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História Survivors 2 - Worth.


Escrita por: twdprada

Notas do Autor


Oi survivors, como estão indo?

espero que amem o capítulo (:
Boa leitura!

Capítulo 30 - Worth.


Fanfic / Fanfiction Survivors 2 - Worth.

Em meio de um apocalipse zumbi, escolhas devem ser feitas a todo tempo. Se esconder, ou pular? Correr, ou lutar?

  Ficar... ou ir? 

-Que merda, que merda, que merda, que merda... que merda! –Victoria, com um cigarro entre os dedos, andava em círculos ansiosamente pela parte coberta do andar, enquanto Julia e Charlie, a observavam sem reação. –Eu conversei com a Emma... contei sobre minha história... falei que iria fugir daquele lugar e fugi. E de repente, estou com seus dois filhos idiotas que se acham maduros o suficiente para salvar seus pais de uma cientista psicopata.

  -Ela sabe que estamos ouvindo, não sabe? –Julia indaga, só para que Charlie pudesse ouvir.

  -Se eu soubesse da merda em que vocês estavam metidos... eu não pararia naquele túnel. Continuaria meu caminho... longe desse lugar... longe dos capangas daquela médica filha da puta. Eu fugi daquele maldito hospital para nunca mais vê-la de novo, para me estabilizar emocionalmente. –Ela coloca o cigarro aceso entre os dentes e para em frente as crianças. –Olhem para mim. Eu pareço estável emocionalmente? –Charlie tenta dizer algo, mas é interrompido. –Não responda. –Victoria traga a fumaça mais uma vez e prendendo a respiração, volta a andar de um lado para o outro. –Ok... não é hora para se desesperar. Só precisamos pensar com calma e... conscientemente. –Ela solta a fumaça, desacelerando seus passos. –Não podemos ficar aqui. Eles estão revistando cada quarteirão, seria uma questão de segundos para nos acharem. Não posso voltar para o hospital. Eles os matariam, sem hesitar. –Victoria vira de costas para os dois. –Mas eu também não posso voltar para aquele lugar. Não de novo.

  -Nossos pais biológicos foram assassinados. –Victoria, ao ouvir a voz de Charlie, permanece de costas. –Meu pai... minha mãe... o bebê que estava em sua barriga. Foram assassinados por um homem que tirou tudo que Emma tinha. Ele a abusou. A deixou sentir fome. A agrediu física e psicologicamente. Ele... –Charlie engole seco. –Amputou meu braço e o comeu na minha frente. –Mesmo com a dificuldade em falar sobre o assunto, ele insistiu em fazê-la os ajudar. –Quando meus pais biológicos morreram, Emma nos protegeu. Ela nos adotou junto com Daryl, que ao saber que ela havia se entregado para Elisabeth não pensou duas vezes antes de ir atrás dela. Assim como a gente. –Charlie deu dois passos para frente, enquanto Victoria permanecia em silêncio. –Perdemos nossos pais, Victoria. Não podemos deixar que façam o mesmo com eles. –Então, Victoria se vira lentamente em sua direção, absorvendo todas as informações que o garoto havia dado. –Por favor, você... precisa nos ajudar. Antes que Julia se transforme. -Ele implora. -Você é a nossa última esperança.

***

  Laura adentra o escritório de Richard, onde Martinez estava em pé, organizando algumas folhas e documentos que o líder dos vaga-lumes tinha em sua mesa. Ele percebe sua presença, olha para trás e é fitado por um sorriso.

  -O que está fazendo? –Ela indaga, aproximando-se.

  -Resolvendo algumas coisas para Richard. –Martinez responde, sem olhá-la. –Com tantas pessoas instaladas nas casas e com Rick ausente, tudo se tornou mais difícil.

  Ele se refere ao fato de Rick não ter condições de estar no controle naquele momento. Judith ainda estava desaparecida e o luto pela morte de Carl apenas piorava as coisas.

  -Sei que as coisas estão difíceis, mas... precisa relaxar um pouco. Tirar um tempo para sua saúde mental. –Ela coloca as mãos nos braços fortes do homem para se aproximar de suas costas. –O que me diz? –Laura, antes de depositar um beijo em seu rosto, sente Martinez desvencilhar-se. Ele estava a evitando naqueles últimos dias. O homem suspira, consertando a bandana pendurada em seu pescoço e afasta-se da mulher, ignorando-a e andando em direção à porta. Laura então, vai até ele, e segura sua jaqueta. –Martinez...

