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História Sweet Child O' Mine - Que Perca o Mais Fraco


Escrita por: Misticky

Notas do Autor


Eu sei que tem gente me querendo morta pelo último capitulo, mas né.. Que que eu posso fazer? OAIHEIOAHEIHIO

Agradecimentos especiais:
Bygrace, PorpetaBaker, DitteeGlabes e Ramona_A7x PELOS COMENTARIOS MARAVILHOSOS <3

E não sumam, eu conheço vocês e vou atrás de todo mundo okay? Okay ú.u

Curtam mais uma da Sweet Child <3

Capítulo 85 - Que Perca o Mais Fraco


Quebec City, Canada – 11/05/2014 – Colisee Pepsi Arena – 6:45 PM

 

Os gritos de Dan podiam ser ouvidos a quilômetros, juro. Nunca havia visto esse homem tão puto da cara desde que nos conhecemos, mas também pudera. Um dos caras contratados para o show da noite quase ferrou com a fiação inteira ao ligar um dos acendedores com o cabo de luz dos canhões coloridos. Teria ido ajudar o coitado do garoto que estava todo encolhido em uma parte do palco, mas sabia que seria chutada ou jogada para fora do palco por duas mãos furiosas. Troquei olhares com Jack que também parecia um tanto assustado ao arrumar os microfones nos suportes.

Estávamos atrasados na montagem e a casa iria abrir daqui a quinze minutos, então mesmo que não fosse mais minha função, corria junto com o resto parar terminar tudo a tempo. A passagem de som nem pode ser feita por causa desse problema com o roadie contratado, então estávamos todos rezando para que nada desse errado. A banda se encontrava nas salas atrás disponíveis desde as três da tarde, um dos idiotas vinha ver como ia o andamento das coisas certos momentos, mas simplesmente não podíamos parar ou não iria ter show naquela noite.

Distribuía as águas em cada canto para cada um, deixando seis em frente à bateria para Shadz sabendo que ele seria o único a tomar elas de qualquer maneira. Pelo menos os caras pararam de trazer whisky e só levavam cerveja para beber durante; acho que eles entenderam que não tem mais fígado para continuarem se comportando igual adolescentes como era na época do self-title.

Comecei a rir sozinha (para quem via de fora) já que Jason começou a tirar com a cara do Dan no ponto eletrônico, ele afinava a voz e imitava o outro roadie. Quase podia vê-lo andar desfilando ao mesmo tempo que falava.

-Ain Dennis, você podia ter matado alguém… - coloquei a mão na boca pra abafar a risada enquanto conferia as travas da bateria mais uma vez; esperava pelos outros técnicos para testarmos o som. - ...e eu não dou o rabo a uma semana pra estar parecendo um babuíno irritado. Ahh! - Jason deu um grito fininho na minha orelha e não aguentei, tive de ajoelhar e ria tão alto que a certeza de estar sendo observada era tão grande por estar sentindo aquele formigamento atrás da orelha. Coloquei as mãos no bumbo sentindo o corpo inteiro tremer depois de rir tanto daquilo. Provavelmente Matt vai acabar sem o irmão.

O comunicador era aberto a toda equipe. E Dan ouviu tudo. Desde o começo.

Alcancei o volume no fio próximo ao meu ombro, baixando um pouco porque logo os gritos do Berry seriam ouvidos por todos. Gritos de morte.

-Boettner! - levantei o rosto secando as lágrimas que se formaram depois de quase ter um ataque de riso daquilo, vendo Bruce me olhando em dúvida. Ele deve achar que sou maluca, só pode. - Levanta daí, nós vamos conferir o retorno. - acenei positivamente vendo-o me olhar ainda se distanciando. Eu devo assustar a equipe inteira com esses surtos repentinos de risada.

Puxei a banqueta e sentei, achando a melhor posição para que pudesse ouvir direito o som caso estivesse alguma coisa errada com a “afinação” das peles, mas era quase impossível de qualquer maneira. Whatever, o bom trabalho tem de ser mantido, certo?

