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História Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 24


Escrita por: Khonami

Capítulo 24 - Capítulo 24


Fanfic / Fanfiction Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 24

Contornou a estátua do grande conquistador que ficava na sala circular, adornada por pinturas e retratos, onde os muitos corredores do segundo andar do palácio se encontravam. Achava fantástica a maneira como os arquitetos mesmo sem muita tecnologia eram responsáveis por tais construções tão esplendorosas.

Aproximou-se do guarda corpo e observou o movimento no saguão abaixo de seus pés. Os convidados dançavam alegremente esbanjando seus trajes estupidamente coloridos e suas perucas grandes e pesadas. O som que vinha de lá eram como o de muitas vozes e música clássica que vinha da orquestra do País da Neve, que a pedido de seu irmão, tocavam suas melhores canções para o público de burgueses e membros importantes da corte.

 Suspirou forte, ficando sem ar nos pulmões. Entediada, olhou para as vidraças que acompanhavam as escadarias, e observou a neve cair do lado de fora. Era a época das grandes nevascas, onde a plantação parava, os navios atracavam sem previsão para saírem novamente, e ninguém mais deixava suas casas, a não ser um bando de homens bêbados e mulheres viciadas em competição de chapéus e sapatos altos. A única mulher que conhecia que não ligava para esse tipo de coisa e era corajosa o suficiente para enfrentar a nevasca lá fora era sua irmã Izumi, cuja voz era mais alta que um trovão e seu braço mais certeiro do que as flechas de um Querubim.

Contemplou a própria imagem no espelho antes de subir. Ajeitou o cabelo rebelde por baixo da peruca extravagante e ajustou o decote, pois odiava mostrar demais.

- Péssimo dia para festa- Reclamou.

A verdade é que desde a morte de seu pai, Azumi odiava festas.

- Tenho que concordar- Disse um homem cuja voz era familiar- Por onde andou, Azumi-chan? Estive te procurando! Que seja, tenho uma boa e uma má noticia, qual deseja ouvir primeiro?

- A má- Respondeu a mulher.

- A boa notícia é que a festa está sendo um sucesso.

Azumi revirou os olhos nas órbitas.

- A má é que Izumi-chan ainda não voltou e aparentemente, estamos sendo invadidos.

Os olhos negros da mulher quase caíram para fora.

- Como pode dizer isso com tanta normalidade!!!

- Também estou apavorado, mas estou tentando manter as aparências para não assustar os convidados! O general ainda não me deu certeza, estamos sob suspeita, mas até que o sinal verde seja dado, é melhor que fiquemos calmos.

- E quanto a Izumi-chan? É perigoso que ela fique longe de nós enquanto estamos sob suspeitas.

- Mandei alguns homens a procurarem, não é bom que fique longe do palácio.

- E o que faremos caso estejamos realmente sendo atacados? Estamos dando uma festa!

- Sim, essa é minha grande preocupação. No salão de festas estão muitos homens do exército e da inteligência, este seria o local ideal para o inimigo nos pegar desprevenidos. Só de nos imaginar sendo atacados em nossa própria casa me dá calafrios!

- Estou preocupada com Izumi.

- Izumi é astuta como um demônio, mas não quero pensar na possibilidade de ter sido raptada.

- Devo vestir minha armadura?- Perguntou Azumi.

- Infelizmente ainda não posso te dar essa felicidade, sei que odeia essas roupas bufantes e espalhafatosas, mas é necessário que finjamos estar tudo bem até que eu receba a notícia. Vou me reunir com o capitão do exército e vamos pensar numa maneira mais prática de manter o inimigo a céu aberto, o mais distante possível do palácio e manter todos a salvo. Enquanto isso fique aqui e espere até que Izumi...

Azumi esperou por uma fração de segundos seu irmão concluir o que estava dizendo, até sangue sair de sua boca.

Assustada e sem entender o que havia acontecido, o som de gritos e pessoas desnorteadas chegou até seus ouvidos, ela se aproximou do para peito e olhou para baixo. Haviam cacos de vidro por todo lado e a janela mais alta estava quebrada. Atsushi, seu irmão, caíram sobre o próprio corpo aos pés de Azumi, e então ela viu a grande flecha vermelha cravada nas costas do irmão. Ao retira-la notou que era funda a ferida, e o sangue que se alastrava pelo chão e escorria até o saguão no andar de baixo denunciava que talvez os órgãos do irmão tivessem sido atingidos.

