1. Spirit Fanfics >
  2. Surrender >
  3. You Stole My Heart, Should I Stab Yours?

História Surrender - You Stole My Heart, Should I Stab Yours?


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Oi pessoas, eu demorei mais do que eu pensava que demoraria (2 semanas ao invés de 1) porque eu não conseguia ficar satisfeita com o capítulo.
Tinha terminado, apaguei grande parte da coisa e decidi reescrever.
Nós autores temos que ser muito claros na exposição de sentimentos, não podemos estar a contradizer-mo-nos, por mais confusa que esteja uma situação na cabeça de um personagem há que manter o foco. E os diálogos da primeira versão estavam meio embolados, com uma conversa enorme sobre o Ash e os anjos e etc quando na verdade dava para fazer bem mais simples.

Enfim, vamos ao capítulo propriamente dito.

Imagem por mcptato - Devianart

Capítulo 49 - You Stole My Heart, Should I Stab Yours?


Fanfic / Fanfiction Surrender - You Stole My Heart, Should I Stab Yours?

Água benta escorria lentamente pelas doze colunas do templo das três tríades. Mas nem o movimento calmo das gotas, nem os pés descalços de Naome no piso molhado faziam qualquer ruído. O local parecia completamente deserto. Isto até Nathan perder a sua interna luta, ele que tanto tentara ser o mais silencioso possível, e soltar um suspiro que quebrou a quietude dos Céus nocturnos.

- Sabes que o que estamos a fazer é altamente inapropriado! – Reclamou Naome, mas as suas mãos continuaram a esfregar o peito nu do anjo loiro. – Se nos descobrem vamos forçosamente arranjar problemas. Nem quero pensar nisso, arrepio-me toda. - Nathan não respondeu, estava demasiado tomado por sensações para sequer ser capaz de abrir os olhos. Os suspiros tornaram-se gemidos que mal conseguia conter, o que assustou a mulher e a fez hesitar - Estou a magoar-te? – Perguntou, escondendo de imediato os seus braços trémulos atrás das costas.

- Sim… Quero dizer… não? É só estranho… - Confessou o anjo, timidamente. – Não sentia nada parecido com isto há, literalmente, séculos. – Naome achou que estas palavras eram uma permissão para que continuasse, portanto principiou a contornar os cabelos dourados de Nathan com as pontas dos dedos e constatou com orgulho que os fios ficavam mais sedosos com o passar dos segundos. – É a primeira vez que fazes isto? – Inquiriu o rapaz, curioso.

- Segunda. Mas da outra vez foi uma emergência, e tive quem me estivesse a ajudar. Oh, Nathan, não sei porque estou a fazer isto, como diabos conseguiste convencer-me? – Nathan abriu a boca para responder, mas Naome calou-o colocando dois dedos sobre os seus lábios. – Era uma pergunta retórica. Eu afeiçoei-me a Evangeline e a ti, assim quero ajudar-vos. E, todavia, tanta boa vontade ainda acaba em tragédia. Estás ciente?

O guardião assentiu com a cabeça, muito sério. Estava a traçar o seu destino e quase conseguia prever como toda a aventura terminaria.

- Não tenho escolha, Naome. Ela não vai ser capaz de matar aquele nojento do Sebastian, sei que não. Tenta parecer decidida, mas está tão insegura quanto um náufrago no meio do oceano. Ash deixou bem claras as suas intenções quando a ameaçou e lhe deu aquele punhal, que era a vida dela que estava em jogo se não fosse capaz de assassinar. Não posso permitir que aquele anjo caído, sem qualquer moral, despedace o corpo e a alma da minha irmãzinha. – Naome sabia que não havia nada que pudesse dizer ao seu amigo que o fosse fazer desistir. Porém, mais uma vez tentou.

- E vais realmente desafiar Sebastian para um duelo? Achas que tens qualquer chance de o vencer? Não és um anjo guerreiro, nunca antes lutaste. E ele é um demónio, não terá piedade!

- Piedade não, com certeza, mas discernimento talvez? Não creio que me vá matar, porque isso fará Evangeline abrir os olhos. Arrisca-se mesmo a perder o amor dela, e isso não lhe seria nada proveitoso. Podia até esconder o meu corpo e mentir-lhe, mas um dia a verdade viria à superfície. Um pouco de fé, Naome! – A mulher tentou arranjar segurança no sorriso do anjo, tão intrépido, mas não lhe agradava a ideia de este se estar a enfiar na fossa dos crocodilos.

