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História Swan Song - Dare to Dream - capítulo 80


Escrita por: _dreamer

Capítulo 168 - Dare to Dream - capítulo 80


[...] 1 semana depois.

-Eu estou morrendo de fome. – Max reclamou alto, fazendo com que todos o ouvissem.

Uma semana. Esse era o tempo que eu tinha conseguido ignorar Harry e Louis. Uma misera semana. E eles insistiam. Eu sempre me escondia na barraca dos meninos ou até mesmo embaixo da mesa do refeitório ou algum armário da cozinha vazio.

Meu coração sentia a falta deles. Eu praticamente impossível negar o quanto era difícil para mim me separar dos dois. Era praticamente como se eu precisasse dos dois para viver – o que não passava longe da verdade. Eu sentia falta de seus olhares, seus toques, suas palavras, seus lábios, mas isso...Era confuso! E nem uma decisão eu conseguira tomar nesse maldita semana. Nada.

-Está dormindo? – Nathan perguntou, balançando a mão na frente de meus olhos irritados. Pisquei diversas vezes encarando ele.

-Oi?

-Viajou aí. – Nathan comentou e depois que avistou Jay deu um berro. – Ainda tem?

-Não! – Jay berrou de volta. Nathan assumiu uma expressão frustrada e apoiou a mão no queixo.

-Que saco.

-Suas bebidas contrabandeadas acabaram? – perguntei docemente e Nathan rolou os olhos, confirmando. Tentei não rir porque sabia que ele ficaria bravo comigo, então mantive o sorriso inabalado e escondi a risadinha com uma tosse abafada. – O que temos para comer hoje?

-Nada! – Max respondeu de seu canto. – Não temos absolutamente nada para comer. E sabe o que mais? Tina sumiu. Pegou seu carro e vazou esta manhã. Disse que estava cansada.

-Colocaram cobertura de pudim no saco de dormir dela. – disse – Ela acordou completamente pipocada de picadas de insetos. Era de se esperar que nos odiasse para sempre.

-Você quem disse para fazermos isso com ela! – Siva protestou, virando os olhos em nossa direção.

-Não. Vocês disseram ‘ou na Tina ou nos seus amigos’.

-Certo, então a culpa é sua. – Tom disse, encarando as próprias unhas.

-Não, é de vocês!

-Se a culpa é nossa, colocamos em quem quisermos. Então, agora é sua.  

-Vou falar com Liam. – suspirei me levantando – Talvez eles tenham alguma comida lá.

-E aí você traz pra gente. – Jay comentou.

-Não.

Avancei o refeitório que era como a fronteira entre o espaço dos dois acampamentos e pulei os degraus rapidamente, me dirigindo em direção a barraca dos meninos, mais precisamente a de Liam.

-Liam? – chamei alto e esperei. Logo, um ninho de cabelos cacheados colocou a cabeça para fora. Aquele não era Liam. Recuei em direção ao refeitório, mas ele já tinha me visto.

-June! – Harry disse, assustado.

-June? – ouvi alguém (lê-se:Louis) gritar dentro da barraca e colocar sua cabeça para fora também. As cabeças dos dois se chocaram uma contra a outra fazendo um barulho alto. Gemi, sentindo a dor deles.

-Oi. – acenei fracamente e fui em direção a outra barraca. – Liam?

Eles vieram atrás de mim. Suspirei sabendo que fariam isso e me virei para os dois.

-Oi. – repeti e eles acenaram também. – Hm, Liam?

-Eu? – Liam bocejou, finalmente colocando sua bendita cabeça para fora da barraca. – Oi, June.

-Oi. – murmurei me virando desconfortável pela proximidade de Louis e Harry, e como eles pareciam realmente atentos a cada movimento que eu fazia. – Tem algo de comer aí?

-Procurou na cozinha?

-Já. E parece que toda a comida simplesmente se esvaiu. – respondi.

Liam saiu da barraca e ficou de pé, esfregando a cabeça.

-Hm, vou lá dar uma olhada. – ele disse e foi andando. Diante da situação de ficar ali com Harry e Louis, saí correndo atrás dele.

[...]

-Não tem absolutamente nada. – Cath disse se apoiando na bancada e passando uma mão no rosto. – O que vamos comer?

