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História Surgindo das Cinzas - Conhecendo o mundo


Escrita por: TheDetroitRA9

Notas do Autor


HEY, povo! Esse é o penúltimo capítulo de hoje!

Capítulo 9 - Conhecendo o mundo


Eu e Ronda fomos para a casa dela de carro. O silêncio perdurou pela maior parte do caminho, mas não era aquele silêncio desconfortável, então quando nós chegamos ela disse:

- É aqui.- ela solta o cinto. Eu olho para a casa. Era imensa. Aquela casa lembrava muito a minha antiga, em vários aspectos. A frente da casa, pelo que eu me lembrava, era igual a essa.

- Humilde lar.- eu ironizo.- Estou brincando. Como você acha que era a minha casa?- ela ri e sai do carro e eu faço o mesmo.

Ela vem andando até o meu lado e eu fecho a porta do carro que eu tinha deixado aberta. Ela passa o braço ao redor dos meus ombros e fica olhando para a casa e eu faço o mesmo. Dou um leve suspiro, um suspiro de saudade. Aquela casa me fazia lembrar da minha. Eu sorrio quando a brisa bate no meu rosto.

- No seu tempo.- Ronda comenta ainda olhando para a casa.

- Eu já disse, cansei de perder tempo.- eu sorrio.

- Então vamos?- ela finalmente olha para mim.

- Vamos.- eu sorrio de lado e ela corresponde.

Nós vamos andando lado a lado com passos longos, mas que pareciam pesar a cada vez que eu me aproximava da casa. Paramos na porta e ela fica um passo na minha frente. Ela destranca a porta e abre a mesma lentamente. Ela entra e eu a sigo com passos lentos e hesitantes. A luz permanece apagada. Eu entro. A porta se fecha atrás de mim com um baque. Eu me viro, por reflexo.

A luz se ascende e coloco o braço na frente dos meus olhos que queimam por um segundo. Abro os olhos.

- Seja bem-vinda!- gritam algumas vozes. Eu reconheço todos de cara. AnnMaria, mãe de Ronda; Julia, Jennifer e Maria, as irmãs de Ronda; Shayna, Jessamyn, Maria Shafir e Ronda, as 4 amazonas do UFC. Dou o meu melhor sorriso e escuto um latido e quando vejo tem um cachorro vindo correndo em minha direção, Mochi. Uma dogue argentino. Ela pula em minha e eu abro a base para trás e seguro Mochi em meus braços, os quais se contraem imediatamente com o peso dela.

- Ei, garota!- eu digo passando a mão na cabeça dela e sorrindo.- Tudo bom, grandona?- eu sempre quis ter um cachorro quando mais nova, mas minha mãe tem um trauma com um cachorro, mais especificamente com um Pastor Alemão quando ela trabalhava para o exército e esse Pastor a atacou sem querer por achar que ela estava com algo. O cachorro era farejador.

- Vejo que já conheceu Mochi.- diz Ronda.

- Pois é!- eu olho para Mochi e mudo a minha voz para falar com ela.- Conheci, não foi, grandona?- ela late, o que me faz rir. Mochi sai de cima de mim e vai até Ronda.

- Vem cá, Lexa.- Ronda me chama para perto dela. Eu vou andando a passos largos e ela me leva até AnnMaria.- Essa é minha mãe, AnnMaria. Mãe, essa é Lexa, minha filha.

- Oi, Lexa! Eu fiquei sabendo que você luta judô, não é? Acho que você vai se dar bem nessa família. Acho que vamos ter umas boas conversas.- ela pisca um olho para mim, me fazendo rir.- Meu Deus, garota, seu olho é lindo!

- Obrigada, AnnMaria. Acho que vou, não é?- nós rimos.

Ronda me puxa para o lado e me coloca na frente de Julia.

- Lexa, essa é minha meia-irmã, mas considero como uma irmã inteira.- nós três rimos.- Julia. Julia, essa é a minha filha Lexa.

- Oi, garota!- ela diz sorridente.- Espero que você goste música pop, sabe, eu amo Justin Biber.- ela ri.- Você tem cara de que gosta de rock, boa notícia, eu também gosto!- ela estende a mão para mim e eu aperto a mesma.