Desesperada ela virou o corpo de Atsushi e conteve as lágrimas para não assusta-lo.

- São eles...- Tossiu o homem- ...Fuja.

- Atsushi-kun!- Exclamou num grito comprimido.

- Eu já estou morto... Procure por Izumi e fuja daqui, este castelo é amaldiçoado.

As lágrimas escorreram por seu rosto e gemeu amargamente quando os olhos do irmão se fecharam por completo.

Apertou o cabo da flecha firme nas mãos, o ódio a consumiu. Não fugiria, montaria em seu cavalo e enfrentaria a nevasca, lutaria como sempre lutara, e defenderia seu povo até que o ar deixasse seus pulmões.

Correu até o único lugar que sabia que encontraria ajuda. Seus joelhos tocaram o chão congelado de pedra, com sua espada nas mãos espalmadas, citou os mantras que sabia de cor desde muito nova, e clamou pela ajuda de seus ancestrais.

Fechou forte os olhos enquanto sentia o abraço frio do espírito que a visitava. Já eram velhas conhecidas, ela e Isamu, o espírito guerreiro da família que a possuía sempre que estava em batalha.

Levantou-se, e arrastando sua espada ao lado do corpo, montou em seu cavalo. As lágrimas haviam secado, mas o sangue de seu irmão em sua roupa colorida de festa ainda estava quente.

“Não volto até estar totalmente pintada de sangue”

Não se sabia se a fala era de Azumi ou Isamu, mas com certeza, não houvera até hoje batalha onde esta frase não havia sido proferida, onde o vermelho sangue não fora a cor mais intensa de todas.

*

Estava completamente compenetrada nas moléculas vivas que dançavam dentro da plaqueta de vidro. Com um instrumento de precisão, cutucou o interior da célula e injetou os agentes que havia produzido mais cedo. Retirou a mistura e pediu que a ajudante colocasse na centrifuga. Esperou o tempo necessário, e então misturou com a vacina que já havia criado para Sarada. O sangue coletado de Hidori estava congelado, mantendo as hemácias vivas para estudo, e centrifugando pela ultima vez, Sakura observou a mistura ganhar um odor nojento e cor de barro. Tentando amenizar o sofrimento da filha, misturou com essência de uvas roxas.

- Voalá!- Exclamou de felicidade.

Sua assistente batia palminhas enquanto Sakura fazia uma constrangedora dancinha da vitória.

Houve-se um bater na porta seguido pelo ranger das dobradiças. Sakura olhou por cima do ombro enquanto ainda dançava e parou instantaneamente quando vira a figura negra que se aproximava de sua mesa.

- Ia te perguntar como vão as coisas, mas pelo visto estão boas- Disse Sasuke, mantendo a seriedade apesar de um leve sorriso ter surgido no canto de seus lábios.

Sakura desejou ser um avestruz e esconder a cabeça debaixo da terra.

Ela sentou-se em sua banqueta e fingiu normalidade, como se o fato de Sasuke ter a visto numa constrangedora dança não tivesse tingido suas bochechas de vermelho vivo.

- Terminei o remédio da Sarada- Disse ela, mostrando o frasco com o liquido marrom para Sasuke.

- Isso é ótimo- Disse ele- Falando nisso, eu queria vê-la.

Sakura sorriu de lado.

- Venha comigo.

Desceram as escadas até o andar debaixo. Sem bater, Sakura entrou seguida de Sasuke. Sarada falava sozinha enquanto jogava no vídeo game portátil de Boruto.

- Baka Boruto! Não vou perder pra você!- Resmungou apertando os botões como se não soubesse o que estava fazendo.

- Sarada-chan?- Chamou Sakura. A menina olhou primeiramente para a mãe, e depois para a figura alta atrás dela, que cuja capa balançava ao seu movimentar. Ela sorriu ao ver os pais.

- Você veio me ver, papai?- perguntou ela, deixando o brinquedo de lado e se endireitando na cama.

- Desculpe não ter vindo antes, não sei se está sabendo, mas capturei Hidori.

- Que maravilha, papai!- Exclamou Sarada, verdadeiramente contente.

- Como está se sentindo?- Perguntou ele, parando ao lado da cama da menina.

- Ainda não sinto meu braço, mas não está mais formigando ou queimando como antes, apenas não o sinto mais.

- E você parece mais corada, deixe-me medir sua febre- Disse Sakura, adiantando-se em colocar o termômetro em sua boca.

