1. Spirit Fanfics >
  2. Sui Generis - Yoonmin >
  3. Você é uma coisinha preciosa.

História Sui Generis - Yoonmin - Você é uma coisinha preciosa.


Escrita por: fada_uivante

Capítulo 5 - Você é uma coisinha preciosa.


Fazia dois dias que Yoongi tinha conversado com Namjoon. O mais velho estava sentado em seu sofá, se questionando se deveria ou não ligar para Moonbyul.

Ele já havia perdido as contas de quantas vezes desbloqueou a tela do celular, mas sempre que pensava em apertar o ícone verde para iniciar a chamada, sua insegurança falava mais alto.

Depois de sentir o gosto metálico de sangue nas pontas dos dedos, que já estavam em carne viva, Yoongi decide que já perdeu tempo demais dando ouvido ao medo e inicia a ligação.

Após aguardar alguns segundos, ele ouve a voz da amiga do outro lado da linha.

- Yoongi? – Moonbyul pergunta surpresa.

- Oi noona, sou eu. Tudo bem? – Ele pergunta um pouco tímido.

- Tudo bem Yoon e você como está? Estou com saudade.

- To indo, noona. – Yoongi suspira enquanto coça a parte de trás do pescoço. – Eu também estou com saudade... Muita na verdade.

- Quando você vai aparecer na ONG?

- Na verdade, é justamente por isso que te liguei. Queria saber quando você vai estar lá.

- Eu vou passar lá hoje depois do almoço, tenho uma reunião com alguns parceiros. Você consegue ir? – Byulyi pergunta animada

- Consigo sim, mas preferia ir depois da reunião, tudo bem? – Por mais que essa fosse uma de suas responsabilidades na ONG, ainda não se sentia pronto para participar de uma reunião

- Claro que sim. Acho que as 16 horas já devo estar livre.

- Certo, te vejo mais tarde então.

- Até lá, Yoon.

Dizer que Yoongi estava nervoso seria eufemismo. O fato de ainda ser de manhã e faltar algumas horas até sair de casa, só deixava o homem mais ansioso.

Não tinha muito o que fazer nesse tempo, sua casa estava limpa e organizada, infelizmente ele não tinha nada na cabeça que pudesse usar em uma nova composição, e ficar sem fazer nada estava fora de questão, tudo o que Yoongi não queria era ficar com a mente vazia, então ele decidiu descer e dar uma organizada no estúdio e quem sabe fazer novos sketches.

Desde que havia voltado pra casa, ele não tinha reparado no real estado do local. Alguns desenhos que estavam nas paredes e sobre a mesa, agora encontravam-se espalhados pelo chão.

Decidindo olhar tudo com calma depois, Yoongi coloca numa caixa e logo em seguida tenta deixar o piso o mais livre possível para passar o aspirador.

Tirar o pó foi fácil, mas ter que passar pano no piso levou mais tempo, pelo menos foi isso que o Yoongi tinha achado, até olhar no relógio e ver que não havia passado nem duas horas.

 

[...]

 

Aquela manhã não estava sendo boa para o Park. Assim que acordou, Jimin começou a sofrer com uma dor forte na cabeça. Fazer os exercícios matinais foi uma tortura para o loiro, já que qualquer movimento o fazia sentir náuseas.

Jimin desceu as escadas com a esperança da dor diminuir assim que entrasse na loja de chás, já que suas plantas sempre o ajudava a se curar, mas assim que abriu a porta do estabelecimento, a dor ficou ainda mais intensa e logo ele juntou os fatos, sua dor de cabeça era devido alguma planta.

Mesmo pensado que isso não fazia sentido, já que no dia anterior ele havia conferido todos os vasos, Jimin começou a procurar pela plantinha que estava sofrendo.

- Bom dia, hyung. – Jihyun aparece falando animado, mas assim que vê a feição do irmão, muda sua postura e adota um tom mais preocupado – Tá tudo bem?

- Não, minha cabeça tá explodindo. Tem alguma planta doente. – Jimin responde angustiado enquanto averigua os vasos em cima das mesas.

- Tenta ficar calmo, assim sua cabeça só vai piorar. – Jihyun se aproxima e passa a ver as plantas também. – Você já viu as que ficam perto da janela?

Negando com a cabeça, Jimin segue na direção que o irmão havia apontado e assim que encontra a plantinha, começa a chorar. Num cantinho escondido, tinha um vaso caído no chão e a pequena cíclame choramingava por ter suas raízes expostas.

Jimin conseguia sentir a dor dela e isso só o deixava mais culpado. Pegando ela com cuidado, pedindo a todas as entidades protetoras da natureza para conseguir salvar aquela plantinha, ele a leva para a parte de trás da loja.

