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História Suhoja - In My Head


Escrita por: uniihverse

Notas do Autor


OOOI PESSOAS LIIIINDAS!!!!

Bom, estou de volto, com mais um capítulo (nossa Camilla juuura??)

Enfim, estou aqui no meio da aula de metodologia do projeto, o professor já soltou os cachorros em cima do meu grupo... E ok, vc não querem saber disso, né?? /apanha/

A Niih realmente, realmente espera que vcs gostem, e tem um recado para a moça que tem o mesmo nome que ela: "Não tem só o Sehun no capítulo moça, pfvr, os oustros personagens vão ficar chateados desse jeito T --- T"

Ok, boa leitura pra vcs ^^

Capítulo 21 - In My Head


Fanfic / Fanfiction Suhoja - In My Head

As trevas em que o menor estava submerso aos poucos foi criando forma, conforme ele ia abrindo os olhos. A respiração falha, o coração batendo acelerado contra o peito e o suor frio escorrendo por sua testa. Kyungsoo olhou em volta, procurando por algo que lhe garantisse de que tudo não havia passado de um pesadelo, quando sentiu algo se remexer ao seu lado. Afastou-se da tal coisa no mesmo instante, abraçando as próprias pernas a fim de se proteger, só se acalmando ao perceber que se tratava do corpo de seu mestre, que ainda estava entregue ao mundo dos sonhos.

Pelo menos alguém havia conseguido dormir tranquilamente naquela noite.

Se levantou da cama, indo até o grande baú, retirando a roupa de tecido leve que lhe cobria a tez leitosa, abrindo o móvel a sua frente e revirando seu interior atrás de algo mais apropriado para vestir.

- Pode ficar assim se preferir, a visão me agrada muito. - Escutou a voz rouca e manhosa lhe dizer.

Virou o rosto, vendo o moreno sorrir para si. Os olhos minimamente abertos e os fios negros bagunçados, denunciando que ele havia acabado de despertar. Kyungsoo apenas sorriu, escondendo seu tronco dos olhos do outro com o tecido azulado da camisa de mangas longas. Voltou para cama, usando as mãos para bagunçar ainda mais os cabelos do moreno, que resmungou e tornou a deitar seu corpo sobre o colchão, escondendo o rosto no travesseiro fofo.

- Eu sinto muito Jongin, mas Vossa Majestade não permite que se transite desnudo pelas dependências do castelo - disse o menor, dando alguns tapas leves na perna do bruxo. - Agora se levante, temos muito que fazer antes de partirmos para Kumot.

Jongin apenas resmungou se levantando da cama, indo preguiçosamente até uma poltrona que ficava ao lado do baú. Sentou-se nela de qualquer jeito, observando o guardião começar a dobrar os lençóis da cama.

- Você está estranho Kyung, aconteceu alguma coisa? - Perguntou, endireitando-se na poltrona.

- Hm? Não aconteceu nada criança - respondeu simplista. - Porque não se troca? É capaz de Jiyeon Mama lhe chamar a qualquer momento.

- Hey! Não adianta mentir para mim! - Jongin se levantou e voltou para a cama, sentando ao lado do guardião. - Eu ainda consigo sentir o mesmo que você esqueceu? Temos uma ligação - disse apontando do seu peito para o do outro. - Do que é que você está com medo Kyung?

- Não é nada Jongin, apenas tolices da minha cabeça, hm? - O menor sorriu fraco, se levantando da cama.

Pensava que realmente estava sentindo medo à toa, pois mesmo que não soubesse como seria o tal ritual que aconteceria dali três dias, deveria confiar em seu mestre. Ele prometera a si que não permitira que ninguém lhe machucasse novamente, até mesmo a jovem rainha.

Mas então porque é que seu corpo continuava a tremer, somente em pensar nisso?

Sentiu os braços serem segurados com força e o corpo virado, sendo prensado contra uma das paredes. O moreno olhava fundo em seus olhos, parecendo tentar arrancar a verdade de si a qualquer custo. Ele aproximou o rosto do seu, mantendo suas testas coladas. Jongin fechou os olhos e deixou o ar sair por seus lábios devagar, soltando os braços do guardião.