- Naruto veio falar com você?- Perguntou Sasuke.

- Sim... Ele queria saber mais sobre o que eu tinha visto.

- Parece que Boruto e os outros meninos estão rastreando o número do computador que você anotou. Pensou rápido.- Sasuke acariciou o cabelo da filha brevemente. Encontrou seu olhar alegre e agradeceu por ter tido uma filha tão inteligente.

Sakura tirou o termômetro da boca da menina e olhou para a pequena telinha que dizia: 36°

- Shannaro! Você está sem febre!

- Me sinto melhor- Disse Sarada.

- Tome, abra a boca- Sakura aproximou a colher da boca da filha, que olhou enojada para a substancia marrom, mas engoliu sem reclamar.

- O que é isso? Tem um leve gosto de uvas, mas continua sendo horrível!

- É o remédio que produzi, se tudo correr bem logo você voltará a sentir seu braço e movimentá-lo normalmente- Sakura sorriu. Mais do que a satisfação de um agente da saúde ao ajudar um paciente, o que sentia era o alivio de uma mãe vendo seu filho se recuperar.

- Eu espero. Não aguento mais ficar nessa cama o dia todo sem fazer nada.

- Em breve lhe darei algo para fazer- Disse Sasuke, afastando-se da cama e aproximando-se da porta.

- Onde você vai, papai?- Quis saber a menina- E do que está falando?

- Trate de melhorar, nos vemos em breve.

Os olhos de Sasuke encontraram os de Sakura e depois a marca roxa em seu pescoço. Passou pela porta sem nada dizer, então Sarada olhou para sua mãe, que sorriu, tentando tranquiliza-la.

- Seu pai está muito ocupado, mas encontrou um tempinho para vir te ver, seja grata- Disse, acariciando os cabelos da filha, que sorriu sem graça com o canto da boca.

- Seu pai é o melhor, capturou sozinho o líder da facção local e lutou com muitos capangas, e fez tudo isso sozinho- Continuou a dizer.

Sarada cedeu, abrindo um pouco mais o sorriso- Realmente, o papai é o melhor.

*

Ino recobrou a consciência. Gotas de suor brotavam de sua testa e escorriam até a abertura em sua blusa e escorriam para dentro de seu decote. Ajeitou o rabo de cavalo e se levantou, sacudindo a poeira do chão sujo e nojento. A ruiva aos poucos recobrava os sentidos, então Ino apressou-se a deixar a cela e tranca-la novamente. Não tinha mais nada para fazer ali, agora o que precisava era reportar o que vira para Shikamaru que na ausência de Naruto assumira a liderança.

Fez o caminho até a entrada e desceu as escadas de ferro. Caminhou pensativa até o escritório do Hokague pensando em tudo o que vira, estava tão pensativa que nem se lembrara de Sakura. Havia conexão, mas o que significava tudo aquilo? A porta outrora fechada, que graças a inteligência de Ino conseguira descobrir a combinação, e ao entrar, pensou que descobriria todo o esquema por trás, já que a mulher fora esposa de Hidori e deveria ter acessos, mas a porta fechada com cadeado e senha eram na verdade um grande espaço negro e um caixão pequeno aberto, onde uma criança magra e de olhos fundos  com olheiras roxas despedia-se da vida. E era apenas isso.

Ao chegar na sala do Hogake onde Shikamaru estava, respirou fundo e entrou. Seu amigo estava de costas para ela, falando ao telefone. Ao vê-la, desligou imediatamente e pediu que se sentasse.

- Parece que você viu um fantasma- Disse ele, tomando a poltrona de Naruto.

- Na verdade vi muita coisa nas últimas horas, inclusive fantasmas.

Ino contou tudo o que vira á Shikamaru, contara sobre o que vira na mente de Hidori e depois a de sua ex esposa.

- E para quê exatamente você queria investigar a mente dela.

- Após descobrir que eram casados, procurei saber de ela tinha algum conhecimento sobre a distribuição de drogas que pudesse nos ajudar. Vi muita coisa, e obviamente além de saber ela trabalhava com isso, mas os dois estavam enfrentando a recente morte do filho, e parece que isso endureceu ainda mais seus corações. Mas não deixe se enganar, os dois já tinham a maldade dentro deles.

- Houve alguma coisa que te chamou a atenção?

- Hidori mencionou que tivera um mestre, e em uma das portas vi seu treinamento quando criança. Eles não tinham um bom relacionamento. Seu sensei era elegante, mas não mais do que o lugar onde eles estavam.