Por sorte, ele sempre deixava alguns vasos com terra dentro, prontos para uso. Depois de colocar a planta cuidadosamente dentro de um dos vasos, ele busca pelo potinho de fertilizante que ele mesmo criou para ajudar a fortalecer a plantinha.

- Hyung, deu o horário de abrir a loja.

- Você pode fazer isso hoje? – Jimin questiona sem nem mesmo olhar pro irmão. – Eu quero cuidar dela mais um pouquinho.

Jihyun sabia da ligação que o mais velho tinha com as plantas, então já imaginava que ele iria querer passar um tempo se dedicando na melhora da plantinha.

-  Fique tranquilo, se precisar de ajuda eu te chamo.

Assim que ficou sozinho, Jimin passou a focar nas necessidades da florzinha que já não chorava igual antes, mas ainda assim reclamava um pouco.

Suas folhas estavam murchas e as flores tinham uma cor opaca e sem vida.

Por mais que ele soubesse que não havia necessidade de chorar, ele não conseguia controlar suas emoções. Esse seu cuidado e preocupação com as plantas era presente em sua vida, desde a infância.

No dia em que seu dom se manifestou pela primeira vez, Jimin estava no quintal brincando com seu irmão. Ficar ao ar livre, perto das árvores e do jardim sempre o deixava animado e o quentinho que sentia no coração sempre aparecia quando ele conversava com as flores de sua mãe.

Os dois estavam correndo pelo jardim brincando. Jihyun fingia ser um dragão e Jimin era o cavaleiro que lutava para salvar sua aldeia. Eles estavam tão entretidos que nem ouviram o barulho que o vizinho estava fazendo, seus gritos eram a única coisa que importava naquele momento, até que Jimin deixou de soar divertido.

Jihyun de início achou que o irmão estava brincando, mas quando viu as lágrimas descendo pelo rosto do mais velho se desesperou e começou a chamar pela mãe. Jimin nessa altura, gritava dizendo que estava doendo. A sensação de ter o peito pesado, o impedindo de respirar normalmente ainda o atormentava até os dias atuais.

Não demorou muito para seus pais aparecerem no quintal e vizinho que estava cortando uma das árvores no quintal ao lado, parou o que estava fazendo para verificar as crianças. Assim que a serra elétrica foi desligada, um suspiro de alívio foi ouvido dos lábios de Jimin. Ele ainda sentia muita dor no peito, seus bracinhos e pernas tremiam, mas respirar tinha se tornado mais fácil.

Todos estavam assustados com o choro constante do garoto. Jimin apesar de emotivo, não era uma criança que chorava tão desesperadamente, e por conta disso seus pais decidiram levar o pequeno ao hospital.

Depois de alguns exames e análises dos médicos, foi dito que Jimin havia tido uma crise de pânico. O gatilho ainda não tinha sido descoberto, e por isso foi aconselhado que o loiro fizesse acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Quando eles voltaram pra casa, Jimin lembra de ser recebido com um abraço apertado do seu irmão. O mais novo o esperava ansioso e com medo de algo mais grave ter acontecido. Naquela noite, os dois dormiram agarradinhos, usando um ao outro como consolo.

Na manhã seguinte, após tomar café com toda sua família, a mãe de Jimin fala para ele e o caçula irem brincar no jardim, e foi um choque pra ele ver parte do jardim com as flores murchas e a grama seca e sem vida.

Diferente do dia anterior, seu choro era silencioso. Os passos que ele deu até o arbusto mais próximo foram vacilantes. Jimin se lembra de perguntar ao irmão o que tinha acontecido enquanto tocava nas flores com cuidado.

Jihyun assustado por ver o irmão chorando novamente, foi rapidamente chamar a mãe.

Assim que sentiu os braços da mais velha o envolvendo, ele começou a perguntar para a sua mãe o porquê das plantas estarem mortas. A mais velha estava tão confusa quanto os filhos e não soube como responder.

Enquanto ela tentava consolar o filho, Jimin que tinha enterrado o rosto em seu colo, passava suas mãozinhas pelas grama. Ele não se lembra ao certo quanto tempo ficaram sentados no jardim, mas quando seu pai chegou lá e perguntou o que tinha acontecido, eles não souberam como responder.

O jardim não estava mais sem cor. As flores dos arbustos tinham desabrochado e estavam maiores do que nunca e Jimin nunca tinha visto uma grama tão verde como aquela.

O alívio que ele sentiu quando observou o jardim era a mesma que ele sentia agora vendo a plantinha acomodada perfeitamente no novo vaso e com uma aparência muito melhor, do que quando ele a encontrou mais cedo. Se ao menos se sentisse seguro para revelar seus poderes, quem sabe alguns de seus novos amigos não entenderiam, se ele ao menos pudesse....