  -Você estava triste! –Ele se vira para ela e aumenta o tom de voz, próximo ao seu rosto.

  Sem entender, a mulher franze o cenho por trás dos óculos rachados de grau. –Do que está falando?

  -Você estava triste quando Cassie se foi. Estava... depressiva. Vulnerável. E eu... me aproveitei de você. –Ele explicou. –E você não percebeu isso, porque... eu servi como um consolo. Um consolo para a dor que estava sentindo.

  -Martinez... eu estou com você porque eu quero estar.

  -Você estaria se ela continuasse viva? –O homem indaga, e Laura fica sem palavras. –Teria... sequer me notado? –A mulher não diz nada. Apenas abaixa o olhar, confusa, e finalmente conseguindo entender o que o homem queria dizer. Martinez então, respira fundo. –Foi o que eu pensei.

  Ele se vira mais uma vez e ela segura sua mão. –Martinez, espera... –Laura o puxa para perto de novo. –Você sente algo por mim? –Ele observa fundo em seus olhos. –Algo de verdade?

  -Sim. –Ele responde. –Mas o que eu sinto, é real, Laura. E é por isso que... não damos certo. Porque eu não posso ser um suporte para sua dor. Não posso. -Laura presta atenção em suas palavras. –Não farei isso com você. –Então, antes de sair do lugar, diz, soltando sua mão. –Eu sinto muito.

***

  Victoria imbica com o veículo perto dos portões que a levaria para dentro do hospital de Elisabeth Blake novamente. Ao lado da guarita que os protegia, abriu a janela de vidro ao deparar-se com um curador. Ele era magro, com cinquenta anos de idade, dentes pretos pelo uso desgovernado de cigarro e tinha hálito de bebida alcoólica barata.

  -Victoria... –A mulher o observa, sem paciência. –Pensei que tinha ido embora de vez.

  -Agora só os machos alfas podem sair para tomar um pouco de ar? –Ela ironiza e o homem a fita desconfiadamente. –Olha... a mala está cheia de suprimentos, então, se não quiser comer sardinha estragada... é melhor abrir logo o portão.

  Segundos depois, o homem, acostumado com o jeito de Victoria, sem mais argumentar, a deixa entrar, sem mal imaginar que Charlie e Julia estavam abaixados e escondidos no banco de trás. Ela então, dá um sorriso de canto de boca e acelera com o veículo. Ao chegar na parte de trás do hospital, Victoria abre a porta e pede para Charlie e Julia se esconderem dentro de um carrinho de supermercado. Ela usou um fino lençol para cobrir o mesmo que aparentaria estar com suprimentos e pediu silêncio aos dois. Não demorou muito para que o carrinho com Julia e Charlie dentro fosse levado para o interior do hospital sendo empurrado por Victoria. Ela adentrou o elevador, apertou o botão do último andar e antes que a porta pudesse se fechar completamente, um dos curadores bloqueou a mesma, entrando junto com Victoria no pequeno espaço. Um frio percorreu a espinha da mulher, enquanto o homem parava ao seu lado, com a enorme metralhadora em mãos. Ele era alto, forte e da mesma idade dela, com tatuagens espalhadas pelos braços e pescoço. Sem fazer qualquer contato visual, Victoria permaneceu parada com as mãos sob o carrinho coberto. O homem observou seu perfil.

  -A ronda foi boa, pelo visto...

  Ela assentiu com a cabeça, sorrindo amarelo e o observando. –Achei um supermercado abandonado.

  O homem então, a desafia. –Que sorte a sua... porque revistamos todos os quarteirões dessa cidade e não encontramos nada nas últimas rondas. -Victoria engole seco e ainda sem olhá-lo, não diz mais nada. –Bom... você deve saber que alguém veio atrás da garota imune. Alguns dos nossos homens foram achados mortos, na ponte da cidade. Então, se sair novamente e ver alguma coisa estranha, me deixe sabendo. Não vou desperdiçar o que demoramos anos para encontrar por causa de algum vaga-lume filho da puta. –Por mais que não tivesse medo daquele homem, suas pernas estavam bambas só de imaginar o que aconteceria se alguém descobrisse que Charlie e Julia estavam lá. –Temos que seguir o protocolo, não é? -Ele sorri e Victoria retribui, rezando para que a respiração nervosa dos dois irmãos não alertasse o curador.

