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História Supernova - Fragmentado


Escrita por: _Koda

Notas do Autor


Olá pessoinhas!
Acho que todo mundo teve o mesmo sentimento em relação ao final de Rogue One né: Eu praticamente saí arrastada da sala de cinema, de tanto chorar HSUAHSUA Tá gente, eu tenho consciência que todo mundo tinha que morrer, mas poxa vida, aquela cena na praia destruiu meu feels e levei meses pra catar os pedacinhos kkkkk
Enfim, eu venho trabalhando nessa fanfic desde o começo do ano, mas criei coragem para postar só agora xD
Acho Jyn e Cassian tem uma puta química, mesmo que não tenham ficado juntos romanticamente, aquele finalzinho dá a entender que rola uma químicazinha HHSAUSHAUHSA A fic vai focar no desenvolvimento do que poderia ter sido um relacionamento, naquele climão de guerra nas estrelas!

Ps: A história não é movida a comentários, mas eles são muito bem vindos ^^

Capítulo 1 - Fragmentado


Well it's how I see you when and I feel no other lights or sounds or things I know only your glow, only your glow

 

Jyn Erso sabia que estava indo para um lugar do qual não voltaria. Na verdade, se alguém lhe perguntasse, ela não saberia responder porque estava fazendo tudo aquilo. A Rebelião, o Império, nada nunca fez muito sentido para ela, afinal tudo aquilo só lhe trouxe dor. E bom, passava tanto tempo fugindo, escapando e se escondendo, que não se dava ao luxo de pensar sobre isso. A única coisa que tinha em mente era terminar o que seu amado pai começou. Enquanto estava à bordo da nave imperial para a missão em Scarif, segurava com força o colar de sua mãe, esperava que ela lhe desse a mesma coragem. Durante todo o trajeto, não pode deixar de perceber o olhar do capitão sobre si, tanta coisa aconteceu nos últimos dias e Cassian se mostrou ser uma pessoa completamente diferente do que ela imaginava. A princípio se sentiu obrigada a confiar nele, só estava compactuando com a Aliança pois não haviam lhe deixado opção, e se tudo desse certo poderia se livrar daquele fardo. Aos poucos ele se demonstrou amigável, completamente diferente da figura rude e altiva que conheceu na sala de controle. Quando descobriu que o objetivo do capitão era tirar a vida de seu pai, foi como reviver seus fantasmas do passado, novamente sua confiança fora traída, novamente fora abandonada. Era difícil se ver diante de tudo aquilo sozinha. Mas por incrível que parecesse ele ainda tentou ter sua confiança de volta, ajudando-a a fazer o impossível.

Cassian tinha um rosto amigável, as poucas conversas amistosas que tiveram a fez apreciar sua companhia. Era agradável e reconfortante encontrar pelo menos um ser na galáxia com quem conseguia manter mais de cinco minutos e conversa. Tentou focar seu olhar somente da galáxia fria e escura, mas sua curiosidade era maior. Estreitou o olhar e novamente estava lá, aqueles olhos castanho escuros, com alguns fios de cabelo que teimavam em cair por sua face. Nunca foi de reparar em homens ou em beleza física, era duro de admitir, mas a aparência do capitão agradava seus olhos, poderia ficar horas reparando em seus detalhes. Cassian por sua vez, não conseguia entender por que sentia aquele magnetismo pela rebelde. É como se algo o puxasse para ela. Como aquela garota que nunca deu a mínima para a causa, em poucos dias conseguiu unir um esquadrão? Não sabia explicar, mas ela possuía uma aura diferente em torno de si. Ela também estava sozinha, assim como ele. Quem melhor do que ela para entender toda a dor que a guerra lhe trouxe? Quando a conheceu, sentiu que podia ser melhor, fazer melhor, e justamente por isso estava ali. Ela era linda a seu ver, uma beleza rara de se encontrar, mas podia ver toda a dor e o desespero escondidos em seus olhos. Percebeu que constantemente ela tirava de dentro da blusa um colar com um pequeno artefato, não conseguiu ver ao certo o que era, parecia um pequeno cristal, e com certeza era muito importante para ela. Adoraria poder ouvir a história por trás daquele colar. Por um minuto pensou o quanto seria incrível poder conhece-la melhor, conversar mais do que sobre missões e naves, sair em outas missões e quem sabe até beberem alguma coisa como bons companheiros rebeldes. Seria de fato incrível. Mas dificilmente sairiam vivos de Scarif, ele sabia disso, ela, e todos ali. A partir do momento que entraram naquela nave, já aceitaram o destino que lhes esperava. Chegou a sentir certa decepção.

— Conseguimos! — Bodhi comunicou eufórico na cabine.

Cassian despertou de seu devaneio, e viu Jyn caminhar em sua direção. Ela parecia feliz e receosa. Parou o pequeno corpo a sua frente. Podia jurar que por um segundo houve um sorriso em seus lábios. Ela abriu a boca para dizer algo, mas logo desistiu. Encararam-se por alguns instantes.