- Fique tranquila, eu gosto de vários tipos de música, mas você acertou meu tipo favorito, o rock... também gosto de música clássica e por isso eu prefiro Tchaikovsky, Mozart, Beethoven e Vivaldi ao Justin, mas músicas dele são até legais.- dou um meio sorriso.

- Tchai... quem?

- Foi um compositor de música clássica para a Igreja Ortodoxa Russa. Eu gosto das músicas dele... passam uma certa calma apesar de ser levemente agitada por causa do violoncelo, da flauta transversal e violino.

- Seu gosto é refinado para música.- eu solto uma risada nasal e solto minha mão da dela.- Gosta de futebol também, ou você é perfeita de mais para ser verdade?

- Eu não gosto, mas amo futebol. Gosto de assistir os jogos dos times brasileiros, já que sou descendente de uma.

- Menina, você é perfeita!- isso me faz rir.

Ronda me puxa para o lado novamente. Jeniffer dessa vez.

- Lexa, essa é a Jeniffer, minha irmã. Jeniffer, essa é Lexa.   

Ronda me apresentou para suas outras duas irmãs. Maria e Jennifer. As duas são mais velhas do que Julia e gostam de conversar sobre assuntos mais sérios, mas eu sempre gostei de conversar sobre diversos assuntos. Ainda tinha Dennis De Mars, o qual não pode estar presente (nem quis que estivesse, para ser realista). Ronda me apresentou para suas melhores amigas, e também lutadoras, Maria, Jessamyn e Shayna- que nome estranho.

Todas elas são incríveis. Parece que estou dentro de um sonho e que a qualquer hora eu vou acordar dentro do meu quarto branco e sem vida de orfanato. Dou um leve suspiro com isso.

Não é Ronda deu uma festa para minha chegada?!

Estou tendo uma boa conversa com a mãe de Ronda, AnnMaria, quando o meu celular vibra.

-E aí, garota de Xangai? Nunca acreditei nessa história mesmo...

Quem raios tinha me mandado essa mensagem? Alguém com quem eu estudei no passado? Algum amigo dos meus pais? Que seja! Não vou ligar para isso. Trinco o meu maxilar apesar de não ligar.

- Tudo bem, Lexa?- AnnMaria me pergunta com um olhar preocupado.

- Estou numa montanha russa que só vai para cima! Estou bem.- dou o meu melhor sorriso, o qual é retribuído.

- Sabe, Lexa... quando minha filha conheceu você... ela não parava de falar sobre você. Sobre o quão parecida com ela você era. Disse-me que você era praticamente ela em outro corpo. Ronda nunca foi assim, sabe, de falar muito sobre alguém. Você é a primeira. Ela gosta muito de você, querida. Ronda se vê em você.

- Nossa... eu nem sei o que dizer - dou um sorriso de nervoso.- desde antes do acidente de Emori e Gustos... eu sempre a admirei. Ela é uma excelente atleta e pessoa. E isso que está acontecendo, meu Deus, é um sonho.- dou um sorriso sincero.

- Você luta, né?- ela repousa as costas na poltrona e me manda um sorriso maroto.

- Claro! Eu sou judoca.

- Sim, Ronda ficou encantada com o tanto de campeonatos que você ganhou.

- Sério?

- Sim. Ela me disse que foram vários.

- Bom, não são tantos assim... eu lutei em vários campeonato sulistas... acho que foram 15. Ganhei 12 deles. No estadual... fui em 10 e ganhei 7. Não são tantas vitórias...

- Na minha sincera opinião... são sim.- eu dou uma risada.- É verdade! Você é uma campeã!

No exato momento em que AnnMaria termina a frase eu paro de rir. Aquela frase. Meu pai havia dito para mim. Fiquei sem reação e percebi que meus olhos começavam a arder. Abaixei a cabeça e disse:

- Com licença.- me levantei da cadeira rapidamente e entrei no primeiro banheiro que encontrei. Tranquei a porta. Fui para o canto e sentei com a cabeça nos joelhos. Chorei. Eu soluçava e tentava reprimi-los em minha garganta, mas era impossível. Abracei meus joelhos. Fiquei balançando para frente e para trás dizendo repetidas vezes:

- Ártico, Antártico, Imperador, Gentoo.- isso ajudava com que Clarke se acalmasse e eu acabei por pegar a mania. São espécies de pinguins.

