História Sweet Candy ; taeyoonseok ; BDSM - ( date part. I )

Hoseok

Continuei com o nervosismo e a ansiedade em meu peito até mesmo quando tomava um banho caprichado, e esses sentimentos só foram amenizados quando escutei as vozes altas de meus amigos quando estes entraram sem nem avisar.

— Seu filhozinho de uma puta! Por que não contou que tinha um encontro?

Dami chega em meu quarto reclamando e se joga em minha cama, — como sempre — por cima da pilha de roupas, que mais uma vez está ali espalhada. Jin traz uma maleta de maquiagem e deixa encima de minha escrivaninha.

— Vocês nunca me escutam, caramba! — digo, realmente indignado, enquanto ando de roupão de um lado para o outro dentro do quarto.

— Ei! Isso me faz parecer uma péssima amiga — acusa, com o dedo apontado para mim, mesmo concordando com um manear de cabeça depois.

— Talvez sejamos péssimos amigos, mas saibam que eu amo vocês — diz Jin com uma mão no peito, fingido estar emocionado.

— Ew... — eu e a garota murmuramos ao mesmo tempo, fazendo careta de nojo em direção a Jin.

— Aliás, sabia que tinha um homem pelado no apartamento do Jin, Dami? — digo em tom acusatório, procurando na bagunça de roupas uma peça íntima.

— O que?! — ela arregala os olhos e se remexe, sem se levantar, me dando a oportunidade de pegar uma boxer preta.

— Ele não estava pelado, Hobi — Jin revira os olhos — Estava sem camisa — dá de ombros e começa a retirar alguns itens de maquiagem da maleta.

— Mas ainda não explicou quem era e o que estava fazendo no seu apartamento. 

— O nome dele é Kim Namjoon e é sócio da Apple, só isso que posso dizer — fala em tom sério, parecendo realmente convicto em não nos contar mais nada.

— Da Apple?! — me viro bruscamente em sua direção, arregalando os olhos com a informação. Com toda certeza, quem trabalha em uma empresa como essa é bastante rico.

— Ele não é casado, né? Porque dá última vez- — Dami começa, despreocupada e toda encolhida sobre minhas roupas.

— Aish! Calem a boca! Não posso falar sobre isso agora. O foco hoje é o Hobi — o mais alto diz apressado, provavelmente para mudar de assunto logo — E para a sua informação... — aponta com o dedo para Dami, que está muito sossegada, por sinal — Ele não é casado, sua idiota — então dá um tapinha na cabeça da garota.

— Não tá mais aqui quem falou — ela ergue as mãos em rendição, ainda deitada — Mas então, quando vai explicar esse encontro aleatório que você arranjou, Jung Hoseok?

Fiz questão de contar todos os acontecimentos desde minha ida a Sweet Candy. Contei sobre as coisas estranhas que vi lá, — ganhando curiosidade apenas de Dami, já que Jin, estranhamente, parecia tranquilo demais com o assunto — sobre a devolução do moletom, meus óculos novos, as mensagens trocadas entre nós três e o passeio de hoje.

Meus amigos insistiram na visão de que algo assim só viria de quem está interessado e que sou sortudo por sair com dois homens ao mesmo tempo. Mesmo pontuando de que tudo é entre amigos e isso é uma espécie de pagamento por tudo que fizeram por mim, eles continuaram com a ideia de um encontro sério.

Durante o tempo que ficamos conversando, Jin me maquiou e Dami escolheu uma roupa.

Meus olhos estão com uma sombra marrom suave, com um pouco de brilho e esfumada, além dos lábios em um vermelho natural. Visto uma calça preta, — bem mais apertada e cheia de rasgos do que aquela que vesti na Sweet Candy — tênis na mesma cor, com a meia branca se revelando — que nas palavras de Dami dá um estilo a mais — e uma camisa de botões e mangas longas na cor preta, com a estampa que lembra brilhos e cores diversas, e aberta até o meio do peito, revelando parte de minha clavícula.

— Tá, essa história toda é complicada. Mas me diz, você não se interessou nenhum pouquinho por algum dos dois? — Dami pergunta, deitada novamente na pilha de roupas da cama, com a expressão cansada como se tivesse acabado de fazer um trabalho superpesado.

— Eles são bonitos? Ricos? — Jin pergunta animado, procurando algo em sua bolsa até tirar de lá uma gargantilha com pedrinhas brilhosas — Quero ver foto! — então vem até mim e fecha a bijuteria em meu pescoço.

No celular, deixo no perfil do nosso grupo, — onde se encontra as mídias mandadas — dando o aparelho nas mãos de Dami para que veja as fotos mandadas por Yoongi e Taehyung. Jin logo se junta a garota, deitando ao lado dela por cima da bagunça.

— Não sei se estou interessado em algum dos dois, mas a companhia deles é boa — dou de ombros, decidindo não pensar nisso agora.

