Já passava das duas da manhã quando os dois saíram do escritório. Kyungsoo estava cansado e sentia as pernas bambas, mas estava mais que satisfeito pela rodada de sexo que teve. Arrepiou-se ao se lembrar do loiro fodendo-o contra a parede, as mãos grandes apertando suas coxas com força enquanto ele se arremetia com vigor para dentro de si, estocando-o bem fundo.
Foi tirado de seus devaneios por Minseok, que lhe entregou uma bebida, chamando-o para se sentar consigo, já que o Oh estava conversando com alguns clientes. Mordeu os lábios, seguindo o mais velho até sua mesa, vendo o olhar atento de Sehun sobre si. Viu o loiro ordenando que preparassem alguma coisa para ele comer, fazendo um sinal que logo se juntaria a eles, recebendo um aceno positivo do moreno.
— Vai vir fantasiado de qual vilão na próxima festa?
— Sabe que eu prefiro as vilãs, hyung. — Sorriu de lado, bebendo um gole de seu drinque. Ambos conversavam sempre que possível, e não era novidade para o Kim o gosto do moreno por revistas em quadrinhos, nem sua predisposição para o lado dos vilões, por isso tinha sugerido o tema.
— De qual vilã, então? — Sorriu, bebendo um gole de seu uísque.
— Não sei, eu tenho uma queda pela Hera, você sabe. — Brincou, sugando o canudinho, enquanto olhava para o outro. — Mas tenho aquela relação de amor e ódio com a Mística.
Xiumin sorriu de lado ao imaginar o menor fantasiado, com certeza seria algo que ele adoraria ver.
— Pensei que fosse um fanboy da Selene.
— Por acaso isso não seria uma tentativa de me ver de corpete de couro e botas de cano alto? — Arqueou a sobrancelha. — Não posso esquecer do chicote. — Sorriu, vendo o olhar ferino do mais velho sobre si.
— Nesse caso, sou eu quem segura o chicote, querido. — Sorriu de lado, vendo o moreno morder os lábios fartos.
— O que acha da Nevasca? — Perguntou, mudando de assunto.
— Mais um oportunidade de te ver usando couro. Se bem que, a Mística não usa nada. — Seu sorriso malicioso aumentou, e Kyungsoo sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
O garçom deixou seu prato sobre a mesa, pedindo licença e se retirando em seguida. O moreno agradeceu mentalmente pela interrupção, já que não sabia mais quais eram os limites aceitáveis para aquela conversa. Olhou para o lado, vendo Sehun conversar com uma mulher ruiva, que praticamente esfregava seus peitos nele. Girou os olhos, fazendo uma cara de nojo, que não passou despercebida por Minseok.
— Com ciúmes?
— O Hunnie não gosta de mulheres vulgares. — Sorriu pequeno, começando a comer.
— Ele pelo menos gosta de mulheres? — Brincou, voltando a beber.
Kyungsoo riu, voltando a olhar para ele, decidido a ignorar a sem noção que não tirava as mãos do Oh.
— Não é uma preferência, mas ele já se envolveu com algumas.
— Enquanto estava com você?
— Não, embora nós mantenhamos um relacionamento aberto. Eu tenho, digamos, um namorado fixo, o Baekhyun, e outros daddies, e o Hunnie concorda com isso, embora prefira não se relacionar com outras pessoas.
— Por quê?
— Escândalos, gente interessada na fama e no dinheiro dele. Ele já teve muitas experiências desagradáveis com chantagistas e pessoas que pretendiam usar ele como muleta, para se destacar e conseguir papéis melhores, ou simplesmente ter seus cinco minutos de fama na mídia.
Xiumin acenou sua cabeça em concordância. Entendia muito bem que a fama e o sucesso podiam atrair facilmente pessoas daquele tipo.
— Mas, se ele encontrar alguém que ache ser de confiança e que ele tenha interesse, vai ter total liberdade para se envolver com tal pessoa, contanto que conversemos primeiro. É assim que eu faço sempre que encontro alguém novo, converso com todos eles, para só depois tomar uma decisão. Acho esse o maior benefício desse tipo de relação, já que é tudo bem sincero e transparente. Não preciso lidar com os dramas, mentiras e traições que são tão comuns nos relacionamentos tradicionais.