-Vamos dar um jeito. – Liam garantiu. Zayn o olhou com aversão.

-Dar um jeito? Eu já estou com fome! Estamos no meio do mato, sem telefone, sem contato com ninguém, acabamos de descobrir que nossa instrutora nos deixou sem motivo algum e... – me encolhi como se não soubesse dos motivos de Tina ter ido embora e continuei assentindo com tudo que ele dizia. – Vamos morrer.

-Vamos nos acalmar, por favor? – Liam pediu – June, seus amigos tem comida?

Tentei não me incomodar com a maneira como ele disse isso, mas era difícil. Fiz uma pequena careta e neguei com a cabeça.

-Também não. Mas pelo menos, água ainda tem.

-Então estamos realmente sem comida. – Cath afirmou. – Pode haver frutas em algumas arvores.

-E como vamos saber se são comestíveis?

-Uh, é...Péssima idéia. – Cath murmurou sem graça. – Podemos pescar e... – seus olhos imediatamente se arregalaram ficando do tamanho de bolas de golfe, fixados em algo as minhas costas. – Uma galinha!

-Ahn? – perguntei confusa me virando para onde ela apontava. Ali estava. Uma galinha gigantesca, realmente um pouco cheinha e pomposa andava tranquilamente por ali. – Por que tem uma galinha aqui?

-Tem alguma coisa amarrada no pescoço dela. – Cath apontou. Corri até a galinha. Ela tentou se esquivar de mim e estalou o bico ameaçadoramente, mas por fim deixou que eu arrancasse o papel preso em seu pescoço – O que diz?

-“Façam bom proveito, beijos Tina” – li nervosa – Sério?

Esperava que suas expressões fossem tão indignadas como a minha, mas eles pareciam realmente pensar no caso.

-Vamos comer a galinha, então. – Liam disse calmamente.

-Sim, vamos comer. – Zayn concordou esfregando as mãos.

-Não! – gritei e pulei na frente da galinha, agarrando-lhe rapidamente e colocando-a debaixo do braço. Saí correndo ouvindo seus gritos indignados e seus passos logo atrás de mim.

[...]

-Nos dê a galinha.

-Não!

-Vou subir nessa arvore e arrancá-la de você.

-Nem pense.

-Estamos morrendo de fome! Pelo amor de tudo que ainda é sagrado, nos dê a galinha.

-Não conheço nada que ainda é sagrado, portanto não sinto esse amor e pela milésima vez, e sim, estou contando: não!

-Qual é o seu problema? – Nathan perguntou irado.

Certo, então Liam colocou os dois acampamentos inteiros contra mim. Até Harry e Louis esqueceram suas magoas e vieram me ameaçar também. Com todos me acuando, subi numa arvore com a galinha bem firme e fiquei por ali. Porém, eles me acharam. E queriam a galinha morta – para comer, coisa que eu não concordava. E não concordaria tão cedo.

-Não vão matar a Penosa. – gritei de volta.

Todos ficaram um minuto em silêncio.

-Penosa? – Harry gritou – Ela é só uma galinha, não pode dar nome pra ela.

-Claro que posso. Você também é uma galinha e tua mãe te deu nome mesmo assim. – resmunguei – Agora cala a boca aí, Styles.

Harry resmungou algo que eu não me dei ao trabalho de ouvir, depois retornou a discussão.

-Você come frango frito, oras. É a mesma coisa.

-Não é a mesma coisa. – respondi – Não matam o frango frito na minha frente. E eu nem sequer me apeguei a ele!

-Mas você come frango assim mesmo, sabendo que já foi uma galinha.

-Oras, é claro. Porque eu nunca conheci a galinha, não? Essa aqui é diferente. Não vou deixar que matem nenhum ser vivo enquanto estiver aqui.

-Vou matar um mosquito. – Harry anunciou.

-Que mosquito ia querer te morder? – perguntei irônica e ele me mostrou o dedo do meio. Os meninos reviraram os olhos para Harry e continuaram a discutir.

-Por favor, estamos famintos. – Zayn implorou.

-Pois que pesquem.

-Peixes também são seres vivos. – Jay murmurou e Nathan virou-lhe os olhos. Jay rapidamente tapou a boca com as mãos. – Nada.

