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História Sweet Child - Entre Irmãos e Balas


Escrita por: LumusLua

Notas do Autor


Inhai?!
Acho que a única coisa que sei escrever aqui é "desculpe qualquer erro"

Boa leitura

Capítulo 3 - Entre Irmãos e Balas


No primeiro dia de Kyungsoo lá em casa, percebi que ter irmão não é nada fácil. Ele não falava muito, e eu adoro falar. Na verdade ele não falava nada. Achei que ele era mudo, mas a mamãe disse que ele ainda estava se acostumando com a gente e com muitos cuidados, carinho e um bom acompanhamento médico ele logo começaria a falar. Pelo menos, enquanto brincávamos na sala de noite, antes de dormir ele deu algumas risadinhas e sorrisos. Bom, eram sempre para mamãe e para o papai... Quando eu ia fazer cócegas nele, ele só me encarava ou olhava para qualquer canto. Tudo bem! Ele ainda está se acostumando em ter um irmão e eu também. Ele só tem dois aninhos “é um bebê ainda”, minha mãe disse; bebês não sabem muito o que fazem. Mas eu deixei pra lá, porque a mamãe disse que eu ia dividir o quarto com o Kyungsoo agora, então seria mais fácil sermos mais próximos. Uma pena que não seria naquela noite, porque a caminha dele ainda não tinha chegado, mas no dia seguinte eu já devia estar preparado para receber o meu irmão no meu quarto. Quer dizer, nosso quarto. Eu estava amando aquilo! Aquele quarto era muito grande, às vezes eu sentia um pouco de medo dormindo sozinho ali, ainda bem que tinha o abajur de estrelinhas. 

Na escola eu queria muito contar para Baek e Dae a novidade. Eu já disse que estava super feliz? Acho que eles também vão ficar, mas eu não conseguia esperar até o recreio. Eu não parava de balançar as pernas, o que fazia a cadeira fazer um barulhinho. A professora já estava um pouco irritada com isso, só acho... Ela me olhava e então eu parava.

— Yah! Para de balançar a cadeira! — Baekhyun empurrou minhas costas. — Eu tô pintando errado por sua culpa, orelhudo! — Eu virei pra trás e mostrei a língua pra ele.

— Para de chamar ele assim, Baek. É feio! — Jongdae revirou os olhos. — O que foi Chanyeol? Quer fazer xixi? — O Kim sussurrou se inclinando para o lado.

— Não, não! — Neguei com vergonha. O Jongdae às vezes falava umas coisas... — Eu...

— Chanyeol, Jongdae e Baekhyun! — A professora chamou. — Que tal esperar mais dez minutos, hum? Daqui a pouco é o recreio e vocês vão poder conversar e brincar à vontade. — Concordamos e voltamos a pintar os desenhos para colar nas paredes da sala. Eu quis fazer um desenho com animais e outro da minha família, e eu iria desenhar o Kyungsoo com todo o carinho do mundo, agora que ele é parte dela.

 

[★]

 

— Yah! Sehun! Sai daqui!

— Baekhyun, deixa ele pegar um pouco de iogurte. — Jongdae suspirou cansado. Já era a terceira vez, no pouco tempo que o recreio tinha começado, que Baek brigava com Sehun.

— Ele já comeu o dele! — Olhou bravo para o Sehun, que estendia o braço para pegar o potinho das mãos do irmão.

— Mas a mamãe falou que a gente tem que dividir as coisas.

— E você me deu um pouco do seu? — Levei um susto com o grito do Baek. Quase deixei cair meu danoninho.

— Mas você não pediu e agora eu to pedindo. — Espero que Kyungsoo não grite assim comigo como o Sehun faz com o Baekhyun. Esse garoto é meio chorão, às vezes. Fofo, mas um chorão.

Eu não estava entendendo a dificuldade daqueles dois. Era só dar um gole para o Sehun, que o Baekhyun ficava em paz, mas parecia que tudo era muito mais complicado pra eles. Enquanto eu lambia a tampinha do meu danoninho, olhei para os irmãos Kim do meu lado. Eles pareciam bem tranquilos um com o outro. Jongdae tirou da sua lancheira um sanduíche que estava partido em dois e deu a outra metade para Jongin que deu um sorriso muito fofinho. Os dois mais novos tinham seis anos, mas como eles mesmo disseram: “iriam fazer sete já, já”. Eu não sei como, se eles acabaram de completar os seis anos. Bom, mas eu já fui convidado pra festa, eles me garantiram.

A briguinha de Sehun e Baekhyun já estava me deixando chateado. Fico pensando se Kyungsoo e eu vamos brigar assim... Eu não quero ser malvado com ele e também não quero que ele seja mau comigo. Quero que a gente seja igual a Ana e a Elsa, igual o Koda e o Kenai... Ta! Eu sei que esses dois últimos não são irmãos de verdade, mas eles são irmãos de espírito, ta?! O que vale é o sentimento. Foi o que a mamãe disse e o que o filme ensinou.

— Certo, eu vou tomar e você fica com o resto. — Finalmente eles se acalmaram.

— Ta. Mas não é pra deixar só uma coisinha de nada pra mim.  — O biquinho que Sehun fazia era uma graça.

— Ta, ta! — Baekhyun bebeu o iogurte e deixou um pouco menos que a metade para o irmão, que ficou satisfeito.

