História Sugar - Siebzehn

Kyungsoo desceu as escadas prendendo a respiração e apertando o corrimão com força a cada degrau, pois o plug se afundava ainda mais dentro de si, sendo sugado por sua entrada. Suspirou ao chegar no piso plano, remexendo-se de leve para tentar acomodá-lo melhor dentro de si, rezando para que ele não resvalasse em sua próstata. Andou a passos lentos até onde Key estava, sentindo o volume dentro de si se movendo a cada movimento novo, saindo minimamente de dentro de si para logo em seguida ser puxado com força. Teve que morder os lábios para não gemer. Secou sua testa, que estava meio suada, finalmente percebendo que tremia um pouco. 

O mais velho analisou-o por um tempo, desconfiado do sorriso amarelo e sem graça que o moreno lhe lançava. Avaliou-o por completo, parando um tempo na ereção visível contra a calça apertada, dando um pequeno sorriso. 

— Treino ou castigo? — Perguntou, vendo a bochecha já vermelha se tornar alguns tons mais colorida. 

— Castigo. — Disse baixo, olhando fixamente para o banco, perguntando-se se seria conveniente se sentar. 

Kibum viu que ele olhava entre o banco alto e cadeira, indeciso, as mãos apertando a barra de sua camiseta, enquanto os dentes maltratavam os lábios inferiores. 

— Você tá com um plug nessa sua bundinha bonitinha... — Cantarolou, finalmente entendendo o jeito estranho do mais novo. 

Viu a boca do menor se abrir e seus olhos se arregalarem, encarando-o com surpresa e choque. 

— Como você...?! 

— Experiência própria, querido. — Sorriu, dando a volta por trás do moreno, apalpando sua bunda de leve, rindo quando ele se afastou depressa. 

Kyungsoo não sabia onde enfiar a cara.

— Relaxa, meu bem. — Passou o braço pelos ombros do mais novo. — O Minho uma vez me fez ir no supermercado com um dildo, só que ele tinha um formato anatômico exclusivo para massagear a próstata. 

O moreno engoliu em seco, imaginando a situação pela qual ele passara.

— Cada passo era uma gota de suor que escorria, teve até uma senhorinha que perguntou se eu estava passando mal. — Riu, se lembrando da tremedeira e das pernas bambas. — Tive que manter a pose e fazer a fina, mesmo que eu estivesse quase me contorcendo e pedindo a todas as divindades para que eu não gozasse nas calças no meio do armazém. 

O Do relaxou um pouco, rindo. Conseguia imaginar muito bem o loiro tentando manter a classe enquanto suava e se contorcia no meio dos corredores do supermercado. 

— Não precisa ter vergonha de mim. — Acariciou o rosto do menor, puxando-o para a cadeira estofada, que era mais confortável, ouvindo-o suspirar baixinho quando se sentou e o plug foi mais fundo. 

— Puta merda. — Grunhiu baixinho ao tentar se acomodar e sentir a ponta do objeto pressionando sua próstata. 

Demorou um pouco até conseguir achar uma posição confortável, suspirando aliviado. Alívio esse que não durou muito, já que, minutos depois, viu o cabelo bonito de Oh Sehun passando pelas portas da boate. Pensava na melhor forma de disfarçar e em alguma desculpa para não ter que se levantar, sua mente tentando trabalhar o mais rápido possível, à medida que via o loiro se aproximando. 

— Tudo bem, meu anjo? — Sehun perguntou, se curvando sobre o moreno, deixando um beijo suave em seus lábios.

Kyungsoo concordou, acariciando o rosto bonito, ganhando um beijinho no nariz. Prendeu a respiração quando ele se sentou em seu colo, forçando mais ainda o plug dentro de si. Apertou sua cintura com força, suspirando com o rosto afundado em suas costas quando ele chegou para trás, roçando a bunda em sua ereção.

Tentou pensar em uma desculpa esfarrapada quando ele perguntou o que era aquilo , porém, não precisou de muito esforço, já que o Kim, que não possuía nenhum pingo de tato ou vergonha, roubou qualquer chance que ele tinha de ser discreto ao explicar para o mais velho o que estava acontecendo, sem poupar detalhes. O moreno quase morreu quando o Oh virou para si, um sorriso malicioso presente nos lábios finos, que logo foram parar em sua orelha. 

— Pensei que isso aqui me cutucando era por estar feliz em me ver. — Brincou, pressionando o falo do menor com sua bunda, fazendo-o gemer de maneira vergonhosa. 

— Se você continuar fazendo isso eu vou gozar, e o Minseok disse que eu não podia. — Disso baixo, tentando não gemer. 

— Que maldade com meu bebê. — Sehun fez um biquinho, tirando seu peso de cima do menor, ouvindo-o suspirar. Deixou alguns beijinhos na bochecha corada, sentando-se na poltrona ao seu lado, segurando sua mão entre as suas, acariciando-a de leve, vendo sua expressão relaxar aos poucos.