 

____//____

 

Não era fácil controlar a ansiedade sabendo que os caras não haviam passado o som durante a tarde e o show tinha tudo para dar errado. Estava sentada nas coxias, vendo a The Conspirators tocar a última música da abertura. Queria que pudesse tê-los visto em outro dia em que as coisas não estivessem tão loucas para poder aproveitar melhor, mas era inevitável ver que os garotos agitaram bem o pessoal mesclando aquelas duas músicas diferentes com mais três novas que não tinham absolutamente nada haver com as outras.

A voz de Dameon em Halo* tinha ficado maravilhosa e eles estavam ganhando uma fã maluca. No caso, eu. Mesmo que estivesse preocupada a ponto de andar pra frente e pra trás há alguns minutos esperando que Arin aparecesse fazendo caras e bocas como se sentisse uma dor de estomago horrenda. Esse menino continua sendo estranho pra caralho quando vai tocar, era como se tivesse uma personalidade para o show e outra para a vida.

Obrigado meu bom DJ por colocar The Pride* logo depois dos garotos terem saído do palco. Amo-te com todo meu coração. Precisava me acalmar logo ou iria ter um ataque nervoso em alguns minutos. Os comunicadores estavam caídos por meu peito enquanto cantava por ali, gritando junto e torcendo para que ninguém ouvisse. Ninguém iria ouvir mesmo. Logo estaria balançando os cabelos se Arin não chegasse logo.

-Welcome to the pride! - gritei sozinha, rindo logo depois. E senti uma mão no meu ombro. Revirei os olhos, eles só aparecem pra me fazer passar vergonha. Arin estava ali sem camisa como sempre com as baquetas nas mãos e me fazendo ficar um pouco confusa, Shadows estava junto e ainda tinha os óculos na gola da camisa. O baterista sorria daquele jeito amável de sempre, batucando no ar seguindo a música. Dei uma olhada no relógio do pulso constatando que teríamos vinte minutos para nos arrumar ainda.

-Aconteceu algo? - cheguei perto o suficiente do grandão para falar no seu ouvido e ele sorriu. Arqueei a sobrancelha. Não ‘to gostando dessa expressão misteriosa na cara dele. Isso nunca vinha acompanhado de coisa boa. E tinha certeza disso já que vi Brian caminhando até nós com aquele sorriso cafajeste.

Porque eu tenho a impressão que vou me ferrar hoje?

-Continue aquecendo essa garganta, baixinha. - trinquei os dentes com o apelido. Gates abriu a boca pra eles desse apelido filho da mãe. Por isso me olhava daquela maneira e por isso mesmo o segurava pela jaqueta tencionando bater nele ao som da risada do vocalista e os relinchos do baterista. Esses dois só podem ter alguma coisa faltando na cabeça.

-Não se esqueça de que eu sei que quarto você está Brian. - resmunguei baixo e ele deu de ombros, levantando as mãos. Odeio o modo como ele esta rindo da minha cara de irritada.

-Claro, apareça lá mais tarde. - piscou divertido e senti meu rosto corando. Ainda bem que os outros dois não sabiam de nada, por isso riram mais alto ainda. Claro que nós dois enterramos aquela noite estranha e sem sentido nenhum voltando a nos tratar como os amigos babacas de sempre que roubam megafones, mas seria meio impossível esquecer. Pelo menos eu não conseguiria esquecer o que vi já ele não sei. Lembrar sempre me trazia a sensação enjoada de estar fazendo algo errado.

Matt me deu um tapa no ombro que quase me jogou no chão, frisando que deveria mesmo aquecer a voz ou passaria vergonha quando fosse cantar com eles. Tive de fazer um drama todo para que desistisse daquela ideia, joguei-me aos seus pés, abraçando sua canela e pedindo que não fizesse aquilo, mas só resultou em ter de ser levantada por Zacky que parecia estar tendo uma indigestão quando parei para observá-lo. E me sentia completamente sem graça perto dele, ainda lembrava bem da conversa que ele teve com o outro guitarrista na porta.

Evitei ficar muito perto, estava fugindo dele desde o episódio. Nem divindo o quarto estávamos mais.