— Eu vou avisar aos outros. — Foi a única coisa que conseguiu dizer.

Ele assentiu.

Ao saírem daquela nave, o futuro era incerto, mas todos partiriam com seus corações em paz, pois pela primeira vez em anos, seus sacrifícios realmente seriam pela causa.

×××

 

A rebelde sentiu seu coração bater cada vez mais rápido ao ver Cassian despencando pela torre. Ao vê-lo caído, sabia que as chances de ainda estar vivo eram mínimas. Ele iria querer que ela terminasse o que começaram, estava muito perto para desistir de tudo, e lutando contra qualquer impulso que a faria descer lá para ajuda-lo, continuou a escalar, não era hora para luto. Seu rosto ardeu em ódio e ressentimento. Novamente Krennic tirara alguém importante em sua vida. A raiva que nutria pelo diretor era maior que qualquer outro sentimento que poderia vir a ter, foi apenas isso que ela aprendeu a sentir com o passar dos anos, era difícil não acordar assustada com mais um sonho em que o homem tirava a vida de sua mãe e arrancava seu pai de sua vida. Aquela seria sua cartada final, ela iria terminar a vingança de seu pai, agora também sua. Ao conseguir reposicionar a antena, pôde perceber o quanto seu corpo estava danificado. Estava machucada, com ferimentos por todo o corpo, sua perna doía, mas deveria continuar, tinha que continuar, apenas mais alguns passos para conseguir enviar os planos para a Aliança. Caminhou com dificuldade para a estação novamente, quando viu a figura que tanto lhe despertava ódio. O homem grisalho, o uniforme impecavelmente arrumado, apontava um blaster em sua direção, apenas ele estava entre ela e o triunfo de seu pai.

— Quem é você? — O homem cuspiu as palavras com ódio e impaciência.

—...— Ela apenas sorriu. Esperara tanto por isso, queria tanto poder sentir o gosto de revelar a ele que um Erso estava prestes a destruir tudo que ele construiu. — Eu sou Jyn Erso. Filha de Galen e Lyra.

Krennic ficou incrédulo por alguns segundos, finalmente tudo começou a fazer sentido. Galen, uma vez seu amigo, seu rival e por último seu refém. Ele sempre encontrou um jeito de estar um passo à frente dele, como poderia ser possível mesmo depois de morto ainda lhe trazer problemas? Aquela então era sua cria, a filha que procurou por anos, o trunfo que não pôde usar contra o engenheiro. Estava em pé à sua frente, era como se pudesse ver Galen Erso o encarando, e debochando de seu fracasso, aquela era a humilhação que se recusava a passar. Estava prestes a apertar o gatilho quando sentiu a descarga quente e afiada atingir suas costas, queria se virar para ver quem era o maldito, mas sentiu a dormência em seu corpo, e logo foi ao chão.

Automaticamente Jyn se abaixou e tentou encontrar algum abrigo, afinal não sabia se o atirador poderia ter simplesmente errado seu alvo. Porém, sentiu um calor em seu coração, misturado ao alívio em ver o capitão ainda com o blaster apontado para o diretor; sem que percebesse, sorriu. Mas não era um sorriso debochado, ou um sorriso de vingança, aquela foi uma forma de mostrar a Cassian o quanto estava feliz em vê-lo ali, mas aquele não era o momento nem o lugar para abraços e explicações. Inseriu os dados no painel e começou a transferência, alguém lá em cima receberia esses planos, mas em sua mente, ela não seria capaz de concretizar a vingança de seu pai, a Aliança teria de fazer isso por ela. Dirigiu-se até o capitão, não foi preciso dizer nada. Em um impulso olhou para traz e viu o diretor caído no chão, todas as lembranças que tinha com aquele homem, todas as vezes que ele surgiu em sua vida, ele só havia trago dor e sofrimento, queria ir até lá e despejar toda sua fúria nele, mesmo que estivesse morto. Estava pronta para ir até lá, mas sentiu um braço puxa-la para trás.

— Deixe isso para lá. — Cassian sugeriu com calma e serenidade em sua voz.

