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História Supremacia - Fecunda Ratis


Escrita por: Nakami-san

Notas do Autor


Quem já leu A menina submersa e também já assistiu o filme O castelo animado sabe o quão excitada escrevendo isso.
Espero que gostem ♥
Lembrem-se, suas personalidades se davam por histórias antes contadas a ela.

Capítulo 6 - Fecunda Ratis


Abro meus olhos, e o que seria uma piscada de olhos se torna uma devastadora tormenta. Como se passasse para outra dimensão, estava no que me pareceu o limbo do meu imaginário, havia coisas visíveis à pouca luz, coisas indecifráveis. Ouso tocar em uma, mas como uma miragem ou uma simples fantasia, parecia não haver estrutura alguma, apenas sua imagem, minha mão atravessa a mesma quando a faço. Não havia algo sólido ou tocável, o chão se igualava véu que por de baixo não havia nada. Estava a flutuar, até me deparar com um feixe de luz vindo de uma porta, sigo tentando caminhar nesse véu. Com dificuldade o alcanço e num embaralhar de imagens, que faz minha cabeça girar, penso que irei cair logo, mas ao abrir meus olhos me assusto com a imagem de várias abominações. Estava caída no chão e a única coisa que me restará foi um manto vermelho. Grito apavorada, o que faz tais abominações, que se assemelham a lobos, rosnar de forma a me arrepender. Os mesmos estavam a se aproximar, temia fazer qualquer movimento, eles se aproximaram rapidamente, temi ser morta naquele momento. Então um deles salta por cima da montanha, o mesmo rosna de forma feroz, seria seu alfa? Ainda apavorada, vejo-o se aproximar de forma feroz e perversamente, teria a certeza de que esse seria meu último momento. Mas o lobo se contorce, ouço estalos e ruídos, como se seus ossos fossem quebrados um a um, sua pelagem vai retrocedendo aos poucos e vejo sua pele se tornando mais limpa e branca. Vi o lobo se transformar na minha cópia e me levanto jogando o manto por cima dos ombros. Por instante me assusto ao ter uma visão turva de meu manto se igualando a sangue, mas era apenas um engano.

“Então conseguiu chegar ao meu rebanho?” Ela pergunta chegando mais perto, a mesma estava nua. Era estranho eu tentar me encolher diante do rebanho e ela, tão livremente, não se importava. “Acho que cheguei a tempo, caso contrário teria virado comida para eles. Não é garotão?” Diz ela enquanto brinca com um lobo ao nosso lado, o mesmo era maior que eu, pelo o que podia ver. Ele mesmo feroz, se acalmou com o toque de minha cópia em sua cabeça “Bem que eu gostaria de ver, mas ainda preciso que você me faça alguns favores”

“Não farei nada o que me pedir, eu tenho o domínio, Ayla” Digo com minha tonalidade agressiva.

“Ah querida, eu não precisarei te pedir nada, você o fará de qualquer jeito” Seu tom delicado em meio aquelas feras era um pouco assustador “E eu não diria ser a dona do domínio tão cedo, você é apenas um personagem, logo irá descobrir quem realmente está no controle” Fico abismada com o que Ayla diz. Mas antes de retrucar, os lobos se assustam com algo que eu não podia ver, eles e a própria Ayla olha em direção às árvores atrás de si. Os lobos uivam tão alto que pensei por um momento que ficaria com dores no ouvido.

“Parece que alguém não está fazendo seu trabalho corretamente” Sinto o tom de sarcasmo na sua voz “Você terá muitos problemas quando voltar” Relevo sabendo que sempre acontecia algo ou poderia ser apenas implicância. “Parece que uma sereia irá seduzir todos os que naufragarem. E desta vez não haverá cera que os salve.”

“O que? Não brinque com palavras, diga algo sensato” Minha voz ressaltava.

“Não fale assim comigo, só porquê te deixo viva, não significa que aguentarei suas gracinhas. Eu sou a dona, eu estou no comando e farei de tudo para que você entenda isso” Ela se aproxima enquanto fala, segura meu pescoço e o aperta levantando-me. Com o final de seus palavras, as garras do lobo que havia dentro de si se mostram, fincando meu pescoço me fazendo gritar de dor.

De longe ouço o corvejo alto, Ayla se assusta e os lobos começam a rosnar fortemente. O grande pássaro passa pela lua que estava cheia formando uma sombra na mesma, a medida que ele se aproximava, percebia o quão grande o mesmo era. Ele se aproximou mais e quando os lobos se preparam para atacar, folhas de dentes de leão se desfizeram cobrindo tudo o que estava ali. Não conseguia ver nada, mas ouvi uma voz sussurrar para que eu subisse em seu pé. O faço e com o bater de asas já estávamos no alto, os dentes de leão pareciam retornar a sua forma normal como se fossem a distração que o pássaro precisava para conseguisse me tirar dali.