-Não pesquem. – rosnei. – Peguem frutas, sei lá.

-Vamos ficar aqui até você descer com essa galinha. – Louis disse com uma pontada de irritação na voz.

-Sorte sua Niall não estar aqui. – Liam disse.

-June, vai...Somos amigos! – Nathan disse, praticamente implorando.

-Sim, somos amigos. E a galinha não tem nada a ver com o nosso relacionamento. Pois digo não, não e mais um não.

-Vou subir aí e te arrastar. – Jay ameaçou e eu revirei os olhos.

-Gostaria de vê-lo tentar.

-Ela sabe que você não tentaria. – Siva riu com Nathan.

-Se eu estivesse com mais fome, eu mesmo o faria. – Tom disse pensativo para Max, que assentiu.

-Não vão arrastar June. – Liam disse ameaçador e logo os dois grupos começaram uma discussão que eu me vi obrigada a terminar.

-Por que não usam essa mesma animação que tem para brigar para ir procurar algo para comer?

-Pessoal. – Cath disse, fazendo com que eu finalmente notasse sua presença. Ela parecia completamente entediada. – Ela é June. Até vocês – ela apontou para os meninos do TW – conhecem ela o suficiente para saber que quando está determinada ela é fogo, ou seja, não insistam. Não vai dar em nada.

-Concordo com a Cath. – Max disse de uma maneira que eu considerei completamente suspeita. Estava rolando algo aqui? Max passou o braço pelos ombros dela, que o tirou rapidamente.

-Eu tenho namorado. – Cath murmurou e Max deu de ombros. – Achei conveniente comentar.

-Hm. – Max disse antes de fechar minimamente a cara e se afastar.

-Estranho. – murmurei de meu canto.

A galinha permanecia tão imóvel no meu colo que ou podia estar dormindo ou podia estar morta. Esperava que não fosse a segunda alternativa, mas assim que ela estalou o bico, dei um suspiro de alivio, porém ela estava nervosa.

-Para! – gritei, enquanto ela se depenava em cima de mim, tentando escapar. Senti meu corpo vacilar do tronco da arvore não tão alta, mas também o suficiente para que se eu caísse no chão, eu quebrasse toda a minha cara. – Não.

A galinha batia as asas, completamente impaciente.

-Você não sabe voar, sua idiota. O que quer fazer? Não, para.

A galinha parecia entender completamente o contrário e já começava a berrar. Não sei ao certo qual barulho galinhas fazem, mas ela tecnicamente estava realmente berrando. Os meninos, ocupados em sua própria discussão, não perceberam nada ou ajudariam a galinha a fugir de mim.

-Estou tentando te proteger, não faz isso Penosa! – gritei mais alto e todos os olhares se voltaram para mim.

-Foge, foge! – Liam disse, balançando os braços e cruzando os dedos em figas desajeitadas.

-Não foge. – agarrei a galinha ainda mais forte, o que fez ela piar ainda mais alto e soltar meu abraço, batendo suas asas em mim. – Não!

Dei um berro assim que meu corpo escorregou do tronco e caiu em cima de algo confortável e macio.

-Ai. – foi a única coisa que Nathan murmurou, deitado logo abaixo de mim. – Gorda.

-Sua mãe. – dei um tapa forte em sua cabeça, bagunçando levemente seus cabelos. – A galinha! – gritei me levantando e tentando ir atrás dela, que corria desesperada dos meninos. – Não! Não façam isso.

Quase corri atrás deles, mas fui impedida pelo gemido de Nathan.

-Pode me ajudar, por favor?

Estendi minha mão e o puxei para cima. Nathan limpou a blusa, suja de terra e me encarou irritado, mas por fim sorriu.

-Um regime cairia bem. – ele disse de maneira sacana.

-Você está bem? – perguntei rindo.

-Não é sempre que uma baleia cai em cima de mim, mas vou ficar.

Soquei-o com força no estomago.

-Engraçadinho.

[...].

-Perderam a galinha? – perguntei enquanto eles voltavam, limpando as gotas de suor da testa, ambos bufando e com a mão na barriga. O sol já estava se pondo, o que significava pouco calor. Eu e Nathan já tínhamos nos encarregado da fogueira e nos sentávamos confortavelmente na frente da mesma.