— Entendo. Eu e o Luhan temos um relacionamento também baseado na confiança e na sinceridade. Nosso tipo de relação exige, mais que qualquer outra, que sejamos sempre claros a respeito dos nossos desejos e limites. E, principalmente, que tenhamos total confiança e dedicação um ao outro.
— Como é ter um submisso total? — Perguntou, curioso.
— É como ter um marido, que se empenhe em obedecê-lo e agradá-lo em todos os níveis. Meu maior objetivo é cuidar dele e amá-lo, e o dele, é me servir.
Kyungsoo não pôde deixar de fazer uma cara estranha. Esse negócio de servir e obedecer parecia algo meio surreal, como se a pessoa fosse uma escrava. Não conseguia digerir aquilo muito bem.
— Ele gosta disso, Kyungsoo. Ele gosta de saber que me satisfaz, ele sente prazer em receber ordens, ele ama o poder que eu tenho sobre ele. — O tom de voz do mais velho era baixo, e o olhar que ele lhe lançava era instigante e quase sufocante. -O poder que eu tenho sobre ele é absoluto, e ele ama isso.
— Há limites? — Perguntou em um fio de voz, tentando desviar o olhar do mais velho, que parecia hipnotizá-lo.
— Claro. Como eu disse, somos bem diretos a respeito do que queremos. Eu não exijo que ele faça nada que ele não queira, e, se houver algo que o incomode, nós vamos sentar e conversar. Sem falar que há uma palavra de segurança e toda uma série de coisas que eu já sei que ele não gosta e, portanto, não vou submetê-lo a elas.
O mais novo apenas concordou com a cabeça, tentando absorver aquilo.
— Não quero que ache que estou te julgando, hyung. É só que isso tudo é muito estranho pra mim.
— Nem tanto. Você vive rodeado por fetiches aqui. Você já tem acesso e até já teve a oportunidade de experimentar algumas práticas que são usadas no bdsm.
— Mas as práticas são muito diferentes de uma real situação de dominação e submissão.
Xiumin sorriu ao ver que ele não era tão leigo assim no assunto.
— Nem todo mundo tem os quesitos necessários para se entregar de corpo e alma ao bdsm, Soo, e por isso contentam-se com alguns fetiches. Algumas pessoas até tentam se moldar, mas isso pode acabar sendo frustrante.
— Como assim?
— Alguma pessoas nascem com uma submissão ou dominação natas e, há ainda, aqueles que transitam facilmente entre os dois. — Explicou, vendo o olhar interessado do mais novo sobre si. Seu intuito era instigá-lo, e estava conseguindo fazê-lo muito bem.
— Você só tem o Lu de sub?
— Total, sim. Embora às vezes tenha algumas sessões esporádicas. Sabe, um dos papéis do dominante é ensinar, então vez ou outra, quando eu encontro um novato que me desperta interesse, me vejo impelido a introduzi-lo nesse mundo, embora eu não pretenda dar um irmão de coleira ao Lu. Eu sou um pouco, hm, exigente.
Kyungsoo concordou, embora não tivesse entendido muito bem o que ele queria dizer.
— É fascinante ver a auto descoberta de um submisso. É um prazer indescritível poder tirar dele suas amarras, fazê-lo liberar seus instintos mais profundos.
Os olhos do mais velho brilhavam, causando uma sensação estranha no moreno, que se inclinava inconscientemente em direção a ele.
— Eu sempre te observei de longe, podendo tirar várias conclusões. — Sorriu, vendo o olhar curioso do menor sobre si. — Mas essa noite, ao ver você obedecendo o Sehun tão prontamente, implorando pra ele deixar você gozar, pude ter certeza da natureza submissa que há em você. — Disse baixo, se aproximando mais dele, até que estivessem separados por poucos centímetros. — E eu adoraria mostrar esse seu lado pra você.
Kyungsoo prendeu a respiração quando o mais velho sorriu de lado, acariciando suas bochechas com as pontas dos dedos.
— Eu fico duro só de imaginar você implorando para ser tocado, completamente entregue a mim, consciente de que sou eu quem decide quando e se você pode sentir prazer.
A voz baixa e rouca fez o moreno ofegar e apertar o hashi que segurava com força. Seus olhos estavam presos nos olhos ferinos do mais velho, que afagava seu rosto com um zelo surpreendente, deixando-o a ponto de deslizar sua bochecha contra a mão macia, roçando-se nela como um filhotinho.
