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História Summertime sadness - Puppy love


Escrita por: lanadiamandis

Notas do Autor


Oii gente <3 Obrigada por todos os reviews e favoritos <3 amo vocês pelo apoio. Eu nunca pensei que uma fic sobre um amor proibido lesbico inspirado no clipe da Lana, ia ter algum comentário, sério. Então, imaginem como eu estou admirada.

E sim, Lana tem uma musica chamada Puppy love.

Capítulo 10 - Puppy love


Fanfic / Fanfiction Summertime sadness - Puppy love

Isso não é uma paquera de escola

Isso não é um amor de cachorrinho

É uma coisa real desde quando você disse que me amava.

 

Eu me considerava uma adolescente muito diferente das demais, dada a minha iniciação “nova” na vida adulta, com os meus afazeres dignos de uma dona de casa americana, cuidando do meu irmão e limpando a residência para que a minha própria genitora pudesse ter mais tempo para resmungar sobre a pobre qualidade do seu matrimonio, junto de seu marido omisso. Por isso, eu não me surpreendia por “saber” coisas que outros adolescentes pareciam não compreender ao certo.

Com dezessete anos de idade, eu poderia lhe escrever um livro contando-lhes o segredo da vida, descoberto por mim enquanto analisava a minha história pessoal. Eu vou soar um pouco louca e talvez tudo isso não passe de uma blasfêmia da minha parte, porém tudo faz sentido dentro da minha mente, de uma forma bem ousada e bizarra, mas faz.

A vida não passa de uma montanha russa – e essa é a metáfora de vida na qual eu mais gosto. Um dia você está no topo e no outro, despencando. Um dia tudo está bem, você está bem e sua vida está perfeita. No outro, tudo se desmorona ligeiramente e você não tem fôlego suficiente para acompanhar as mudanças, dada a rapidez dos acontecimentos. Contudo, você sempre vai voltar para o topo, ou seja, o “fundo do poço” não é eterno e nem pode ser, ou isso não se chamaria vida e sim depressão.

As coisas ruins da vida vêm após as boas para que possamos dar o devido valor aos acontecimentos que nos enchem de alegria. Se a nossa vida não se passasse de coisas boas, como saberíamos o que é a felicidade verdadeira? Como daríamos valor a alegria, aos momentos em harmonia, se sempre estaríamos bem?

Parece estranho, mas como dito, esse pensamento foi baseado em minha doce vida. Antes de ir para a Califórnia, eu estava no “fundo do poço”, porém subindo lentamente até o topo. O topo foi encontrar o moreno e despenquei quando fui pega. Passei um tempo ruim, até o dia em que comecei a subir novamente, quando encontrei a Mary no jardim. E no topo fiquei até aquele dia de outubro, quando as línguas afiadas de garotas loiras oxigenadas – e não loiras de verdade como a minha garota favorita do internato – tentaram me cortar em pedacinhos. Quando isso ocorreu, eu despenquei. Porém, mal saberia eu que minha queda duraria pouco e logo eu estaria a subir novamente. E a sensação de estar no topo era incrível.

Incrivelmente, a garota mais apagada daquela instituição – na verdade, as garotas – estavam sendo vitimas de um boato, que corria mais rápido do que uma lebre, de boca em boca entre as outras meninas, os meninos, os professores, os coordenadores e quem sabe não até entre os animais? – o quão inocente um pobre pato pode parecer para você? Porque para mim eles pareciam me olhar como se soubessem de todos os meus segredinhos.

Eu não soube de cara que estava sendo vitima de alguma nova difamação, pois eu era péssima em reparar. Eu sentia algo errado acontecendo, mas eu achava que era comigo. Minha roupa poderia estar suja, meus cabelos estavam estranhos, meus sapatos tinham lama neles, eu poderia estar fedida, quem sabe? Eu era a aluna nova e obviamente havia uma pressão maior sobre mim. Ainda mais que eu entrei no último ano e não tinha tanta gente nova no último ano quanto nos outros, obviamente. Eu era o centro das atenções. Isso não era muito legal, mas aceitável.