- Eu detesto quando você tenta esconder as coisas de mim, Kyungsoo - confessou, voltando a abrir os olhos, erguendo uma das mãos para acariciar o rosto do menor. - Está com medo do que irá acontecer em Kumot, é isso?

- E você sabe o que é que irá acontecer lá, Jongin? - Rebateu Kyungsoo. – Ela lhe contou como será o ritual? Garantiu-lhe que ficarei bem? - Perguntou já deixando as lágrimas escaparem. - Ela... Ela garantiu a você que eu... Eu ficarei vivo?

- É claro que você ficará bem, Kyungsoo! Eu jamais permitiria que ela encostasse em você novamente, eu lhe prometi, não prometi? - Respondeu, tentando abraçar o menor.

Kyungsoo o impediu, espalmando as mãos pequenas sobre seu peito e o empurrando com a pouca força que conseguira reunir naquele momento.

- Você nem ao menos tem certeza das palavras que diz, Jongin... Como pode permitir que ela me use? Como pode fazer uma coisa dessas? – Questionou. – Você não está nem aí se ela sugar todo o meu poder, só pensa nessa maldita vingança contra os humanos!

O bruxo não conseguia acreditar em todas as coisas que o menor lhe dizia. Lembrou-se das palavras que Yifan lhe dissera dias atrás, sobre o fato do guardião não concordar com suas atitudes e poder lhe abandonar um dia. Mas aquilo jamais aconteceria - assim ele pensava-, pois Jongin não suportaria viver sem Kyungsoo.

Ele se aproximou do menor, que se desfazia em lagrimas, o puxando pelos braços e o abraçando de forma possessiva. Kyungsoo se assustou com a força usada pelo maior, tentando se afastar, mas sendo impedido pelo mesmo.

- Você nunca mais diga algo assim, Kyungsoo - começou a dizer com a voz fraca, moldando o rosto do pequeno com as mãos, o obrigando a olhar para si. - Eu não vou permitir que algo aconteça a você antes, durante e depois deste ritual - continuou, olhando fundo nos olhos do outro. - Eu não suportaria existir sem você, Kyungsoo! Eu... Eu te a...

O moreno fora interrompido pelo barulho da porta do quarto se abrindo. Ambos viraram os rostos em direção a mesma, vendo a figura de Yifan surgir atrás da mesma. Ele pediu desculpas por atrapalhar e disse ao bruxo que a jovem rainha o chamava, retirando-se do quarto em seguida. Jongin olhou para Kyungsoo, que lhe suplicava com o olhar para que não fosse. O moreno sabia que o olhar do guardião pedia muito mais do que aquilo, mas não poderia deixar tudo para trás, não agora que as coisas haviam chegado naquele ponto.

Fechou os olhos, deixando algumas lágrimas escaparem, sentindo o menor segurar suas vestes com força, enterrando o rosto em seu peito e chorando. Depositou um beijo no topo da cabeça dele e o afastou, mesmo que ele insistisse em lhe impedir de sair.

E o guardião caiu de joelhos no chão frio ao ver o bruxo passar pela porta daquele quarto, ignorando a sua última súplica para que fugissem de tudo aquilo. Não havia mais volta e ele deveria apenas aceitar o que a ti estava destinado, pois agora ele tinha certeza de que perdera seu mestre.

E para Do Kyungsoo, não existiria futuro sem a presença de Kim Jongin.

 

**

 

Sehun estava inquieto, andando de um lado para o outro do jardim da casa do curandeiro.  Ele, acompanhado de Soyeon, Xinbo, Zitao, Baekhyun e Chanyeol, esperava por alguma notícia sobre o estado de Luhan.

Após o acontecimento da noite anterior, o guardião do vento desesperou-se quando seu mestre desmaiara em seus braços. Ele correu com o corpo do loiro em suas costas por todo o terreno do palácio, procurando por ajuda. Xinbo o encontrou quando estava voltando para seu dormitório e o ajudou a levar o vidente até a casa de Yixing.