— Isso já é alguma coisa — a garota murmura, ainda descendo com o dedo na tela e Jin deitado em seu ombro vendo tudo.

— Eles são gostosos... Se der um beijinho em algum dos dois você já sai no lucro — Jin fala, me olhando e lançando um sorriso malicioso — Chegou mensagem... Eles já estão lá embaixo — diz após checar o celular e me estender o mesmo.

— Não vai rolar nenhum beijinho, eu hein.

[...]

Jin e Dami estavam quase dormindo quando saí, então apenas disse que quando resolvessem sair de minha cama e apartamento, fechassem a porta e deixassem a chave no lugar de sempre.

Já em frente ao prédio, avisto o carro luxuoso, e quando confirmo que é Yoongi e Taehyung ali, me apresso em entrar no carro. Assim que me acomodo bem no meio do banco traseiro, fito os dois — que já estavam inclinados nos bancos para me olhar — e sorrio largo.

Agora que estou na presença dos dois, estranhamente, a ansiedade e nervosismo se esvaíram.

— Boa noite — digo simpático.

Com minha fala, os dois sorriem tão grande que sinto algo estranho no peito, algo queimando.

— Boa noite, anjo — diz Taehyung eufórico demais, mas parecendo tentar se controlar.

— Boa noite, bebê — agora Yoongi, que me olha uma última vez antes de começar a dirigir.

— Qual o nosso destino? — pergunto curioso por não reconhecer as ruas em que, agora, estamos passando.

— Um restaurante muito bom e que não é longe — o que dirige diz calmamente, sempre prestando atenção na estrada.

O tal restaurante realmente não era longe e, nesse meio tempo, Taehyung se empenhou em pular as faixas de músicas com as mãos nervosas, sendo parado pelas palmas calmas de Yoongi.

Após parar em um pequeno estacionamento ao lado do restaurante, nós três descemos e eu pude observar o lugar, que com certeza é muito caro. A fachada é em tijolos vermelhos, existem enormes janelas de vidro, com a porta de entrada bem ao lado, e uma placa pequena e dourada com o nome “Quince” escrito.

Meus olhos se arregalam ao reconhecer o nome e ter a consciência de que esse é um dos restaurantes mais caros de San Francisco. Mas, antes que eu pudesse questionar o porquê de estarmos ali, meu corpo paralisa assim que olho para os dois.

Seus corpos estão exalando tanta quentura que posso sentir minhas mãos suando e meu coração batendo com força.

Não sei ao certo que palavras usar. Sexys, gostosos, deliciosos, quentes.

Quentes! Talvez essa seja a melhor palavra para definir esses dois agora.

Taehyung está com uma blusa de botões com mangas longas na cor azul e uma gravata — com pequenos detalhes — quase solta, suas coxas grossas estão envoltas de uma calça jeans com lavagem escura, e tênis brancos nos pés. Os cabelos loiros estão espalhados pela testa, e brincos pratas enfeitando as orelhas.

Casual, algo que combina perfeitamente com ele.

Já Yoongi está com um terno simples, mas sofisticado, na cor preta, — assim como os sapatos — exceto pela camisa social branca. Os cabelos quase caindo sobre os olhos, pulseiras de prata no pulso e um brinco em cada orelha da mesma cor.

Formal, algo que combina perfeitamente com ele.

— Gosta do que está vendo? — ouço a voz rouca e um tanto maliciosa de Yoongi me despertando.

Minha voz não sai, então percebo que estava tão hipnotizado que só consegui enxergar seus corpos do pescoço para baixo.

Talvez eu tenho sido óbvio demais os olhando quase sem piscar.

— Eu... é... — tento, mas nada sai. Sinto as bochechas quentes ao olhar para seus rostos e ver sorrisinhos vitoriosos nos lábios de ambos.

— Responda — Taehyung manda, se aproxima de mim e diz em um tom baixo, quase sussurrado.

— Como estamos? — Yoongi repete o mesmo gesto, então abre os braços minimamente e fita a própria roupa, voltando a me olhar com um sorriso ladino.

— Es- Estão bonitos... — respondo de imediato.

É como se meu corpo sentisse necessidade de fazer o que eles mandam, e quando vejo o sorriso orgulhoso de ambos, começo a ter certeza disso.

Mas ainda é assustador.

De repente, Yoongi toma minha mão esquerda com a sua, me fazendo arregalar os lumes ao perceber o que vai fazer. Ele segura minha palma com gentileza e a leva até perto de seus lábios, deixando um selar no dorso de minha mão, como um verdadeiro cavalheiro.

O curto tempo em que ficou com os lábios aqui, pude sentir a maciez e quentura dos lábios de Yoongi contra minha pele. O fogo se arrastou de minha mão, passando pelo braço e peito, até se acumular em minhas bochechas.

— Você está lindo — diz, quase sussurrado, e se afasta.