- Onde você acha que é?

- Hidori tem uma tatuagem de fênix resurgindo de uma geleira. Acho que estamos lidando com mais uma pista que nos leva ao País da Neve.

- Se Hidori aprendeu seu jutsu de paralisia no País da Neve, isso significa que há mais alguém que faça esse jutsu.

- Ele disse que o jutsu estava incompleto, isso quer dizer que há alguém que faça um jutsu ainda mais poderoso.

- Informarei Kakashi-san sobre isso e a Naruto e os homens que o acompanharam- Informou Shikmaru enquanto abria as gavetas de Naruto a procura de papel de carta.

Ultimamente por causa dos grandes avanços tecnológicos os ninjas, especialmente o Hokage, não tem usado cartas como meio de comunicação- exceto Sasuke- mas devido ao fato de Naruto e Kakashi estarem fora das formalidades na missão concedida a eles, era necessário que as cartas fossem usadas. Por isso, ao pegar o papel especial para este tipo de função, Shikamaru teve que se recordar a forma que escreviam no passado: Mensagens claras, curtas e que não concedessem informações sigilosas a quem quer que interceptasse a carta.

- Enquanto você comunica os Hokages eu organizo meus pensamentos na Inteligência.  Espero conseguir organizar tudo o que vi e chegar em alguma conclusão.

- Ainda não temos dois capturados?- perguntou Shikamaru.

- Já estive na mente deles, não existe muita coisa ali, somente historinhas de jovens apaixonados e blá blá blá.

- Entendo, nada do que nos seja útil no momento.

Ino concordou com a cabeça.

- Agradeço seu trabalho, Ino- Agradeceu o conselheiro.

- Sei que meu trabalho é esplendoroso, mas não há de quê- Gabou-se a loira, sorrindo.

Ino deixou a sala do Hokage e se encontrou com o restante da inteligência. Durante o caminho viu por entre as ruas movimentadas por causa do horário a figura inconfundível de Sasuke Uchiha caminhando com passos largos até a entrada principal de Konoha. Observou o belo homem de cabelos negros se afastar e se perguntou se por acaso Sasuke havia se encontrado com Sakura, e prometeu que mais tarde procuraria pela amiga.

A tempos não via a inteligência de Konoha tão movimentada. Haviam papeis sobre a mesa e pessoas ao telefone, no canto da sala, onde a parede de vidro separava um grupo do outro, Ino viu que alguns ninjas estavam em uma reunião. Os papéis sobre a mesa em sua frente mostravam gráficos de pessoas com intoxicação alimentar na vila, onde os níveis estavam maiores e na página de trás um estudo de onde as vítimas estiveram pela ultima vez antes de se sentirem mal. Alguns diziam ter comido fora, numa churrascaria, a qual Ino sempre visitara quando fazia parte do time dez. Até mesmo o Ichiraku, o restaurante de Teuchi, o dono e proprietário do estabelecimento mais visitado pelos turistas e por Naruto.

- Santo Hashirama...- Ao continuar lendo, Ino descobrira que a intoxicação podia produzir um mal estar que se estabelecia de vagar, e o agente ainda não identificado poderia acarretar em doenças e se não tratadas corretamente, em morte.

- Sakura-chan sabe disso?- Perguntou para seus botões.

Ao folhear os estudos lembrou-se de Hinata e Temari.

- Deus!!!!

Largou os papéis sobre a mesa sem se importar se agora estavam no chão. Suas botas faziam barulho quando iam de encontro com os degraus de cimento do local onde a inteligência se reunia. Tomou o caminho mais rápido até a casa da família que morava mais próximo, no caso a Uzumaki.

Ao chegar abriu rapidamente o portão pequeno na entrada, subiu os poucos degraus adornados por flores e vasos pendentes, coloridos e chamativos. Tocou a campainha e esperou até que alguém atendesse.

Escutou a voz de Hinata do outro lado, enquanto abria as fechaduras.

- Um minuto Ino-chan.

A loira não se espantou por Hinata saber quem estava do outro lado, quando a porta fora aberta, viu que as veias no rosto da amiga estavam voltando ao normal.

- Hinata-chan, como você está?

Sua pergunta fora desnecessária, pois a ponta vermelha do nariz da moça denunciava seu estado atual.