***

  Daryl escondeu-se atrás de um carro abandonado próximo à entrada da comunidade de Elisabeth. Com a crossbow carregada, ele cerrou os olhos para enxergar o curador que cuidava da guarita de vigia do hospital. Então, abaixando-se atrás de mais carros, conseguiu chegar perto da estrutura que abrigava o homem desconhecido. Por sorte, Daryl encontrou um garrafa de cerveja vazia, largada no chão do lado de fora da guarita. Então, segurando-a, a lançou longe para chamar atenção do curador. Ele, assim, levantou-se da cadeira, e com passos embriagados segurou a metralhadora pendurada em seu corpo.

  -Quem está aí?! –Antes que pudesse olhar ao redor, Daryl o agarrou por trás, dando uma chave de braço em seu pescoço e fez pressão contra o mesmo até fazer o homem perder o oxigênio. Ele tentou se desvencilhar, mas a força do caçador foi maior. Então, soltando seu corpo no chão, olhou em volta, antes de puxá-lo para dentro da guarita novamente. Daryl, depois de esconder seu corpo, caminha até as escadas coladas na superfície da parte de fora do hospital, que as levariam para o último andar. Seria burrice entrar no hospital pela porta da frente. Então, cruzando a crossbow em seu corpo, segurou os degraus e subiu até chegar no terraço. Ao fixar seus pés no teto que cobria o hospital, o caçador não perdeu seu tempo observando a altura que o separava do chão. Apenas direcionou-se para às escadas de incêndio e ao aproximar-se da porta que o separava do último andar, a abriu cautelosamente. Colocando seu par de olhos azuis para fora da porta saída da escada, percebeu que o corredor estava vazio.

  Foram precisos segundos para que Daryl entrasse em cada sala do enorme andar. Depois de certificar-se que mais ninguém perambulava pelo lugar, preparou-se para agir. Ao abrir uma das salas armado, deparou-se com um curador dentro da mesma, que antes de se virar para sua direção, foi atingido com uma flechada no peito. O homem caiu morto no chão e abaixando finalmente sua crossbow, Daryl percebeu que estava dentro do escritório de Elisabeth. E antes que pudesse fazer qualquer coisa, sentiu o cano de uma pistola ser fixada na parte de trás de sua nuca. Logo, a voz de Elisabeth Blake foi ouvida pelo mesmo.

  -De joelhos.

  Daryl, sem tentar usar sua arma, murmura, com sua rouca voz. –Eu só quero vê-la. –Sua referência pegou Elisabeth Blake de surpresa. –Só isso.

***

  Fui surpreendida ao ver Daryl entrar na sala de cirurgia que eu estava.

  -Daryl?! -Levantando da maca que estava sentada, aproximei-me de seu corpo. –O que faz aqui? –Meu coração bateu forte ao vê-lo me olhar de cima abaixo. Ele analisou a bata cirúrgica que cobria meu corpo e minha feição abatida. –Se... Elisabeth descobrir...

  -Ela já sabe. -Ele afirma e eu observo Elisabeth no fundo da mesma sala, observando de longe com a crossbow de Daryl em mãos. -Eu precisava te ver. –Sua voz rouca interrompeu-me e sem saber o que dizer, o observei sem entender. -Você... se arrepende? Do que fez?

  Tentei me comunicar da melhor forma.

  -Eu fiz o que achava certo, para salvar vocês... para poupar sua vida. –Respondi. –E se fosse preciso... faria de novo. –Daryl permaneceu me olhando, como se minhas palavras fossem flechas que furavam sua pele. –Fiz isso porque não queria te perder. Não queria perder Charlie, Julia... nem os outros. Fiz porque não aguentaria saber que morreram por minha causa. –Meus olhos encheram de lágrimas. -Eu sinto muito.

  -Quando a cirurgia acabar... ela vai te deixar ir para casa? –Daryl indaga. –Você vai voltar pra mim?

  Então, deixei uma lágrima cair pelo meu rosto, assentindo com a cabeça e tentando confiar nas palavras de Elisabeth. -Se eu sobreviver... 