Kyungsoo agradecia mentalmente por tanto Key quanto Sehun estarem lidando com aquilo tão naturalmente, ajudando-o a lidar de uma maneira tranquila com as novidades, sem fazer piadinhas ou deixá-lo constrangido. Sorriu, pensando no quanto eles eram especiais para si. 

— Eu e a Kim Chi estávamos conversando sobre você e o Baek e tivemos uma ideia. — Key resolveu voltar ao assunto que realmente importava, já que o moreno estava mais calmo e relaxado. 

Kim Chi era uma drag queen maravilhosa que frequentava a boate e era amiga de Kibum e Sehun e, consequentemente, também tinha se tornado próxima a Kyungsoo quando ele entrou em suas vidas. 

— Como vocês sabem, ela é uma geek como você, só que menos enrustida. — Apontou para o moreno, que pôs língua para si, fazendo Sehun rir. — Nós dois estávamos falando com o Xiumin sobre as fantasias da festa, e ele disse que queria ver você de Hera. 

Kyungsoo mordeu os lábios, lembrando-se que tinha dito ao estilista que o deixaria escolher sua fantasia. Sentiu seu corpo tremer de leve ao se lembrar do olhar penetrante e da voz gostosa do mais velho, mordendo os lábios com força para não suspirar. Voltou a prestar atenção em Key, tentando não pensar em nada que pudesse deixá-lo ainda mais excitado. 

— A Kim Chi disse que sua relação com o Baek se parece com a da Hera e da Arlequina, já que elas têm um relacionamento aberto bem parecido com o de vocês. — Explicou, vendo os dois olharem para ele atentamente. 

— E? — Kyungsoo arqueou a sobrancelha, tentando entender onde ele queria chegar. 

— Nós achamos que seria interessante você e seu namorado deixaram ela montar vocês. Nós poderíamos fazer um painel na entrada e vocês tirariam fotos com os clientes, aposto que eles pagariam uma nota pra poder tirar uma foto com vocês dois. — Finalizou, um sorriso enorme e quase assustador presente em seu rosto. 

Sehun pareceu ponderar por um tempo, um sorriso semelhante ao de Kibum, só que mais malicioso, se formando em seus lábios ao imaginar os dois montados. Sentiu uma fisgada no baixo ventre e automaticamente apertou a mão de Kyungsoo, chamando sua atenção. 

— Pare de pensar em coisas pervertidas. — O moreno deu um tapinha em sua coxa, fazendo Key rir. 

— O que acha? — O Kim perguntou, já que o menor não dissera nada. 

— Acho que pode ser legal. Você sabe que eu adoro o trabalho das drags, principalmente o da Kim Chi. Vai ser uma experiência interessante.

Key bateu algumas palminhas, animado, dizendo que ligaria imediatamente para a drag. 

O moreno ficou algum tempo conversando com Sehun, combinando de pedirem algo para comer ali, para poderem aproveitar os minutinhos de folga do loiro, já que a tarde ele teria que participar de uma coletiva. Ouviu seu celular tocar e o pegou, vendo o número de Minseok brilhar na tela. Mordeu os lábios, atendendo a ligação. 

— Correu tudo bem? 

— Sim, senhor. — Respondeu, vendo o olhar de Sehun queimar sobre si. 

— Não se tocou, assim como eu mandei?

— Sim.

— Ainda está excitado? — Perguntou com um toque de malícia, que não passou despercebido pelo moreno. 

— Estou. — Mordeu os lábios, olhando para baixo. 

— Você entende porque foi castigado?

— Sim, senhor. — Viu Sehun sorrindo de lado, uma expressão nada casta presente nos traços bonitos.

— Ótimo! Pode retirar o plug agora. 

— Obrigado. — Kyungsoo sentia-se envergonhado por Sehun estar ali, mas ao mesmo tempo podia sentir sua ereção se repuxar, esfregando em sua cara o quão pervertido era, e que, na verdade, ter alguém o observando o excitava. 

— Me ligue amanhã a noite quando estiver livre, para podermos marcar nosso próximo encontro. 

Kyungsoo sentiu seu interior se agitar ao imaginar que sua primeira sessão de verdade provavelmente estava próxima. Concordou com o mais velho, se despedindo, desejando que tivesse um bom final de semana. 

— Você também, querido. Quer perguntar alguma coisa? — Perguntou, depois de um tempo, notando que o outro parecia um pouco indeciso. 

— O Hunnie, pode, hm, me ajudar agora? — Sentiu seu rosto queimar, mas a dor em seu pênis era maior que a timidez.

Minseok riu, pedindo que ele passasse o celular para o loiro.

— Recomendo que o chupe bem devagar, não vai demorar muito para que ele goze nesse estado. Me agradeça depois pelo quão sensível ele vai estar. — Sorriu de lado, imaginando o jeitinho manhoso e necessitado do moreno. 

— Pode deixar. — O loiro sorriu malicioso para Kyungsoo, que desviou o olhar, sentindo sua ereção e sua entrada pulsarem. 