Foi quando eu percebi que não era isso. De um dia para o outro, a fantasma da escola – vide eu e meus cabelos castanhos oleosos estilo Samara – estava sendo vigiada. Cochichos e olhares me acompanhavam. Algumas garotas me olhavam com prazer, porém a grande maioria estava com nojo de mim – e suas faces eram obvias – praticamente todos os garotos me analisavam, com uma pontada de desejo em seus seres. No dia seguinte ao começo desse inferno – foi uma terça feira – alguém se aventurou a passar a mão em meu corpo, durante a confusão para sairmos para o almoço. A mão grossa em formação me mostrou que era um adolescente um pouco mais jovem do que eu, porém tão mais ousado quanto eu poderia ser a minha vida toda. Ou seja, algo errado estava ocorrendo e eu precisava descobrir quem havia ligado as luzes do holofote sobre a pequena, porém cálida Carmen.

Foi Rachel quem me contou – incrivelmente e assustadoramente – pois a mesma não aguentava a curiosidade, muito menos suportava deixar sua língua dentro da boca. Ela fez questão salientar que Mary já sabia de tudo, pois havia pressionado a mesma para lhe dizer a verdade e a verdade ela não queria dizer, pois não havia verdade alguma a ser dita e mais algumas frases contendo a palavra verdade que me deixou com vontade de abandonar aquela conversa e sair andando.

– Me diga a verdade, Carmen? É verdade?

– Eu não sei ao certo do que estamos falando ainda.

– Pois você não sabe?

– Não!

E eu realmente não sabia.

– O boato... O boato entre você e a Mary.

– Que maldito boato, Rachel? Eu e a Mary não fizemos nada de mais para termos nossos nomes no meio desse boato ai – e isso era a verdade. Eu amava a Mary, mas eu atuava bem. Ela não sabia do meu amorzinho de final de verão nela e tampouco saberia por conta própria. Além disso, eu não havia dito nada para alguém, pois eu não tinha amigos. Além da Mary claro. Mas, eu não poderia lhe contar meus segredos, pois a mesma havia virado um para mim.

– Você e a Mary... Namorando.

Boquiaberta eu fiquei, por não esperar tal coisa. Criatividade é uma dádiva e a Megan era um ser repleto dela. Mesmo que ela estivesse falando “a verdade” nas entrelinhas, ela estava usando de deduções, pois sua vil alma de nada sabia. E muitos me perguntavam os motivos para ela me usar com fins difamatórios, e eu digo que achava – pois eu realmente não tinha muita certeza –  que o garoto no qual ela amava, gostava de mim. Eu tinha visto o mesmo me mirando durante as aulas e certa vez ele me ajudou com uma pergunta, em um momento embaraçoso no qual a professora vendo a minha omissão na aula, decidiu me questionar sobre o que estávamos aprendendo. Se esse era o motivo, Megan estava desesperada. Isso porque ela deveria relaxar: se eu fosse mesmo lésbica, eu não iria atrás do namoradinho dela, iria?

– Nós não estamos – eu abri o meu armário no corredor e fingi que estava procurando pelo meu livro de geografia, porém era apenas um disfarce afim de esconder a minha admiração em ser parte daquilo tudo. Sinceramente, eu adoraria estar a namorar a garota. Eu queria mesmo, do fundo do meu coraçãozinho, mas eu não podia. Porque Mary veio de uma família cristã e mesmo sendo rebelde, não era assim tão aventureira. Nunca se entregaria para mim. E eu não iria tentar, pois não queria perder a sua amizade. Preferiria tê-la como amiga do que não tê-la como nada – Ela te contaria se estivéssemos.

Rachel continuava a me encarar, ignorando minha vontade obvia de ficar sozinha após o choque de receber tal “noticia”.

– Ela está muito reservada ultimamente. Desde que você chegou, na verdade. Ela não me conta mais muita coisa...

– Você acha que estamos namorando – eu afirmei, olhando-a nos olhos e ela assentiu positivamente – Nós não estamos.

– Mary gosta muito de você.

– Como amiga.

– Eu não sei se é mesmo como amiga, Carmen... Ela nunca agiu assim comigo antes.

