1. Spirit Fanfics >
  2. Sweet Doom (J-Hope e Jimin - BTS) >
  3. Um beijo, um erro

História Sweet Doom (J-Hope e Jimin - BTS) - Um beijo, um erro


Escrita por: CatJungCrazy

Notas do Autor


HELLOU CATS INSANES! ❤
Cheguei com mais um capítulo.
Sem revisão, perdoem os erros. Tia Cat ta morrendo de sono, mas mesmo assim não vou deixar vocês sem capítulo.

BOA LEITURA!

Capítulo 45 - Um beijo, um erro


    Desci as escadas com cautela, tendo Hobi atrás de mim olhando-me atento. Assim que cheguei à sala, deparei-me com os meninos e as meninas dispersos pelo cômodo, sentados no sofá, chão e cadeiras. Porém havia uma mulher intrusa ali, esta estava sentada em uma das poltronas de bambu e tinha um olhar melancólico sobre mim. A sua aparência era jovial, seus longos cabelos castanhos caiam feito cascata por seus ombros, seus olhos tinham a mesma tonalidade escura que os meus, a pele bronzeada dela lembrava a minha e até seus lábios medianos e rosados assemelhavam-se aos meus.

Quando a mulher deu um sorriso fraco pra mim, pude notar um brilho em seus olhos. Eu não consegui sorrir de volta, o receio e o medo impediam-me de aproximar-me dela. Fiquei ali, olhando-a à distância enquanto ela analisava-me com o seu olhar sereno.

_ Você está tão linda Áurea. - Sua voz era carregada de suavidade.

Ela se levantou e caminhou lentamente até mim, seu vestido florido arrastava pelo chão, dando-a um ar de leveza. Ao ficar diante de mim, ela deu um sorriso sincero e tocou minha bochecha com a palma de sua mão, alisando minha pele.

_ Você está diferente, a última vez que te vi você estava completando seus quinze anos de idade, mas isso foi há séculos atrás. - Ela tombou sua cabeça para o lado, passando seus olhos por cada canto de minha face. - Você tem quantos anos agora?

_ Eu tenho dezoito. - Respondo-lhe, simplista.

_ Você tem um rosto mais maduro agora, antes você se assemelhava à uma menininha. Mas veja só... - Ela pegou minhas mãos e olhou-me de cima a baixo. - Agora você é uma mulher maravilhosa, como sempre suspeitei que seria.

Apenas dei-lhe um meio sorriso e ela olhou para Hoseok, que estava atrás de mim e observava tudo.

_ Permita-me falar com ela à sós. - Ela voltou seu olhar à mim. - Vamos lá fora? Preciso conversar com você, Áurea.

Assenti e nos retiramos da sala sobre o olhar atento de todos. Assim que passei pela porta e deparei-me com a floresta à minha frente, senti-me estranhamente amedrontada.

_ Venha. - Ela segurou-me pela mão e andamos para longe da casa, adentrando o emaranhado de árvores e ficando entre elas, nossas faces se encaravam frente à frente.

_ Quero lhe contar uma coisa. - Ela me olhou séria, fitando-me com suas orbes negras.

_ O que é? - Perguntei-a, curiosa.

Ela pegou em minhas mãos e apertou-as firmemente.

_ Antes de você nascer, eu não amava teu pai, na verdade... - Ela desviou o olhar, focando sua visão em um ponto distante. - Eu fui prometida à ele por minha mãe.

Minha boca se entreabriu diante da surpresa e ela suspirou alto, voltando seus olhos à mim.

_ Se você sabia o quão ruim era se casar por obrigação, por quê me impôs isso? - Perguntei-a com o cenho franzido.

A morena à minha frente mostrou-se desconfortável diante do assunto, mas mesmo assim não tirou seus olhos dos meus.

_ Porque com o passar dos anos eu fui criando laços com Oregon, fomos construindo nosso relacionamento e aos poucos sentimentos foram nascendo. - Ela ficou cabisbaixa e sua voz tornou-se quase que um sussurro. - E eu pensei que isso aconteceria com você e Jin-Woo, mas eu estava errada.

Franzi o cenho em irritação.

_ É claro que estava! - Minha voz saiu incontida e ela me olhou surpresa. - Você sabia que eu amava o Hobi, por quê fez isso? - Meu olhar se tornou pesaroso. - Por que me amaldiçoou? Por quê?

Fitei-a em busca de alguma resposta e ela mostrou-se culpada, encolhendo os ombros e soltando minhas mãos, em seguida ela encarou o chão e cerrou os punhos, colocando seu lábio entre os dentes, mordendo-o furiosamente.