Todos tinham ido parar lá trás junto com o baterista, me olhando xingar o vocalista de tudo que conhecia. Obviamente eles não entendiam nada ou eu teria sido demitida logo depois. Quando Jason apareceu, falando sobre terem sumido do nada e me olhar com uma cara estranha, eles fizeram a concentração ali mesmo. Aproveitei e sentei em uma das caixas, vendo aquilo e sorrindo sozinha mesmo que mal pudesse escutar o que diziam.

Assim que todos foram para seus lugares, Arin parecia estar concentrado pensando em alguma coisa, o olhar longe.

-Que foi vareta? - perguntei e vi-o revirar os olhos rindo.

-Achamos que a Kim ‘tá grávida. - sorriu sonhador. Não pude evitar me jogar em cima dele, abraçando-o com força ao mesmo tempo que Arin levantava os braços.

-Parabéns! - comemorei pulando abraçada com o corpo magro do baterista que consegui fazer tirar os pés do chão com muita insistência. Mesmo que a noticia tenha sido maravilhosa, ainda precisava estar atenta a música, que assim que acabasse, mandaria o baterista entrar para começar o show. Os gritos dos fãs vinham rápidos ali pra trás, chamando a banda.

-Fecha o som externo! - o comunicador voltou a chiar com a voz de um dos técnicos. A música parou, deixando os fãs enlouquecerem. -Boettner, hora do show! - dessa vez a voz de Jason chegou até ali. Sorri e acenei com a cabeça ao baterista que correspondeu e batemos as mãos em punhos pra cima, pra baixo e no meio. Era meio que uma boa sorte nosso.

Arin entrou logo depois. E a bateria soou para o começo de Sheperd Of Fire.

 

___//___

 

Zacky Vengeance

 

Apesar de todo o problema durante a tarde com aquele roadie sem noção, até aquele momento tudo estava correndo bem e ele se sentia cada vez mais estranho. Sentia uma sensação ruim na boca do estomago desde que saíra do hotel para a passagem de som que não havia acontecido, só não sabia explicar bem o que poderia ser. Além do fato da roadie praticamente ignorá-lo desde a festa que haviam feito no quarto dos garotos da ex-banda da amiga, ela mal falava consigo e até dividir o quarto ela se recusava.

Não conseguia se lembrar de nada muito concreto da festa além da fã maluca que tinha ficado no seu pé a noite toda, sentado no seu colo até que ele cedesse a um beijo dela. E logo depois o tapa estalado por ter recusado transar com a mulher, tal qual acabou tirando-o do estado completamente embriagado e o fez notar que não sabia onde estava a roadie, odiando-se por ter entrado no estado que não sabia mais nem quanto tempo havia se passado.

Antes de começarem a próxima música, colocada pelo vocalista de última hora na setlist, Johnny chegou perto de si e cutucou-lhe as costelas.

-Presta atenção cara, o Matt quase te deu um soco antes e você nem percebeu. - comentou no seu ouvido rindo baixo. Deu de ombros, estava se sentindo um pouco avoado mesmo e nem se lembrava de quase ter sido acertado na cara pelo amigo. Sem querer obviamente. Prestou atenção no que o vocalista estava conversando com os fãs que estavam um pouco mais quietos.

-Voltamos à época do Waking The Fallen. - os gritos inundaram o lugar e o fez sorrir. Ainda bem que a banda tinha dado certo, não se imaginava sendo um vendedor de loja qualquer. Riu sozinho do pensamento sem noção que lhe encheu a cabeça do nada. - …nós convidamos uma fã muito querida para cantar junto essa música e espero que ela não estrague essa porra. - o vocalista riu contra o microfone, fazendo Zacky quase dar uma cabeçada no seu próprio por causa da risada que lhe invadiu devido ao tom um tanto cômico que o amigo deu a frase.

Ambos sabiam que a única maneira dela conseguir estragar a canção seria desmaiando de nervoso mais uma vez, mas ela parecia ter superado depois de virar a técnica do Arin. Se bem que a possibilidade de ver a garota passando mal de novo deixou-lhe um pouco apreensivo enquanto o amigo chamava a roadie ao palco em meio a gritos enlouquecidos da plateia. Era engraçado vê-la com vergonha sendo arrastada para perto do vocalista por Jason que sustentava uma expressão sádica perante o constrangimento da garota.

