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História Summertime sadness - Million dollar man


Escrita por: lanadiamandis

Notas do Autor


Oi gente, tudo bem?

Bom, espero que gostem do cap. Eu adorei escrevê-lo <3

Boa leitura <3

Capítulo 31 - Million dollar man


Fanfic / Fanfiction Summertime sadness - Million dollar man


Você conseguiu o mundo, mas querido a que preço?
Algo tão estranho, difícil de definir 
Não é tão difícil assim, menino, gostar de você ou te amar 
Eu vou te seguir para qualquer lugar 
Você é inacreditável 
Se você ficar louco, apenas me agarre e me leve 
Eu te seguiria para qualquer lugar 

 

O destino não se tardou em aprontar mais uma de suas peripécias, quando somente dois dias após a viagem romântica com a minha garota, eu recebi um telefonema na tarde chuvosa de terça, um telefonema nada esperado, porém muito bem vindo, de uma mulher de voz suave que afirmava –  em tom contemplativo –  ser a secretaria de um produtor de cinema não muito conhecido fora da área de filmes indie, cujo nome se me recordo bem era Archie Ellis.

Archie e seu diretor de nome não revelado, –  mas que futuramente se fez desnecessário afinal ele era somente o que eu gostava de chamar de “desencadeador de problemas” e seu nome por muito fora proibido do meu vocabulário –  queriam que eu, Carmen, atuasse em um filme que os dois estavam elaborando havia anos! O nome, peculiar, era de fato o clímax da obra: Ultraviolence.

Não posso ocultar a verdade, mentiria se falasse que meus pelos não se arrepiaram quando ouvi a secretaria me dizer o nome do projeto. Logo imaginei que estava sendo cotada para um filme de adultos, um filme sobre fetiches sexuais perversos –  que por acaso a Mary amava, convenhamos –  e que eu seria a principal, a personagem que apanhava e coabitava, literalmente.

Como eles me falaram que eu não poderia ter acesso ao script até eu ir a encontro deles – iriam me sequestrar? – Eu aceitei a proposta de ter um encontro formal com eles, no estúdio, na tarde do dia seguinte. Eles ainda me ofereceram carona, que foi recusado gentilmente por mim. Era muito mimo e eu não queria criar laços afetivos, assim tão rápido.

– Eu acho que você deveria ir –  Mary afirmou enquanto penteava os fios loiros –  Isso poderia ser uma oportunidade e tanto para a sua carreira!

– A pornô? Porque com esse nome, só pode ser algo pornô.

– Meh, não seja tão pessimista, Carmencita. Mesmo que seja, você precisa dar uma chance!

– Eles ainda nem me falaram o script. Eles estão escondendo tudo de mim – Eu prossegui sem muito escuta-la. Não porque eu não gostava de apreciar os conselhos terapêuticos da minha menina, mas porque suas palavras não conseguiam permear a barreira imaginaria de preocupação que eu havia criado dentro de mim.

– Carmen, só vá. Se você não gostar, você simplesmente diz que não aceita a proposta. Se você gostar, você aceita. – Ela sorriu, largando a escova sobre a cômoda de madeira e vindo lentamente até mim, que estava derramada sobre a cama, jogada feito uma boneca de pano – E me ligue. Assim saberei se devo comprar um bom vinho para comemorarmos de noite, quando eu voltar da clinica.

– Está bem – Sorri de ponta a ponta por causa das graciosidades da Mary e deixei que ela se curvasse, para me dar o que chamávamos de “beijo da despedida”, que era praticamente um beijo comum que dávamos quando iríamos no separar uma da outra. Como todos os dias de manhã antes da Mary ir trabalhar, ou alguns dias de noite antes de eu ir para o bar, cantar.

– Até de noite, senhorita Hollywood.

**

Eu me sentia como uma adolescente mimada, daquelas que choramingam no canto escuro do quarto, murmurando o quão feias são ou o quão horríveis suas roupas estão, que nada serve e precisam de um regime. Faltava pouco mais de quarenta minutos até as quatro e eu precisava sair de casa em dez minutos, uma vez que ainda precisava encontrar o lugar (me arrependi de não aceitar a carona). E lá estava eu, observando a pilha de roupas sobre a cama, como se elas fossem uma obra de arte moderna – a arte da bagunça e indecisão – rezando para que Deus fosse piedoso e jogasse uma nova peça de roupa na minha cara, a roupa perfeita que a ocasião pedia.