_ Eu tinha raiva, eu fiquei com inveja e ódio de você. - Ela confessou e meus olhos se arregalaram, surpresos.

_ Inveja? - Franzi o cenho em confusão.

Ela me olhou, suas orbes eram repletas de culpa e vergonha de si mesma.

_ Eu tinha raiva porque você teve o que eu não tive, você pôde conhecer o amor ao invés de se casar por obrigação como eu. - Ela suspirou pesadamente, fechou os olhos e tentou buscar ar para prosseguir. - Eu tinha quinze anos quando minha mãe me apresentou Oregon como meu esposo, eu não tive escolha à não ser aceitar. - Suas pálpebras se abriram revelando olhos cheios de lágrimas. - Eu só fui amá-lo realmente quando você nasceu, você era nosso tesouro, o pequeno fruto do nosso recém-nascido amor.

Ela passou a palma das mãos sobre suas bochechas molhadas e deu um meio sorriso afetado pra mim.

_ Eu só queria o seu bem, e eu achava que com o passar dos anos você e Jin-Woo construíram um casamento feliz, e que a felicidade plena viria pra você assim como foi comigo. - Ela fungou, novamente tendo que enxugar sua bochecha. - Mas aí apareceu o Hoseok e quando vi o jeito que vocês se olhavam, a forma como vocês eram felizes sem nenhum esforço... Oregon nunca havia me olhado desse jeito, eu nunca havia experimentado um amor tão puro como aquele, e achei um absurdo você ter aquilo que sempre quis, na idade em que fui condenada ao casamento, você foi liberta para o amor verdadeiro. - Ela desviou o olhar. - Me senti tão contrariada, achava aquilo tão injusto. Eu fiquei cega de tanto ódio, raiva por você estar conquistando o que nunca tive, e inveja pelo mesmo motivo. Então eu fiquei fora de mim, agi tão perversamente... - Ela suspirou pesado e seu olhar ferido voltou à mim. - Me perdoa por isso, eu fui uma tirana ao separar um amor tão sincero por conta de meus sentimentos fúteis. Eu agi mal, e não espero que me perdoe tão facilmente. Mas, se puder me perdoar, se... - Ela pegou minhas mãos, entrelaçando as suas. - Me der essa chance, eu prometo que serei a mãe que deveria ter sido pra você. Me deixa cuidar de você...

Suas lágrimas escorriam por seu rosto, algo dentro de mim sentia que seu arrependimento era verdadeiro. Estranhamente, eu não sentia raiva dela, não havia nenhum resquício de sentimentos ruins em relação à ela em mim. Porém eu não sentia afeto ou qualquer coisa, para mim ela era uma completa desconhecida.

_ Tudo bem, eu a perdoo. - Disse, olhando-a com pena.

_ Sério? - Ela abriu um enorme sorriso sincero.

Assenti.

_ Ah, minha filhinha... - Ela passou seus braços por meus ombros e me abraçou, retribui sem jeito o gesto. - Obrigada.

Ela soltou-me e segurou meu rosto em suas mãos ainda sorrindo.

_ Mas... E a maldição? - Perguntei-a.

Ela negou brevemente com a cabeça.

_ Não se preocupe. Quando as meninas estavam lutando para trazer-lhe de volta, eu as ajudei, mesmo que não saibam disso.

Franzi o cenho.

_ Não entendo.

Ela riu.

_ Não precisa entender, eu retirei a maldição, apenas isso. - Ela acariciou minha bochecha, olhando-me com carinho. - Ela está desfeita agora, você está livre para amá-lo e ser feliz.

Meu coração descompassou ao pensar que finalmente eu estava liberta desse castigo, eu agora poderia finalmente viver ao lado do homem que eu amo sem temer a morte ou qualquer tipo de perigo. Depois de séculos de agonia e dor, finalmente nossas almas poderiam se tranquilizar pois se entrelaçariam em um laço inquebrável que duraria por toda a eternidade.

Um sorriso se fez presente em meus lábios, foi inevitável.

_ Obrigada. - Disse-lhe.

_ Vá ser feliz meu anjo. - Ela selou minha testa e afastou de mim. - Adeus.

Ela acenou e antes que eu pudesse perguntar o porquê dela estar indo embora, ela desapareceu diante de meus olhos como fumaça. Seu corpo desintegrou como poeira no ar, logo não restando nada, nem sequer um rastro.

Pisquei várias vezes para tentar assegurar-me de que tudo aquilo que acabou de acontecer foi algo real, que realmente aconteceu. Olhei para trás e me assustei ao ver Jungkook ali, olhando-me atentamente.

