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História Swan Song - Capítulo 80


Escrita por: _dreamer

Capítulo 80 - Capítulo 80


–NÃO PODEM ENTRAR – ouvi o médico berrar e eles começaram a discutir, até que ouvi a voz de minha mãe exigindo entrar e tendo seu desejo atendido.

–Ally – ela disse vindo correndo se postar na cabeceira da minha cama, seguida por Kelly que encarava os aparelhos ligados a mim com um ar horrorizado. Percebi que estava sendo alimentada por uma agulha intravenosa de soro.

–Oi mamãe. – falei desanimada – Oi Kelly.

–Achamos que... – Kelly começou a falar.

–Também achei – dei de ombros e elas abaixaram a cabeça tristes. – Não fiquem assim. Só me deixa pior.

–Andamos falando com os médicos – minha mãe falou como se fosse importante. Bom, era. Mas eu ia morrer de qualquer jeito então – Por você estar com falência, todos eles vão ficar muito danificados. Exceto um órgão vital.

Lembrei imediatamente da garota. Era isso?

–Meu coração? – sugeri e ela me olhou arregalada confirmando com a cabeça.

–Como sabe?

–Andei sonhando –respondi sinceramente – Telepatia eu acho.

–Telepatia? – minha mãe perguntou assombrada.

–É, uma menina muito parecida comigo. Na verdade, idêntica – minha mãe parecia prestes a passar mal. Estreitei os olhos – Tá escondendo alguma coisa?

–Eu? Escondendo? Não, é só que isso é loucura né – ela disse ofegando como se tivesse corrido a maratona. Ela estava mentindo, mas eu não tinha a mínima vontade de pressionar minha mãe agora. Tinha coisas mais sérias pra fazer no momento.

–Quero doar meu coração – avisei e ela me olhou quase como se desejasse que eu fizesse isso. Kelly estava em silencio sentada no canto dela. – Eu sei que você tem um doador em mente – falei encarando minha mãe que imediatamente recuou.

–O que você sabe?

–Que recebeu uma ligação no começo do ano. Que dizia respeito, pelo que entendi, a uma menina que tem problemas no coração e precisava de um transplante – disse simplesmente. Estou tão acostumada a ouvir conversas no telefone da minha mãe, porque ela não fala, ela berra.

–Ficou ouvindo?

Eu nem me lembrava direito de ter ouvido essa conversa até aquela garota surgir na minha cabeça.

–Não foi tão ruim assim – dei de ombros.

–O que mais você ouviu?

–Tinha algo mais para ouvir? – perguntei estreitando os olhos que arderam.

–Talvez.

–Não ouvi mais nada. Só a parte que você disse “A menina precisa de um transplante ou vai morrer? Oh meu deus” – falei imitando a voz dela que me encarou séria.

–Somente isso?

–É, depois a Kelly deu ataque porque perdeu o esmalte e eu voltei pro quarto – falei simplesmente e ela concordou. Minutos de silencio.

–Tem que contar pra eles, sabia? – minha mãe falou apontando pra porta com a cabeça.

–Nem me fala – suspirei nervosa. Como eu faria isso? – Podem ficar aqui enquanto isso?

Elas negaram com a cabeça ; sabia que ia acontecer.

–É ruim – Kelly disse – Mas é uma coisa que você tem que fazer sozinha.

–Odeio estar sozinha – resmunguei.

–Boa Sorte – Kelly disse vindo dar um beijo em minha testa. Senti algo diferente no beijo dela ; frio, como se ela estivesse brava comigo.

–Valeu – falei e minha mãe também beijou minha testa antes das duas saírem pela porta.

Fiquei alguns minutos sozinha no quarto encarando o teto, quando ouvi algumas batidinhas na porta.

–Podemos entrar? – Liam perguntou.

–Entrem – disse com a voz rouca. Será que tinha água nesse lugar? Minha boca estava tão seca que eu nem me sentia capaz de falar. Os garotos entraram com um ar preocupado, exceto Harry, que tinha o ar totalmente desesperado. Pra minha alegria, Niall trouxe uma garrafinha de suco de laranja que me entregou. Own, Niall dando comida pra alguém é a coisa com menos possibilidade de acontecer, então se sinta bem importante se um dia ele te der algo.

–Valeu Nini – agradeci e eles se acomodaram me encarando. Louis e Niall sentaram nas cadeiras ao meu lado e ficaram brincando com meu cabelo, Zayn e Liam se sentaram um pouco mais distantes, nas cadeiras encostadas na parede e Harry ficou em pé ali no meio me encarando com olhos inchados e vermelhos. Dava vontade de chorar.

–Então? – Louis perguntou afagando meu braço espetado, parando as vezes para olhar algumas cicatrizes de antigos cortes que ainda apareciam.

–Vai nos contar o que ta acontecendo? – Niall perguntou pegando em minha mão e entrelaçando nossos dedos. Harry não dizia uma palavra, na verdade nem parecia capaz de dizer, simplesmente encarava meu rosto em silencio.

–Vou – falei quase me engasgando de tão seca que estava minha garganta. Tentei abrir o suco, mas minha mão tremia e eu não conseguia. Louis pegou da minha mão e abriu pra mim – Valeu.

–Tudo bem –ele deu de ombros e eu bebi um pouco do suco. Estava bom. Na verdade, virei a garrafinha inteira tentando adiar o momento em que teria que falar com eles.

