História Surpresas Inesperadas - Uma grande descoberta

Temari sempre foi uma Kunoichi certinha e totalmente metódica que odiava ser contrariada, ou até mesmo estar errada, era preciso ser forte para crescer no clã Kazekage com um pai rígido como Rasa e sem a mãe para ajudar com conselhos. Tinha medo de como se relacionar, mas ao conhecer Shikamaru foi um misto de sentimentos e reações. Eles até tentaram negar esse envolvimento, eram de vilas opostas com um peso nos ombros que às vezes era até difícil suportar,  mas com o passar dos anos o relacionamento foi amadurecendo e criando uma conexão invejável, e os dois descobriram que a melhor coisa para não haver brigas é abrir mão de certas regalias para o bem de todos. 

Não que a convivência fosse difícil, para Shikamaru, por exemplo, o tempo foi como um amigo, pois junto dele veio seu amadurecimento. Aquele menino preguiçoso e covarde tinha ficado para trás e, em seu lugar, surgiu um homem responsável e líder. Por isso, foi espantosa a intensidade das discussões que o casal começou a ter nas últimas duas semanas. A coisa foi tão feia que chegou ao ponto do mesmo decidir dormir na casa da mãe por um tempo.

Cansada, nervosa, abatida e até mesmo enjoada... Temari sabia que algo estava muito estranho! Estava com picos elevados de ciúmes para o seu gosto, entretanto não que estivesse errada, todo mundo sabia que aquela cientista de araque tinha uma queda pelo Shikamaru. Para piorar a situação, desde que a guerra acabou, os dois começaram a se encontrar muito mais por conta da promoção do moreno. Contudo, brigar com ela na frente do Hokage e no meio do trabalho do marido não foi lá uma boa escolha, tanto que pensou em até pedir desculpas a todos, mas a raiva e o orgulho foram maiores do que a sua sensatez. 

Acordar nunca foi algo difícil para a moça, porém naquela manhã, foi praticamente impossível. Fazia tanto tempo que a mesma não acordava às 12 da manhã, que o susto foi tamanho, ainda assim  nada comparado ao seu enjoo matinal e o fato de que fazia uma semana que sua menstruação estava atrasada. 

Pegou sua bolsa numa rapidez e saiu de casa às pressas, rezando baixinho aos céus para que estivesse errada. 

Olhando o pequeno teste em sua mão, ela falava para si mesma que não era nada demais, somente mais um susto, tinha que ser somente isso, implorava. 

Estava sozinha naquela casa, ansiosa esperando o resultado daquele objeto com as mãos tremendo, o rosto pálido e as lágrimas que desceram sem ela ao menos entender, estava ali escrito: “grávida de duas semanas”. Sua cabeça e coração estavam uma loucura e agora tudo parecia fazer sentido, será mesmo que o lance do hormônio chegou mais cedo, ou era somente uma desculpa para toda a raiva que sentia ao ver aquela mulher tocando seu marido. 

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Temari nunca se viu como uma mãe, muito menos um dia cogitou ter filhos, era um assunto que sempre lhe deixou abatida, ela não teve um mãe ou uma figura materna do seu lado, como conseguiria ser mãe? Por isso o assunto estava fora de cogitação, pelo menos até ele aparecer, mudar seu mundo e fazer ela pensar dia após dia como seria ter uma cópia do amor da sua vida em seus braços. 

Assim, levantar-se depois de uma tarde cansativa e deprimente, era um dever. Lavou seu rosto, fechou a porta de casa, estava decidida Temari Nara não era uma mulher chorona ou fraca, ela é forte, decidida e centrada. Diante de  um propósito, fazia de tudo para alcançá-lo e aquele momento não seria diferente. 

Ao pisar na rua barulhenta e agitada de Konoha, percebeu que a noite já tinha chegado, realmente ela passou tempo demais deitada no sofá com um pote de sorvete em mãos, precisava de ajuda para conseguir fazer as pazes com Shika e, de quebra, contar sobre a gravidez. E quem seria melhor que Ino Yamanaka, melhor amiga de seu marido e madrinha do serzinho que estava dentro de sua barriga? 

Pedindo aos céus para que a loira não estivesse no hospital, o suspiro foi de alívio ao chegar na porta da mesma e ver a luz acesa, estava prestes a entrar quando ouviu risadas escandalosas. 

— Que vadias — pensa raivosa, nem a chamaram para a festinha do pijama. 

Estava prestes a entrar e assim acabar com aquela algazarra. Quem já viu, não convidá-la para um momento tão nostálgico? Claro que ela não podia beber, mas quem se importa, estavam todas tão ocupadas que não tiveram  tempo nem de conversar sobre os problemas que vinha tendo com o marido. Entretanto,  uma pergunta certeira fez a mesma parar por dois segundos.

— Tudo bem, minha linda Yamanaka, é verdade que você já deu uns pega no Shikamaru? — perguntou Hinata gargalhando.

— Eu não acho que isso deve ter acontecido, a porca vivia reclamando do Shikamaru — falou a rosada.

— Já eu acho que faz todo sentido, você sabe como é, está em missões o tempo todo com companheiros de anos — respondeu Tenten.

— Por tudo que vocês amem, não falem para a Temari, ela tem cada jutsu que pode me matar em poucos segundos, mas já fiquei com o Shika e não foi apenas uma vez — revelou corada.

Então ele tinha mentido para ela, pensou com muita raiva, enquanto colocava a mão na barriga.

Dando as costas e voltando para casa, ela precisava pensar no que fazer, um dos combinados que os dois fizeram em seus votos era que nunca mentiram um para o outro, e agora, parece que não foi bem assim. 

Ao chegar em casa, as lágrimas começaram com mais intensidade que chegavam a molhar suas bochechas, aquela casa foi preparada com tanto amor, e do jeitinho que sonhavam.

— Por que você fez isso comigo, você foi o único homem que eu amei nessa vida, eu não posso lidar com isso agora garoto nuvem, por favor, me diz que isso é mentira? — pediu olhando para o porta retrato com a foto do casamento.

Tinha muita coisa na mente e no coração, muitas incertezas. Seria certo manter um casamento onde uma simples promessa foi quebrada, mesmo tendo em vista que, os dois estavam juntos há muito tempo? Então quando foi que ele teve tempo de tê-la? 

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Shikamaru Nara odiava as brigas que estava tendo com a mulher, Temari sempre fora o amor da sua vida e tentava demonstrar de todas as formas o quanto essa relação era importante e que seria para sempre. 

Estava magoado com a falta de confiança dela, mas mesmo assim achava que tinha pegado pesado ao ter saído de casa. Por isso decidiu parar de “criancice” e “daria a cara tapa”, ele nunca foi uma pessoa orgulhosa em relação a ela, dessa vez não seria diferente. 

Ao chegar em casa, procurou ela por todo canto, já estava tarde, ela não teria para onde ir a essa hora. Na rapidez que chegou, o mesmo saiu, indo à casa da Yamanaka, não sentiu o chakra da mesa. Olhou em restaurantes, bares, na casa da mãe e pensou até que pudessem ter se desencontrado e voltou para casa. 

Chegando na sua residência, já estava totalmente nervoso. Entrando no quarto dos dois, foi em direção ao closet e percebeu que as roupas da esposa  estavam lá, mas a bolsa de viagem não.  

Quando se acalmou e respirou fundo, encontrou o bilhete da moça em cima da cama. Pegando o papel com as mãos trêmulas, começou a ler cada palavra e um nó cresceu em sua garganta e em seu coração.