Por estar despida, a vergonha me consumira, acabei por não falar nada. Apenas me agarrava loucamente em seu pé e no manto que me cobria. O pássaro, que eu sabia ser aquele belo homem, logo se dá conta.

“Oh Sophie, não se preocupe. Logo te tirarei desse pesadelo” Ele diz no intuito de me acalmar, o que não ocorreu.

Novamente estou no limbo, as formas indecifráveis eram outras agora, como se uma outra dimensão estivesse desse lado. O pássaro pousa na lona que seria o chão, desço de seu pé e o espero me dizer o que fazer. Ele abre a porta e me encara.

“Tivemos que mudar, o lugar é agradável, fiz pensando em você” O mesmo diz com uma voz doce e tranquila “Venha, Sophie, depressa”

O sigo pela porta que ele abrira, passamos por uma escuridão, vejo um símbolo estranho antes de tudo se transformar. Estávamos no que parecia um trem, ouvia o som formado pelas rodas do trem passando pelos trilhos firmes. Num tom retro, o trem tinha estofados e almofadas com uma estampa florida, mas um tanto manchada com o que seria um defeito deixado pelo tempo. Um relógio antigo fazia parte da decoração do mesmo e estava no centro do vagão. Estava vestida o que parecia um vestido de época azul que trazia um bordado de renda floral nos ombros, embora se ajustasse perfeitamente em meu corpo e tornava-me mais elegante, sentia-me desconfortável.

“Não gostou, Sophie? Podemos nos mudar de novo” Olha para o homem que estava ao meu lado.

Ele trajava uma roupa de época também. De forma elegante, o mesmo vestia uma blusa branca lisa e uma calça estreitar e curta preta, além de um paletó que dividia das cores vermelha e amarela. Seus cabelos eram longos, mas numa tonalidade diferente desta vez. Os cabelos que agora estavam pretos igual ao do pequeno pássaro do sonho anterior em que nos conhecemos, seus cabelos, embora longos, não escondiam as pedras de gotas de esmeraldas que estava em sua orelha, ele formava uma figura única e incrivelmente linda com seu rosto metricamente perfeito. Sorrio e uma gota de lágrima sai de meus olhos.

“Oh Sophie, o que foi?” Suas mãos se dirigiram ao meu rosto e o segurou por um tempo.

“Eu só estou feliz. Queria que isso nunca acabasse” Digo com o sorriso ainda mais largo. Uma brisa passou por nos e seu sorriso estava lá também, mesmo que ele não o demonstrasse.

“Seu olho. A estrela que ainda me faz vivo. Oh Sophie, eles são tão lindos, queria que pudesse vê-lo como eu o vejo” Seus longos dedos tocam meu olho esquerdo e suas palavras se embaralham em minha mente.

“Nossa, eu nunca pensei que vocês voltariam vivos, Ayla parece estar boazinha hoje.” Ouço um outro ser falar, mas não o vejo, até olhar para baixo e ver um pequeno cachorro, assustada não acredito. “O que houve com ela? Não se lembra de mim, Sophie? ” Me assusto mais ainda ao o ver falar. O homem ao meu lado ri de forma encantadora e segura minha mão.

“Não deveria assustar a visita, meu amigo” Ele diz e volta a gargalhar.

“Eu pensei que ela se lembraria de mim, afinal, sou o grande Calcifer, o demônio do fogo” Neste momento, o mesmo coloca sua língua para fora, sacudindo seu corpinho, ele late de forma feroz, o que o fez ficar ainda mais fofo.

“Não, meu amigo. Você é o Yeontan” Ele novamente ri, o que me faz rir também.

“Mas a Sophie sempre me chamou assim, Howl” Esse seria seu verdadeiro nome? O encaro e o mesmo parece se divertir com as palavras de seu pequeno amigo.

“Sabe que isso é apenas uma brincadeira entre duas crianças” Após tais palavras serem ditas. Tenho um pequeno feixe de memória que me trouxe leves dores de cabeça.

Me sinto triste e quieta, encostava-me em uma grande árvore ao lado de um lago, onde me observava refletida na água. Apenas conseguia ver parte do meu rosto, a outra se desfazia com o toque de uma pequena vara na água como se esse simples toque pudesse desfazer um mal já gravado. Assustada ao ver que outra imagem de aproximava no reflexo da água, me viro e encaro em pequeno garoto de cabelos pretos. O encaro por um momento, o mesmo não diz qualquer palavra, apenas me olhava com o que parecia admiração, ou apenas deboche.