— Vou pra casa do Chany pra você ter mais privacidade com o Suho. — Baekhyun disse, vendo o mais novo tomar banho, sentado na pia do banheiro. 

— Não precisa. — Virou-se para o ruivo, rindo ao ver que ele balançava as pernas como uma criancinha. 

— Me deixa! — Fez um bico. — Ele não fala com você há quase duas semanas, só tô sendo legal. 

— Obrigado. — O moreno sorriu, mandou um beijo em sua direção, fazendo ele se perguntar como um gesto tão simples podia causar tanto estrago em seu coração. 

Quando saiu do banheiro, ele já tinha ido. Apressou-se em se secar e vestir o roupão, deixando a roupa e o óleo preparados. Penteou os cabelos e sentou-se em frente ao notebook, aguardando a chamada de vídeo. 

— Senti tanto sua falta. — O mais velho disse, admirando o rosto bonito de Kyungsoo. 

— Eu também.  — Fez um biquinho. — Você parece cansado. 

— Um pouco. As coisas estão mais complicadas do que o esperado.

O Kim estava no Japão fortalecendo os laços políticos e diplomáticos entre os países, tentando conseguir apoio para conseguir uma cadeira na Assembleia Nacional nas próximas eleições.

— Você não está cuidando da sua saúde, hyung, olha como você está magro! — Repreendeu-o ao notar os ossos mais salientes das bochechas e do maxilar. 

— Pouco tempo. — Deu de ombros, desviando o olhar.

— É sua saúde Kim Junmyeon, não me venha com essa! Passe a se cuidar melhor e se alimentar ou eu pego o próximo voo para Tóquio e dou na sua cara! 

— Eu vou me cuidar, querido, fique tranquilo. — Riu, sentindo seu peito se aquecer ao notar o carinho e preocupação do mais novo.

— Promete? 

— Prometo. — Sorriu, vendo a expressão brava do outro se suavizar. 

— Como estão as coisas por aí? 

— Chatas, como sempre. — Girou os olhos, se acomodando melhor na cadeira. — Reuniões que duram vários dias, encontros diplomáticos com pessoas desinteressantes, festas enfadonhas. — Bufou, fazendo o menor rir. — Meu maxilar já está doendo de tanto forçar sorrisos.

— Mas está correndo tudo bem, eles vão te apoiar?

— Provavelmente sim. Eles são ainda mais conservadores que o meu partido, então estamos tendo algumas divergências, mas acho que vamos conseguir entrar em um acordo. 

Kyungsoo notou a careta de desagrado que o mais velho fez. Junmyeon fazia parte de um partido conservador, pois toda sua família fizera parte dele ao longos dos anos, o que fez com que fosse "direcionado" a seguir seus passos, embora não aprovasse a maioria dos pensamentos retrógrados que eles defendiam. 

— Não fique assim, querido, você está, aos poucos, tentando mudar a visão deles. 

— Não vamos falar sobre isso, me conte, como andam as coisas aí?

Ficaram quase uma hora conversando, falando sobre as novidades e trocando algumas palavras carinhosas, principalmente que expressavam a saudade que sentiam um do outro, já que o mais velho estava viajando mais ultimamente e quase não tinham tempo para se verem. 

Era complicado conseguir um momento a sós para se falarem, sem falar que precisavam de uma rede privada, para que não corressem os riscos das conversas serem interceptadas. O relacionamento dos dois tinha que ser completamente discreto e mantido em segredo, já que toda a carreira do político seria afetada caso descobrissem que ele se envolvia com outro homem, ainda mais um sugar com a fama que Kyungsoo possuía. 

Junmyeon não achava aquilo justo, para ele, não fazia sentido que toda uma carreira honesta de anos fosse descartada como lixo apenas por sua orientação sexual. Ele era um homem ético e tentava ao máximo trabalhar em prol da população, então não conseguia aceitar o fato de que essas mesmas pessoas o crucificariam só por gostar de outro homem. Porém, precisava seguir as regras da sociedade se quisesse sobreviver na política e poder continuar a fazer aquilo que gostava.

— Tenho uma surpresa pra você, hyung. — Kyungsoo sorriu de maneira maliciosa, fazendo um arrepio percorrer a coluna do mais velho. 

Suho viu o corpo esguio ser despido do roupão, ficando completamente nu a sua frente e ajeitou-se melhor na cadeira, observando-o atentamente. Sentia tanta falta de abraçar aquele corpo quente, de sentir a boca bonita contra a sua, as mãos macias acariciando seu rosto com zelo, afagando seu cabelo, deslizando por seu corpo. Mordeu os lábios, vendo-o pegar um frasco de óleo e voltar a se sentar, um sorrisinho ladino desenhado em seus lábios fartos.

— Aproveite. — Piscou, despejando o óleo nas mãos, causando um tremor no mais velho, que afrouxou sua gravata e começou a desabotoar sua camisa, preparando-se para o show que viria a seguir.