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História Sweat cat boy - Pedido de Natal


Escrita por: janenatalysehun

Capítulo 2 - Pedido de Natal


Suga definitivamente não era um gato normal.

Ele não fazia absolutamente nada quando eu estava dentro de casa, apenas comia e dormia na minha frente, nada mais. Entretanto era só eu dar as costas para aquele felino, que minha casa virava um completo caos. Almofadas arranhadas, cortinas com rasgo, e mais um monte de plumas jogadas pelo chão.

Isso por que só fazia sete dias que eu havia o adotado.

- Suga! Pela milésima vez! Não pode estragar minhas almofadas, entendeu?

E ai vinha aquela cara de completo tédio, como se fosse me matar por acordá-lo as 15:00 da tarde. Eu definitivamente não sabia onde estava com a cabeça quando eu resolvi trazê-lo para casa.

- Suga, eu vou tomar um banho, daqui a pouco Hoseok chegará, e não quero que desarrume a casa.

Entrei no banheiro e finalmente me despi, sem me preocupar com a porta aberta, já que eu morava sozinha e Suga era apenas um gato mal humorado que não sentia prazer em mais nada além de dormir e comer. Liguei o chuveiro e enfim entrei naquela água morna, cantarolando qualquer musica romântica para me acalmar. Afinal Hoseok viria em casa hoje, talvez pudesse acontecer algum avanço.

A água escorria pelo meu corpo calmamente, enquanto eu me distraia com os azulejos azuis do banheiro. Mas algo me chamou a atenção no canto da porta, mais precisamente alguém. Suga estava me encarando paralisado na frente da porta do banheiro.

O gato estava me encarando.

E não era como um gato encara um humano.

Suga era estranho.

Rapidamente desliguei o chuveiro e me cobri com a toalha, espantado o gato com mão. Eu me sentia até sem graça perto daquele felino de rabo felpudo. O que estava acontecendo comigo?

 

Pov. Suga

Ser um gato não era algo ruim. Eu sentia mais sono do que o necessário, e minha rotina ficou mais tediosa do que a antiga, quando Sun Hee ainda não me conhecia.

Ela me adotou por um motivo que até agora desconheço, mas não é ao todo intrigante, já que ela é uma estudante que mora sozinha e se sustenta com um trabalho tão tedioso como a sua própria vida. Sun Hee era uma garota alegre, e mesmo com meu estado mal humorado, ela mantinha aquele mesmo toque dócil quando me fazia cafuné.

Sua casa, ou melhor dizendo, nossa casa, era pequena, mas suficiente para ter uma convivência pacífica. Isso quando ela não ficava irritada com alguma coisa que eu fazia, como por exemplo, brincar de arranhar as almofadas coloridas que ficavam no sofá.

- Suga! Pela milésima vez! Não pode estragar minhas almofadas, entendeu?

Ela sempre cortava minha diversão com suas manias e sorriso brilhante, que a propósito era excessivamente encantador. Pelo menos ela não era o tipo de humano que fica agarrando seu bichinho de estimação 24 horas por dia, Sun Hee sabe que preciso de espaço, e quando sinto vontade de receber algum carinho, eu apenas vou até ela,e deito minha cabeça em suas pernas.

Sun Hee tentava conversar comigo, já que eu não era capaz de respondê-la como queria. Ela falava sobre suas frustrações no trabalho, do garoto por quem era apaixonada, e da saudade que sentia dos pais. Na maioria das vezes ela era bem falante, mas sua voz soava bem aos meus ouvidos.

- Suga, eu vou tomar um banho, daqui a pouco Hoseok chegará, e não quero que desarrume a casa.

Hoseok?

O cara por quem ela estava apaixonada viria aqui hoje? Como assim? Ela vai deixá-lo ficar aqui?

Eu sou um gato pacífico, mas não acho que seja certo ela dividir nosso ambiente de convívio com o tal de Hoseok. Eu iria protestar de alguma forma, tentando fazer algo para ela entender que eu não gostava nenhum pouco da sua decisão. Andei até o banheiro devagar, não queria assustá-la.

Foi então que eu a vi no banheiro.

Completamente nua.

Eu apenas paralisei. Eu era um gato sim, mas não um gato comum. Infelizmente ela não sabia disso.

Ela tinha um corpo muito bonito para alguém de vinte e dois anos, e eu não deixaria de admirá-la.

No entanto eu não podia continuar com aquilo. Sun hee havia percebido aquela situação incomoda, e logo tratou de me expulsar. Fazendo com que meu plano falhasse miseravelmente.

Sun hee havia se arrumado, colocando uma roupa confortável, mas que ainda assim caia perfeitamente no seu corpo. Ela era muito bonita, com aquela blusa de frio de cor escura, que contrastava com seus cabelos cor de mel. Sun Hee estava perfeita.

Mas é obvio que aquilo não duraria muito.

A campainha soou pela sala. Sunhee deu uma última verificada do espelho,  e resolveu abrir a porta para o garoto de cabelos castanhos.

- Desculpe a demora Donsaeng, o trânsito estava terrível.