Crispou os lábios um momento, segurando o braço da guitarra ao notar que Kat olhava-o com certo pavor. Zacky sorriu tentando acalmá-la por um momento antes do corpo de Matt cobrir a visão, então voltou-se a uma das laterais onde havia algumas garrafas de água que já havia aberto. Pegou uma delas, bebendo calmamente.

-Se der merda, a culpa é dela. - e voltou a rir mais ainda, junto com Brian do outro lado do palco e Jonnhy sentado em frente à bateria. Matt podia ser filho da puta quando queria, mas sabia que ele falara isso tentando acalmar a garota que quase tremia segurando o microfone olhando o chão.

Embora Zacky achasse que aquilo não tinha sido tão apropriado ao momento.

Viu Kat virar-se de costas a plateia, indo até a bateria e acenando a Arin para que iniciasse a contagem. Pelo menos Matt tinha lhe avisado qual era a tal da música que iriam tocar antes de entrarem ou estaria fodido. Ao que a música começava rápida, viu a garota se soltar e sorriu.

Ainda bem que ela não havia dado outro surto nervoso. Ou era o que pensava ao ver o corpo do roadie correndo para frente e quase atropelando o outro guitarrista ao pular em cima de uma das plataformas que ficavam em frente do palco. E viu a plateia gritar mais ainda ao ouvi-la gritando o inicio veloz de Eternal Rest sem medo. Parecia-lhe que estava vendo uma pessoa diferente ao observá-la tão confiante em cima daquele negocio um tanto encolhida em si mesma, segurando o microfone de forma estranha e mexer a mão esquerda sem muito sentido.

Ela parecia mal precisar respirar.

Via o corpo pequeno acompanhar a batida do bumbo logo depois, caminhando para os dois lados da plataforma em que tinha subido e gritando quando necessário. Não gostou muito de ter notado que até os seguranças estavam olhando-a com surpresa, especialmente um mais ao lado do Brian que provavelmente teria quase 60 anos e parecia despi-la com o olhar. Ficou por ali, tocando junto com o amigo e vendo as caretas sem noção do guitarrista tentando se distrair para não acabar indo socar o tal do homem.

Não que fosse uma surpresa tão grande assim, mas os gritos da amiga eram muito bons e podiam ser bem mais inteligíveis dos que os de Shadows. E os movimentos do corpo dela eram agressivos, ela até apontava para os fãs em alguns momentos. Zacky sabia que estava com um sorriso abobado no rosto vendo a roadie daquela maneira.

Sentiu quando Gates chegou perto o suficiente para falar no seu ouvido ao mesmo tempo em que Matt entrava com a parte cantada junto à garota.

-Se não parar com essa putisse com a Kat, eu e a Chelle vamos adorar dividi-la. - o sorriso sacana que o outro lhe dirigiu quase o fez perder algumas notas e tinha certeza que o olhava incrédulo. Abriu a boca para falar diversas vezes sob o olhar do amigo, mas sem conseguir formular algo por diversos segundos.

-Faça isso e meu pau vai sair pela tua garganta, Haner. - respondeu querendo parar de tocar e enfiar a guitarra na cabeça do amigo que ria tanto que chegou a sair junto no microfone durante uma parte mais lenta da música. Ao virar viu que os dois vocalistas olhavam-no curiosos, a roadie tentando não rir.

Johnny até tentou falar consigo depois, mas Zacky quase o chutou. Literalmente falando. Fazia os backing vocals sem realmente prestar muita atenção na música, pensando na provocação que havia ouvido do amigo. Brian tinha perdido a noção completamente, será que estaria pensando mesmo em levar a menor e dividi-la com a esposa? Brian tinha vontade de pegar a garota? Michelle aceitaria aquilo? Pera, será que ela gostava de mulheres? Porque se era pra dividirem-na… Quase parou de tocar para coçar a cabeça depois de todas as perguntas sem sentido rodarem sua mente.

Era obvio que só queria provocá-lo.

