História Superando Traumas. - Chaelisa - Ligações.

No dia anterior…..

Lalisa Manoban pov.

Ela não sabe mentir, é uma péssima mentirosa e nem se deu ao trabalho de disfarçar ou acho que estava mentindo bem.

Ao contrário do que disse.

Ela tem sentimentos por mim, ela não só gosta de estar comigo, mas tem sentimentos.

Eu até tinha pensando em realmente ir ficar com alguém, mas ela não me saía da cabeça. A forma como a tratei, só por que alguém no passado me tornou isso, uma vadia.

Não sei porque mandei aquela mensagem, se acabei desistindo da ideia segundos depois de ter enviado. Eu sou uma completa imbecil e agora a Chaeyoung deve estar com raiva, a mesma raiva que senti no passado e que causou todos aqueles desastres acontecimentos.

Pensar no passado também significa pensar nela, em minha adorável ex-namorada e tudo que trouxe para minha vida. Todos os prós para a minha vinda à Coreia e para um recomeço.

Eu queria falar com alguém que me relembrasse o que aconteceu, não Jisoo, porque ela não sabe de tudo, mas alguém um pouco mais família. Então peguei meu celular e liguei para um dos primeiros números da minha lista de contatos.

— Oi, saudade de você. - Era um fato, eu tinha saudade dele.

— Se sentisse ligaria mais vezes, pirralha. Nem parece que tem família. 

— Desculpa, ando muito ocupada. Como vão as coisas aí?

— A mamãe ta doida, disse que eu tenho que casar. Já o papai não para de dizer que eu devo ser responsável.

— Eu concordo com os dois, quero sobrinhos e com vinte e cinco anos na cara tem que se comportar como adulto. Ou vai viver sendo um malandro pelo resto da vida?

— Se eu me casar, você volta pelo menos para nos visitar?

— Vou pensar nisso. Mas como vai a Nicha? Muitos namorados?

— Namorados eu não sei, ela tá focada com aquela coisa de canto.

— Eu a vejo no Instagram, ela ta cantando bem.

— Você ligou por outros motivos, não ligou? - É óbvio que ele sabia que sim, me conhece melhor do que ninguém.

— Pelo visto não consigo te enganar.

— Eu praticamente te criei, desembucha.

— Você viu os pais dela?

— Desde que você foi embora eles pararam de nos atormentar. O que fizeram contigo foi errado, até parece que também queriam que você morresse.

— Seria até mais fácil, a culpa não…

— Você não tem culpa. Você não sabia que ela realmente se mataria e ela estava com problemas, mas isso você também não sabia.

— Eu contei a alguém sobre isso.

— Quem?

— Uma amiga, ela tocou nisso. Então eu me lembrei dela, depois de muito tempo.

— Tá gostando de alguém? Acho que não lembraria dela se só tivessem tocado no assunto.

— Estou ficando com alguém. - Gostar parece algo muito forte. - Ela é incrível, tem um sorriso lindo e sabe me roubar uma risada, mas eu fui uma escrota com ela. Disse que estaria ficando com outra pessoa agora, eu meio que queria quebrar o encanto, fazê-la desgostar.

— Por conta da Lawan?

— Sim.

— Você foi uma idiota, não deveria ter tratado essa pessoa assim por conta de algo do passado. Sei que você gostava muito dela e que dois anos parece muito pouco, mas se você gosta dessa garota, não deveria tratá-la dessa forma ou força-la a desgostar, se é que há jeito para isso.

— Ela não merece migalhas. Eu não posso lhe dar o que merece e quer. Um compromisso e lhe chamar de namorada.

— O que ela acha sobre isso?

— Ela parece decidida a ficar comigo, mesmo que eu tenha dito que só é uma ficada. O que devo fazer?

— A vida é sua, você sabe o que fazer. Se vira. - Esse imbecil sempre foi assim, ele me fazia pensar na resposta, mas nunca a dava de primeira.

— Bambam, te liguei para pedir um conselho, me ajuda.

— Então aqui vai um. Se pergunte: Eu quero ficar com ela ou deixá-la ir?

— Eu quero, mas…

— Deixe esse "não posso" para as outras pessoas, ouça seu coração, Lalisa. Só ele pode te dar o conselho que você tanto precisa.

É difícil escutar o coração, depois de tê-lo deixado trancado por dois anos. Talvez ele tenha ganhado experiência e saiba o que dizer.

— Obrigada.

— De nada.

— Diga a todos que estou com saudades. Vou começar a ligar mais vezes.

— Também estamos morrendo de saudade e adoraríamos uma visita.

Desliguei a ligação, vasculhando minha lista de contatos outra vez. Jisoo só tem aula à tarde e eu preciso conversar com alguém que conhece Chaeyoung tão bem quanto eu a conheço, que possa me ajudar a ficar com ela...sem ficar. Parece confuso, mas esse é o único jeito.

— Oi, Jisoo.

— Oi. 

— Tá em casa? 

— Sim, estou em casa. 

— Posso ir aí?

— Acho melhor não.

Escutei alguém reclamando do outro lado da linha, mas não era Jisoo.

— Sua namorada tá aí?

— É a Park, ela veio beber e por sua culpa. - Droga, porque ela foi fazer isso?

— Pensei que ela tivesse entendido o conceito de sem compromisso.

— Ela disse do trato que fizeram, que se importaria, mas que não questionaria suas decisões. - Pelo visto ela se importou muito.

— Eu vou aí, nós precisamos conver...

— Não vem, ela obviamente não vai querer que você a veja assim. - Ela tinha uma certa razão, eu não devo ir. Porque além da Chaeyoung se encontrar nesse estado, ela deve estar com raiva e eu me encontro emotiva, se nos encontrássemos isso irá acabar mal.

— Então já que não posso ir, cuida dela, não a deixe beber muito.

— Pode deixar, eu cuido dela, já que você…

— Já recebi muito sermão hoje, dá um desconto. Tome conta dela e também não exagere, você também tem motivos para beber.

— Se cuida também, depois quero conversar com você e acredite, você se encontra fodida, Lalisa Manoban.

— Tchau.

Ela estava com raiva, quer dizer, as duas e por culpa de uma única mensagem enviada sem pensar.

Mais tarde Jisoo me contou que era aniversário da Chaeyoung, talvez ela quisesse que eu ficasse pior com isso e funcionou. Ela iria passar seu aniversário comigo, acabou perdendo uma prova e nesse momento deve estar completamente bêbada e com muita raiva. 

Espero conseguir esclarecer todo esse problema que causei, também espero recompensá-la por ter estragado seu aniversário. Com todas as rosas do mundo, se for preciso.