História Sweet brothers - Changes

Nathaniel povs
Por mais que todos me avisassem do quão Ambre era sem caráter, eu acho que a fantasiava em minha mente como uma pessoa doce que apenas não sabia se expressar corretamente, e como consequência, isso meio que acabou atingindo a Mochi.
Por mais que tudo isso tivesse acontecido, eu acho que não consigo colocar em minha mente a ideia de que a Ambre é prima do Dake, e que por tanto tempo juntos ela nunca me falou sobre isso.
Sentei-me na cama e fiquei tentando imaginar como teria sido se eu não tivesse a levado para o casamento. Mochi e muito gentil em dizer que a culpa não é minha, mas sim... é culpa minha.
Levantei para ir tomar café da manhã e pude ver Olga e Robert Cochichando algo enquanto arrumavam suas malas. Os encarei e segui meu caminho.
- Nath, espere! – Olga gritou e correu em minha direção, e eu parei para ouvi-la.
- Oque foi, Olga? – tentei ser educado, sem sucesso.
- Você não acha que o clima aqui em casa está estranho? Tipo, em relação aos meninos e a Mochi? – ela pegou em minha mão e apertou com força.
- Sim, o clima está bem pesado porque Mochi é muito carinhosa com todos nós, e por ela ser muito inocente todos estamos meio que disputando para protegê-la. – Olga suspirou.
- Se qualquer coisa acontecer, você me contará? – Olga suplicou.
- Sim... eu avisarei. Agora fique tranquila, ok? E vá curtir. – dei um beijo na testa dela e uma piscada, e fui em direção a cozinha.
(...)
- Cadê todo mundo? – perguntei para Leigh que estava lavando a louça.
- Castiel já saiu, Kentin também, Lysandre e a Mochi ainda não apareceram por aqui, e Dimitry deve estar perdido em algum lugar. – Leigh disse calmo.
Levantei-me rapidamente da mesa, e subi correndo para o quarto da Mochi.
“eu quero muito estar errado!” – pensei.
Tentei abrir, e a porta estava trancada.
“não, não, não...” corri para o quarto de Lysandre, e quando fui tentar abrir a porta, Lysandre a abriu primeiro, e me deparei com a cena dele só de cueca e Mochi de baby doll segurando sua mão.
Fiquei paralisado alguns minutos tentando entender, e saí correndo. Essa foi a atitude mais esperta que já fiz. Ou não.
Fui para o jardim de casa e fiquei la sentando.
“Mochi, será que você está escolhendo certo seu caminho?”
Olhei para a janela do quarto de Lysandre, e para minha surpresa ele me encarava também, rapidamente ele fechou a cortina depois de me olhar bem.
“Filho da puta.”
(...)
Bom, daqui a alguns dias as aulas recomeçarão e eu nem sequer dei uma passada lá para organizar as coisas.
Todo mundo vive falando que eu deveria fazer oque os garotos da minha idade fazem, mas... se isso significa pegar todas as garotas, depois machucá-las, não dar o mínimo valor nos meus estudos ou não levar a vida a sério, obrigado... prefiro ser eu mesmo.
Não demorou muito para que alguém sentasse ao meu lado.
- Servido? – Kentin me ofereceu biscoitos.
- Afinal, que mal tem? – peguei um e comecei a comer.
- A Mochi causou uma reviravolta na vida de todo mundo, não é mesmo? -  Kentin disse de boca cheia.
- Sim... acho que todos nós já esperávamos isso desde quando ela pôs os pés dela dentro dessa casa quando era pequena. Pelo menos, ela se dava super bem com você. – pela primeira vez senti uma ponta de inveja ao lembrar que Mochi sempre viveu colada em Ken.
- Na verdade, eu que vivia colado nela. – ele deu uma gargalhada. – Castiel nunca foi muito de ficar perto de pessoas, o Leigh sempre teve as obsessões dele por moda, você também sempre vivia focado estudando demais, e o Lysandre adquiriu a “habilidade” da fala quando já estava entrando na adolescência. – ele fez aspas com os dedos ao falar de Lysandre. – e eu, bom... eu só vivia atrás da Mochi.
- Eu queria muito achar um jeito de me desculpar com a Mochi, não com palavras... – fitei o chão.
- Até porque ela não acha que a culpa seja sua, assim como todos nós. – ele colocou a mão nas minhas costas.
- Mas eu queria muito mudar, para ela me “enxergar”. – encarei ele.
- Acho que tenho uma ideia. – Kentin se levantou, limpou sua calça e estendeu sua mão até mim para me levantar. – E acho que “alguém” também poderá ajudar... só precisamos convencê-lo.
“Não sei porque, mas... sinto que isso não pode ser coisa boa vindo de Kentin.”
(...)
- Por favor, é para uma boa causa! – Kentin gritava no meio da rua.
- Pela milésima vez, não. – Castiel revidou o grito e saiu andando pela rua. Eu só observava sem entender.
- Te compro uma guitarra nova quando receber minha próxima mesada. – Castiel parou de andar e se virou para Ken dando um sorriso.
- Que seja, eu escolho. Ouviu bem? – Castiel disse apontando o dedo no rosto de Kentin.
- CLARO! – Ken sorriu e me encarou como se dissesse “VOCÊ É QUEM VAI PAGAR.”
- Vamos, mauricinho... Temos que te transformar num bad boy. – Castiel sorriu, e ambos me puxaram pela camisa.
“Sério que estou fazendo isso?”
(...)
-Porque mexas azuis? – disse indignado enquanto Castiel pintava duas pequenas partes do meu cabelo.
- Prefere rosa? – Castiel zombou.
- Lembra quando você pintou o cabelo de vermelho pela primeira vez, Castiel? – Ken ria muito. – Na verdade foi você que ficou com o cabelo rosa. – Castiel o encarou bravo, e até eu tive que começar a rir.
- Que seja... – Castiel mudou de assunto. – Agora você já tem roupas de couro, e tudo que precisa. É só não virar um “coxinha” de novo com camisa social e gravatinha que está bom. E claro, saber se comportar sem que metas sejam a prioridade na sua vida. – Castiel riu. – Acho que esse vai ser seu maior desafio. – Ken revirou os olhos.
- Vamos, Nathaniel... vá trocar de roupa e vamos dar umas voltas por aí. – Kentin disse animado, e eu apenas franzi o cenho.
- Vão vocês, eu vou beber alguma coisa em qualquer lugar longe de vocês. – Castiel disse ignorante, como sempre.
- Ninguém te chamou. – houve uma troca de olhares fulminantes entre Kentin e Castiel.
“Ninguém merece.”
(...)
Me troquei e eu e Kentin começamos a dar umas voltas pela cidade.
- Aí meu Deeeeeeeeeeeeus! – um grito feminino ecoou pela rua. – Nath, você tá lindo! – Mochi pulou em meus braços me abraçando. Senti meu rosto queimar. Pude ver de longe Lysandre encostado em um muro perto da sombra de uma árvore, me olhando como se eu tivesse ido lá e arrancasse a Mochi de perto dele.
Não sei se me sinto bem por ter a Mochi aqui comigo me abraçando, ou me sinto mal por ver meu irmão assim.