Quando finalmente consegui apenas soluçar eu olhei para o lado. Era uma janela. Olhei para o lado de fora e olhei para baixo e no parapeito da janela estava escrito, de forma bem fraca e quase transparente, "Gustos, Emori e Lexa = <3". Meu coração disparou. Fui recuando e recuando até bater na porta com uma certa força. Minha cabeça doía.

- Lexa? Você está aí dentro?- escuto a voz de Ronda, a qual parecia estar preocupada.

- E-eu...- tentava falar, mas nada saia e, quando tentava, gaguejava.

- Lexa... está tudo bem?- sua voz era levemente aveludada. Uma voz com ternura.

- A verdade?- disse entre soluços.

- Sim.

- N-não.

- Qual o problema? Lexa, me deixe te ajudar. Por favor, abre a porta.- ela tentou abrir forçando a maçaneta.

- Eu... eu quero falar somente com você. Ninguém mais.

- Tudo bem. Para isso eu preciso que você abra a porta.

- Ok.- eu me viro e giro a tranca. Abro a porta e vejo que ela estava aflita e fica ainda mais  quando me vê. Ela entra no banheiro e fecha a porta. Ela tranca e se vira para mim. Meus olhos ardem novamente e eu simplesmente abraço Ronda com a minha maior força. Ela retribui com a mesma intensidade.

- Eu estou aqui... calma. O que aconteceu?- ela afaga os meus cabelos.

- Eu... é que... eu estava conversando com AnnMaria, quando ela disse uma frase: "É verdade! Você é uma campeã!", mas... quando eu ganhei meu segundo campeonato de judô meu colega disse que eu era uma campeã e meu pai disse: "É verdade! Você é uma campeã!". A lembrança veio como um soco... desculpe-me.

- Ei, a culpa não é sua, ok? As memórias vem de repente mesmo. Não é culpa sua. Agora... lave o seu rosto e depois sobe. Vou levar água para você.

- Obrigada.- eu saio do abraço e me viro para a pia e me apóio na mesma. Dou um longo suspiro e percebo que Ronda ainda estava ali. Viro-me para ela.- Está tudo bem?

Ela parece sair de um transe e diz:

- Ahn?... tô ótima. Eu... vou pegar a água.- ela sai do banheiro.

 Abro a torneira e lavo o rosto. A água fria bate no meu rosto e me acorda. Fecho a torneira e me olho no espelho. Como eu mudei. Antes de meus pais falecerem eu tinha uma cara de criancinha, meu olhos eram mais acinzentados e eu era menor. Agora minhas feições estão levemente mais firmes, eu tenho menos bochechas, meus olhos são mais verdes e eu sou maior. Dou um meio sorriso, o qual fica levemente macabro por causa das marcas de lágrimas e das olheiras profundas. Seco o rosto e subo as escadas.

Espero Ronda chegar e ela me estende um copo de água gelada. Bebo toda a água e agradeço, quando percebo que ela está tremendo.

- Está tudo bem? Você está tremendo.

- Sim é que está frio.

- Frio? Estão fazendo 25° Celsius. Está quente.

- Está? Nossa... não sabia.- observo que o olhar dela falha de um lado para o outro e várias vezes se dirige para o chão.

- Se não quiser me falar, tudo bem, mas eu sei que tem algo de errado.- ela suspira.

- É que... que meu ex-namorado terminou comigo faz dois dias, só isso.

- Que canalha. Ele é um idiota.- ela ri.-

- Só ouvi verdades.

 - Por que ele fez isso?

- Ele... não queria ser pai de alguém que não fosse do sangue dele.

- Ah... então... por que me adotou?

- Por que eu queria. - dou um meio sorriso.- Quer saber, foda-se ele.

- FODA-SE ELE!

- Você é inacreditável.

- Você também.- ela da um tapa no meu ombro.

- É... nós somos inacreditáveis.


Notas Finais


Lexa sendo, como sempre, inacreditável! Estão gostando da personalidade da Lexa? Comentem o que acham sobre ela e o que esperam da relação dela com a Ronda.


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