- Não se preocupe, não se atrasou tanto assim. Pode deixar suas coisas naquele lugar ali.

O tal Hoseok fez o que ela pediu, passando pela sala e deixando seus pertences. Logo seu olhar pousou em mim.

- Não sabia que tinha um gato Sun Hee.

- Ah sim, esse é o Suga. Ele é um gato adorável. – Obvio que sou.

- Posso fazer carinho? Ele não vai me unhar? – SunHee me olhou com aquela de “ Não faça merda”.

- Claro, só tome cuidado.

Hoseok resolveu que acariciar minha barriga seria a melhor opção. Pois é, ele errou feio. De todos os lugares, ele resolveu tocar justo este. Desculpe Sun Hee, mas não vou deixar passar.

Assim que ele tocou, estiquei minhas garrinhas e arranhei sua mão, saindo do sofá como se nada tivesse acontecido.

Odiei aquele garoto. Péssimo gosto Sun Hee.

- Suga ! que coisa feia!

- Deixe ele, as vezes ele só não está acostumado com visitas. – Eu não gosto de você mesmo, nada contra o resto da população.

 

Ambos ficaram a tarde inteira fazendo o trabalho da faculdade, nada aconteceu além de algumas olhadas e toques sutis. Eu não estava gostando nenhum pouco do rumo que as coisas estavam tomando. Hoseok só tinha cara de bom moço, mas aposto que ele mudaria da água para vinho se Sun Hee não fosse tão inocente.

Antes que ele tentasse algo com ela, deixei bem claro que ele não teria chance. Como? Bem, sentando exatamente no meio dos dois. Ainda que eu fosse um gato, não seria fácil me tirar dali.

- Bom, acho que hoje terminamos aqui Sun Hee.

- tudo bem então, eu te mando pelo e-mail quando terminar.

- Ok, até logo. Boa noite Sun Hee. Boa noite Suga. – Tomara que tropece e morra na calçada.

-Até Hoseok Oppa.

OPPA ?

Sério isso? Oppa?

 

Sun hee trancou a porta e me encarou um pouco estranho.

- O que foi Suga? – A se você soubesse o que eu iria te responder Sun Hee. – Não aprovou o Hoseok?

Miei alto para que ela entendesse que o cara era um mala.

- Não haja dessa forma, as vezes você teve uma impressão errada. – Não eu não tive. – Mas ele deveria ter tocado outro lugar que não fosse sua barriga.

Exato.

Sun Hee decidiu que iria assistir um filme. Pegou sua coberta e deitou no sofá. Como o dia estava frio, achei que fosse uma boa ideia acompanhá-la.

Caminhei até o sofá, e me joguei em cima de suas pernas, logo sentindo seu toque perto das minhas orelhas. O filme não era nada muito emocionante, mas era bom sentir o calor das suas mãos.

- Você vive com essa cara de mal humor. Mas não consegue ficar sem meu carinho, não é?

Atrevida.

Mordi seu dedo devagar, não iria machucá-la, só assustar um pouco para ficar esperta.

- Ya Suga!

Como pedido de desculpas, lambi seu dedo, no lugar que eu havia mordido. Depois subi pela sua barriga, e lambi o canto do seu queixo. Eu não queria que ela ficasse brava comigo.

- Tudo bem, eu te perdôo Suga.

 

Pov. Sunhee

Hoje era um dia especial.

Por que?

Simples. Hoje era Natal, a data que eu esperava todo ano para chegar, era meu dia favorito. As luzes vermelhas, amarelas e verdes enfeitavam toda a cidade, deixando como contraste a branco da neve, e iluminado cada lugar. Era extremamente aconchegante e acolhedor.

Ainda que fosse natal, eu não estava livre para curtir o melhor feriado de todos, já que eu possuía um emprego que não me dava tantas folgas assim. Pelo menos o clima da empresa estava um pouco menos tenso que o normal. Era por um desses motivos que eu adorava o natal. Todos ficavam mais felizes, e sempre algo bom acontecia.

Pelo menos era isso que eu acreditei toda minha vida. Mesmo que ela não tenha sido ao todo perfeita.

- Obrigada por hoje Sun Hee, ainda bem que posso contar com você. – Minha chefe me agradecia com boas palavras, já que eu era única funcionária que poderia cobrir o experiente do dia. – Sei que não posso te dar muito, mas leve isso para você.

Ela me entregou uma caixa de chocolate no formato de coração, com fitas douradas e um  cartão .

- Dê isso para alguém que goste. Sei que uma garota linda como você deve ter muitos pretendentes.

- Obrigada pelo presente. Não sou tão bonita assim.

- Não diga bobagens, se ainda não tem ninguém, é por que não abriu os olhos ainda. – Pensei em retrucar mais uma vez suas palavras, mas fomos interrompidas pelo seu celular. – Acho melhor eu fechar logo, pode ir na frente.

- Não precisa da minha ajuda?

- Não querida, pode ir. Vou terminar daqui a pouco, não se preocupe. Feliz Natal Sun hee.

 

Deixei meu trabalho com um sorriso no rosto. Eu realmente tinha alguém em mente para presentear.