Talvez porque a Rachel não dava espaço para a Mary se expressar com fluidez.

– É porque nós dividimos o quarto juntas, Rachel. Ela é mais aberta a mim, pois eu convivo com ela. Acordamos juntas, dormimos juntas, eu a ouço roncar de noite, ela escuta meu estomago grunhir sem rir... Essas coisas. Mas não estamos n... – Rachel fixou o olhar para detrás de mim e fez uma leve negação com a cabeça, sutilmente para que eu me calasse. Assim fiz. E logo, senti a presença de mais alguém conosco. Dado o cheiro de chocolate agraciando o ar envolta de mim, soube que era a Mary.

– Boa tarde, garotas – estava tentando passar animação, mas faltava um pouco de confiança ou amabilidade nela. Ou seja, seu cumprimento saiu seco e decepcionado – Como vocês estão?

– Bem – Rachel respondeu alegremente, forçando seu melhor sorriso. Mary provavelmente ficou a encara-la, pois ela começou a dar desculpas – Eu estava perguntando para a Carmen se ela fez a lição de casa de literatura. Mas, ela não acha a folha no armário.

Pensei por alguns instantes qual era a necessidade de se ter armários em um internato.

– Não acho não – encostei a porta do mesmo e vislumbrei a bela garota, revestida com o seu olhar sério e uma postura de mulher determinada – Oi, Mary! Tudo bem?

– Tudo bem, Carmen. E você?

– Estou bem também, obrigada.

– Eu acho que vou esperar o professor na sala. Você vem logo, Carmen? – Rachel me questionou e eu apenas concordei. Minha vontade era de matar aula, mas eu não teria desculpas – Te vejo depois então.

– Até logo.

Mary então roubou o lugar da amiga e se se encostou àqueles armários antigos, enquanto eu abria o meu novamente. Dessa vez, eu queria mesmo pegar meu livro de geografia que estava dentro dele.

– O que faz aqui, no prédio B? Você tem aula daqui a pouco em outro lugar. Tá perdida?

– Eu queria falar com você, Carmen – ela se virou olhando diretamente para mim. Parecia convicta do que tinha para falar e ao mesmo tempo, perigosamente atraente – Você e a Rachel viraram amigas?

– Ah, somos. Não somos?

– Eu achei que você não gostasse dela.

– Eu não a odeio, Mary.

– Hum...

Tirei o livro de geografia e o coloquei entre as minhas pernas, para assim arrumar a bagunça feita no armário, que não continha muita coisa, mas eu precisava enrolar um pouco.

– O que quer falar comigo?

– A Rachel já deve ter dito.

Eu a encarei, afetada pela confusão.

– O que você está falando?

– Rachel mente mal, Carmen.

– Sobre o que ela mentiu?

– Bom... – ela apontou para meu livro – Você tem aula de geografia hoje após o almoço e não literatura. Além do que, ela estava bem nervosa. Ela saiu depois que eu cheguei. Eu pego os sinais, Carmen.

Derrubei o livro sobre meus pés e ela sorriu, ainda muito rígida e fria, mas mesmo assim um pouco mais animada.

– Eu rezei muito – prosseguiu agora sem me encarar, apenas encostada no armário, com os pensamentos altos – Para que você não achasse ninguém no seu primeiro dia de aula. Isso faz de mim uma pessoa ruim?

– Depende.

– Depende do quê?

– Do porquê de você me querer sozinha.

– Hum... Entendi – ela se aproximou mais de mim, chutando meu livro de leve. Seus dedos passeavam pelos meus fios castanhos e agora ternura fazia parte dos seus atos – Se eu te contar, você vai me odiar.

– Você queria que eu me ferrasse sozinha? Queria que eu não tivesse amigos?

– Não, nada disso.

– Então não posso te odiar.

Oh! Outro sorriso lindo. Mary se curvou e me deu um longo abraço, muito bem correspondido por mim. Eu adorava sentir o seu corpo contra o meu, mesmo que temporariamente.

– Você soube do boato? – ela perguntou, um pouco aflita.

– Soube agora. Quando começou?

– Faz uns três dias.

– Como você descobriu dele?

– Rachel.

Eu ri de leve.