Baek estava com uma cara emburrada e Sehun todo lambuzado, mas felizinho. E sabe o que me deixou chocado? Foi que o Baek pegou o paninho que tinha na lancheira e limpou o rosto de Sehun que parecia achar aquilo a coisa mais normal do mundo. Eu olhei para o Jongdae e ele, assim como o Jongin, parecia não estar tão chocado quanto eu.

— É sempre assim. — Deu de ombros, passando seu suco para Jongin.

— Channie, o que você tinha pra contar? — Sehun perguntou curioso. Muito fofo! Eu tinha até me esquecido da minha notícia incrivelmente incrível.

Eu coloquei meu danoninho na mesa e me arrumei no banquinho, me preparando para contar sobre o Kyungsoo.

—Agora eu sou um irmão mais velho de verdade. — Era difícil não sorrir quando eu falava disso. Eu me sentia tão felizinho. Um calorzinho aquecia meu coração toda vez que eu pensava nisso. — Agora eu tenho um irmãozinho. — Coloquei minhas mãos nas minhas bochechas e bati meus pés no chão. Eu estava muito, muito feliz.

— Mas já? — Jongdae estava com a boca suja e aberta.

— Estou com dó de você. — Baekhyun riu e revirou aqueles olhos malvados.

— Por que, maninho? — Sehun parecia nem perceber que o Baek falava aquilo por causa dele. Tadinho...

— Nada, Sehun. Nada.

— Gente, ele é tão fofinho —  eu disse —, parece um pinguim, mas também parece uma coruja. — Eu ri lembrando daqueles olhos enormes dele.

— Ele é um pinguim, uma coruja ou um menino? — Acho que Jongin não entendeu muito bem o que eu quis dizer.

— Ele é um menino, Nini. — Eu ri da carinha dele. Que menino fofo, até o apelido é fofinho.

— Mas... — Dae tocou na cabeça dele e riu dizendo: “depois te explico”.

Eu contei pra eles que Kyungsoo era muito quietinho e fofo como um bichinho de pelúcia. E que o primeiro dia dele lá em casa foi o dia mais legal da minha vida. Tudo bem que ele não quis brincar muito comigo... Não quis brincar nada, na verdade. Mas é porque ele é tímido! Com certeza é isso. Os meninos queriam ir lá em casa ver o Kyungsoo, mas eu tinha que falar com a mamãe primeiro ou ela ia me matar, se eu chegar com todos eles de uma vez sem avisar. Da última vez que fiz isso ela ficou correndo pela casa toda reclamando que nunca tinha nada pra oferecer, que a casa estava uma bagunça, que eu ia ficar de castigo quando acabasse de brincar... Coisas de mãe.

— Mas Channie, como você ganhou um irmão tão rápido? — Baekhyun coçou aquela cabeça, que deve ta com piolho, só pode.

— Mamãe disse que ele é adotado. — Peguei uma balinha que o Jongdae ofereceu enquanto a gente voltava pra sala. — Obrigado, Dae. — O Kim é muito gentil. — Kyungsoo tem dois anos.

— Que nome bonito. — Jongdae sorriu pra mim.

— Eu também acho. — Eu sorri de volta. Porque era a verdade, né?!

— Quero ver sorrir quando ele sumir com a cabeça do seu boneco. — Baekhyun era um chato estraga os… lazeres? Não lembro a frase, mas ele é um grande de um chatinho.

— Kyungsoo não vai fazer isso. Ele é um anjinho.

— Certo, certo. Vai nessa. — Ele cruzou os braços e virou a cara.

Sehun e Jongin foram para as salas deles com a professora, em fila, bem bonitinho. E nós fomos para a nossa.

— Ei! De onde você tirou essa bala? Eu quero. — Baekhyun estendeu a mão bem na minha cara.

— Eu não tenho. Eu ganhei a bala. — Tirei a mão dele da frente. Aquela mão estava toda suja, como pode?!. E olha que ele só estava comendo o lanche.

— Quem te deu?

— Jongdae. — Respondi muito inocente, porque eu sou assim, sabe?! Mas acabei ganhando um tapa no braço; achei injusto.

— Yah! Vai dedurar mesmo? O resto da turma vai ouvir — Jongdae ficou bravo do nada.

— Eu quero, Dae. Me da uma? — Baek já correu para o lado do Kim. E tudo bem, porque eu sei que ele tem bala para o Byun. O problema foi quando todo mundo que estava nos corredores começaram a pedir também. Acho que entendi o porquê do Jongdae ter ficado tão bravo comigo.

Depois de muito correr para fugir dos loucos por doce, e eu aprender que quando você está na escola, ter doce é motivo de guerra, entramos na sala e fomos para os nossos lugares. Eu estava feliz por ter contado para os meus amiguinhos sobre o Kyungsoo. E com certeza vai ter muito mais coisas pra eu contar na escola sobre o que vamos fazer juntos, agora que somos os melhores irmãos do mundo. Ai ai…

Mas espera...

—Ah, não! — Eu queria muito chorar agora.

— O que foi? — Os dois perguntaram ao mesmo tempo e bem... — Toquei no verde primeiro. — Cada um tocou um algo verde. — Não, eu toquei. Não! Fui eu. — Eles falam tudo junto, pelo jeito.

— Gente! Eu esqueci meu danoninho no pátio. — Com a cabeça deitada na mesa, eu já não estava mais tão felizinho assim.


Notas Finais


FANFIC TAMBÉM POSTADA NO AO3
LINK: https://archiveofourown.org/works/24208282/chapters/58316653



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