“Os seus olhos” Ele aponta para meu rosto, logo me viro e tento correr desesperadamente. “Espere, eu não queria” Tropeço a um tronco de árvore jogado no meio desta floresta. “Você está bem?” Ele oferece a mão em forma de gentileza, mas não a pego, apenas continuo no chão tentando ao máximo esconder minha deformidade. “Não os tampe, são lindos” Ele se abaixa e de forma delicada, retira minha mão que tampava meu olho esquerdo. “Qual o seu nome? O meu é...” Não o ouço falar seu nome, como uma forma cortada de minhas lembranças.

“Não me lembro do meu nome, mas não gosto do nome que meu pai me chama” Digo enquanto me levanto, de forma tímida o encarava.

“E você pode me dizer como seu pai te chama?” Ele pergunta com um sorriso encantador nos lábios.

“Sophie”

“Como em O castelo animado?” Ele diz e seu sorriso se forma ainda mais animador. “E seu olho, se iguala a uma estrela” Seu olhar sobre mim era admirável, queria me apegar a este simples afeto. Minha lembrança se desfaz com um toque em minhas mãos. O homem que agora vejo se parecer com o pequeno garoto, me encarava com os mesmos olhos encantadores.

“Você é realmente um demônio? Acho que não poderei te pegar então.” Digo de forma brincalhona tentando relevar minha dissipação ao assunto.

“Sophie” Ele me repreende e pula no banco ao meu lado, o pequeno cachorrinho preto e caramelo sobe em minhas pernas e se deita entre meus braços. “Eu pensei que se lembraria, você me chamava assim Sophie, eu não falava nessa época” Ele adormece em instantes enquanto fico acariciando sua pelagem.

“Você ainda precisa se recordar de muitas coisa, não é?” Seu rosto se fechou, e eu vi sua expressão ficando triste.

“Obrigada por me salvar, mas não deveria se arriscar tanto” Corto o assunto tentando o alertar de Ayla.

“Eu criei coragem porque você estava lá. Você é o meu motivo de ir a guerra, Sophie” Seus olhos brilhavam, de forma intensa.

“Prefiro que continue covarde, não quero que se machuque” Seguro sua mão para que o mesmo entenda.

“Eu preciso te proteger, logo Scar estará aprisionada pelos lobos de Ayla. Finalmente a sereia ficará sem sua bela cauda e terá de andar sobre 1000 agulhas” Então compreendi suas palavras às comparando com as de Ayla. Scar era sedutora por ser a sereia. Não compreendia a situação, mas pela confusão que minha mente me causava, não dúvida de qualquer objeção que tinha a oferecer. “Você precisa se lembrar, antes que ela tome o controle novamente, Sophie”

Pego em suas mãos, eu lhe prometera que assim faria. Minha afeição por esse homem se tornava mais forte com o decorrer do tempo que passávamos juntos, estava começando a me convencer de que o amava. O medo e a lembrança do episódio anterior em que nos vimos.

“Pensei que tivesse morrido, quando acordei eu te procurei, mas não encontrei nada que falasse sobre você, quem é você?” Suas mãos se entrelaçaram às minhas, seus olhos brilhavam e meu coração estava enlouquecidamente forte.

“Eu quero que quando aquele relógio marque Meio-dia e você finalmente voltar ao controle” De relance, olho o enorme relógio que estava a nossa frente, ele fazia a contagem regressiva para às 12am, me apavoro saber que faltava tão pouco para estarmos separados novamente. “Eu peço que se acalme, eu estarei sempre aqui. Meu nome é Taehyung, Kim Taehyung. Mas por favor, se afaste de ...” Novamente o nome me foi cortado, como se uma cera fosse passada em meu ouvido para que eu não me recordasse. “Não o deixe fazer mais mal à você, eu não estarei lá fora para lhe proteger” Olho novamente para o relógio, 3 segundos. Olho o garoto em sua perfeição fascinante. Selo nossos lábios, 2 segundos, uma lágrima escorre.

“Eu irei te procurar, por favor espere por mim” E com o abrir de olhos, tudo está escuro e não havia mais a fantasia ou paixão ao redor. A realidade voltara e me mostrava um mundo diferente desta vez. Eu poderia o achar, eu estaria com ele novamente.

Ao me levantar, percebo minha irmã sentada na mesinha em frente a cama. Me dou conta de que a mesma portava um pequeno objeto pontudo que declarei ser um estilete quando a vi brincar abrindo-o e fechando. Seu olhar de levanta assustador em minha direção, me encolho na cama ao ver que algo não estava certo.