  Senti Daryl respirar fundo, soltando um suspiro carregado, como se segurasse as emoções dentro de si mesmo. Ele não aguentava me ver daquela forma. A vontade de chorar estava o sufocando. Ao mesmo tempo que sentia minha falta, Daryl jamais aceitaria que eu pudesse me matar por ele. Tentei aproximar-me, dando um passo para perto do seu corpo, mas ele se afastou e comentou com a voz rouca:  -Espero que sobreviva.

  Então, nos observamos durante bons segundos antes que ele pudesse se virar e caminhar até Elisabeth Blake. -Eu disse que não ia adiantar. -Elisabeth falou para Daryl, entregando a sua crossbow. Pude enxergar os olhos azuis de Daryl ligados aos meus mais uma vez e foi como se naquele momento, soubéssemos que não nos veríamos mais. Então, ele pegou a sua crossbow e deixou a sala.

  Sentindo-me desabar por dentro, cambaleei para trás, apoiando-me na maca e respirei ofegantemente pela boca, sentindo meus pulmões doerem. Fechei meus olhos, enquanto meu choro ecoava pela sala cirúrgica, sendo observada por Elisabeth Blake, que permanecia em silêncio.

***

  A porta do elevador se abriu e os dois adentraram o mesmo andar.

  Victoria, em meio do corredor vazio, virou para o lado oposto do que o curador prosseguiu. E certificando-se de que ele já havia sumido de seu campo de visão, abriu a porta da escada de incêndio e estacionou com o carrinho dentro dela, fechando a porta e ativando o sensor que acendia a luz.

  -Puta que pariu... –Ela encostou as costas na porta fechada, respirando ofegantemente. -Essa foi por pouco.

  Charlie e Julia, tiraram a coberta de cima de seus corpos e antes que pudessem falar qualquer coisa, o irmão percebeu que ela não passava bem. –O que houve? –Ele indaga, colocando a mão na lateral do rosto da irmã. –O que está sentindo? -A menina fechou os olhos, sem conseguir respirar. Ela suava frio e perdia a cor de sua pele progressivamente.

  -A infecção está se espalhando. –Victoria diz, desencostando-se da porta e observando a menina. –Precisamos agir. E rápido.  

    Daryl, no terraço, ouviu vozes familiares vindo do lado de dentro das escadas de incêndio. Então, desistindo de descer pelas escadas exteriores que o levariam até o primeiro andar, fixou a mira da crossbow em frente a seus olhos e contou até três mentalmente. Então, ao ouvir mais das vozes, chutou a porta da escada e com a crossbow apontada, viu o que jamais imaginaria ver.

  Victoria, apontou a metralhadora para o caçador, estando na frente dos corpos de Julia e Charlie, que amedrontados, perceberam a presença de seu pai à sua frente. Antes que qualquer bala ou flecha pudesse ser disparada, os olhos azuis de Daryl fitaram os de seus filhos. Então, tudo aconteceu em câmera lenta. O caçador abaixou a crossbow no momento em que Charlie correu até seu corpo e envolveu seu tronco, abraçando-o. Como se acordasse de um pesadelo, ele teve seu corpo abraçado também por Julia. Victoria, sem entender o que estava acontecendo, cedeu, tirando a mira de frente de seus olhos progressivamente.

  -Charlie... Julia... o que vocês...

  -Viemos atrás de você e de Emma. -Charlie responde, próximo ao rosto de Daryl.

  -Sozinhos?

  -Não. –Julia responde. –Victoria nos trouxe.

  O caçador então, afasta-se por um segundo das crianças e observa a mulher desconhecida em pé, a alguns metros de onde estava.

  -Ela trabalhava aqui. –Charlie disse, enquanto Daryl a fitava desconfiadamente. –Sabe onde Emma possa estar.

  Victoria, meio sem jeito, diz. –É um prazer conhecê-lo... -Ela vê a mandíbula trincada de Daryl, nada satisfeito em vê-los ali. -Ou não.

  Daryl dá um passo em sua direção, furiosamente. -Que direito você acha que tem para trazer duas crianças para um lugar desses? 

  -Ela nos salvou. –Charlie diz, ficando na frente de Victoria. –Nós que decidimos vir, ela apenas nos ajudou.

  -E até aonde pretendiam ir com isso? –Daryl observa seus filhos mais uma vez.

  -Até onde for preciso. –O garoto responde e vira-se para a direção onde Victoria estava. –Onde fica a sala de cirurgia?