O guardião mais velho voltou para o palácio para avisar aos demais o que havia acontecido, deixando o mais novo junto com o curandeiro. Sehun insistiu para que o mais velho o deixasse ficar ao lado de seu mestre, mas ele negou, alegando que ele só atrapalharia.

As horas se passaram e o sol já iluminava todo o céu. Todos estavam preocupados, esperando alguma notícia e tentando acalmar o guardião do vento. Sehun já não suportava mais esperar, necessitava saber como o mais velho estava, pois o pânico que vira estampado nos olhos dele ainda o deixava com medo. Ele nunca havia visto ele naquele estado, tão apavorado.

Tentou mais uma vez entrar na casa, mas fora impedido por Zitao. O bruxo disse que ele precisava esperar, pois certamente Yixing estava ocupado fazendo alguma coisa pelo vidente.  O mais novo protestou, mas acabou por ir sentar-se ao lado de Soyeon.

- Acalme-se Sehun, por favor, não queremos que Yixing tenha outro paciente além de Luhan – pediu a mais velha.

- E-eu preciso saber como ele está noona, eu não consigo, meu coração dói ao se lembrar do que aconteceu – dizia o guardião em meio às lágrimas.

- Tudo ficará bem criança, Yixing está cuidando de Luhan, você precisa confiar nele, hm? - Soyeon dizia calma, afagando os cabelos castanhos do mais novo.

Alguns instantes depois, a figura de Yixing se fez presente no jardim. O guardião rapidamente se levantou, indo até ele, sem dizer nada, pois em seus olhos já haviam a súplica por alguma notícia sobre seu mestre. O curandeiro apenas sorriu sereno, afagando os cabelos do mais novo, o guiando até um dos bancos que havia ali no jardim, o pedindo para que se sentasse.

- Seu mestre está bem agora, criança - disse enfim, acabando com a agonia do rapaz e de todos ali presente. - Não aconteceu nada grave a ele, os ferimentos na pele sempre ocorrem quando ele tem uma visão, digamos assim, mais importante - explicou.

- E-então por que ele desmaiou? - Questionou o mais novo. - Eu juro por minha vida que nunca vi meu mestre naquele estado, tão fraco e amedrontado.

- Foi por causa do esforço que seu corpo teve que fazer devido à visão, Luhan sempre tem visões rápidas, que duram questão de segundos - explicou -, esta foi diferente, não foi? - Perguntou, recebendo um aceno positivo do rapaz. - Pois então, agora se acalme, hm?

Sehun concordou, tornando a enxugar o rosto que novamente se encontrava molhado por causa das lágrimas. Ele pediu mais uma vez para que lhe permitissem ficar ao lado do vidente, finalmente recebendo o tão esperado sim. Yixing lhe orientou a não mexer no corpo no loiro, pois este necessitava repousar, o rapaz agradeceu e entrou na casa, indo de encontro ao seu mestre. Zitao, Baekhyun e Chanyeol se despediram dos mais velhos, pois agora que tudo estava bem, precisavam voltar ao palácio para cumprir suas tarefas.

Assim que os rapazes de distanciaram, Yixing chamou Soyeon e Xinbo para um cômodo mais reservado de sua casa, pois havia algo muito importante para lhes comunicar. Quando os dois se acomodaram nas cadeiras dispostas em frente a uma mesa simples, o curandeiro fechou a porta, lhes dando toda a privacidade de que precisavam. Não correria o risco de serem ouvidos, pois o cômodo ficava bem ao fundo da casa, além de que ninguém aparecia pedindo ajuda pela manhã, e certamente Sehun não sairia do lado de Luhan, que repousava em algum quarto no andar acima deles.

- E então Yixing, o que precisa nos contar? - Perguntou Soyeon aflita.

- É sobre a visão que o Xiao Lu teve - ele disse, sentando-se sobre o tampo da mesa.

- Ele te contou qual foi a visão?