“Pensei que estivesse tomando os remédios que havia te dado” A mesma pergunta ainda brincando com o pequeno objeto – “Ayla” – logo penso e me repreendo de imediato, tal liberdade não deveria acontecer.

“Eu estou, Anne, mas eles têm se tornado mais frequentes. Eu não”

“Não estou pedindo suas desculpa, Sophie. Você sabe o que deve fazer, sabe que tem que doma-los” enfurecida, a mesma diz enquanto se levanta apontando o estilete ao meu rosto “Quase tive uma nova cicatriz por sua causa, espera que a seus querida mãe seja a próxima? Acabe com seus monstros, Sophie, ou eu terei que acaba-los por você” Suas palavras me afetaram de forma absurdamente ambígua, o estilete que agora estava perto o suficiente para senti o gélido toque do metal em minha pele me fazia duvidar sobre minha total existência. Percebo meu desespero quando a mesma muda de forma doce e percebe o grande desastre que me fizeste. “Eu sinto muito. Eu não queria” Annelise joga o estilete em um canto do quarto, e se aproxima me tendo em seus braços “Ah Sophie, eu não queria fazer isso, eu sinto muito.”

Me deitei em seus braços e, finalmente, desabei. Entre lágrimas, gritos e desespero, tudo o que me restara era um toque delicado e amigável, mesmo que não consiga sentir seu toque em minha pela, sentia-o aquecendo meu coração.

No restante da noite, jantamos sem que quaisquer palavras fossem jogadas à mesa, assim como todas as noites. Sentia o olhar de repúdio de Elisa sobre mim, mas apenas o ignoro, tentando não lhe afetar mais com coisas banais. O mesmo seria com Hoseok, logo ele saberia e eu terei de me acostumar com seu olhar.

Durante uma semana, Hoseok não comparecera a aula. Comecei a preocupar-me com sua ausência e sabia que tal explicação se dava por pôr conta de Ayla, mas não sabia exatamente o quê. Os monstros se acalmaram com sua ausência, um alívio assombrava minha mente. Com esse decorrer de tempo, uma nova colega tomava o lugar de amiga em minha concepção. Pensei finalmente estar me dando bem.

No final daquela semana, Annelise havia me pedido para ajudá-la com seu material, assim que entro na sala ouço o conversar da mesma com uma outra garota, abro a porta e espero na mesma fazendo acenando para Annelise.

“Embora o tratamento ajude, a doença não tem cura específica. Depende apenas do paciente e o quão severo são seus sintomas.” Suas palavras saíam sem importância ou preocupação, não era como se estivesse lidando com alguém que precisasse, ela apenas despejava frases já decoradas.

“Ayla? O que está fazendo aqui?” Roborizei ao ouvi-la chamar o nome do monstro, Annelise me olha tão surpresa quanto eu estava.

“A conhece?” Anne me pergunta entanto ainda encara surpresa a garota que agora estava em minha frente.

“Claro que sim, somos como irmãs, mas não sabia que era próxima de Annelise. Podia ter me avisado” Disse a moça tomando minhas mãos a suas.

“Então é isso o que está fazendo?” Annelise me separa da mesma, suas mãos puxavam o cabelo da pequena moça que agora gritava de dor. “Esta querendo se livrar de mim? Woah” Ironicamente ela suspira.

“Anne, por favor, está machucando ela” digo docilmente tentando acalma-la.

“E você não está me machucando no momento? Sabe o quão sufocada eu estou? O quão duro eu tenho lutado por sua culpa?” Suas palavras saíam com fúria e eu sabia que não deveria levá-las a sério. Na verdade eu não queria. “Talvez eu devesse tomar conta de você primeiro” Annelise puxa o cabelo da moça para que pudesse ver seu rosto, então estalos altos soam por toda a sala, me fazendo chorar de desespero. Um estrondo alto nos tira a atenção.

“Solta ela!” A voz firme de Hoseok preencheu todo o lugar, seu rosto sem expressão revelava um maxilar rígido. O mesmo segue em direção a Annelise e a moça que agora estaria com hematomas em todo o rosto. Quando passou por mim, seu rosto se fez a mesma expressão que a de Elisa, o nojo e a raiva o domara.

“Hoseok” Suplicava para que o mesmo estivesse do meu lado.“

"A partir de hoje, nunca mais fale comigo, nunca mais olhe nos meus olhos!” Suas duras palavras me fizeram cair em choro. O mesmo saí da sala com a moça em seus braços e entendo agora que não me restaram nada além de tormentas e eu teria que me contentar.



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