- Obrigado. Minha mãe decidiu o que vai nos dar de presente. - Josh sorriu, mas manteve-se em silêncio e eu prossegui - Ela vai arcar com o vestido, não precisaremos nos preocupar com isso!

Meu noivo sorriu ainda mais e em seguida juntou nossas bocas, beijando-me rapidamente. Afastou-nos e depois revelou o que tanto queria dizer.

- Meus pais também decidiram.

- E o quê é?! - perguntei, animada.

- Vão nos dar a festa de casamento! - respondeu - Caralho, Cookie, eles vão nos dar a porra da festa!

- Como assim, Josh?! Isso vai sair muito caro para eles...

- Sim, eu disse isso a eles, mas os dois disseram que combinaram isso com sua mãe.

- Ah... Agora entendi, antes de me dizer o que havia decidido, mamãe disse exatamente isso: "Ursula que me  desculpe". Isso quer dizer que os três estavam de complô para não nos contar nada até voltarmos do Canadá. - ele concordou, parecendo chegar a mesma conclusão que eu.

- Meu Deus, só os nosso pais mesmo para concordar com essa loucura! Ainda estou um pouco surpreso que sua mãe aceitou que a gente se casasse... - comentou, passando as mãos pelos cabelos, enquanto mantive minhas mãos no pelo de Pipoca.

- Ainda estou surpresa que fui pedida em casamento!

Baixei os olhos para observar o anel de noivado em meu dedo anelar, as pedrinhas brilhantes chamando atenção como de costume. Josh segurou minha mão, também analisando o anel que foi colocado por ele.

- Combina com você, Cookie. Acho que não poderia ter escolhido melhor! - ele plantou um beijo sobre o anel, sorrindo em seguida - Diamantes realmente combinam com a mulher mais incrível do mundo.

- Obrigado por isso, mas ainda acho que não deveria ter gastado tanto... - Josh me interrompeu, negando com a cabeça.

- Você merece tudo de melhor e se eu posso te proporcionar esse melhor... Então farei com todo o prazer do mundo!

- Já disse que te amo hoje? - perguntei, enlaçando seu pescoço com um dos braços.

- Já... Mas não me importo de ouvir outra vez. - concordei, beijando-o de maneira apaixonada.

- Eu te amo, Josh. Amo muito. - ele colou nossos lábios de novo.

- Também te amo, Cookie. Mais que tudo, minha pedra.

Josh não se atreveu a sair daquele quarto por um bom tempo, mantendo-se ao meu lado por um longo período. Somente quando já me sentia mais do que cansada, o loiro resolveu ir para sua casa e me forçar a descansar. Não demorei a pegar no sono, mas antes voltei a sentir um aperto no peito ainda mais angustiante do que o anterior.

Você me tem caindo como a chuva

Enquanto meu corpo se transforma em água, água (água)

Me sinto sentindo sua onda de calor

Garota, você transformou meu gelo em água, água (água)

Quando você fala que está ficando cada vez mais difícil

Cada palavra está me levando mais alto

Mais perto do sol quando estou com você

Você me tem caindo como a chuva

Como meu corpo se transforma em água, água (água)


Notas Finais


Meu Deus, nem acredito que estou mesmo atualizando... Cara, eu estava morrendo de saudade! 😂😌

Mas tenho uma coisinha pra dizer, talvez as postagens continuem demorando para sair, porque como as aulas voltaram, ando mais ocupada.
E como eu disse no Twitter esses dias, SMB está entrando na reta final, então já estou correndo para adiantar os capítulos da próxima história.
Espero que entendam.

Espero muito que tenham gostado! 🤗🖤
Até a próxima! 👋🏻
Beijos! 💋💋


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