- Jimin? – O loiro se assusta ao ouvir a voz de Taehyung. Ele sabia que não estava fazendo nada de estranho e que mesmo que estivesse, não teria como o moreno ter visto algo. – O Jihyun disse que você estava aqui.

- Oi Tae. – Ele fala um pouco baixo. – Tudo bem?

- Eu que te pergunto, que cara inchada é essa? – Taehyung pergunta depois de analisar bem o amigo.

- Deve ser por causa do choro de mais cedo. – Ele dá de ombros, mas completa a frase rapidamente, após ver a cara do outro. – Tá tudo bem agora, não precisa se preocupar.

- Como não? Me explica o que aconteceu, Chim.

Taehyung se aproxima e se agacha ao lado do loiro. O olhar dele não deixava dúvidas do quanto estava inquieto. Ele também estava curioso, mas esse sentimento não era tão visível aos olhos do Jimin.

 - De verdade, não foi nada demais. Eu sou muito emotivo, e fiquei mal quando achei uma das plantinhas com as raízes expostas. Ver elas sofrendo me faz sofrer também.

- Ah Jimin, você é uma coisinha preciosa. – Taehyung fala sorrindo. – Não é à toa que todos se encantam por você.

Jimin fica um pouco acanhado, não é normal pra ele receber elogios sem ser da sua família.

- Pelo que vejo, agora tá tudo bem. – Ele aponta para o vaso. – Eu não entendo muito de plantas, mas essa parece estar bem. Você tem uma habilidade e tanto com elas.

Taehyung percebe a mudança na postura do loiro, mas prefere não aprofundar o assunto. Ele sabe que Jimin está escondendo algo, mas entende que a relação entre eles, ainda é recente.

- São muitos anos de prática, minha mãe adorava quando a gente ajudava nos cuidados com o jardim. – Ele responde rapidamente.

- Depois quero que você me ensine a cuidar melhor das plantas. Lá em casa é sempre a Sun noona que cuida das minhas.

- Eu posso te dar umas aulas, certeza que você vai ficar ótimo nisso.

 

[...]

 

Yoongi estava nervoso, mas sua animação era muito maior. Ele nem tinha percebido o quanto sentia falta de andar nos corredores da ONG, até aquele momento. O sorriso que os funcionários abriram quando viram o moreno passar pela porta era tudo o que ele precisava para se sentir confortável ali, de novo.

Entrar na sala que tinha sido destinada à ele trouxe uma sensação diferente, de quando ele havia entrado em sua própria casa. Lá ele ainda se sentia o dono, a pessoa que controlava as coisas e esse sentimento lhe causou um certo alívio.

Não demorou muito para a Byulyi bater na sua porta.

- Yoongles, que saudade. – Ela fala enquanto o aperta num abraço. – Você não tem ideia da falta que fez.

- Eu também senti saudade, mas precisava de um tempo sozinho.

- A gente entendeu, mas que bom que você voltou.

Yoongi sorriu um pouco sem graça, mas feliz por ouvir aquilo da mais velha.  Os dois tinham gostos e interesses bem parecidos, e isso os tornou bem próximos. Moonbyul adorava conversar com Yoongi e se preocupava com ele como se fosse seu irmão mais novo.

- O que aconteceu enquanto estive fora? – Ele pergunta mudando de assunto enquanto guia a mais velha para o sofá no canto da sala.

- Tanta coisa aconteceu. – Ela fala com um suspiro. – Toda semana estão entrando novos casos de agressão ou algo do tipo, as meninas quase não estão dando conta, estamos pensando em procurar um novo advogado. Também estamos pensando na possibilidade de criar um abrigo.

- Tipo a mansão do professor Xavier? – Yoongi pergunta animado.

- Tirando a parte da mansão e dos alunos serem super-heróis, sim, tipo a mansão Xavier. – Byul responde rindo.

- O que o Namjoon acha disso?

- Ele é quem está mais ansioso. Só que essa ideia precisa ser desenvolvida com calma, já está complicado manter essa estrutura e estamos com dificuldade em achar novos patrocinadores. Por enquanto vamos continuar com as reuniões e palestras.

Eram nas reuniões que eles conversavam sobre seus dons. Na ONG, eles tentavam abordar todos os segmentos de suas habilidades, até as mais distintas que foram descobertas nos últimos anos, mas era bem difícil encontrar pessoas aptas à falar abertamente sobre ou ensinar como controlar. O fato de os dons serem vistos como uma ameaça para a sociedade, tornava ainda mais difícil a divulgação da organização e suas atividades de auto-ajuda. 

- Como está o financeiro? Eu tentei colocar uma grana na conta, mas como fechei o estúdio, não tinha muito como contribuir.