– Acho que nós duas deveríamos agradecê-la, não acha?

– Ela te contou agora, não contou?

– Você estava certa com seus palpites.

– Eu espero estar certa com todos eles.

Eu estava tão hipnotizada pelo seu olhar que não reparei quando Megan surgiu no corredor, seguindo para a nossa aula de geografia. Logo quando nos viu, eu e a minha companheira de quarto, juntas e sorridentes, aproveitou para nos desdenhar covardemente a plenos pulmões.

– O casal de namoradinhas está tendo uma conversinha antes de seguirem para a aula?! – um coro de risadas de suas amiguinhas foi ouvido em seguida. Instintivamente, eu me joguei para trás, longe da Mary. E eu digo, ela ficou sentida com meu ato, pois eu vi um pouco de magoa em seu olhar.

– Eu tenho que ir, Carmen! A gente se vê depois, está bem?

– Tudo bem, Mary.

Não queria deixá-la partir daquela forma, minha vontade era de agarrar a sua mão e lhe tascar um beijo digno de Hollywood. Mas, eu era muito covarde para tal. E eu deixei que a garota fugisse medrosa das meninas, ressentida, pois achava que eu, Carmen, menina que não se importa com nada vezes nada, estivesse deixando uma oxigenada me afetar.

Peguei o meu livro e segui para a sala de aula. Aguentei firmemente as aulas, mesmo no fundo desejando mais do que nunca, fugir. Meus devaneios daquele dia eram literalmente, seguir a Mary pelos jardins e beijá-la. Pois, talvez a Rachel estivesse com a razão daquela vez e a Mary talvez, gostasse de mim mesmo. Apenas um talvez. Eu não conseguia acreditar muito bem nisso.

**

Não a vi mais durante aquele dia. Jantei sozinha e fui dormir sem a sua companhia. Durante a noite, eu a ouvi choramingar, porém quando me virei o som parou. Eu achei que estava delirando, mas eu realmente não imaginava que a menina estivesse doía por causa de uma falta de comunicação nossa. Quer dizer, ela estava fugindo de mim por achar que eu não a queria perto, mas eu a desejava muito. Eu queria que ela soubesse disso, mas eu era muito acanhada para tal.

Foi assim durante toda a semana de provas. Ela passava as tardes e noites livres na biblioteca, presa em seus livros e anotações e eu passava o tempo refletindo sobre ela, imaginando-a como minha namorada, cheirando o seu travesseiro, chorando de saudades enquanto tentava me concentrar nos estudos. Um cachorrinho abandonado era como eu me sentia. E como tal eu digo, eu tinha muito amor de filhotinho para dar. Pena que ela não queria.

Ou talvez queria.

As provas haviam acabado naquela tarde de outubro. Era quase dia das bruxas e as meninas estavam ansiando a festa a fantasia do final do mês. Eu não iria participar, por não ser convidada: era uma festa no saguão feminino do internato, contudo mesmo sendo uma zona publica, eu seria vista com maus olhos se me atravesse a participar daquilo. Então, eu passei o dia vagando, escutando as garotas a discutirem sobre as fantasias que usariam, o batom preto que ninguém achava para vender no centro conservador da cidade, que tipo de sapato deveriam usar, essas baboseiras que eu adoraria discutir se fosse convidada pela Megan para a festa.

Exausta, eu evitei ir para o meu quarto, achando que a Mary deveria estar em nossos aposentos. Sem rumo certo e divagando mentalmente, eu caminhava sob o chuvisco, sentindo minha roupa ficando molhada lentamente e as pontas dos meus cabelos pingando sobre mim. Prendi meus cabelos e fui até o campo vazio de baseball, sentando sobre as gramíneas. O campo verde era exuberante e o aroma de natureza me despertava o melhor de mim. Eu queria ficar ali para sempre se pudesse. Ou até eu ficar ensopada.