Como sempre.

Mas então porque a sensação de medo de perder a garota começou a rondá-lo depois de ter ouvido a sentença sair da boca de Brian?

Mal notou quando a música acabou já que ouviu o vocalista rir enquanto ele era o único tocando algo sem nexo e olhado por todos.

-A garota não fode a música, mas os dois filhos da puta sim. Maravilhoso. - todo o lugar riu, inclusive eles mesmo. Zacky sentindo-se um pouco constrangido. Mal notou quando a garota passou por si trazendo um sorriso entortado numa careta engraçada. Parou-a com um braço, chegando perto do ouvido dela.

-Foi ótima, baixinha. - sorriu e ela revirou os olhos. - Depois preciso falar contigo. - piscou divertido. Por um momento achou ter visto uma preocupação latente no seu rosto, mas ela logo concordou e voltou a correr para trás do palco e pode ver a equipe a parabenizando. Era ótimo ver que um pouco da velha Kat estava de volta, por mais que ela andasse um tanto afastada de quase todos.

Antes de voltarem a tocar o show, Matt lhe mandou não foder mais nenhuma canção ou seria demitido junto de Johnny. Pode ver a indignação do baixista ao jogar os braços pra cima, rindo junto. Mesmo naquela situação quem sofria era sempre o menor, ria sozinho pensando no quanto o baixista já tinha passado na mão deles. Mas os pensamentos relacionados ao que Gates havia dito voltaram a rodar sua mente ao mesmo momento em que flashes de quando a garota estava desacordada vinham a si.

Fez uma careta ao lembrar-se daquele dia. O susto ao vê-la de volta, a conversa sobre cocaína e descobrir que ela já havia usado, o plano capenga que tinha tido de tentar faze-la seguir longe da banda. Nada tinha dado certo como queria, foi bem ao contrario por seu corpo praticamente estar traindo-o quando estavam perto. Dormir na mesma cama que a roadie era praticamente um teste de masoquismo diário.

A vontade sempre presente de voltar a provar os lábios volumosos que agora carregavam somente um dos piercings que ele tanto gostava. E depois a culpa o consumia por querer aquilo, não era certo de nenhuma forma. Não poder mais dormir com o rosto entre os cabelos cinzentos, bem perto da nuca tatuada era provavelmente a coisa que mais sentia falta desde que ela começou a fugir de si.

E mesmo assim não abriu mão de dividir o quarto naqueles dias, ainda tinha medo que algo acontecesse com ela, mesmo sabendo que Kat já havia encontrado o tio várias vezes e estar o ignorando veemente. Sentiu um arrepio ao lembrar-se do mais velho, Marcos ainda parecia querer tirar-lhe o couro. Piorava agora que o roadie sabia que estiveram dividindo o mesmo cômodo em todos os lugares.

Quando o show terminou, estava tão desligado que depois de entrarem na sala que usavam para descansarem sentou-se no sofá olhando o nada por tanto tempo que quase foi esquecido quando os caras saíram alegando que todos teriam de ir a um bar. Ideia de Johnny. Tão típico. Só não sabia que a garota estaria junto com os outros roadies. Sorriu doce ao vê-la, sentando-se ao seu lado na van que os levariam ao bar da cidade que provavelmente seria destruído por Brian.

-Nem se atreva a me abraçar. - ela ralhou consigo, segurando-o pelos pulsos para que não levantasse os braços como planejada. Ele riu divertido, soltando-se com um pouco de dificuldade e passando ambos os braços ao redor da roadie e lhe trazendo perto o suficiente do seu sovaco, podendo sufocá-la. E ela lhe estapeava, gritando algo e quase acertando uma das mãos no seu rosto. Claro que podia ouvir todo o resto rindo, mesmo que alguns estivessem alheios ao que acontecia.

Pelo menos ela havia parado de lhe ignorar como fazia há dois dias.

Já era um avanço.

 

____//____

 

Katerina Boettner

 

Esse filho da égua só pode estar querendo me matar. Que ideia de bosta aceitar ir ao bar com eles depois do show, nem iria beber. E todos saíram exatamente como estavam, ou seja, suados e fedendo, pude ver que Matt ainda tinha o rosto meio molhado. Meu deus, eu convivo com um bando de porcos. E agora estou sendo morta pelo fedor de um. Fui premiada, só pode ser a explicação mais plausível.