Encarei todos eles sentindo que não dava pra ficar calada por muito mais tempo.

–Estou morrendo – falei abaixando os olhos.

[...]

Eles receberam a noticia de cabeça baixa enquanto eu explicava tudo. Assim que terminei, Harry negou com a cabeça e se ajoelhou do meu lado pegando minha mão.

–Não, não. Médicos cometem erros. Ele está errado. Você não esta morrendo – ele falou beijando minha mão.

–Eu queria que pudesse haver essa possibilidade – falei de cabeça baixa segurando as lagrimas. Eu sabia que ele estava chorando, apesar de estar de cabeça baixa.

–Eu sinto muito, sinto muito mesmo – ele falou me olhando com os olhos úmidos. Percebi os meninos saindo, e não tentei impedi-los. – Eu fui idiota com você. E você estava morrendo.

–Tudo bem – falei puxando ele para um abraço.

–Não, nada está bem. Eu me sinto a pior pessoa do mundo – ele falou soluçando em meu ombro e eu abracei com mais força.

–Eu te amo – falei e senti ele beijar meu pescoço.

–Eu te amo – ele respondeu em meu ouvido – Eu não vou viver sem você.

–Não Harry – falei me soltando dele imediatamente e o fazendo me encarar. Ele agora estava deitado na cama junto comigo. – Você vai ficar bem vivo quando eu for.

–Eu não posso – ele falou e eu senti lagrimas transbordarem os olhos.

–Pode, pode sim – falei segurando a cabeça dele colando nossas testas – Você vai viver.

–Minha vida não existe sem você. – ele falou me encarando.

–Existe sim – falei simplesmente – Você ainda não sabe, mas um dia, vai fazer sentido.

–Espero que esse dia demore pra chegar – ele falou aproximando nossos rostos – Porque eu so quero ficar com você. Não me importo se vai ou não fazer sentido.

Impedi ele antes que me beijasse.

–Precisa se decidir agora – disse rouca e ele me encarou como se soubesse disso.

–Eu sei – ele suspirou. – Preciso pensar.

–Sei que precisa – ele tentou me beijar – Não precisa de incentivo para acabar se convencendo de ficar. Eu te amo Harry.

–Também te amo.

–Mas você precisa pensar – falei e ele se levantou com os olhos tristes e ficou me encarando antes de sair, chorando um pouco. Ouvi os garotos falarem alguma coisa pra Harry e ele não responder. Depois de alguns minutos eles apareceram na porta enquanto eu chorava feito uma criança.

–Ally – Niall veio correndo me dar um abraço de esmagar costelas enquanto eu chorava no ombro dele e ele bagunçava meus cabelos.

–Sinto muito meninos. Sinto muito mesmo. Eu não queria causar tantos problemas na vida de vocês, eu simplesmente não consegui me afastar depois – falei entre soluços e ouvi eles concordarem. Niall me soltou e me encarou por um tempo, depois beijou minha testa e se afastou pra Louis também me esmagar. Logo, todos eles estavam me abraçando. E eu me sentia feliz, embora ainda sentisse dor.

–Por que não nos contou? – Liam perguntou se sentando na cama.

–Eu não achei que isso fosse tão longe – falei e Liam secou algumas lagrimas minhas que ainda insistiam em cair – Mas assim que eu comecei a amar voces, eu não consegui...Achei que fossem me abandonar.

–Nunca faríamos isso – Niall falou e puxou todos para mais um abraço coletivo.

–Onde está Harry? – Louis perguntou me olhando – Ele saiu daqui muito estranho. Chorando muito. Sabe pra onde ele foi?

–Pensar – respondi simplesmente e eles concordaram com a cabeça.

–Nos sentimos muito mal – Liam disse triste – Não dá pra acreditar.

–Eu também – falei e sorrindo fraco. – Me façam um favor? – perguntei encarando o quarto.

–Claro – eles responderam juntos.

–Não me deixem.

[...]

Harry Styles.

Eu estava sentado em meu parque favorito encarando as crianças correrem e brincarem. Era tão fácil. Ally. Era simplesmente tudo que importava verdadeiramente pra mim. E agora eu recebia a noticia de que ela iria...seguir sem mim.

Eu sabia que ia sofrer, sempre sofreria por isso, mas era Ally. A primeira garota que eu amei de verdade. E aquela que me amou de verdade, esquecendo a fama, esquecendo dinheiro. Ela tinha uma espécie de amor tão puro quanto o daquelas crianças brincando a minha frente. Ela mesma, era pura. Bom, talvez eu tenha tirado um pouco dessa pureza, mas Ally parecia um anjo. Se encaixava na minha definição de perfeita. Era engraçada, doce, divertida, não se importava pra nada, era desligada, e fiel. Principalmente fiel. Gostava de brincar e estava sempre fazendo caretas e me divertindo ; eu não conseguia me imaginar vivendo sem ela. Não gostava de pensar que esses eram seus últimos momentos. Não gostava de imaginar o que aconteceria depois.

Eu já sabia o que tinha que fazer. Era simples. Era obvio. Praticamente pulava na minha frente como a bola que as crianças jogavam. Sai correndo e entrei no primeiro taxi que vi ditando o nome do hospital e o endereço. Entrei correndo no quarto de Ally que ainda estava falando com os meninos.

–Eu já tomei minha decisão – falei e fui correndo até ela roubando um beijo inesperado.



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