"O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase."
Rolei os olhos enquanto ouvia Ethan falar de coisas da empresa e dos contratos, juro que a vontade de bater na cara dele já estava ficando maior do que a de achar uma roupa descente pra vestir, no caso, descente na opinião dele, porque como mulher do grandioso Ethan Merlyn eu precisava estar a altura, e segundo ele algumas das minhas roupas eram muito juvenis, eu odiava quando ele se metia nas minhas coisas.
— Já que nada te agrada eu poderia ir de terno e gravatá, certo? -Propus sarcástica e foi sua vez de rolar os olhos, ele irritava muito as vezes, mas nos dávamos tão bem.
Corri meus olhos sobre seu corpo que vestia apenas uma calça social e meias brancas e ele parou em certa parte do closet observando alguns vestidos e roupas que tinham ali e pousou as mãos em um vestido de alças cor branco com umas costuras cor preta em suas bordas, era lindo, admito.
— Esse é o último vestido que eu provo, se você não gostar eu faço você comer esse tecido e vou de short jeans. -Espero que ele não duvide de mim.
Deslizei o vestido sobre meus braços encaixando-o em meu corpo e noite um sorriso de canto em seu rosto. Eu odiava ter que provar milhares roupas e bagunçar todas as minhas coisas só pra uma coisa simples, ou sei lá, eu sou estranha mesmo.
Bastian Schweinsteiger
— Se arruma direito, nunca se sabe quem vai encontrar nesses jantares imbecis. -Mario falava para Thomas que se complicava com as calças sociais.
— Jantar de trabalho não é imbecil, Mario, assim como na hora de você receber aposto que não acha imbecil. —Retruquei e ele rolou os olhos.
— Isso é falta da sua namorada, falta do que fazer, sério, vamo melhorar esse humor de velho, Bast. —Neuer entrou no quarto e eu bufei, não é ele que sempre banca o reservado?!
Dei um nó ou improvisei algo naquela gravata que me sufocava e saímos em direção a van que nos aguardava em frente a minha casa.
O caminho foi insuportável, mas um tanto quanto agradável já que ninguém deu sequer um pio.
Eu contava os minutos para chegarmos naquele jantar, falarmos todas aquelas baboseiras e blah blah blah e voltarmos rápido pra casa, provavelmente eu não aguentaria muito tempo naquele lugar.
Adentramos o restaurante luxuoso e subimos para uma parte mais reservada e separada exatamente para nós já que uma mesa imensa e bem posta se estendia de um canto a outro daquele lugar.
— Que horas a soberana mulher do Merlyn e ele pretendem chegar?!
— Acho que agora, meu caro. -Mario falou e eu olhei a moça subir as escadas junto com Merlyn, ela mantinha seu olhar no chão e parecia pensativa, esperei para cumprimenta-los e Merlyn falou com os outros enquanto sua mulher seguia reto sem olhar para frente, até esbarrar em mim, ou na minha gravata mal arrumada.
— Sua grava. -A voz doce ecoou e naquele momento eu só podia ouvi-lá, seus dedos encaixaram com delicadeza em meu pescoço e eu senti meus pelos eriçarem enquanto ela arrumava a gravata sem me encarar.
Suas mãos soltaram o pano, finalmente nos encaramos, e naquele momento eu podia ter total certeza de que não aguentaria nem uma hora naquele jantar.
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