- Não Xinbo, não me contou, quando ele despertou entrou em pânico e não parou de chorar um instante sequer, eu… Eu tique que sedá-lo - explicou.

- Pobre Xiao Lu - a mais velha se preocupou pelo loiro. - Mas como saberemos qual a visão que ele teve?

- Não se preocupe, já descobri qual foi, mas tive que usar um método abolido pelos nossos antepassados para tal... - Yixing abaixou a cabeça, envergonhado por ter quebrado as regras impostas há séculos pelos governantes daquele reino.

- Não se preocupe com isso meu amigo, você o fez por um motivo importante. - Xinbo tentou reconfortá-lo.

- Mas mesmo assim, eu… Eu poderia ter piorado a estado da mente dele, jamais me perdoaria se causasse algum mal ao Xiao Lu - o mais novo já se alterava, não conseguindo conter suas lágrimas.

- Só que você não o fez, hm? Você o salvou, Yixing! Salvou a vida dele! - A mais velha dizia, tomando o rosto dele em suas mãos.

Soyeon fez com que o curandeiro levantasse seu rosto, o fazendo olhar em seus olhos. Havia tristeza neles, e o pânico que outrora invadira o jovem vidente também se fazia presente neles. Ela o abraçou, afagando os fios acastanhados, numa tentativa de acalmar o rapaz.

Levou algum tempo até que ele se recuperasse, podendo enfim contar aos mais velhos a visão que Luhan havia tido. Ele retirou um papel amassado de dentro do bolso e o entregou a Xinbo, que o analisou, mas não conseguiu compreender claramente o que significavam todos aqueles rabiscos.

O guardião passou o pedaço de papel para a mais velha, que não conseguiu compreender o significado dos rabiscos. Ela devolveu o papel ao curandeiro, que o olhou por um instante, suspirando triste. Se virou, estendendo o papel sobre o tampo da mesa e pediu para que os mais velhos se aproximassem. Assim que eles o fizeram, Yixing começou a lhes explicar o que aquilo significava.

O método que ele havia usado no vidente era um tipo de hipnose, que fazia com que a pessoa enxergasse as coisas de seu subconsciente. Lembranças, sonhos, coisas criadas pela mente, tudo isso se projetava diante dos olhos, mas por mais que isso pudesse parecer belo, era perigoso. Inúmeros bruxos foram abraçados pela loucura, por não conseguirem voltar a realidade, e fora isso que deixara Yixing tão preocupado, pois temia que Luhan ficasse preso no mundo daquela visão que o atormentara tanto.

No pouco tempo em que o vidente esteve sob o poder da hipnose, Yixing o entregou um pedaço de papel e algo para que ele pudesse reproduzir aquilo que vira, sendo justamente o papel que os três olhavam naquele momento.

- Vocês conseguem ver? - Perguntou o mais novo, deslizando os dedos sobre o papel.

- Só enxergo coisas desconexas nesse papel - resmungou Xinbo impaciente. - Anda Yixing, conte-nos o que Luhan viu!

O curandeiro olhou para o mais velho aborrecido, suspirando exausto.

- Prestem atenção - ele começou. - Isso - disse apontando para um dos vários desenhos da folha -, são árvores, e estão cobrindo um tipo de urna, ou mesa, não sei direito - ele estreitou os olhos para tentar entender melhor o desenho. - E aqui, são as duas luas, percebem como ela está bem próxima dessas árvores?

- O que você quer dizer com isso?

- Xinbo! Eu disse para prestar atenção! – Resmungou. - Qual o melhor local para se ver o encontro das duas luas, qual?

Xinbo olhou para Soyeon, que tentava buscar em sua mente todos os lugares daquele mundo em que se era possível ter a visão mais magnífica daquele fenômeno. Claro que existiam muitos lugares em que se era possível ver a união das duas luas, mas somente um podia proporcionar a sensação de quase tocá-las. O lugar que fora esquecido no meio daquele reino, devido a todo o sofrimento e sangue que já foram derramados em seu solo.