Consegui me soltar da jubarte que ria nasalmente quase se jogado em cima de Matt (Barry) que lhe empurrava xingando-o de gordo espaço do caralho. Ou acho que ele me soltou, mas fiz questão de lhe dar uma cotovelada nas costelas, ouvindo-o choramingar e agarrei-o numa gravata de pescoço assim que se abaixou um pouco. Zacky segurou meu braço com as duas mãos enquanto apertava as juntas dos dedos na sua cabeça, sabendo que aquilo estava doendo. Obvio que estava rindo daquela merda, ele quer me matar e acha que não vou me vingar? Tão inocente…

-Crianças, parem! - Jason chamou nossa atenção e soltei a bolota do aperto do meu braço. Pelo menos não tinha sido inteligente o suficiente de me morder. Ele me deu um empurrão, nos dois rindo como idiotas mesmo sem estarmos bêbados. Ainda era um pouco estranho estar perto dele depois do que quase havia acontecido, estava sentindo uma vergonha quase catastrófica depois de termos parado de tentar nos matarmos. Ele com seu fedor e eu sufocando-o.

Nem percebi que já havíamos chegado ao lugar e era a última a descer. Franzi o cenho.

-Não iam em um bar? - questionei Johnny que estava ao meu lado. Ele riu.

-Sim, mas vamos tomar um banho antes Boettner, nós não somos idiotas. - ele piscou divertido indo até o hall com os outros.

Oh, que lindo, sou a última. Pra variar…

Pelo menos eles ainda são higiênicos. E vou ter que esperar a jubarte desocupar o banheiro já que parece que sou a única ainda pegando o elevador. Todos pareciam extremamente felizes com o fato de ir beber (novidade) então deve ser por isso que não estão se enrolando como de costume sempre que querem sair. Balancei a cabeça no corredor, destrancando a porta e entrando para escolher a roupa já que meu companheiro de quarto é um filho da puta demorado.

Não quero ter de dormir com ele as minhas costas, isso só faria minha culpa aumentar.

Pois é, fui meio que obrigada a dividir o quarto com ele mais uma vez já que Brian não me aguentava mais ocupando o sofá dos quartos anteriores. Acho que foi só uma desculpa pra me colocar novamente junto com a baleia. E não tinha como negar ou dormiria no corredor já que o hotel estava cheio por causa de uma convenção de... o que porra era mesmo?

Ah, esquece.

Deve ser difícil lavar toda aquela banha pra estar demorando tanto.

Peguei o celular de cima da cama e mandei uma SMS para Erik sobre o que poderia vestir. Queria usar algo diferente naquele dia, estava com uma impressão que algo grande poderia acontecer. Espero que não seja Brian sendo preso – de novo. Esse era o ponto positivo de ter um amigo que queria fazer moda, mesmo que ache que ele nunca vá realmente entrar na faculdade se a banda crescer mais.

Sorri com a sua resposta. Era uma ideia interessante a dele.

Deitei na cama com as pernas pra fora, fechando um pouco os olhos lembrando da sensação do show. Ainda não sei como não vomitei de nervoso, na hora parecia que logo ia desmaiar ou esquecer a letra. Ou os dois. Sorte que nada aconteceu, mas acabei lembrando que o ser que está acabando com a água do mundo queria falar comigo.

Zacky deve ter morrido naquele banheiro. Só pode.

Tirei um dos tênis e joguei na porta, fazendo um barulhão e gritando que era pra ele parar de se masturbar que ainda precisava tomar banho também. Não sei dizer, mas acho que ele gritou lá dentro sobre me afogar.

Mais alguns minutos, e ele saiu de toalha com a cara emburrada. Comecei a rir.