- Estou melhorando , Shizune-chan disse para que eu ficasse de cama, mas é impossível com duas crianças em casa e tantas coisas para fazer... Quer entrar, Temari-chan também veio me ver.

A principio Ino recusaria o convite da amiga, estava de passagem pois também queria ver Temari, mas a menção de Hinata sobre a presença da esposa de Shikamaru, viu ai uma grande oportunidade de matar dois coelhos em uma só cajadada.

- Ok...- Concordou, dando o primeiro passo para dentro da residêcia Uzumaki.

A casa da família Uzumaki falava muito sobre seus membros.  Era uma casa de dois andares com um belo jardim florido na frente. O muro baixo deixava a aparência como a de uma casa de boneca. Seu interior não era diferente, extremamente limpa, porém era evidente que moravam crianças ali. Os sapatos pequenos de Himawari e os sapatos sujos de Boruto estavam guardados na sapateira e o casaco amarelo da menina logo acima, no gancho do porta casacos.

- Hima-chan, guarde seus brinquedos!- Mandou Hinata, ao entrar na sala acompanhada de Ino.

- Mas eu ainda estou brincando!- Respondeu a menina de forma exclamativa.

- Se for por causa de mim não se preocupe- Disse Ino.

Hinata sorriu levemente e indicou o lugar ao lado de Temari para que a amiga se sentasse.

- Se tivéssemos marcado não teria dado certo!- Temari se levantou para cumprimentar a amiga.

- Estive pensando em te procurar, fiquei sabendo do bebê, inclusive, meus parabéns!- Cumprimentou Ino, sorrindo com verdadeira felicidade. Pelo menos uma coisa boa em dias tão atribulados.

- Não estou grávida- Informou Temari- Não estou feliz nem triste, na realidade eu já sabia. Me conheço! Eu saberia se estivesse grávida novamente. Agora que Shikadai já toma conta de si próprio vou aproveitar o tempo que me sobra e cuidar de mim, não estou pronta para ser mãe novamente.

- E nós pensando que teríamos mais um bebê entre nós- Comentou Hinata, servindo chá para Ino.

Ao olhar para xícara nas mãos da Hinata, Ino se lembrou dos relatórios da inteligência.

- Hinata-chan, quais são os sintomas da sua gripe?- Quis saber.

- Febre, dor de cabeça, mal estar, enjoos... É realmente uma gripe muito forte- Respondeu docemente.

- Estava sentindo mais ou menos a mesma coisa- Acrescentou Temari- Dor de cabeça, dores nas costas e enjoos, quase os mesmos sintomas de gravidez, ou gripe, se você comparar com a Hina.

- Vocês por acaso tem comido fora? No Ichiraku, ou em algum outro restaurante?

- Não me lembro quando foi a última vez que comi fora, deve ter sido no aniversário do Boruto, há dois meses atrás. Fomos em uma lanchonete, ele queria provar o novo hambúrguer picante- Respondeu Hinata.

- Também não me lembro da última vez...- Disse Temari.

- Onde fazem compras?- Ino queria chegar em algum lugar. Queria ter certeza de que Hinata e Temari não estavam no percentual de pessoas intoxicadas pela epidemia que atingia Konoha- E vocês fizeram exames de sangue?

- Por que está fazendo essas perguntas estranhas, tem algo que você queira descobrir?- perguntou Temari, desconfiada.

- Na verdade sim. Li alguns arquivos hoje na Inteligência e vi que muitas pessoas estão dando entrada no hospital com intoxicação alimentar, mas mais do que isso, os sintomas podem variar mais do que uma simples ingestão de alimentos contaminados, podem progredir e causar outros tipos de problemas, que podem, se não descobertos e tratados, matar.

- Quer dizer então que nós podemos estar intoxicadas e que precisamos urgentemente descobrir a causa.

- Exatamente.

- Fiz exames de sangue no hospital- informou Hinata- Shizune-chan pediu que eu os fizesse.

- Eu também- Disse Temari.

- E ela não disse nada?

- Apenas que eu me medicasse com remédios normais para a gripe e ficasse em repouso- Respondeu Hinata.

- Para mim ela confirmou o que eu já sabia, que não estou grávida. Disse para que eu voltasse caso os sintomas persistissem, mas melhorei assim que sai do hospital. Até agora não precisei voltar.

Do outro lado da sala, Himawari espirrou. As três mulheres na mesa se entreolharam e voltaram a sua conversa.

- O que você acha que pode ser, Ino-chan?- Perguntou Hinata, preocupada.