- Não estamos no nosso melhor momento, mas poderia estar pior. – A mais velha fala honestamente. – As meninas e o Nam estavam querendo investir mais em divulgação e talvez fazer um evento.

- Bom, eu posso ajudar nessa parte da divulgação.

- Isso vai ser ótimo Yoon. – Ela responde animada. – Vamos marcar uma reunião com todo mundo, aí discutimos isso melhor.

- Com todo mundo? – Yoongi começa a cutucar as pontas dos dedos.

- Eu posso falar com o Jin separadamente, mas Yoon, ele faz parte do time, uma hora ou outra vocês vão se cruzar.

- Eu sei, eu só estou com medo.

Além do Hoseok, Jin era o único que sabia o que de fato tinha acontecido naquele dia e isso assustava Yoongi. Por Jin ser seu único hyung no grupo, o receio de ter acabado com a amizade ainda o corroía por dentro.

- Yoongi, eu não sei o que rolou, mas eu sei que ninguém deixou de te amar, você precisa entender isso. Todos nós sentimos sua falta.

 

[...]

 

Já era noite quando Yoongi retornou ao seu apartamento. Um sorriso mínimo estava estampado em seu rosto. Visitar a ONG sempre o deixava feliz e conversar com a Byul só reforçava isso.

Depois de tomar um banho relaxante, ele decide preparar um chá com o restante da erva que ganhou de Jimin. O dia tinha sido emocionalmente cansativo, dormir não seria um problema, mas não custava nada buscar ter uma noite de sono ainda melhor.

Aproveitando a brisa fresca que entrava no seu apartamento, ele senta no sofá que fica de frente para sua janela. Já fazia algumas semanas que tinha voltado, o sentimento de estranheza ainda estava presente, mas ver que seus amigos ainda apreciavam sua presença o deixava mais confortável.

Yoongi ainda não sabia se iria abrir novamente o estúdio de tatuagem, já que não daria conta sozinho. Ele certamente sentia falta de sentir a pistola vibrando em sua mão enquanto tracejava algum desenho na pele de alguém, sentia falta de passar horas sobre a mesa criando vários sketches, mas o que ele mais sentia falta era de passar um tempo com seus amigos.

Hoseok estava com ele desde a abertura do estúdio, os dois que decidiram onde seria o local, as tintas das paredes, quais os móveis seriam usados, todos os pequenos detalhes que faziam parte do Bultaoreune Tattoo. 

Algum tempo após a abertura do estúdio, Jungkook marcava presença no local e mostrava interesse em seguir o mesmo caminho. Foi somente quando Taehyung mudou que, junto ao apoio de seus hyungs, ele começou em poucos meses a atuar como aprendiz no lugar.

Era até estranho para ele pensar no quanto eles eram perfeitos trabalhando juntos. Seus estilos eram diferentes, e suas personalidades se completavam. Yoongi era mais recluso e ficava mais quieto no seu canto. Hoseok já era mais animado e sabia lidar melhor com os clientes. Jungkook era a junção perfeita dos dois, quando estava desenhando preferia ficar na sua baia, mas nunca deixava de acompanhar as brincadeiras de Hobi.

Para abrir o estúdio novamente, Yoongi teria que conversar com o Hoseok, e isso não era algo que ele se via fazendo, pelo menos não agora. Ainda era muito recente e o medo de não ser perdoado ainda era muito grande. Pensar em discutir sobre o assunto então, o aterrorizava

Yoongi deixa seus devaneios ao bebericar seu chá ao perceber que o mesmo estava frio. Enquanto se levantava, ele cogitou esquentar o restante da bebida novamente ao invés de jogá-la fora, mas seus pensamentos são interrompidos ao olhar através da janela.

Jimin estava sentado ao lado da janela, olhando para algo que Yoongi não conseguia ver. Era estranho para o mais velho ver o loiro tão abatido, já que sempre o via com um sorriso no rosto.

O mais novo estava tão distraído, que nem percebeu que estava sendo observado. Por mais que soubesse que sua planta estava bem, ele ainda se sentia triste e culpado.

Yoongi ficou lá parado por alguns minutos, observar o loiro não era algo difícil de se fazer, na verdade a vista era muito bonita. O moreno desejava ser mais próximo do outro, ver ele com o semblante tão sério e triste o deixava curioso... e um pouco preocupado.

 


Notas Finais


E ai, o que acharam do capitulo?

Gostaram de ver como que o Jimin descobriu o dom dele?

Yoongi está se esforçando né? O processo é lento, mas temos que lembrar que o trauma foi bem grande na vida dele.

Vejo vocês no mês que vem.

E gente, por favor, se cuidem e só saiam de casa se for realmente necessário!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...