-Vengeance, você parece uma criança ás vezes. - comentei pegando minhas coisas e indo direto ao banheiro, trancando a porta para que ele não se vingasse e trocasse a temperatura da água. Sei que ele resmungou qualquer coisa, mas não podia demorar muito ou iriam me deixar no hotel por culpa da baleia assassina. Preciso arranjar outro colega de quarto que esse já esgotou a cota de raiva que tenho para alguém.

Assim que saí, dei jeito de fazer uma trança mal feita só para esconder um pouco a sujeira do cabelo já que não tive tempo de lavá-lo. Secava o corpo ao mesmo tempo em que tentava passar uma maquiagem básica, coisa que não usava fazia tempos. Não aconselho a tentarem isso em casa, o risco de delineador preto na minha testa indicava que algo havia saído errado. Ouvi Zacky batendo na porta.

-Espero você lá em baixo. - falou alto para que pudesse ouvir. Gritei outra coisa para ele, concordando. Era melhor mesmo, assim pelo menos ninguém me apressava. E podia sair pelada do banheiro, coisa que fiz até porque já estava suando dentro daquele lugar. Terminei de me arrumar no quarto, olhando aquele conjunto que havia ganhado da coleção da The Gothic Shop há alguns dias. Pois é, eles gostaram das minhas fotos e mandaram coisas para fotografar e promover a loja.

Nem conhecia esse lugar, soube por Emery que era uma marca Europeia.

Vesti sentindo-me um pouco estranha. Será que tinha ficado bom? Fazia um bom tempo que não usava saia. Suspirei, vestindo a meia-calça preta e o sapato de salto. Ainda bem que aprendi a usar essas coisas (e devo confessar que agora ando meio louca por eles). Terminei a maquiagem que Emery havia me ensinado, peguei o cartão e desci para encontrar os idiotas.

Pude ver todos no saguão e quase desmaiei.

Esses caras tão querendo me matar? Isso que acho que eles não levaram mais do que quinze minutos se arrumando, mas quando a pessoa é bonita ela pode até enfiar um nariz de cenoura na cara que fica maravilhosa. Acho que fiquei babando um pouco neles, vendo Brian andar pra lá e pra cá falando alguma coisa. Esse homem não acaba a pilha, como é possível?

-Boettner? - dei um pulo colocando a mão no peito e sentindo o coração pular loucamente. Olhei Jason ao meu lado, rindo abobalhadamente. Nem preciso dizer que ele era outro filho da puta que consegue ficar lindo sem tentar muito. E ele me secou de cima a baixo, parecendo aprovar e me deixando um pouco vermelha. Ofereceu o braço para que me apoiasse nele. - Vamos causar pra esses viados! - não aguentei e ri, concordando.

Nós andamos até os cinco idiotas jogados no sofá. Até acho que Johnny e Zacky estavam dormindo já.

 

____//____

Synyster Gates

 

-Nunca mais chamo a Kat. - Shadows comentava com a cara enfiada na mão, enquanto ele ria do amigo jogado no sofá juntamente com o baixista e o outro guitarrista que quase dormiam lado a lado. Se a amiga demorasse mais um pouco, ele concordaria e chamaria todos os outros para irem logo antes de ficar muito tarde para saírem. Ainda precisavam fazer um show no dia treze, mesmo que pudessem voar para lá próximo ao horário da passagem de som.

Ouviu duas pessoas conversando e virou o rosto instintivamente para olhar, vendo a garota juntamente do roadie sem noção que quase havia apanhado do outro. Piscou algumas vezes, surpreso ao vê-la arrumada como… uma verdadeira modelo e andando tal qual. Mesmo que estivesse apoiada ao braço de Jason, Kat andava com confiança, o sorriso mínimo que possuía nos lábios era quase irônico.

-Let’s go, bitches! - Jason tinha algum problema pra falar tão fino quando ia chamá-los para algum lugar. Desviou o olhar ao amigo jogado no sofá (que havia acordado rindo alto do roadie), pode notar que o outro guitarrista analisava a garota indiscretamente, o olhar ficando meio perdido à medida que observava o rosto dela. Brian resmungou, batendo a palma da mão na cara um tanto indignado por ver que agora Zachary olhava o outro roadie de maneira assassina, mesmo que não falasse nada e sendo o primeiro a quase sair correndo em direção a van que os levaria até o bar.