- K-Kumot! - Disse a mais velha, ao enfim lembrar-se do nome do lugar. - M-mas por que ele teve uma visão de lá? O que exatamente ele viu acontecer? - Perguntou aflita.

- Não consegui descobrir, pois ele começou a chorar desesperado, então eu o tirei do transe da hipnose - confessou o mais novo. - Ele também estava dizendo algo, mas estava abalado demais, então não consegui compreender o que foi, me desculpem.

- Yixing, não se desculpe, você arriscou muito fazendo tudo isso - a mais velha o reconfortou.

- Eu dobrarei minha atenção para com Luhan, pode ser que ele fale sobre algo mais tarde.

- Ótimo, então irei chamar Sehun para voltarmos ao palácio - disse Xinbo, se retirando do cômodo.

- Deixe-o Xinbo, ele precisa ficar perto do seu mestre, senão é capaz de definhar de preocupação - adiantou-se Yixing.

O guardião consentiu, e logo ele e Soyeon tomaram o caminho de volta ao palácio. Yixing subiu ao segundo andar da casa, indo até o quarto em que o vidente repousava. Ao entrar, deparou-se com o mais movo entre os guardiões adormecido numa cadeira ao lado da cama em que jazia o corpo do loiro. Ele mantinha uma das mãos do mais velho entre as suas e sua cabeça pendia para frente, indicando que ele havia adormecido.

Yixing sorriu ao presenciar tal cena e resolveu deixar os dois descansando, talvez até ele aproveitaria para descansar um pouco também. Porém, assim que deu as costas para eles, ouviu o vidente murmurar algo. Virou-se imediatamente, o vendo se remexer na cama ainda com os olhos fechados.

Sehun continuava adormecido, alheio ao que acontecia com seu mestre.

Da testa do loiro começavam a escorrer as primeiras gotas de suor e seus olhos se estreitavam enquanto seus múrmuros se tornavam mais audíveis. O curandeiro se apressou em acudir o mais velho, pegando o refratário com água que estava sobre a mesa de cabeceira, mergulhando uma toalha limpa no líquido, torcendo-a e a colocando sobre a cabeça dele.

- Céus, o que é que está acontecendo Luhan? - Suplicou o curandeiro, sentindo o mais velho segurar em sua mão e a apertar com força.

-K-Kyung… K-Kyungsoo… - ele sussurrava.

-O-o que tem o Kyungsoo? Me diga, o que é você está vendo hyung? - Insistiu, mas o vidente parou de se remexer e murmurar, soltando sua mão.

Yixing suspirou cansado, levantando-se e se retirando do quarto. Estava mais preocupado ainda, e não só com o estado do vidente. Começava a tentar juntar as peças de todo o quebra cabeça formado sobre a visão que Luhan teve, mas ainda tinha algo que não fazia sentido.

Afinal, o que iria acontecer em Kumot no encontro das duas luas? E o que Kyugnsoo tinha relacionado com isso?

 

**

 

- VOCÊ O QUE? - A voz fina e irritante da loira ecoou alto pelo quarto. - EU NÃO CONSIGO ACREDITAR! COMO VOCÊ É IMPRESTÁVEL KIM JONGIN! - Vociferou, batendo o cajado no chão. - Tudo o que eu lhe pedi nestes dias era que fizesse Kyungsoo feliz, o que você me faz? Estilhaça o coração dele! - Disse incrédula, apontando o dedo para o bruxo, que estava sentado na beirada da cama com a cabeça baixa. - E ainda diz que o ama… Um grande mentiroso, é isso o que você é!

- Não duvide do meu amor por Kyugnsoo! - Rebateu o moreno, se levantando. - Ele é a única coisa que eu realmente amo nesta droga de mundo!

A loira olhou para rapaz e apenas riu com desdém de seus sentimentos, sentando-se na poltrona e cruzando seus braços.

- É mesmo? Pois me parece que você se preocupa muito mais com sua vingancinha contra os humanos do que com ele.

- Isso não é verdade!

- Ah não é? Então me diz Jongin, como que você destrói o coração dele assim?