Eu permaneci parada por alguns segundos, até o meu cérebro me recordar de que eu teria que me apressar. Caminhei até a pilha e tirei de lá um vestido branco de algodão, com mangas compridas e que ficava um pouco apertado em mim, principalmente na parte da barriga. Não que eu estivesse gorda, mas o vestido era um numero menor que o meu –  um presente carinhoso do meu velho pai, que infelizmente não era muito bom com roupas femininas –  e até um pouco antigo, de uns três anos atrás. Foi provavelmente o último presente que eu recebi do meu pai (além do dinheiro que ele me dava para sobreviver na Califórnia).

Mesmo apertado, ele ainda estava “aceitável” aos olhos da sociedade Californiense. Coloquei um salto da mesma cor e passei pouca maquiagem, apenas destacando bem a minha boca, com um batom vermelho-veludo. Chequei-me pela última vez no espelho e forcei o sorriso que eu teria que fazer quando eu os encontrasse. Pensei em mandar uma foto para a Mary e perguntar a sua opinião, entretanto eu sabia que a mesma estava no trabalho e que isso seria um incomodo desnecessário a pequena.

Caminhei até o meu carro e saudei a senhora Grant, que pacificamente cumpria seu ritual diário de regar as plantinhas – que honestamente não necessitavam de água, uma vez que eram as plantas favoritas do Buddy, se é que me entende – e senti o vento balançando meus fios castanhos. Quando eu dei a partida no carro e o relógio do rádio ligou, eu percebi que já era praticamente dez para as quatro e que eu iria me atrasar muito feio. Isso não era lá a melhor forma de aceitar uma proposta de emprego, porém pelo menos eu estava – desculpem o meu egocentrismo – mas eu estava realmente muito bonita. Eu poderia estar forçando a minha barriga para dentro, não respirando um pouco, mas eu estava linda naquele vestido! A imagem da decepção. Mas uma imagem decepcionantemente linda.

Eu estava consideravelmente atrasada quando eu estacionei o meu carro na garagem do estúdio. Respirei fundo antes de abrir a porta de vidro e cumprimentar a recepcionista, uma jovem que me parecia estar a fazer um estagio ou algo assim. Ela abriu um sorriso a me ver e pediu para guardar o meu casaco preto. Ela me dava à impressão de uma garota de personalidade forte e que tinha um grande amor pela vida, um amor imensurável.

– Senhora Hillerbrand, quer alguma coisa para beber? –  Perguntou com a voz levemente melodiosa. Aposto que fora contratada por causa da voz angelical. Eu a contrataria somente por causa da voz. Era incrível.

– Não sei se devo beber algo... Quer dizer, estão a minha espera, não estão? E eu estou muito atrasada.

Ela sorriu.

– Oh, não se preocupe. Está tudo bem. – Ela deu dois passos em direção à outra porta de vidro e a abriu – Venha comigo, senhorita.

Lentamente eu estava transformando o meu nervosismo de Carmen em confiança, característica principal da Lana. Ouvia o som do meu salto alto batendo contra o chão frio, ecoando no corredor pálido e sem fim, semelhante a um corredor de hospital, só que sem o cheiro de produtos de limpeza ou gritos histéricos e tosses acompanhadas de vomito vindos das inúmeras portas. Era como um hospital, mas sem todo o brilho hospitalar que me faz detestar esse lugar – ou mais especificamente, a ala psiquiátrica.

– O senhor Grant anseia pela sua presença – Comentou a jovem com um linguajar que eu não tinha na idade dela – Ele perguntava de você a cada meia hora.

– Senhor Grant? Não era o senhor Archie Ellis?

– Archie é o produtor. O senhor Grant é o diretor. Porém sinto que o senhor Ellis não irá falar contigo hoje. Ele saiu há uma hora, disse que voltava somente amanhã.

Comecei a ficar confusa. O diretor, que por acaso parecia ser algum parente ou algo assim da senhora Grant, minha vizinha e babá oficial do Buddy, estava ansioso pela minha presença e, pasmem, o diretor se ausentou. Não sabia que diabos estavam a acontecer ali, mas não me soava como algo agradável.

