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História Superando Traumas. - Chaelisa - Voltando para casa


Escrita por: Aquela_Garota_

Notas do Autor


Eu gostaria de agradecer a incrível @LBYJENNIYS_ pelo nova capa da historia. Obrigada por ter feito isso, mesmo. ❤️❤️❤️


Boa leitura e espero que gostem.

Capítulo 2 - Voltando para casa


Park Chaeyoung pov.

Só seriam alguns dias, mas acabei ficando durante todo o resto das minhas férias. Disse aos meus pais que terminamos e que eu precisava passar um tempo em um lugar diferente. Meu irmão vivia insistindo para que eu saísse com ele, conhecesse pessoas do meu novo "círculo social". Acontece que perdi o gosto por sair, na verdade, desde que festas passaram a significar desconfiança. 

Para distrair um pouco a cabeça arrumei um trabalho nos finais de semana. Uma floricultura entre a casa do meu irmão e a dos meus pais. Faço arranjos, anoto encomendas e recebo mercadorias. Trabalho simples e poucas pessoas que conheço vêm aqui, o que me ajuda muito. Comprei um celular novo, nele só há três contatos, os três que eu preciso e os únicos que ainda falam comigo. Meus pais e o meu irmão, já que perdi contato com todo mundo ou eles cortaram comigo.

Hoje vou voltar para casa, jogar tudo que me faça lembrar dela diretamente no lixo. Minha mãe estava me esperando sentada no sofá, ela veio em minha direção e me abraçou, como ela é um pouco menor tive que me curvar um pouquinho.

— Querida, você está bem? - Minha mãe me mandou mensagem todos os dias, perguntando se eu tinha comido e dormido bem.

— Vou ficar. - Ela se afastou.

— Ela ligou ontem, perguntou se você já tinha voltado. - Tenho sorte de nunca ter contado onde ficava a casa do meu irmão.

— A senhora disse que eu iria voltar hoje? - Ela negou. - Não quero vê-la, se vier aqui pode dizer isso.

— Vocês não vão mesmo voltar, não é?

— Não.

— Deixou de gostar dela? Ou brigaram feio?

— Eu só… - Eu não consigo dizer tudo que ela fez, nem consigo falar mal dela. Sinto culpa por não ter sido...sido o que ela queria…. Sei que era uma relação abusiva, mas ainda penso que tudo poderia ter sido diferente. - Nós estamos indo por caminhos diferentes…. Achei que continuar com isso só adiaria o fim.

Minha mãe pegou em meu queixo, criando para um lado e para o outro como se algo estivesse errado.

— Está muito pálida. - Passei todos esses dias chorando sempre que possível, o certo a dizer é que estou desidratada. - Anda comendo? - Outra coisa que tenho evitado.

— Eu não pulei nenhuma refeição. - Apenas as direcionou para outro lugar após ingerir. - Pode perguntar ao Jimin, ele ficou de olho.

— Ficarei de olho, me escutou?

— Escutei. - Ela largou meu queixo. - Eu vou jogar umas coisas fora.

— Quer mesmo fazer isso agora? - Não, mas eu preciso.

— Sim.

Minha mãe deu fim aos interrogatórios, me deixando livre para ir. Assim que entrei me deparei com fotos nossas na parede. A raiva que eu sentia me fez tirar todas com pressa, eu não queria mais olhar na cara dela, porque doía e não quero que isso aconteça mais. Haviam roupas dela aqui, que também vão para o lixo. Ao fim de tudo me dei conta de duas coisas, não tenho fotos da minha adolescência, todas eram com ela, dos quinze até agora não tenho absolutamente nenhuma foto sozinha ou que eu possa guardar sem que me causem dor. A segunda coisa é que as roupas que estão no meu guarda-roupa não fazem parte do meu estilo, tudo muito largo ou que cubra meu corpo, ao ponto de que nem meus ombros ou curvas fiquem a mostra. Mais uma coisa que é culpa dela, porque sei que não vou me acostumar com novos estilos de roupa, já que ela sempre pode vestir qualquer coisa e no meu corpo dizia ficar vulgar. 

Estava deitada na cama, quando minha mãe bateu na porta e eu me levantei para abrir, já que ela estava trancada com chave.

— Vem jantar? - Eu queria dizer que sim.

— Estou sem fome.

— Chaeyoung.

— Eu comi muito antes de vir, estou cheia.

— Essa eu vou deixar passar.

— Mais tarde eu faço um lanche. - Não vou fazer mesmo.

A Gyuri dizia que eu era gorda, dizia que não namoraria com alguém assim. Tentei dietas e mais dietas, até que funcionou depois de ficar internada no hospital, por não conseguir ficar em pé. Por conta dela não consigo mais ganhar peso e sempre evito comer mais do que o "necessário". Ou seja, três anos serviram para que eu odiasse o meu corpo, as pintas em meu rosto, minha pele, cada curva e até as cicatrizes causadas por ela. A Gyuri só me fez alguém mais fraca, alguém que se odeia, que não consegue mais olhar no espelho e se achar bonita ou até arrumadinha.

Amanhã as minhas aulas começam. Normalmente a advocacia requer seis anos, um total de doze semestres, mais o TCC, estágios e eletivas. Eu pretendo completar em cinco anos, pegando mais aulas durante a semana. Se eu tenho tempo, porque não usá-lo? Porque não ocupar a cabeça com coisas que vai tomar meu tempo?



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