- E desde quando você se preocupa com os sentimento de alguém? - Rebateu o moreno, que perdera completamente a cabeça e a segurava pela gola do vestido.

- Desde que ele se tornou importante para mim. - Justificou a loira, rindo. - Engraçado como são as coisas, não é? Você, que o ama tanto, o faz sofrer, e eu, que sempre o machuquei, me preocupo muito mais com a felicidade dele do que você.

Jongin acabou por perder a cabeça, jogando Jiyeon no chão. Levou as mãos a cabeça, puxando os fios escuros de seu cabelo, completamente atordoado. Ele sabia que o que a loira falava era verdade, mas se negava a admitir, pois ele amava Kyungsoo mais que tudo na vida, e jamais o abandonaria por causa de sua vingança. Enquanto isso, Jiyeon ria, rolando pelo chão do quarto, mas logo tornando a gritar irritada. Precisava de Kyugnsoo para o ritual, mas de nada ele valeria com a coração despedaçado. Como poderia fazê-lo feliz novamente em pouco tempo?

Transformar-se no moreno estava fora de cogitação por causa da ligação que tinham. Se aparecesse diante do guardião transformada, certamente ele saberia que não era seu mestre.  Foi quando uma ideia surgiu em sua mente. Animou-se com tal ideia, levantando-se do chão num pulo, batendo palmas. Jongin a olhou, confuso e com certo receio de que tipo de ideia poderia ter surgido em sua mente insana.

- Eu sou um gênio mesmo, isso será perfeito! – Repetia ela.

- E que ideia é essa? Kyungsoo irá me perdoar quando a colocar em prática? – Perguntou o moreno com receio, ao que a mais velha apenas riu.

- Quem disse que eu vou tentar fazer ele te perdoar? – Rebateu. – Pra depois você destruir o coração dele outra vez? Não me faça rir Jongin, minha ideia é muito mais eficaz – vangloriou-se. – Mas eu não vou contar para você... Agora vá e chame Yifan, por favor.

O bruxo levantou-se irritado, fechando o rosto em uma expressão de desagrado. Mais uma vez ela confiaria no espião dos rebeldes do que em si. Até cogitou argumentar, mas já havia o feito tantas outras vezes, e de nada adiantou. Ele apenas retirou-se do quarto a procura do mais velho.

 

**

 

A tarde já havia chegado, e com ela a movimentação na casa de Yixing. Por sorte, o quarto que servia de leito para o vidente era localizado no lugar mais restrito do segundo andar da casa, assim a agitação das pessoas não atrapalharia seu repouso.

Sehun havia despertado há pouco tempo, mas permanecia ao lado do mais velho, zelando por seu descanso. Se sentia aliviado ao ver que a expressão de pânico havia abandonado o outro, e que ele já aparentava estar melhor. Foi pego de surpresa ao ver a porta do quarto se abrir, virando-se para ver quem estava a entrar.

Jongdae colocou apenas parte de seu corpo para dentro do cômodo. Queria ver se estava tudo bem com Luhan, mas pensava que somente ele estaria no quarto. Retribuiu o sorriso fraco que o mais novo lhe deu, adentrando completamente no quarto quando ele o chamou, indo até a cama e parando ao seu lado.

- Pensei que você já havia voltado para o palácio.

- Eu não sairei de perto do meu mestre até ter plena certeza de que ele está melhor - respondeu o mais novo, fazendo o bruxo rir fraco. - Do que é que você está rindo?

- Você me fez lembrar de alguém - respondeu sorrindo de maneira triste, mas que passou despercebido pelo outro. - Acho melhor você voltar para o palácio, Yixing disse que daqui a pouco virá aqui verificar como ele está.

- Não posso sair do lado ele, ele… Ele precisa de mim! - Insistiu Sehun.

- Ele já está bem Sehun, só precisa descansar, e você tem coisa a fazer, não tem?