- Só espero que tenhas razão! Mas tem cuidado, por favor, se a tua alma tornada corpo for trespassada tu não morrerás. Deixarás de existir. – Avisou Naome, enquanto se ajoelhava em frente a um quase corpóreo Nathan. – Peço perdão porque isto pode-te causar um pouco de impressão.

- O que… - Interrompeu-se cerrando os dentes ao sentir as mãos de Naome sobre o local mais sensível do seu corpo recém-criado. Susteve a respiração até ela se afastar e voltar as costas, procurando um manto que pousara numa nuvem.

- Já está! Veste isso e estarás pronto a descer! – Estendeu-lhe uma túnica branca que apresentava pequenos triângulos prateados encaixados uns nos outros como decoração das bainhas das mangas e borda inferior. – Também ninguém sabe que peguei isto, por isso fica bem caladinho e devolve-ma se possível. É roupa com padrões especiais, que confundem alguns demónios. – Nathan vestiu a túnica, ainda intensamente ruborizado. – E, Nath… desta vez não chegues atrasado. Para bem de Evangeline.

*************************************************************************************

Sebastian despertou sobressaltado, ainda tentando entender como pudera deixar-se desmaiar numa situação tão crítica. A verdade é que fora completamente apanhado de surpresa com o ataque de Evangeline, tanto porque não acreditara que ela fosse capaz de o magoar como porque não sabia da existência de um punhal tão especial. Como tal, estava furioso.

Quando abriu os olhos, pôde constatar que a face de Evangeline encontrava-se a poucos centímetros da dele. A menina assustada encarava-o com um misto de emoções e liam-se mil incertezas nas suas íris claras.

Quem passasse perto do rio naquele momento não veria nada de estranho, apenas duas pessoas deitadas na relva, como se estivessem dormindo juntas depois de uma relação. Àquela distância não dava para ver o ferimento sangrento no pescoço do demónio que Evangeline tão habilmente tapara com um pedaço do seu vestido negro, nem o punhal que se interpunha entre os dois corpos.

Sebastian engoliu em seco, o que fez com que algum sangue corresse a linha da sua jugular, não obstante o tecido que protegia a lesão. Se Evangeline não tivesse estacado o seu ferimento, ele poderia ter morrido e estava completamente ciente disso. E ainda podia vir a morrer. Tudo dependeria das suas próximas palavras.

- Evangeline, onde arranjaste essa arma? – Perguntou, com casualidade, escondia bem a sua ira. A jovem não estava à espera de tal pergunta, mas, mesmo sabendo que era pouco inteligente responder à mesma, não resistiu. Queria desesperadamente que Sebastian a convencesse a não o matar e, para isso, tinham que conversar. Ah, mas ela não iria cometer o erro de baixar a guarda. O punhal continuaria nas suas mãos, apontado ao coração do seu manipulador.

- Foi-me oferecida por um anjo caído… como uma chance para salvar a minha virtude. – Levantou a mão, enterrando a ponta da lâmina no peito de Sebastian ao ameaçar, então, firmemente. – Se queres viver, é bom que libertes Ciel desse contrato nefasto, que desistas da alma dele. Se não te assassinar, irão acabar comigo… preciso pelo menos de saber que Ciel ficará seguro!

- Não posso fazer tal coisa, um contrato fáustico não pode ser quebrado tão facilmente. Ciel não vai abandonar a sua vingança e eu comprometi-me a não desistir de lhe suprir esse fatal desejo. Então, bem vês, como é delicada a minha situação. Não há nada que eu possa fazer, nada que eu possa dizer, para me salvar. Se queres acabar com a minha existência, prossegue… - E ficou, dessarte, olhando-a tristemente.

- Não quero, não faças parecer que fui eu que escolhi isto. Deve haver outro jeito de salvar Ciel, sei que há! Mas não tenho tempo, já nem quase esperança, nem lucidez. Dá-me razões para não te matar! – Exigiu Evangeline, entrelaçando as pernas nas dele num gesto de carinho.

- Tenho uma, minha querida anjinha! E esta é simplesmente o teu querer. Tu não me queres assassinar, portanto, não vais fazê-lo. Assim como se te mandassem matar Ciel tu não o farias. Assim como quando te ordenaram que permanecesses pura e virgem… não permaneceste. – Por muito que o não quisesse crer Evangeline, aquele era um motivo válido. Um motivo egoísta, mas que bastava para uma apaixonada. A ausência de resposta por parte dela deu a Sebastian a certeza de que a conseguira convencer. E não tivera sequer de lhe contar mentira alguma. Mentiras, outrora, eram fortes. Agora eram-no as verdades. – Poderias baixar esse punhal, por gentileza?