– Qual é o nome do senhor Grant? – Perguntei, porém a garota nada disse. Simplesmente sorriu, parando em frente a uma das portas no final do corredor. Ela deu duas leves batidas na porta e uma voz masculina gritou para que abrisse.

Digo e reafirmo que o destino te prega peças incríveis. Não só o destino, mas os seres humanos também. E, quando eu o vi ali, parado no meio daquele “camarim” transformado em uma sala de visitas privativa, com seu terno de um milhão de dólares, olhos negros – os mesmos olhos negros que um dia vi despejarem lagrimas ao me verem partir rumo a incerteza – a pele bronzeada, morena e brilhante e os fios de barba por fazer que surgiam no rosto. Era ele. Nick. O mesmo Nick de seis anos atrás.

– Nick?!

– Lana! Quanto tempo! – Bom, eu havia congelado com a visão de alguém que eu jurei (porém eu sabia que eventualmente isso iria acontecer) ver novamente na minha vida. Minha boca estava seca, meus olhos provavelmente arregalados como duas tortas de cereja e meus joelhos ficaram bambos. Lembro-me de encostar as costas na parede gelada, sem tirar os meus olhos da ilusão que apareceu bem a minha frente. Digo ilusão, pois o ser me apareceu de uma forma abrupta, feito um fantasma petulante. Ele era um fantasma do meu passado que deveria ficar no meu passado. – Rosie, por favor, traga um uísque para a minha amiga aqui. Um sanduiche também – Ele riu – Ela está muito magra, sabe como é, Rosie, nova-iorquinas parecem que não comem.

– Pode deixar, senhor Grant. – Senti o olhar da moça pousando em mim –  Quer de atum ou frango?

Minha mão cobriu a minha boca e eu simplesmente não conseguia dirigir a palavra àquela moça. Eu estava a ponto de me debruçar em lágrimas quentes, lágrimas de saudade por revê-lo, lágrimas de raiva pelo mesmo motivo.

– Sei que a minha beleza é de tirar o fôlego, mas você está começando a me assustar, Lana. – Sua voz estava tão grossa quanto eu jamais poderia imaginar – Dê a ela um sanduiche de atum e a bebida.

– Tudo bem. – E o barulho da porta batendo foi captado por mim. Era como se eu conseguisse perceber tudo que acontecesse lá, mas não conseguisse interagir com o ambiente em si. Eu me sentia como se fosse parte de um sonho onde eu tinha a consciência que sonhava, mas não poderia usufruir do sonho, apenas observar.

– Venha, sente-se aqui – Ele se aproximou de mim e senti o cheiro do seu perfume masculino caro misturado com cigarros. Nick estava extremamente diferente do que eu conhecia, mas ao mesmo tempo extremamente igual. O mesmo Nick, porém agora com roupas finas e uma voz mais grave. Suas mãos grandes pegaram as minhas e ele me acompanhou até o sofá preto, onde sentamos.  

– Gostaria de ouvir a tua voz. Pode me dar um sinal de vida? Diga alguma coisa.

– Você é um filho da mãe – As palavras saíram cuspidas. Eu sinceramente me surpreendi por conseguir dizer alguma coisa. Pena que foi tão rude. Dentro da minha cabeça, eu queria ser mais legal e simpática, mas eu consegui.

– Não mudou nada, o mesmo humor típico dos nova-iorquinos. – Ele se aproximou de mim e cruzou as pernas. Logo, a jovem estagiaria entrou e deixou uma bandeja com os itens pedidos, na mesinha de centro. Rapidamente ela saiu, nos deixando a sós novamente, o que poderia ser um perigo levando em conta o passado que nós dois compartilhávamos – Coma o seu lanche de atum. Foi feito com muito amor, por um cozinheiro chinês do subúrbio da cidade.

– Como você é adorável.

– Sarcasmo é uma dádiva, Lana. Você sabe disso.

– Não. Eu sou bem educada.

– Claro, claro –  Ele riu, se curvando para pegar o sanduiche para mim, o entregando na minha mão. Ele era insistente – Está curiosa para saber como que o destino nos uniu novamente?

– Não foi o destino, foi você que aprontou.