-Zayn não conseguiu segurar ela. – Liam disse encarando Zayn.

Quase dei uma gargalhada ao ver o estado de Zayn, mas resolvi disfarçar. Nathan foi bem menos sutil e deu uma risada alta e sonora. O pior foi que sua risada foi ecoando e ecoando, fazendo com que Zayn revirasse os olhos e puxasse os próprios cabelos, cheio de ódio.

-Sabe a quanto tempo estou sem tomar um banho decente? Sabe a quanto tempo estou tendo que usar as mesmas roupas? A quanto tempo estou dormindo no chão? Quantas picadas de mosquito tenho? Sabe a quanto tempo eu não lavo meu cabelo? Então, não ria! – Zayn rosnou, indo se largar num tronco próximo, fazendo uma careta.

-Essa é a mesma situação de todos. – murmurei, apontando para os nós em meus cabelos que com certeza não soltariam facilmente. – Eu já quero ir embora.

Os outros se sentaram. Siva lançava olhares solidários para Zayn vez ou outra, como se sentisse a mesma coisa. Max estava entediado, lançando olhares inquietantes para Cath, enquanto Louis e Harry me encaravam furiosamente. Liam acabou (quem diria) conversando com Tom, mas eles trocavam poucas palavras. Nathan e Jay conversavam comigo, mas ambos sabiam que eu não estava cem por cento na conversa. Meus pensamentos viajavam.

[...]

-Como foram mandados para cá? – Nathan perguntou, depois de um tempo, aproveitando um raro momento de confraternização dos dois grupos.

-Nós brigamos. – respondi encarando meus pés. Nathan bufou.

-Só isso?

-Destruímos uma parte da casa do nosso empresário. – Harry disse. Todos soltaram exclamações. Nathan riu.

-Uau, é isso aí. – Max disse – Como fizeram isso?

-Brigando. – Zayn respondeu. – Foi uma briga realmente feia. Cath quase matou June, eu quase matei Liam e Harry e Louis quase se mataram e mataram June também.

-Notamos que June gera um instinto e uma vontade de matar. – Jay comentou, me lançando uma piscadela. – Por que brigaram?

-Por que querem saber? – Liam perguntou desconfiado.

-Queremos contar para uma revista super famosa assim que sairmos daqui, para manchar a reputação de vocês. E aí vamos querer todos os detalhes, né. – Siva disse em tom zombeteiro. – Só queremos uma boa conversa.

-Bom, Louis e eu tivemos lá nossas discussões e...

-Que se resumia em June, imagino. – Nathan disse baixinho, me cutucando as costelas. Olhei em desespero para ele, mandando-o calar a boca na língua de sinais. Também falei que ele morreria se dissesse mais.

-Zayn postou uma foto vergonhosa minha no twitter. E eu tinha dito para ele apagar, mas ele não apagou, aí chamei-o de idiota e estourou tudo.

-Por que o loiro oxigenado não estava na briga? – Jay perguntou.

-Niall.

-Isso. Por que o tal do Niall não estava na briga?

-Ele nunca briga. – disse, coçando a cabeça. – E ele não gosta de brigar. Ele é fofo demais para isso. Enfim, que seja, ele tentou parar a briga, e acabou se quebrando por isso.

-Uau, quebraram ele? – Tom perguntou surpreso e soltando uma risada.

-Não quebramos de propósito, mas...Aconteceu. – Zayn disse envergonhado. – Mas acho que ele nos desculpa.

-Eu não desculparia. – Tom disse olhando para os outros meninos da banda – Nunca pensem em fazer isso comigo.

Todos riram. Encarei as chamas, completamente pensativa e me agarrando ao meu casaco, que era a única coisa que eu tinha, afinal, Simon não mandou trazer tantas roupas.

-Eu quero ir embora. – murmurei baixo, mas todos ouviram e assentiram, como se compartilhassem o mesmo pensamento.

-Também quero. – Nathan disse e então eu me dei conta do que tinha esquecido de perguntar. O que eles faziam aqui? Se realmente estivessem acampando e acostumados a isso, achariam a situação completamente engraçada, mas pareciam loucos para ir embora.