Jyn sabia o que havia por trás daquelas palavras. Restava tão pouco para eles, e por que viveria esse tempo remoendo toda sua dor? Ela conseguira vingar seu pai e sua mãe, agora, ele viveria com o peso da derrota e do fracasso em suas costas, com o tempo, o nome Krennic seria esquecido pelo Império, e para um homem arrogante e vaidoso como ele, aquele era o real sofrimento. Jyn parou por um minuto, podia sentir a respiração quente e cansada do capitão, não sabia como ele conseguira sobreviver, mas naquele instante mais do que em qualquer outro momento, acreditava no poder da força. Sua mãe estava certa afinal. Cassian estava ferido e mal conseguia andar, seu estado era deplorável e ela não estava tão diferente. Colocou o braço do capitão em volta de seu pescoço e pôs-se a caminha até o elevador, levou seu olhar ao horizonte e lá estava ela, surgindo entre as nuvens, mirando em sua direção. A arma de seu pai ceifaria sua vida e a de Cassian, mas a rebelião continuaria viva e terminaria o que ela começou. Ao descerem poucos andares no elevador, ouviram um barulho estrondoso acima, havia pouca luz mas conseguia enxergar perfeitamente as feições de Cassian. Não conseguia entender, ela estava com medo e preocupada com o que viria a seguir, mas ele possuía um olhar tão sereno e transmitia certa paz. Pela primeira vez em anos, ele sentia orgulho de lutar pela rebelião.

Ao deixarem a torre, as marcas da guerra estavam em toda parte. Soldados rebeldes, troopers, naves e droids espalhados por toda a praia como se fossem lixo descartável. Cassian sentiu um aperto no peito ao lembrar-se de Melshi, K2 e todos os amigos que perdeu naquela batalha. Desde criança, aprendeu que lidar com as perdas era o caminho mais fácil para se livrar da dor, a guerra levava e trazia pessoas de sua vida o tempo todo, era triste pensar que o luto era incabível em sua vida, mas aquela foi a única forma de viver que conheceu. Provavelmente eles eram os únicos ainda vivos naquela parte da ilha, e os únicos dois rebeldes que conseguiram sobreviver, não havia qualquer vestígio de vida por ali, e nenhuma forma de escapar. Bodhi, Chirrut, Baze, todos deveriam estar mortos àquela altura, se tentassem procurar alguma maneira de fugir, apenas prolongariam seu desespero, então pela primeira vez decidiu aceitar o destino. Jyn olhou para o horizonte e pôde a explosão que começava a se expandir, como algo tão destrutivo poderia ter alguma característica bela? Andou até a margem e ajudou Cassian a se sentar no chão. A água límpida e aquecida do mar os alcançou em alguns poucos segundos, ao sentir as pequenas ondas invadirem e molharem seu corpo, foi transportada para Lah’mu, há quinze anos, quando ainda era uma criança, e seu coração puro. Quando seus pais saíram às pressas de Coruscant, não conseguiu entender muito bem, era tão jovem e tão ingênua. Mas morar em uma fazenda não foi algo que a desagradou, a única coisa que sabia era que agora seu pai podia ficar o tempo todo com ela, tinha bastante espaço para brincar, e sua mãe sorria mais vezes. Mas a melhor lembrança que tinha era quando seus pais a levavam à praia. Eram poucas as ocasiões, e nunca podiam ficar muito tempo, pois as ondas eram violentas e impiedosas, mas sentir a areia em seus pés o vento bater em seu rosto, poder ver seus pais andando de mãos dadas, com aqueles olhares apaixonados, sempre pensou que passaria a vida assim. Como seria se o Império nunca os tivesse encontrado? Como seria poder ter vivido mais tempo com seus pais, e desfrutar da juventude como qualquer outra menina? Alguma coisa teria mudado? Talvez, mas aquele era o fim, e para algumas perguntas ela jamais teria respostas. Despertou de seus devaneios ao sentir o olhar do capitão sobre si novamente, ele sorria.

— Seu pai teria orgulho de você Jyn.

Ela sorriu. Aquelas palavras era tudo que precisava ouvir naquele momento para sentir paz. Tateou até encontrar a mão do capitão e a segurou com força. Nunca havia pensado muito em como iria morrer, mas se sua morte salvaria a vida de bilhões na galáxia, então era uma forma honrosa de partir. Sentiu os braços de Cassian a envolverem em um abraço. Repentino, mas ela não recusou, ela confiava nele, confiava nele para morrer. Sentiu o capitão apertá-la com força, ele também estava com tanto medo quanto ela, e se fosse passar seus últimos minutos com alguém, estava feliz por serem com ele. Abraçou-o com todas as forças que ainda existiam em seu corpo, enquanto observava a explosão aniquiladora se aproximar. Seu corpo estava cansado, destruído, mal conseguia assimilar o que estava acontecendo. Sentiu um forte vento atrás de si, acompanhado de um zumbido forte e ensurdecedor, sentiu seu corpo cambalear, mas se recusou a olhar, continuou agarrada ao abraço de Cassian, aquela era uma das poucas vezes em que se deu ao luxo de se sentir segura.

 

So converse me with a steady tone of where you've been, I don't know you, but I know what you do,

I know you carry a sense of weariness I see


Notas Finais


É isso pessoal! Espero que tenham gostado! O próximo capítulo deve demorar um pouquinho, pois estou chegando na famigerada semana de provas HSUAHSUAHSAUHSA Mas prometo voltar o mais rápido possível!


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