_ Aish, credo! - Coloquei a mão sobre meu peito, demonstrando meu susto, ele riu nasalado com o meu ato. - Há quanto tempo está aí?

_ Eu acabei de chegar, eu aproveitei a chance e vim conversar com você. - Ele deu um passo à frente, se aproximando.

_ O que você quer conversar? - Franzi o cenho.

_ Acha que não temos assunto o suficiente? - Ele arqueou as sobrancelhas.

_ É, acho que temos. - Suspirei.

Ele colocou suas mãos nos bolsos de sua calça jeans manchada, olhando fixamente para o chão.

_ Eu soube que você está grávida. Parabéns. - Seu tom de voz não era muito animado, revelando que ele não estava realmente feliz com a notícia.

_ Obrigada. - Sorri de leve.

Ele levantou seu olhar à mim, seus olhos negros encontravam-se tristonhos.

_ Você está liberta da maldição, não é? - Assenti. - E pelo visto, você e o Hoseok estão bem. - Ele desviou o olhar, tentando esconder-me o quanto ele estava afetado.

_ Sim, eu e ele estamos muito bem. Mas... - Olhei-o séria, tentado buscar seus olhos. - Você não veio falar sobre isso, certo?

_ Não, eu não vim. - Finalmente nossos olhares se encontraram, ele nem fazia questão de esconder sua mágoa. - Eu quero me desculpar com você por ter mentido.

_ Mentido?

_ Sim. Quando você perguntou se tivemos um filho... - Interrompi-o.

_ O filho é do Hoseok, eu sei. - Disse calmamente e ele me olhou surpreso.

_ Como?

_ Enquanto eu estava desacordada, eu pude me lembrar de coisas importantes. E entre essas lembranças, uma delas era o nascimento do Yoongguk. - Expliquei-o.

_ Desculpe-me. - Ele ficou cabisbaixo.

_ Não, tudo bem. - Sorri, indo até ele e tocando-lhe o ombro. - Você está bem?

_ Você acha que estou bem? - Ele olhou no fundo dos meus olhos.

Neguei com a cabeça.

_ É melhor ficarmos um pouco longe um do outro, é melhor pra mim e... - Ele desviou o olhar. - Melhor para você e o Hobi também.

_ Isso é realmente necessário? Quer dizer, eu gosto de você, gosto da sua amizade. - Tentei me aproximar, mas ele se afastou.

_ Mas eu não quero só ser seu amigo, e não posso ser além disso. E isso me magoa, dói. - Suas orbes escuras denunciavam o quanto isso lhe machucava. - E é por isso que eu decidi ir embora, eu vou ficar fora por uns anos, você não me verá até que eu lhe esqueça de vez.

_ O quê? - Meus olhos se arregalaram, um aperto se fez presente em meu peito.

_ Isso que ouviu. - Ele olhou para os próprios pés, chutando os gravetos que haviam por ali. - Eu não contei aos meninos, e não pretendo o fazer. Contei apenas à você, então... - Ele levantou o olhar. - Se amanhã eles notarem minha ausência ao acordarem, diga à eles que eu fui embora pelo bem de todos.

_ Não! - Gritei indignada, batendo o pé no chão feito criança birrenta. - Você não pode fazer isso, os meninos são a sua família, nós somos uma família! Você realmente vai nos abandonar por minha causa? - Ele me olhou surpreso. - Pois eu não aceito isso! Se você for, eu... eu... - Olhei para o chão, reunindo coragem para admitir meus próprios sentimentos. - Eu vou sentir sua falta.

A última frase saiu como um sussurro, mas ele pôde ouvir.

Jungkook parecia tão chocado com minha reação, seus olhos pareciam quase não acreditar no que estavam vendo. Mas o que ele queria? Ele achou que poderia dizer que iria embora assim, do nada, e que ficaria tudo bem?

Pois ele estava errado, porque estranhamente eu me importo mais do que deveria. Eu sinto algo por ele, mas não é semelhante ao que sinto por Hobi, meu amor por Hobi é intenso, é verdadeiro. O que sinto por Jungkook é diferente, é como o afeiço que um irmão sente pelo o outro, é algo puro, ligado ao carinho. E por mais que eu não quisesse admitir, ele era importante pra mim, e eu odiaria perdê-lo.

Eu precisava dizer isso à ele, Jungkook precisava saber o quanto eu gostava dele, esse era o único jeito de fazê-lo ficar. Mas o problema é que eu não tinha coragem, eu tinha medo de que aquelas palavras prestes a serem soltas refletissem na minha relação com o Hobi, e que de novo acabássemos brigando.