-O que vocês fazem aqui? – perguntei sem hesitar, completamente desesperada para saber.

Eles se entreolharam. Liam se sentou mais ereto. De repente, todos queriam saber.

-Tivemos alguns problemas. – Nathan se apressou em responder.

-Que tipo de problemas? – insisti.

-Enlouquecemos um dos nossos chefes. – Nathan riu – Ele se demitiu, mas antes disso ficou completamente louco. Não é lá muito interessante como destruir grande parte da casa do seu empresário, mas acreditem, foi legal.

-O cara já era meio louco. – Siva riu – Só ajudamos ele a sair desse armário.

-Claro que isso foi o suficiente para julgarem que perdemos nossa humildade. – Max disse irônico, jogando um graveto nas chamas. Seus olhos se voltaram para mim. – Eles não nos conhecem.

-Quiseram nos castigar, é claro. Sugeriram esse acampamento e eles nos jogaram aqui. – Tom disse ressentido.

-Disseram não saber mais o que fazer. – Nathan disse, encarando as próprias mãos. – Pediram...Digo, mandaram que passemos um tempo aqui até eles colocarem tudo no lugar.

-Nossa imagem ultimamente não tem sido das melhores também. – Siva explicou, vendo a confusão em meus olhos – Claro que a imprensa inventa muito, mas na maioria das vezes não fizemos nada.

-Entendo. – Louis disse subitamente e todos assentiram, exceto eu.

-Mas assim que voltarmos vamos continuar com o nosso trabalho, mais empenhados que nunca. – Nathan riu – Queremos mostrar que vale a pena confiar em nós, sei lá.

-Pode apostar. – Siva riu. – Mas isso não é muito interessante. Podemos falar sobre coisas mais legais para que eu esqueça a fome insuportável que estou sentindo?

-Hm, vamos ver...Que tal falarmos sobre medos? – Nathan sugeriu, se virando pra mim. – June, você começa.

-Eu não. Que brincadeira mais besta. – murmurei me mexendo desconfortavelmente. Eu não queria falar sobre isso.

-Ela tem medo de voar. – Louis disse e eu o encarei irritada. Os meninos bufaram e soltaram risadinhas.

-Ela tem medo de altura. – Cath corrigiu – E é super normal. Milhares de pessoas compartilham esse medo.

-Obrigada, Cath.

-De nada. – Cath sorriu.

-Não pode ter medo só disso. – Jay murmurou.

-Pois eu tenho.

-Tem alguma coisa a mais, sei que tem. – Max disse catando algo na terra. Uma pedra talvez? – Que tal isso?

Ele colocou a mão suja com um inseto gigantesco bem na minha frente, fazendo com que eu caísse de costas do tronco e desse um berro.

-Tira de perto de mim. – gritei, me afastando dele.

Max segurou o inseto apenas pelas pernas. O que era aquilo? Uma barata? Um besouro? Uma cigarra? Não importa. Só sei que era gigantesco. E eu detesto insetos.

-Ué, disse que não tinha mais medo de nada. – Max disse, se aproximando de mim com o inseto, pulando o tronco.

-Não! Nathan! – puxei o corpo de Nathan, que caiu rindo do tronco também para ficar em minha frente. Encolhi-me atrás dele. – Tira esse cara daqui.

-Eu não. Já viu os músculos desse cara? Eu gosto do meu rosto.

-Não. – me levantei recuando. – Max, eu estou falando sério. Se encostar essa coisa em mim, eu vou te arrebentar.

-Tem medo do bicho, mas não tem medo de mim?

-Der.

Louis e Harry nem sequer se moveram em minha defesa – eles pareciam se divertir as minhas custas, assim como os outros. Max agarrou minha mão com a sua mão livre e a puxou em direção ao inseto. Dei um berro.

-Não faz isso! – gritei.

Mas era tarde demais. Todos os outros incentivavam Max. E eu mordia seu braço desesperada, mas ele colocou o inseto em minha mão. Eu sentia suas pernas em meu braço, eu...

-Ah, tira isso, tira isso. Mata isso! – berrei, jogando o inseto longe, no chão.