Evangeline soltou um soluço, então, e lágrimas cobriram os seus olhos.

- Não, irás magoar-me! Vais querer castigar-me, como quando eu fugi para a mansão dos Trancy. Escondes bem, mas há cólera por detrás de tanta calma! Causei-te um ferimento grave, que vai deixar uma cicatriz, não me deixarás impune!

Sebastian engoliu todo o seu orgulho, todo o seu desprezo e todo o seu rancor em nome da prudência.

- Prometo-te, minha anjinha, que não te irei fazer qualquer mal em retaliação pelo golpe que me deste! Juro-te, e demónios têm palavra!

Evangeline abriu a sua mão lentamente até o punhal deslizar desta para o chão e deixou-se ser abraçada por Sebastian. Enterrou a cabeça no peito do ser demoníaco, pensando para si que havia cometido, possivelmente, um dos maiores erros da vida dela ao ter cedido, mais uma vez, às suas vontades e que esse erro iria trazer consequências. Se calhar a sua própria morte. Chorou amargas lágrimas de derrota e ainda tinha as bochechas manchadas do pranto quando se alevantou, ajudada por Sebastian que, como era de se esperar, estava mais atencioso que o normal. Mais que um perfeito mordomo. Vestiu Evangeline no seu belo traje preto um pouco desfeito, e entregou-lhe o punhal em mãos com absoluta cortesia.

- Deverias voltar para a mansão! A madrugada não tarda e deves estar cansada depois da nossa conversa. – Sugeriu Sebastian, com um sorriso delico-doce plantado nos lábios finos.

Evangeline piscou os olhos doridos duas vezes, tentando adaptar-se à irreal situação. Subitamente sentia-se como se tivesse tido realmente uma conversa normal com o demónio. Podia enganar-se a acreditar em tal, Sebastian vestia agora o seu uniforme e o colarinho deste ocultava a punhalada. Mas a arma, que segurava ainda e para a qual não ousava olhar, pingava sangue.

- Acertaste-me com força… - Lamentou-se ele, levando a mão ao pescoço que ardia de ter sido cortado. A hemorragia pintou-lhe os dedos de vermelho.

Evangeline não queria ter pena dele, não queria mesmo. Portanto voltou-se e correu para a floresta, perdendo-o de vista, afastando-se das suas palavras tecidas para a armadilhar. Como ela já estava longe, não pôde ouvir Sebastian gracejar:

- Ah, tanto anjo por aqui esta noite, até me sinto abençoado…  


Notas Finais


Vcs acreditam se eu dizer que demorei 2 horas a engendrar aquela frase final?
Eu inventei umas... 20 frases finais mas eram todas bostinha.
E depois surgiu essa e eu fiquei "Sim, finalmente, era isso que eu tava procurando"
Dá uns hints enormes para os próximos caps.

Quem achou que o Nathan e a Naome tavam fazendo "aquilo" venha aqui para esta fila, aqui ó, um passinho para o lado, aí está! Tomem aí as vossas senhas para entrar no Inferno, vão querer vista para o fosso de lava onde ardem os pecadores ou para a piscina de enxofre?

É inegável, contudo, que um shipp novo surgiu na minha mente. Nathome! Ou uma coisa qualquer assim, nunca tive jeito para inventar nomes de shipp mesmo.

A Evangeline teve tão pertinho de matar o Sebastian, pena que ela não conseguiu! Agora ó, vai continuar sofrendo! Bem vinda Line, à vida, onde todos só tomam decisões trouxas.
Mas pelo menos o Ciel não vai ficar danado com ela, né?

Uma pequena nota para os que estão a perguntar-se porque Evangeline, quando ganhou corpo, fê-lo logo e Nathan não? Pois bem, são situações diferentes, eles são tipos diferentes de anjos. Line é uma "Luza". Ela tem um corpo e uma alma dentro dele. Um corpo que ainda não é de humano mas pode vir a torna-se de humano se ela cometer o tal "pecado imperdoável" e for obrigada a dar o seu "cargo" a um nanomorto. Já Nathan fez da sua própria alma corpo. O corpo que ele agora tem é também a sua alma. Os anjos guerreiros fazem isso para poderem lutar na Terra. Já os demónios têm corpo sem alma.
Lindo como há tantas possibilidades, né? Variabilidade genética... não, pera... :/

Gostaram do capítulo?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...