Formiguinhas marchavam com seus pedaços de folhas nas costas e eu as observava, contente. Eu suspirei, esticando as minhas pernas e uma formiga subiu no meu sapato. Uma formiga subiu em meu sapato e por alguns instantes pensei em mata-la, mas me contive. Aquela formiguinha poderia ter uma família. Poderia ser uma mãe ou um pai ou talvez uma Carmen da vida, apaixonada por outra formiguinha que agora está distante. Ou talvez fosse uma loira idiota como a Megan. Tentei não pensar nisso e deixar que a minha bondade salvasse a pobrezinha, que partiu em retirada quando percebeu que não estava na grama.

– Eu te vi passando por aqui e não acreditei que era você. Precisei vir conferir – a voz melodiosa era familiar até demais e eu sorri, sem me virar. Eu já sabia quem era.

– Estava por aqui, Mary?

– Sim – ela se sentou do meu lado – gosto de ir perto do lago afastado para ficar observando os animais. Tenho ido lá todos os dias.

– Achei que estava na biblioteca.

– Também – confessou, risonha – Mas eu prefiro ficar perto do lago. Em tempos de prova, a biblioteca enche. E eu gosto da solidão.

– Eu também – comentei, olhando-a pela primeira vez naquele dia. Estava com o moletom azul da escola e sua saia. As meias pretas subiam pelas coxas e ela estava com os cabelos loiros bem lisos, levemente molhados – Mas o que serve a solidão se você não tem ninguém para compartilha-la?

– A solidão serve para ficar sozinha.

– Mas... Quando você tem alguém que você gosta por perto, você não precisa mais ficar tão sozinha. O silencio entre duas pessoas que se amam é melhor do que o teu silencio solitário.

– Carmen... – ela colocou a mão sobre a minha e desfez seu sorriso. Estava séria demais para uma garotinha – Eu fugi de você, todos esses dias.

– Eu percebi isso.

– Mas não foi por causa do boato – ela prosseguiu e eu a encarei – Foi por causa de outra coisa.

– Que coisa?

– Promete que não vai me odiar se eu te contar?

Eu assenti.

– Eu prometo, Mary.

– Ok... Entende que eu... Eu... Eu precisava ficar sozinha por um tempo depois de tudo.

– Você disse que não tinha nada a ver com o boato.

– Tem um pouco, mas não tudo. Na verdade, eu me refiro mais a nossa viagem juntas.

– O que tem ela?

– Você estava linda aquele dia. Muito linda. – soou como uma declaração e era, mas eu não estava pronta psicologicamente para tal – Eu não conseguia te tirar da minha cabeça.

– Eu não consigo te tirar da minha, também, Mary – eu respondi e seus olhos pareciam brilhar. Algo nela estava revivendo – Tudo em você me fascina. Eu não consigo mais evitar isso.

– Você não precisa mais evitar nada, Carmen, você não precisa – ela sibilava enquanto vinha em minha direção, ficando com seus joelhos um de cada lado do meu corpo e suas mãos nos meus cabelos molhados. Eu segui meus instintos e posicionei minhas mãos nas dobras de suas pernas, puxando-a mais para mim. Era uma confissão amorosa adorável e eu ainda não acreditava que aquilo não era um sonho – O boato era mentira da Megan, mas até ela sabia que eu te amava, até aquela vaca sabia!

Nós rimos.

– Por que você fugiu de mim? Você ainda não me disse. Também não me disse ainda o porquê de querer que eu ficasse sozinha no meu primeiro dia.

– Carmen, eu te quero só para mim, entende? Só para mim. Eu tinha medo que você tivesse amigas e me deixasse. Eu tinha medo.

– Mas eu te conheci naquele dia.

– E eu me apaixonei por você naquele momento.

Senti um calor subindo em mim. Um longo suspiro era tudo que eu podia dar.

– Não me disse ainda porque fugiu – eu repeti e seus lábios estavam se aproximando perigosamente de mim. Minhas mãos agora estavam subindo até suas coxas, pronta para aperta-las – Por que você me deixava louca chorando naquele quarto, quando você podia ter me dito a verdade...

– Eu tinha medo de você não me querer, Carmen. E ficar sozinha era a opção mais aceitável... Ou eu iria... Fazer isso – fechei os meus olhos e esperei pelos seus lábios quentes que tocaram os meus com suavidade, os roçando delicadamente e causando um estranho prazer e excitação me despertando algo que parecia adormecido por dentro. Algo que beirava a paixão, talvez? – Iria te beijar na praia, Carmencita – e ela voltou a me beijar, com delicadeza de muito carinho – Eu iria te beijar...

