História Sun in darkness - Capítulo IX

      Will
  Meu sangue ferveu olhei pro Nico e ele estava quase de baixo da mesa, dei uma olhada pra Piper que parecia querer voar no pescoço do menino, eu não estava diferente, ele se sentou ao lado da mesa da Piper e começou a piscar pra ela que bufou com raiva. Ele pegou um pedaço de papel e rabiscou algo, pensei que ia mandar pra garota mas pra aumentar o meu ódio ele jogou pro moreno. O Nico abriu o papel receoso, me aproximei do seu ombro e pude ler.
  "oi meu amor, não sabia que estava estudando aqui, estou com saudades da nossa noite."
  Sério eu iria matar aquele cara, olhei pro Nico e vi que estava ficando pálido, pedi pro professor deixar eu levá-lo até a enfermaria.
  - Nico ei, calma eu estou aqui.
  Eu estava sentado na cadeira da enfermaria enquanto o Nico ficava andando de um lado pro outro.
  - Solace, ele.. Ele voltou. Eu, eu não quero isso. - Ele parou de andar e me encarou sério. - Ele vai fazer minha vida voltar a ser um inferno Will.
  Mesmo com raiva não consegui deixar de sorrir ouvindo ele me chamar pelo nome.
  - O que foi? 
  Ele estava confuso com meu sorriso. Me levantei e caminhei até ele lhe puxando pra um abraço.
  - É a primeira vez que me chama pelo nome sabia?
  - Você está sob o efeito da bebida ainda. - Me largou e me deu um olhar medroso. - Você entendeu o que eu disse? Solace se a turminha dele estiver aqui... Não quero nem imaginar o que vai acontecer.
  - Eu falei que ia provar ser diferente não falei? Eu não vou deixar ele chegar perto de você. Agora vamos, ou o professor manda alguém vir atrás de nós.
  Me soltei dele assim que entramos no corredor da escola, ninguém ali sabia que o Nico era gay, além de seus amigos. 
  - Nico - segurei seu braço antes de entrar na sala. - Olha eu, hoje vai ser a primeira prova minha, de natação sabe. E queria saber se você não está afim de me ver.
  Ele me deu um sorriso fraco e afirmou com a cabeça, entrou na sala e eu entrei atrás, o tal Percy nos lançou um olhar desconfiado e eu apenas sorri.
  A aula seguinte foi matemática e teria prova, fiquei preocupado por o Nico não ter essa aula comigo, e com medo daquele viado estar com ele. A Clarie a Piper não paravam de fofocar sobre o menino, parece que a La Rue também viu ele. 
  Não percebi quando a aula tinha acabado, saí correndo da sala pra pegar minhas coisas e ir pra piscina. Encontrei o moreno na arquibancada, ele se destacava por estar sozinho na parte mais alta, ele mantinha os olhos em outra coisa, percebi quando acenei e ele não prestou atenção, olhei pra frente e vi aquele garoto de novo. Eu iria matar ele. 
  A prova era de eliminação, eu já estava morrendo quando só sobrou eu e aquele otário. Tenho que admitir mesmo sendo um babaca ele nadava bem, e vencer ele seria difícil. Ficamos no sob o bloco de partida e então ele virou pra mim.
  - Quanto o Nico está cobrando agora no programa?
  Meu sangue ferveu, o professor deu sinal e ele pulou na piscina antes que eu voasse na cara dele, pulei atrás e logo o alcancei, ele fez a volta e eu imitei, chegamos perto do professor e ele saiu da piscina rindo, praticamente corri pra fora da água ignorei os comentários do professor e a toalha que ele havia me estendido, puxei o menino pelo ombro e assim que ele me olhou com a cara de deboche lhe desferi um soco no nariz e fiquei satisfeito quando ouvi o mesmo quebrar, ele me olhou com ódio e eu segurei sua mão antes que me atingisse. Soquei sua barriga e chutei a dobra de seu joelho fazendo ele cair no chão, me sentei sob ele e comecei a socá-lo por inteiro.
  - A próxima vez que usar essa sua boca suja pra tocar no nome do di Angelo eu faço pior. - Disse entre dentes perto do seu ouvido, levantei e dei um chute nas suas costelas fazendo ele se contorcer.
  Me virei e o Nico me olhava assustado, saiu correndo dali, fiz que ia correr atrás dele mas o professor me segurou pelo braço, ele estava uma fera.
  - Você está expulso das minhas aulas senhor. E por mim estaria até da escola, mas não sou eu que decido. Você vai me acompanhar até a sala do diretor agora.
  Peguei a toalha e coloquei um calção que estava na mochila. Vi alguns alunos carregarem o babaca pra enfermaria e dei um sorriso vitorioso, e então lembrei pra onde estava indo e percebi que dessa eu não escapava.
  O diretor era um cara alto, musculoso e tinha um aspecto de militar. Não encaixava com o seu cargo. No mínimo seria alguém muito importante no exército.
  - Diretor . - o professor chamou e ele levantou apenas as sobrancelhas como sinal para que continuasse. - Esse garoto estava arrumando confusão na minha aula.
  Ele direcionou o olhar a mim e sério se eu não tivesse cheio de adrenalina teria borrado as calças ali mesmo.
  - Saia. 
  O professor saiu e me deixou a sós com o diretor.
  - Então anda arrumando confusão na minha escola pirralho?
  - Eu não tive culpa - fala sério eu fiz um favor a humanidade e ainda vou sair culpado?
  - Como todos, fala o que aconteceu.
  - Eu discuti com um menino.
  - Só? Sem porrada? Sem sangue? Sem olho roxo? O que está acontecendo com vocês? Nem brigar sabem mais.
  O olhei com uma cara de assustado, sério que isso é o diretor? 
  - Na verdade eu quebrei o nariz dele e agora ele deve estar na enfermaria da escola todo machucado. - Falei baixinho
  - Ótimo - ele sorriu. - Porém como diretor eu vou te dar uma suspensão de, acho que um dia  ta bom. Até pirralho.
  Ele me chutou da sala, eu estava atordoado com o que acabou de acontecer. Então lembrei que o moreno devia estar sozinho em algum lugar. Pensei em dar uma olhada nos banheiros antes de ir embora pra casa e eu precisava tirar essa cueca, parecia que tinha mijado nas calças.
  Entrei em um banheiro e aparentava vazio, como não havia quase ninguém na escola me troquei ali mesmo perto da pia, então a porta de uma cabine abriu e não contive o sorriso quando reconheci aquela cabeleira negra, ele levantou os olhos e me encarou.
  - Solace?
  Não disse nada apenas caminhei até ele e o empurrei de volta na cabine.
  - Nico você ta bem?
  - Você que brigou eu que tenho que perguntar - ele olhou pra mim com uma cara preocupada e depois seu rosto ficou com uma expressão raivosa. - Aliás o que você estava pensando? Porque brigou com ele?
  - Ele mereceu - dei de ombros. - E se ele fizer isso de novo eu termino de matá-lo.
  - Você não tem jeito Solace.
  Soltei uma risada fraca e paralisei quando olhei aqueles olhos, acho que sempre vou me perder nesse olhar. Peguei sua cintura e trouxe de vagar até meu corpo, o prensei contra a parede e selei nossos lábios.