-Acho que todos os eventos estão conectados, todos esses problemas acontecendo de uma vez? Logo agora? Uma das mulheres presas possui memórias cujas quais admitem que existe uma conspiração contra nosso Hokage, mas ainda não possuímos provas suficientes para fazer qualquer acusação, precisamos de coisas que os liguem diretamente com o País da Neve.

Hinata engoliu em seco e olhou preocupada para seu reflexo para o chá em sua xícara.

- Espero que Naruto-kun esteja bem.

*

- O que consegue ver desse lado?- Perguntou Shikadai quase que num sussurro.

- Vejo muitos homens e mulheres carregando caixas de papelão para dentro de algo que parece ser uma garagem giante- Respondeu o menino, tentando ajustar o binóculo em seus óculos fundos.

- Farei um pássaro e voarei por cima da garagem, de lá tentarei reconhecer o que há ali dentro- Inojin comentou seu plano, esperando que os demais concordassem.

- Acho burrice de sua parte- Respondeu Shikadai, direto- Primeiro que você não conseguirá ver com nitidez de tantos metros de altura. Não poderá descer para que não fique a vista deles e não chame atenção, causando problemas desnecessários para nós. Enfim, fique aqui e observe conosco- Shikadai empurrou um binóculo para o amigo, que pegou, suspirando de forma a colocar todo o ar dos pulmões para fora, vencido.

O grupo observou o carregamento por certo tempo, até que as portas da grande garagem se fecharam de forma mecânica.

- Poucas caixas- Comentou Shikadai- O carregamento não está tão pesado como Sarada descreveu.

- Ela descreveu muitas caixas e containers. Ainda não vimos nada disso- Respondeu Denki, decepcionado.

- Pelo menos estamos no caminho certo- Disse Inojin, tentando animar seus amigos- O que diz seu rastreador de não sei o quê.

- É Rastreador de IP- Corrigiu o garoto, trazendo até seu campo de visão o pequeno aparelho que marcava um ponto vermelho há metros de distancia de onde eles estavam, o ponto azul que piscava.

- Certo, estamos aqui- Continuou Denki- O computador que estamos rastreando está aqui... Quer dizer que temos que ir para lá- O garoto apontou para sua esquerda. Eles deixaram os arbustos onde estavam escondidos e correram ainda pelas sombras contornando toda a construção. Notaram que o local não possuía câmeras de vigilância par ao lado de fora, mas se tratava de um local pequeno, que desapareceu na próxima curva.

Denki checou em seu rastreador novamente. O ponto azul se movia como o esperado, mas ao contornar a construção, eles saiam do caminho que deveriam seguir até o ponto vermelho fixo no visor.

- Porcaria- Praguejou ele.

Shikadai e Inojin se aproximaram.

- O que foi?- Perguntou Inojin.

- Vamos ter que entrar.

- O que?!- Espantou-se o garoto loiro.

- Por qual motivo a mudança de planos?- Quis saber Shikadai.

- Precisamos avisar o Boruto-kun e o Mitsuki-kun!!- Denki estava começando a ficar nervoso, ignorando a pergunta do colega.

 - Primeiro, antes de surtar, me responda! O que houve para que mudássemos de plano?

- Veja- Denki mostrou o visor de seu equipamento para Shikadai- Estamos aqui e o computador em questão está aqui, porém quanto mais contornamos o galpão, mais distante ficamos do alvo, isso quer dizer que precisamos de alguma forma continuar a linha continua que logicamente precisamos seguir, entretanto, não podemos continuar no caminho que estamos pois não chegaremos a lugar algum, precisamos entrar!

- Sarada-chan disse que atravessou portas subterrâneas que pulou a janela de algum lugar para dentro de uma casa. Precisamos seguir pelo caminho da Sarada e acessar o lugar por onde ela passou até a casa onde está o computador e rezar para que haja informações- Concluiu Inojin.

- Yoosh- Shikadai pegou seu radio transmissor e emitiu sinais para Boruto, e do outro lado do galpão, dentro da mata, atendeu.

- Time Águia Veloz na escuta- Respondeu Boruto.

- Águia Veloz? Time?- Shikadai se surpreendeu por Boruto ter dado um nome para sua dupla com Mitsuki.

- Desculpe se tive tempo para ser criativo. Qual o problema?

- Voltem e nos encontrem onde estamos.

- O que houve?

- Nós vamos entrar.



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