Considerou pegar o outro pelo pescoço e esganá-lo até que parasse de agir como uma criança – novamente – e admitisse logo aquela porra pela menor. Já havia deixado claro que iria apoiá-lo no que precisasse juntamente dos amigos (até Matt estava aceitando a ideia, mesmo que aos poucos), mas parecia não adiantar nada e Zachary parecia cada vez mais surdo. Nem a brincadeira de mais cedo sobre dividir a roadie com a esposa pareceu fazer efeito além de uma carranca e um xingamento.

No veiculo todos conversavam animadamente, ele com certeza sempre gritando mais alto sobre o dia em Concord que o tinham transformado na menina do exorcista por causa da jaqueta ao contrario. Matt afirmando que não mais o arrastaria de volta ao hotel se resolvesse dar outra das suas ideias e tentar fugir correndo do bar gritando sobre lhamas assassinas. Por estarem sentados no último banco ao lado de um Arin morto, Johnny e Kat mal eram percebidos por baixo daquela gritaria toda, mas ele, Brian, estava prestando atenção no que parecia algo sério por ver o baixista quase não ter expressão nenhuma no rosto enquanto escutava a mais nova.

Quando chegaram ao bar, desceram animados fazendo baderna e Brian fez questão de se pendurar no outro guitarrista para irritá-lo como costumava fazer. Obvio que recebeu uma das olhadas mortais de Zachary, mas quem disse que ele ligava? Apenas arrastou o outro porta giratória adentro quase fazendo-os ficarem presos nela. Escolheu uma mesa grande o suficiente para todos no andar de cima do lugar que pelo horário e por ser dia de semana, estava bem menos cheio do que imaginava. Era somente eles naquela parte.

O lugar tinha um ar daqueles bares do Texas, tudo extremamente antigo cheio de bugigangas pelo teto e coisas não identificadas pelas paredes. Brian sem querer lembrou-se da infância por haver um daqueles em HB que somente frequentava com o pai quando não estava tentando incendiar algo junto de Jimmy. Sorriu sozinho, sentando-se ao lado da roadie e passando o braço por cima dos ombros da mesma, fazendo-a revirar os olhos ao mesmo tempo em que ria da sua cara.

-Vamos apostar, Boettner? - sugeriu. - Quem virar menos em um minuto, tem que seduzir o garçom. - a amiga franziu o cenho diante do que havia falado.

-Você é gay, Gates? - perguntou tentando não rir e Brian deu de ombros, sorrindo grande à medida que a garota parecia ter aceitado a proposta. Claro que notou Matt tentando segurar o riso ao ter ouvido sua proposta e levantar-se ao ir ao balcão montado com madeira envelhecida.

Sabia que ganharia aquilo fácil, tinha uma resistência enorme às bebidas e logo poderia colocar sua tática em ação. As conversas paralelas na mesa rolavam soltas ao que ele apenas observava Zahcary, um tanto distante e olhando o nada exatamente como fizera durante o show inteiro. Teve de se segurar para não chutar a canela do outro guitarrista e irrita-lo mais ainda sabendo que, se tudo ocorresse como havia planejado, a bolota sairia soltando fogo pelos ouvidos nessa noite.

Shadows voltou à mesa com uma bandeja cheia de doses, havia em torno de vinte delas incolores e Brian sabia que era tequila. As outras sete eram verdes radioativas, que Matt entregou uma a cada pessoa da mesa para que brindassem ao terem concluído mais uma apresentação sem que nada desse errado. Era bom comemorar com os amigos, eles faziam questão de tudo àquilo sempre. Pegou seu copinho, virando-o garganta abaixo e sentindo a queimação gostosa do absinto.

Logo depois estendeu a mão a roadie ao seu lado, ficando de frente a ela.

-Que perca o mais fraco. - sorriu malandro.

 


Notas Finais


Roupa que a Kat usa: https://www.instagram.com/p/BebdJmqB0Yd/?taken-by=mirandarightsofficial

Halo - Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators
The Pride - Five Finger Death Punch

Má vai dar uma merda gigante essa competição dos dois...


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