-Desculpe, mas minha amiga pediu para que eu não matasse criaturas vivas.

-Vai se ferrar, Max. Eu te dou dez segundos.

-Dez segundos pra quê?

-Pra correr, seu idiota. Eu vou te matar.

Todos riram, mas Max realmente levou a sério e saiu correndo. Não corri atrás dele, apenas me sentei ao lado de Nathan esfregando minha mão no local que o inseto pousara, que estava completamente vermelha.

-Que inseto era? – perguntei.

-Acho que era um baratão. – Nathan disse pensativo. – Podia ser qualquer coisa.

-Um baratão. – resmunguei observando Max voltar e se sentar – Eu vou te matar, pode anotar.

Harry e Louis me olhavam de maneira inquisitiva e conversavam entre si. Eu estava ansiosa para saber sobre o que tanto conversavam. Zayn estava praticamente dormindo no próprio ombro, imitado por Liam. Tom bocejava loucamente assim como Siva, Cath e Max.

-Vão dormir. – comentei, observando a orquestra de bocejos diante de mim.

-É uma ótima id... – Cath começou, mas adormeceu no meio da frase, caindo molemente no tronco e se aconchegando. Max encarou-a completamente surpreso. – Pensando bem, eu vou dormir por aqui mesmo.

-Eu te levo para sua barraca. – Max se ofereceu com um sorriso sonolento. Cath estava tão cansada que nem se atreveu a discordar...Ou lembrar que tinha um namorado. Simplesmente deixou que Max passasse as mãos por seus joelhos e enrolou o braço em seu pescoço, deixando que ele a levasse pra sua barraca. – Onde é mesmo?

-Pra lá. – Cath bocejou de maneira mole.

-Esses dois ainda vai dar algo. Pode anotar. – Nathan riu e eu assenti, porém em dúvida.

-Cath ama o namorado.

-Eu sei, mas...O que não é um amor de verão, não é mesmo? – Jay comentou com um sorriso. – Acontece com todo mundo.

-Isso é traição. – falei ultrajada, enquanto todos os outros se arrastavam para suas barracas. Jay e Nathan balançaram a cabeça, ambos rindo.

-Não é traição. Não dá pra controlar, é humano. Sempre acontece e sempre vai acontecer de, quando estiver longe de seu namorado ou ficante, aflorarem uns sentimentos diferentes. – Jay explicou – E é só um simples amor de verão, nada mais. As vezes de inverno, vai saber né. O fato é que: isso acontece e vai continuar acontecendo.

-Ainda enxergo como traição.

-Em parte é. – Nathan concordou – Mas na hora parece que é tão verdadeiro que nem desconfiamos que é só uma pequena atração, apenas uma ficada inofensiva.

-Mas como já dissemos, é de verão. – Jay riu – Digo, não importa a estação.

-E o melhor é que só rola sentimento na hora. – Nathan disse – Depois não sobra nada. É um sentimento de uma estação, como Jay disse. É tipo uma fase...Depois passa.

-Isso é loucura. – ri, apesar de estar passando por algo parecido. E realmente não tinha durado apenas uma estação. – Vocês são loucos.

-Talvez. – Nathan riu – Mas somos espertos.

-São. Muito espertos. – sorri, encarando as chamas. Um bocejo escapou por meus lábios. – Acho que também vou dormir.

-Vamos com você. – eles disseram juntos e fomos em direção às barracas deles. Felizmente, eles eram cinco, ou seja, tinham cinco barracas. Max e Tom concordaram de dormir na mesma barraca e Tom cedeu a dele pra mim, por que sabia como eu estava incomodada. Entrei na ‘minha’ barraca e coloquei a cabeça para fora. – Boa noite.

-Boa noite. – sussurrei em resposta, lançando um beijinho para eles. Nathan fingiu agarrar algo no ar e guardar no bolso da bermuda, com um sorriso sapeca para mim.

Consegui me acomodar o suficiente no saco de dormir para meu corpo relaxar. Mas a mente trabalhava com a velocidade um foguete, pensando sobre tudo o que eles tinham dito. Fazia sentido, mas...Não era certo. Louis e Harry, eles...Eram importantes demais e...Eu não conseguia mais pensar nisso. Ia conseguir enlouquecer



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