– Confesso que está certa, Lana – Ele me mirava com carinho, intercalando os olhares entre mim e o sanduiche – Digamos que eu apenas facilitei algo que eventualmente aconteceria.

– O que quer dizer?

– Vamos fazer o seguinte, você come esse sanduiche e eu te conto o que aconteceu.

Arfei antes de desembrulhar o pão. Nick estava sorridente, sempre a me observar e eu, desviando o olhar com medo que ele encarasse aquilo como uma deixa para um beijo apaixonado. Afinal, como eu diria a ele que eu estava namorando uma garota? Ainda mais sendo sua sucessora nos relacionamentos Carmencinianos.

– Boa garota – Ele sorriu ainda mais – Bom, tudo começou há muito tempo atrás, quando eu consegui esse emprego. Sabe, eu sei que nunca te disse isso enquanto estávamos juntos em Malibu, mas eu tenho uma família.

– Você diz família tipo...? – Perguntei com a boca cheia. Carmen, sinônimo de educação e boas maneiras.

– Não, eu não tinha um bando de filhos, Lana. Eu tinha e na verdade ainda tenho uma família. Uma mãe e dois irmãos, para falar a verdade.

Não demorou muito para a ficha cair.

– Comprei para a minha mãe uma casa vitoriana no distrito de Los Angeles, em um lugar chamado Marina Del Rey. Por acaso, e digo que foi realmente muito por acaso, minha irmã e eu fomos visita-la e descobrimos sobre o Buddy, que por acaso é um cachorro incrível, e sobre você. Quer dizer, eu descobri. Eu te vi na tv, Lana. Depois de tanto tempo, lá estava você, literalmente na casa ao lado da casa da minha mãe. Depois de todo esse tempo.

– Por que fala dessa forma? Depois de todo esse tempo? Estava por acaso a me procurar?

– Talvez – Ele evitou o contato comigo e parou de falar por alguns instantes, se servindo com um pouco da bebida que ele havia pedido – Eu gostava de você. Eu meio que pirei quando você foi embora.

– Pirou como?

– Pirei. Depressão pós-fim-de-relacionamento-de-verão. – Brincou, porém percebi um tom de verdade em sua fala – Eu deixei a minha mãe louca. Eu queria ir para Nova York, eu queria te reencontrar.

E eu não sabia como responder a aquilo. Nick percebeu e não me pressionou.

– E você, Lana? O que aconteceu com você após aquele verão?

– Eu fui para um internato – Calma e direta – Eu fiquei de castigo por fumar, beber e fugir escondido com um alheio. Minha mãe fez a cabeça do meu pai para me colocarem naquele internato católico.

– Internato?! Está brincando!

– Não, nem um pouco. Até gostaria de estar, mas não estou.

– Nossa Lana. Isso foi culpa minha? Quer dizer, eu sei que de certa forma foi, mas eu preciso ter certeza.

– Não. Nada foi a tua culpa. Na verdade – Eu limpei a boca com a palma da mão e joguei o plástico sobre a mesa – Se tivéssemos que culpar alguém, vamos culpar o meu irmão, Tommy. Foi ele que me dedurou para os meus pais.

– Que pestinha... – murmurou antes de dar outro gole naquela bebida – Como ele se sentiu arruinando a tua vida?

– Bem, muito bem. Mas... Ele não arruinou a minha vida. De fato, coisas boas aconteceram naquele internato.

– O quê?

– Eu conheci a Mary.

– A outra dona do Buddy?

– Mais do que isso, Nick. Ela é a minha namorada. 


Notas Finais


Pensei e pensei por horas. Se eu fosse a Carmen, eu falaria para o Nick que eu estou namorando com a Mary, assim logo nos primeiros 20 minutos de encontro?
Depois de muito pensar eu cheguei na conclusão que sim. Eu não sei vocês, mas se eu soubesse que o cara tá afim de mim, eu iria logo deixar claro que tenho alguém. E a Carmen é bem honesta.
Em todo caso, eu tô na metade do prox cap e ele é engraçado. O Nick é a parte cômica da fic hahaha.
Espero que tenham gostado. Ainda tem muita coisa pra acontecer e o Nick é um personagem recorrente a partir daqui.
Beijos gente <3
Ps: eu vou responder os comentários de todos, eu fiquei ocupada, mas eu li todos <3 juro.


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