Hoseok.

Para algumas pessoas, essa minha apaixonite pelo Hoseok pode ser infantil, sem fundamentos. Mas durante todo esse tempo estudando juntos, percebi que ele era uma das únicas pessoas que realmente ficavam do meu lado quando eu precisava, e nada mais justo do que agradecê-lo por tudo o que ele já fez por mim.

Afinal, eu o admirava.

Resolvi que seria melhor entregar o presente pessoalmente, e como eu já tinha ido em sua casa algumas vezes, sabia como chegar lá sem problema algum. Pelo menos era isso que eu pensava. Peguei um ônibus e desci bem em frente ao seu prédio.

- Me deseje sorte Papai Noel.

Eu apenas fui até sua porta, e coloquei meu presente ali, com o meu nome escrito em caneta vermelha. Eu estava com vergonha, pensando nas mil possibilidades que aquele ato poderia gerar. Será que ele finalmente me notaria?

Fiquei ali um poucos minutos, distraída com todos aqueles enfeites, mas tive que voltar ao normal, e tentar me esconder, já que outras pessoas estavam chegando naquele corredor.

- Hoseok, achei que você tinha namora. – Uma voz bem mais fina que  o normal estava ao lado dele, com os braços perto da sua nuca, enquanto eu estava escondida nas escadas perto do elevador.

- Quem?

- Aquela que sempre está grudada em você, a Sun Hee. – Ele riu de sua frase.

- Ela é apenas uma amiga, não deveria ficar com ciúmes.

Hoseok se aproximou da garota e lhe roubou um beijo. Meu coração estava despedaçado, Hoseok nunca olharia para mim desse jeito.

- Bom saber que você é meu. – A garota olhou para o presente e apontou . – Mas e essa caixa, de quem é?

- Não sei. – Hoseok pegou a caixa e leu meu nome.

- Você pode até dizer que não sente nada por ela. Mas eu tenho certeza que ela te adora Hobi. – Ela ria com sua própria confirmação. – O que vai fazer?

- Deixe isso quieto, afinal um presente sempre é bem-vindo. Vamos entrar, não quero que passe frio.

Ambos entraram em sua casa, levando o presente que eu havia dado junto. Eu me sentia estúpida, completamente invisível para aquele garoto. Era tão errado assim querer que ele me visse?

Ficar naquele lugar não iria me ajudar em nada, minha cabeça estava em completa confusão. Desci pelo elevador, dando uma olhada no espelho, mesmo que eu soubesse o estado deplorável do ser a minha frente. Eu odiava chorar, odiava parecer fraca, e odiava ainda mais aceitar todas as verdades que estavam estampadas na minha cara esse tempo todo.

Ainda que a vontade de sumir seja imensa, eu ainda tinha uma última esperança. Mesmo que ele não falasse e apenas continuasse com aquela feição tediosa como de costume, ele era o único que continuava ao meu lado, por mais insuportável que eu fosse.

Pode até soar patético, mas Suga era minha única saída.

 

Depois de alguns minutos de ônibus, cheguei em casa sem ao menos perceber, minha mente estava tão vaga, que apenas reconheci o lugar pelas luzes familiares. Retirei meu casaco enorme, e o pendurei perto da porta, sendo recebida pelo meu gato, que enroscava seu rabo entre minhas pernas.

- Eu demorei muito? – Mesmo que ele nunca fosse me responder, eu precisava desabafar com alguém. – Já vou colocar sua comida.

Eu andava até a cozinha, procurando pela comida de gato, mas Suga não agiu como na maioria das vezes. Normalmente quando eu citava o nome “comida” seus olhos brilhavam, e me acompanhava eufórico até o seu pratinho. No entanto, hoje ele apenas me seguiu e ficou de frente para mim, colocando uma pata em cima do meu pé.

Por algum motivo desconhecido, eu nem tanto assim, meus olhos se encheram de lágrimas, eu estava guardando esse sentimento por muito tempo.  Seus olhinhos pequenos me olhavam preocupados, balanço as orelhas para ver se algo em mim mudava.

- Desculpe Suga. Eu não sou a pessoa mais forte do mundo.

Suga apenas se virou, como se quisesse que eu o seguisse, e assim o fiz. O gato andou até o meu quarto e miou em direção a cama, indicando para que eu deitasse ali.

- Tem certeza que você é um gato? – Me deitei na cama, e logo Suga se juntou a mim. Ele ronronava conforme o carinho que eu dava, Suga realmente era um gato fofo.

- Seria tão bom se você fosse um humano Suga. Não que eu esteja reclamando de sua natureza felina, mas seria bom ouvir sua voz de vez em quando, ou pelo menos ter alguém do meu lado. – Suga me olhou como se realmente entendesse o que eu dizia, chegava a ser cômico. – Será que você seria um humano bonito? E se você se apaixonasse por mim? Seria engraçado.

Suga apenas continuou me olhando por alguns minutos, mas logo voltou a se deitar perto da minha barriga.

- Obrigada por tudo Suga. Feliz Natal.



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