– Por que não me beijou?

– Aquelas vadias apareceram e estragaram tudo.

Ficar sentada estava desconfortável, então eu me deitei na grama e ela se jogou sobre mim, beijando-me como uma princesa faria. Estávamos no meio do campo de baseball, os pássaros cantavam em suas tocas, a chuva não parava de despencar dos céus nublados, o som dos grilos era possível ser ouvido de longe. Mary passava os dedos pelos meus lábios carnudos enquanto seus cabelos caiam como uma cascata sobre meus ombros. Minhas mãos brincavam com suas meias negras e logo eu passei a acaricia-la no rosto, vendo-a se contorcer como uma gatinha que recebe carinhos no pescoço. Logo, ela pegou minha mão e levou até seu peito.

– Olhe como meu coração está forte – e estava mesmo, tão forte e rápido como se ela estivesse em perigo – Isso é o teu amor! Eu me sinto viva, Carmen. Eu me sinto finalmente, viva.

Os seus cabelos exalavam o aroma dos meus sonhos proibidos, seu sorriso era puro, seus trejeitos femininos e aquela estava sendo a melhor experiência da minha vida. A partir daquele momento, eu questionava tudo na minha vida, a começar pela minha sexualidade.

– Deveríamos ir para o quarto, Mary. Pessoas podem nos ver aqui, nos beijando.

– Ainda melhor – ela respondeu, debruçando-se para outra demonstração de afeto. Dessa vez a jovem languida aprofundou as coisas, colocando sua língua dentro da minha boca. Era lisa, quente e eu clamava por mais e mais. Como pude viver dezessete anos da minha vida sem aquilo? Eu não sabia o que estava faltando na minha vida, mas soube naquela tarde chuvosa de outubro.

– Estamos molhadas, Mary. Vamos indo?

– Você quer ficar sozinha mesmo no quarto comigo, não?

– Quero te beijar em uma cama quentinha.

Ela sorriu.

– Sem essas roupas molhadas - Mary fez beicinho.

– Um chocolate quente seria bom também.

– Poderíamos comprar um no centro, o que acha, Carmen?

– Maravilhoso. Beijar-te e sentir o gosto do chocolate será muito proveitoso.

Nossos lábios se tocaram novamente, antes que pudéssemos levantar e finalmente seguir o rumo do destino.

– Eu te amo, Mary. Eu te amo muito – desabafei enquanto agarrava a sua mão para andarmos de mãos dadas, dando-lhe outro beijo delicado em sua boca.

– Eu também te amo, Carmen.  Eu te amo mais do que essas vadias de antes. Eu te amo mais do que o Nick sempre te amou. Eu te amo demais.

Ah! Eu não tinha palavras o suficiente para agradecer a Megan por dar uma forcinha no que iria eventualmente acontecer. Foi tudo tão mágico e incrível, que eu não acreditava ainda.

O amor de cachorrinho que eu daria para Mary era tudo que eu precisava para me sentir completa. 


Notas Finais


Eu não tenho certeza se o cap ficou bom. O que eu tinha planejado inicialmente era fazer tipo this is what makes us girls, uma festa, pessoas, beijos, Lana how I hate those guys ~~ mas eu juro que isso ainda vai ter. Não agora, pq o prox é Cola (my pussy tastes like pepsi cola) tu imagina o que vai acontecer, sim, isso, é. Nunca escrevi isso na vida e bom, vamos testar!!! Bom, espero que tenham gostado. Amo vocês <3 <3 obg gente!!!
Ps: Gente eu estou lendo Lolita de novo - eu tinha baixado, mas eu decidi comprar o livro msm. - e bom, não sei pq eu disse isso, mas queria compartilhar esse meu sentimento com vocês. Lolita é um livro bem... hmm me dá um pouco de medo (principalmente no começo, antes do Humbert conhecer a Dolly) mas tudo bem. Se alguem já leu, pode dizer :))


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