O mais novo relutou, mas sabia que Jongdae tinha razão. Ele já não sentia mais medo e nem o pânico que horas antes dominavam o mais velho. Deu-se por vencido e concordou em voltar para o palácio. Yixing entrou no quarto naquele momento, pronto para também pedir ao rapaz que voltasse, pois alguns servos do palácio já haviam aparecido na casa o procurando.

No instante em que Sehun se levantou e se dirigiu a porta do quarto, a voz de Luhan se fez presente, em um grito rouco. Os três se viraram, vendo o loiro encolhido no colchão, abraçando as próprias pernas e escondendo o rosto entre os joelhos. O guardião voltou para a cama rapidamente, tentando acalmar seu mestre.

Ele segurou em seu rosto, fazendo com que o levantasse devagar. Luhan mantinha os olhos fechados e chorava suspirando baixo, enquanto repetia algo que o outro não conseguia compreender. Ele pediu para que abrisse os olhos, mas o loiro se negou, o abraçando fortemente. Yixing sentou-se no outro lado da cama, tentando falar com o vidente, mas parecia que ele não o escutava, continuava a chorar e murmurar contra o peito do guardião do vento.

- E-ele está tendo outra visão? – Perguntou Sehun aflito, recebendo a confirmação de Yixing. - E o que nós devemos fazer?

- Temos que esperar, até que a visão termine – respondeu com a voz falha, atordoado por não poder fazer nada pelo outro.

Sehun olhou para Jongdae, que continuava parado diante da porta, percebendo que ele também chorava diante o que acontecia. Baixou os olhos de novo para seu mestre, que tremia em seus braços. Aos poucos o loiro foi levantando seu rosto e abrindo os olhos, revelando o par de orbes completamente brancos, que aos poucos ia retomando sua cor normal. Em seguida, Luhan desabou nos braços de Sehun, respirando com dificuldade.

O silêncio se alastrou pelo quarto por algum tempo, até o som do choro do vidente voltar a ecoar pelo mesmo. O guardião olhou para o curandeiro, que o incentivou a tentar falar com seu mestre, e assim ele o fez. Acariciando os cabelos do menor, ele sussurrava em seu ouvido que estava tudo bem.

- K-Kyungsoo... – Luhan começou a dizer com a voz fraca – K-Kyungsoo...

- O que tem o Kyungsoo mestre?

- Ele, ele... Eu o vi machucado, chorando e agoniando – revelou enfim. – Ela... Ela vai machucá-lo, eu não posso deixar isso acontecer! – Desesperou-se o vidente, levantando da cama e indo até a porta, mas caindo durante o trajeto, sendo amparado por Jongdae.

- Quem é que vai machucar o Kyungsoo? – Perguntou o bruxo.

- Mama... – Luhan respondeu fraco, desmaiando em seguida.

Sehun desceu da cama, se jogando ao lado de seu mestre, tentando acordá-lo. Yixing o aconselhou a colocá-lo de volta na cama, pois estava fraco demais. Assim o guardião o fez, deixando que as lágrimas escorrem de seus olhos, por mais uma vez presenciar seu mestre em tal estado e não poder fazer nada para ajudá-lo. O curandeiro pediu para que ele ficasse ao lado de Luhan, e o avisasse caso ele tornasse a acordar, depois chamou Jongdae, pedindo para que ele o acompanhasse até o palácio.

O bruxo concordou prontamente, e então eles se retiraram do quarto, deixando o vidente e o seu guardião para trás. Yixing dispensou os demais pacientes que teria naquela tarde, alegando que havia coisas urgentes para tratar no palácio, o que de fato não era mentira.

Pois agora ele compreendia o que iria acontecer, e precisava avisar os demais o mais rápido possível, para que pudessem se preparar.

 

**

 

Kyungsoo bateu na porta, esperando temeroso pela permissão para entrar no quarto. Não sabia o que a loira poderia desejar naquele momento, pois já estava tudo pronto para partirem rumo a Kumot. Quando a porta finalmente se abriu, o guardião estranhou o fato da jovem ter ido recebê-lo, ainda mais com um sorriso tão doce quanto aquele que estampava seus lábios.

