Lydia pergunta, sem o maior esforço, jogada de pernas para o alto em seu sofá novo e confortável. Sua sala tinha moveis, é claro, mas a maioria empacotados, assim como seus outros objetos da mudança.
— Olá, aqui é o Xerife Stilinski, da delegacia de Beacon Hills.
— Sim? Essa é a Lydia Martin falando!
Em um estalo de dedos a ruiva se botou em uma posição mais comportada, ajeitando suas roupas amarrotadas e seu cabelo bangunçado, como se alguém estivesse a observando.
— Estou ligando para confirmar sua presença em seu primeiro dia de trabalho aqui. Pois já temos um caso de alto nível á sua espera.
— Sim, estarei aí. Mas sobre o que se trata o caso? — perguntou, fingindo ser madura ao falar palavras formais.
— Pretendo dizê-la amanhã, se for possível. — deu um longo suspiro. — Boa noite.
— Tenha uma boa noite, Xerife! E obrigada por ligar.
Desligou seu celular e logo o jogou há alguns centímetros de si, levantando-se e estalando todas as partes do seu corpo, se preparando para algo.
— Ok, Martin! Você consegue! Você é capaz disso, não tenha medo!
Continuava a falar sozinha, se motivando, como se fosse a coisa mais normal do mundo, afinal, já estava acostumada.
E finalmente arrumou coragem, para desempacotar seus portas retratos, microondas, sua televisão… tudo o que era preciso para realmente sobreviver naquela casa. Quando sua campainha tocou, bufou, pois teria que caminhar até a porta que era um pouco longe de onde ela estava.
— Já vai… — resmungou, com raiva.
Abriu a porta e deu-se de cara com sua melhor amiga do colegial, Kira Yukimura, que usava um vestido florido e botas pretas naquele dia.
— Como vai minha mais nova detetive favorita?! — disse com animação, já adentrando em seu novo apartamento.
— Nada bem. — Lydia fechou a porta e trancou, a chutando depois.
— Ok, deu pra ver que você tá com raiva. Mas, por quê? — sentou-se no sofá.
— Ai, é que eu vou ter que… Você sabe… Desempacotar isso e guardar aquilo, e tudo mais. — passou mais de dez segundos apenas alongando as palavras.
Kira deu uma grande risada e se levantou, dando um abraço em sua amiga, que fingia estar chorando e logo depois deu um sorriso ao ouvir ela.
— Não se preocupe, é pra isso que eu estou aqui.
— Muito obrigada, não sei o que seria sem você, Kira-chu.
— Tudo bem. Mas eu sempre pensei: Como você pode não ser preguiçosa sobre resolver casos, enigmas super difíceis e ser preguiçosa em arrumar sua própria casa? — perguntou, quase querendo dar um soco na ruiva.
— Porque enigmas, casos que são difícieis, me prendem á eles. E eu não consigo sossegar até descobrir-los.
— Cala a boca! Isso não faz sentido nenhum!
— Senti sua falta. — Lydia deu uma risada, e jogou-se no sofá novamente.
•▪•
— Ugh!
Stiles balbuciou, fechando a tela de seu computador com um pouco mais de força do que ele desejava.
— Isso, quebra. Só saiba que eu não irei comprar outro.
Seu pai disse, totalmente calmo. Carregava duas canecas quase cheias de café e deixou uma delas em cima da escrivaninha de Stiles.
— Só isso?! — disse, surpreso, como se fosse um absurdo.
Olhou dentro de sua caneca e achou que a quantidade de café era pouco, fazendo seu pai se irritar.
— É pro seu bem. Ás vezes muita cafeína acaba fazendo mal. — falou, bebendo um pouco da sua caneca.
— Tanto faz, é bom, e me deixa acordado. — deu de ombros. — E só pra deixar claro, eu ainda não estou falando com você!
Elevou sua voz e apontou seu dedo indicador para seu pai, que mantinha a mesma expressão de 5 minutos atrás, deu uma pausa e bebeu seu café, esperando ele dizer alguma coisa.
— Ainda isso, Stiles? É sério, quantos anos você tem? Cinco?! — Noah respondeu, levantou suas sobrancelhas.
— Vinte e dois, pai! Em falar nisso, não acha que eu já estou grandinho demais para resolver meus casos SOZINHO?!
— Sim, por isso te deixei um ano inteiro fazendo isso.
— Ah sim. E agora você acha que eu nâo sou bom o bastante para resolver este caso sozinho? Eu sou o melhor detetive daquela delegacia todo mundo sabe!
— Filho, eu confio em você. É só que o caso, não está tanto ao seu nível, então estou juntando você e o novo policial, são do mesmo nível, eu acredito.
— Aham, sei. Pede pra ele ser seu filho então, eu nem ligo mesmo. — revira os olhos.
— Vinte e dois anos, Stiles. Eu acho que você já está grandinho o bastante para lidar com as consequências do seu trabalho. — ele disse, tirando sarro de sua própria frase.
Stiles bufa e cutuca sua mesa com seus dedos, sem parar, pensando, estava nervoso. Seu pai decide o dar uma motivação.
— Se acha que é tão melhor assim que ele, então prove. Me deixe orgulhoso!
E dito isso, foi em direção a seu quarto, deixando a caneca que por agora já estava vázia, na mesa de jantar.
— Desgraçado, nem pra lavar a própria caneca.
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