  -Em algum lugar da...

  -Ala oeste. –Daryl completa a fala de Victoria e os três o observam.

  -Você... a viu? –Victoria, então, indaga, começando a entender o que realmente havia acontecido.

  Daryl, desviou o olhar por um segundo, lembrando-se do que havia acontecido minutos depois.

  -Elisabeth já conseguiu extrair uma vacina. –Ele explica. –Para conseguir mais... Emma tem que ser operada. –Sentindo dificuldade em expressar o que sentia com aquilo tudo, observou Charlie novamente. –E ela não se arrepende. Quer continuar com isso. 

   -Acha mesmo que Emma realmente está pensando no que está fazendo? –Charlie pergunta, interrompendo-o. –Ela está agindo sem pensar nas consequências, apenas... ligando para o fato de que poupará nossas vidas, arriscando a si mesma. E é por isso que estamos aqui. É por isso que viemos. Não podemos deixá-la fazer isso.

  Daryl pareceu não pensar duas vezes sobre o assunto. -Vocês foram irresponsáveis. Poderiam ter morrido. Deveriam ter ficado na comunidade e ter deixado eu resolver isso. 

  -Mas você não resolveu. -Ele rebate. 

  -Eu tentei. -Daryl disse. -Acabou, Charlie. Emma não nos quer aqui. -Após alguns segundos em silêncio, ele ordena. –Vamos para casa.

  -Eu não vou a lugar algum. –Charlie rebate. –Não nas condições que estamos. -O menino então, fita Julia de longe. A menina, de cabeça baixa, permaneceu em silêncio.

  Daryl faz o mesmo. -De que merda está falando? 

  Então, Charlie balbucia, em baixo tom. -Julia foi mordida. 

  Sem acreditar no que ouviu, Daryl virou-se em direção a garota e a observou de cima abaixo. Os olhos cor-de-mel de Julia foram cobertos de lágrimas enquanto ela o observava. 

  -Deixa eu ver. –Ele pede, em baixo tom.

  Então, Charlie sai do lugar em que estava, segura o pulso da irmã e ergue a manga de sua vestimenta, demonstrando a mordida ainda sangrenta em seu antebraço. Daryl pareceu perder o oxigênio ao ver aquela cena. –Isso tem um dia. É uma questão de minutos para que se propague. –Charlie afirma, soltando o braço da irmã. –Você mesmo disse que ela conseguiu extrair uma vacina. Talvez isso possa salvar Julia. 

  Alguns barulhos vindos do térreo são escutados e Victoria corre até a beirada do terraço.

  -Merda... –Daryl murmura, ao perceber que alguns curadores subiam as escadas da parede do prédio.

  Victoria carrega sua metralhadora e aproxima-se dos três novamente. –Eles já sabem. –A mulher diz. –Eu posso ganhar tempo, mas vocês tem que correr.

  -Temos que ir... –Charlie segura a mão da irmã.  

  -Eu disse que não! –Daryl grita, proibindo-os de ir.

  Então, Charlie o peita mais uma vez. -Eu não vou deixar a minha irmãzinha se tornar uma daquelas coisas! –Daryl, em silêncio, pensa mais uma vez sobre o plano. Ele fita Julia. Vê a palidez tomando conta de sua pele, a dor começando a fraquejar suas pernas, a infecção de espalhando.

  Escolhas devem ser feitas da maneira mais inteligente possível.

  A máscara de anestesia foi colocada sob meu rosto e eu observei os médicos ao meu redor, enquanto permaneciam em pé, perto da maca em que eu estava deitada. Senti meus olhos ficarem pesados, e minha sonolência misturar-se com o barulho das máquinas que demonstravam meu pulso e meus batimentos cardíacos. E, antes que eu pudesse fechar os olhos por completo, Elisabeth apareceu em meu campo de visão. E eu pude ver Judith, em seu colo, enquanto seus cabelos loiros eram acariciados pelas mãos da médica.

  Arregalei meus olhos e não tive forças para dizer uma palavra sequer. Eu estava congelada.

  -Pense em algo bom, Emma... –Meus olhos piscaram, e eu adormeci. –Apenas pense em algo bom.

  Mas, às vezes... as escolhas também dependem da sua sorte. 


Notas Finais


não deixem de comentar<3 ~prada


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