O que ela estaria tramando?

- Ah, você está aí - disse animada, abrindo completamente a porta e dando espaço para que ele entrasse. – Demorou hein!

- M-me desculpe Mama, estava terminando de arrumar as coisas que havia pedido para serem levadas na viagem - justificou-se.

- Tudo bem, não precisa ficar com essa cara, era coisa demais mesmo - ela o tranqüilizou, ainda sorrindo.

Aquela atitude por parte da loira só deixava Kyungsoo ainda mais temeroso. Jiyeon nunca fora uma pessoa compreensível, sempre se irritava com atrasos, principalmente quando se tratava dele mesmo. Viu a mais velha vestir-se com uma capa, cobrindo o rosto com o capuz. Depois, foi até ele, segurando em sua mão, mas o menor rapidamente a recolheu, fazendo com que ela soltasse um riso fraco.

- Não precisa ter medo - ela disse, tornando a pegar em sua mão. - Vamos, tenho algo para lhe mostrar antes de partirmos.

Então ela o conduziu para fora do quarto, descendo a torre e indo em direção aos calabouços. Durante o trajeto, cruzaram com alguns dos Corvos, e ainda com Yifan e Jongin, que desviou o rosto quando seu olhar se encontrou com o do mais velho.

Não demorou para que chegassem até o local que a jovem almejava, localizado um pouco mais afastado dos calabouços. Pararam diante de uma grande porta feita de madeira envelhecida. O lugar era frio, causando arrepios no guardião. Jiyeon sorriu para ele mais uma vez e soltou sua mão, em seguida retirou um tipo de garra de uns dos bolsos da capa e a colocando em seu dedo indicador.

- Tenho uma surpresa para você Kyung, espero que goste! - Disse sorridente, colocando-se ao centro da porta.

Ela tocou a porta com a ponta da garra e começou a deslizá-los por entre os vincos da madeira. O barulho de trancas se abrindo ecoou pelo corredor deserto e instantes depois a porta se abriu completamente. Jiyeon estendeu sua mão para Kyungsoo, que relutou antes de segurá-la.

A loira sorriu e o guiou para dentro do local, pedindo para o menor ser cauteloso quanto ao lugar úmido e escorregadio. Não andaram por muito mais tempo, até chegarem a um lugar aparentemente mais amigável, porém de iluminação fraca. Ela sentiu o guardião apertar mais sua mão, e tentou conter o riso. Com o estalar de dedos, seu cajado surgiu a sua frente, e assim ela o segurou, o girando e o batendo no chão.

Em efeito, o local inteiro tornou-se claro, e o corpo que jazia na cama à frente, que até então o menor não sabia que existia ali, impulsionou-se para cima, deixando um grito rouco escapar. Kyungsoo se assustou a princípio, mas logo reconhecendo quem jazia sobre a cama. Ele soltou sua mão da de Jiyeon e correu até a cama, se ajoelhando ao lado dela.

Hyomin abriu os olhos com dificuldade, irritando-se com a claridade local. Levou certo tempo até conseguir ver nitidamente a imagem do rapaz ao seu lado, não conseguindo conter as lágrimas ao reconhecê-lo.

- K-Kyung-S-Soo... – disse ela num sussurro sofrido.

O guardião apenas sorriu para a mais velha, segurando em sua mão trêmula.

- Estou aqui noona – respondeu ele, tentando conter suas lágrimas.

Assistindo a toda aquela cena, a loira apenas ria, confiante de que agora tudo daria certo.                        


Notas Finais


AIMEUDELS!!!

Gente, vcs tem noção de que só falta dois capítulos??
E mais uma cooooisa, esse mês é de aniversário da fic, Suhoja completa 1 ano no dia 22!!!
Meu plano no mês passado era tentar finalizar ela no mesmo dia em que foi iniciada, mas isso será impossível, então eu vou tentar pelo menos fazer um jornal especial, ou quem sabe posta o penúltimo capítulo dia 22...

Obrigada a todos vcs que dão amor a minha fic * ----- *


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