O estilista afastou-se subitamente, vendo o olhar perdido e confuso de Kyungsoo, que finalmente pareceu se dar conta do que estavam fazendo. Olhou para seu prato, sentindo suas bochechas corarem, seu cérebro tentando lidar com as várias informações e desejos reprimidos, que pareciam ter sido libertos de uma hora para a outra.
— Eu não estou procurando por um submisso 24/7, Kyungsoo, eu só quero a oportunidade de te mostrar o meu mundo. — Sorriu quase infantilmente, estendendo seu cartão para o mais novo, que pegou-o com a mão trêmula.
— Se divertindo sem mim?
Kyung deu um pulinho ao ouvir a voz de Sehun, logo sentindo o corpo do maior ao seu lado, abraçando seu ombro e deixando um beijo em sua bochecha.
— Espero que tome outro banho quando chegarmos em casa. Você não vai dormir do meu lado com esse cheiro enjoativo. — Franziu o nariz ao sentir o cheiro extremamente doce que tinha ficado na roupa do loiro.
— Vai tomar banho comigo?
— E você acha que merece? — arqueou a sobrancelha — Depois de ter deixado aquela oferecida esfregar os 750ml de silicone dela em você?
Sehun sorriu, puxando o moreno para um beijo.
— Tão ciumento esse meu bebê. — Riu quando ele lhe lançou um olhar mortal, apertando sua coxa com força.
— Vai lá com a sua amiguinha, vai. — Virou o rosto, se afastando do mais velho com cara de nojo, ouvindo a risada de Xiumin.
— Acho que você deveria fazer ele dormir no sofá. — O estilista riu, olhando com joça para o loiro.
— Boa ideia, hyung. — Kyung sorriu maligno. — Ou talvez eu deva deixar ele de castigo por um mês. — Levou a mão ao queixo, como se ponderasse.
— Talvez dois. — Minseok sugeriu, rindo da cara de indignação do Oh.
— Belo amigo você é! Soo, não faz isso comigo, vai. — Fez um biquinho fofo, vendo a expressão irritada do menor e o olhar ferino sobre si. — Ela é uma cliente assídua, eu não podia simplesmente ignorar.
Kyungsoo não conseguiu manter a cara séria e caiu na risada, sendo acompanhado por Xiumin.
— Não acredito que você tá brincando comigo, eu achei que você tava falando sério! — Sehun fazendo pirraça era uma gracinha, e logo o moreno estava sentado em seu colo, dando beijinhos em seu rosto.
— Own, não fica bravo, amor. — Riu, selando os lábios do mais velho em um beijinho casto.
— Eu esqueço que você também é ator, sua peste! Quase que eu infarto com essa sua cara de psicopata. Achei que você tava puto de verdade.
— Fazer o que se tenho tanto talento. — Disse em tom de brincadeira, jogando o cabelo.
— Você vai ser castigado por isso. — Sussurrou contra os lábios do mais novo, que estremeceu contra suas mãos.
— Mal posso esperar. — Sorriu de lado, rebolando de leve no colo do mais velho.
— Bem, vou indo nessa, espero ver você em breve. — Olhou para Kyungsoo, sorrindo enigmático.
— O que ele quis dizer? — Sehun perguntou, quando ele finalmente foi embora, deixando os dois a sós.
— Depois te explico. Vamos embora que eu tô com saudade de deitar de conchinha e ficar abraçadinho com você. — Fez um biquinho, abraçando o loiro.
— Acho que você merece uma massagem maravilhosa por ter se esforçado tanto na apresentação.
— Você comprou meus bombons de morango? — Perguntou num tom de voz manhoso, fazendo o outro ator rir.
— É claro que sim, amor. Também comprei aquele vinho que você adora e aquele bomba de sais de banho que parece uma galáxia.
— Não acredito, sério mesmo?! — Perguntou, feliz, abraçando o mais velho com força.
— Claro, bebê.
— Vamos assistir aquele filme de terror?
— Só se você dormir abraçadinho comigo. — Sorriu, beijando-o com carinho.
Key observava tudo do balcão, sorrindo ao ver o jeito carinhoso e quase infantil com que eles se tratavam. Não entendia como em um momento podiam parecer dois atores pornô, e no outro estavam rindo entusiasmados e batendo palminhas, como se fossem duas criancinhas. Negou com a cabeça, voltando a anotar algumas coisas, enquanto ambos se levantavam, saindo da boate abraçados, em meio a sorrisos e beijinhos castos.
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