E antes que eu pudesse raciocinar, foi a vez de Taehyung se aproximar demais. Ele pousa a palma grande sobre minha bochecha, fazendo um carinho lento com o dedão. Somente não fechei os olhos para aproveitar mais do toque porque ele se afastou também.

— Sim, está maravilhoso... — fala com um sorriso pequeno no rosto, em seguida trocando olhares cumplices com Yoongi.

— Obrigado... — digo envergonhado e com a cabeça baixa para não fitar esses sorrisos divertidos e bonitos.

— Não fique envergonhado, é apenas a verdade — o mais baixo diz, vindo até mim e deixando um leve aperto em meu queixo — Vamos entrar.

Os dois caminham mais na frente, e vendo que eles estão quase alcançando a porta, balanço a cabeça para os lados na intenção de afastar qualquer pensamento estranho que nesses últimos minutos rondaram por minha cabeça.

Me apresso em me aproximar dos dois, estes que acabam de passar para o lado de dentro do estabelecimento. Seguro a porta de vidro para adentrar o local, mas não percebo a pequena elevação de ferro — um elemento pertencente a porta — no chão, e acabo prendendo o tênis ali e tropeçando para o interior do restaurante, fazendo um enorme estrondo. Antes que minha cara desse de encontro ao piso luxuoso, Yoongi e Taehyung me seguraram pelos braços, um de cada lado, até me apoiar no chão.

Quando me soltei dos seus braços e tive a coragem de olhar para frente, vi as pessoas sentadas nas mesas nos lançando olhares julgadores e dispostas a nos observar por bastante tempo.

— Meus deus... Se eu quebrasse alguma coisa, nem em um milhão de anos conseguiria pagar... — murmuro para mim mesmo, dando um longo suspiro logo em seguida.

Yoongi e Taehyung me guiam pelo restaurante — ambos com uma mão em minha lombar— sem dizer nada, e eu não tive coragem para os olhar, imaginando que estão com raiva pelo mico que os fiz passar.

Mas, assim que chegamos em uma parte mais reservado do lugar, os dois explodem em uma risada alta. É engraçada a forma como os dois balançam o corpo ao rir e, juntamente a lembrança do meu quase tombo, eu começo rir na mesma proporção.

Nós ficamos rindo ali em pé por um tempo, até eu conseguir controlar o riso, Taehyung massagear a barriga e reclamar que está doendo, e Yoongi limpar as lágrimas nos cantos dos olhos.

Ficamos nos encarando — comigo sentindo a intensidade do olhar de ambos — até um garçom nos indicar uma mesa e deixar os cardápios em nossa frente assim que sentamos — eu em um sofá macio e os dois em cadeiras acolchoadas a minha frente.

— Porra, eu sou muito desastrado — digo aos dois, ainda com os resquícios do riso anterior.

Mas, quando achei que iriam rir ou algo do tipo, eles fecham a expressão e ficam bastante sérios de repente. Yoongi apoia os cotovelos sobre a mesa e me olha com seriedade, Taehyung faz o mesmo, mas com os braços cruzados sobre o peito.

— Não fale palavrões, Hoseok — Yoongi dita com a voz rouca e passando autoridade.

Por um momento, a ideia de um palavrão realmente me soou errada, não por simplesmente ter pronunciado um, mas por perceber que isso não os agradou.

E esse pensamento é tão estranho. Estranho por principalmente ter vontade de me desculpar.

— Me desculpem... — murmuro baixo.

Seus sorrisos mudos me fazem ficar aliviado e a ideia de falar um palavrão sequer passa por minha cabeça novamente. Bom, pelo menos não nesse exato momento.

— Tudo bem, espero que não se repita — Taehyung diz com um pequeno sorriso, mesmo que ainda um pouco sério — Mas, concordo com o que disse. Você é bem desastrado — fala com um sorriso cínico e zombeteiro, sendo acompanhado pelo outro.

— Aish, que vergonha... — digo envergonhado, mesmo querendo voltar a rir — Mas olha, isso não é nem metade do quanto sou desastrado. Aliás, me desculpem pelo mico...

— Tá brincando?! Essa foi a melhor coisa que aconteceu em dias — Yoongi se apressa em dizer, animado e sem nenhum resquício de vergonha que meu quase tombo possa ter causado.

— Sim! Esse é o melhor encontro que já tive — o loiro concorda, tão animado quanto.

— Vocês falam como se eu fosse um palhaço. Desse jeito me sinto ofendido... — digo bem-humorado.

Eles continuaram me zoando por um bom tempo, eu tentava fingir que estava magoado, mas sempre acabava entrando na onda e rindo da minha própria desgraça junto com os dois.

Todo o nervosismo que senti no começo se foi completamente.

Estar com eles é a mesma sensação de acelerar ou parar o tempo. É tão engraçado e natural estar com ambos que nada mais parece importar.

| Continua |