E agora, eu falo ou não?

_ Por que? - Ele questionou.

Respirei fundo e encarei-o.

_ Porque eu gosto de você. - Fechei os olhos com força, temendo sua reação.

Antes que eu pudesse sequer pensar, senti seu cheiro másculo e surpreendentemente doce invadir minhas narinas, o calor de sua presença podia ser sentida por minha pele que recebia a energia transmitida por ele. Algo úmido, porém quente tocou meus lábios por um segundo inesperado. Imediatamente abri meus olhos, assustada, tendo a visão de Jungkook com suas pálpebras fechadas, sua mão tocava delicadamente meu queixo e ele estava... Me beijando?!

Espalmei a palma de minhas mãos em seu peito, empurrando-o para longe de mim. Ele me olhava confuso. O que ele não tinha entendido? Será que ele achou que eu o amava, é isso?

_ Você tá doido?! - Olhei-o irritada.

Ele levou sua mão aos lisos fios escuros, bagunçando-os e olhando para o chão.

_ E-Eu pensei que você havia dito que gostava de mim, me perdoa, e-eu... - Seus olhos encontraram os meus por um instante, pude ver neles um certo medo, mas logo ele desviou o olhar.

_ Eu gosto de você, mas não desse jeito. Eu não quero que vá porque eu tenho um imenso carinho por você, nada além de afeto. Entende? - Expliquei-o.

_ Desculpa, eu não posso ficar. Eu não consigo continuar perto de você, ainda mais agora com você esperando um filho do Hoseok. - Ele suspirou pesadamente, afastando-se e adentrando a mata aos poucos, dando as costas pra mim.

Observei-o ir andando pra longe, meu peito apertou ao vê-lo indo embora. Cerrei os punhos com força e engoli os soluços que insistiam em tomar-me, juntei todas as minhas forças e berrei.

_ JUNGKOOK!

Ele parou no mesmo instante e se virou, olhando com o cenho franzido pra mim.

_ Você vai embora agora? - Perguntei-o, temerosa pela resposta que receberia.

_ Não, eu apenas quero caminhar um pouco, eu... - Ele voltou a desviar o olhar. - Apenas quero me desestressar, pensar sobre tudo isso. Não se preocupa, tá? - Ele deu um sorriso fraco.

_ Tá. - Esforcei-me para sorrir, mas não deu muito certo.

Jungkook voltou a caminhar, se afastando cada vez mais até sumir em meio à floresta e eu não poder mais enxergá-lo.


(...)


Eu estava sentada à mesa com minha nova família, já estava de noite e estávamos jantando, o que era um pouco estranho, já que Hobi me explicou que vampiros não precisam se alimentar de comida para sobreviver, e sim sangue.

À minha frente repousava três panelas grandes de barro que continham nossa janta, pratos, talheres, guardanapos de pano e taças estavam postas, uma garrafa de vinho branco aguardava para ser aberta e todos estavam impacientes, alguns famintos, mas um sentimento era recíproco entre todos, a preocupação.

Jungkook não havia voltado desde a nossa conversa seguida de um selinho roubado da parte dele, e aquilo me preocupava. Ele disse que voltaria, havia me dito que era só uma caminhada. Por quê estava demorando tanto?

A mão de Hobi encontrou a minha que estava repousada em minha coxa, olhei-o e ele parecia preocupado comigo.

_ Está tudo bem, pequena? - Perguntou.

_ Está, é que... - Senti meu estômago revirar, uma ânsia de vômito se fez presente e eu tive que fechar a garganta para não vomitar ali mesmo.

_ Eita, ela já tá tendo esses sintomas estranhos? - Yoongi perguntou, fitando-me do outro lado da mesa.

_ Será que não é melhor parar de esperar o Jungkook e comermos logo? - Tae sugeriu.

_ Temos que esperar o Kookie, ninguém vai encostar na minha comida sem antes estarem todos aqui! - Jin disse com uma colher de pau na mão feito uma omma.

_ Mas eu tô faminta! - Lisa fez beicinho.

_ Hyung, todos nós estamos com fome. Será que podemos quebrar essa tradição de esperar todos estarem juntos à mesa pelo menos hoje? - Namjoon tentou convencer o mais velho, mas acabou tendo a temível colher de pau virada em sua direção.

_ Eu. Já. Disse. Que. Não. - Jin disse pausadamente com um ar ameaçador e levemente cômico.

_ Nossa, calma. - Namjoon levantou as mãos em sinal de rendição e Jin abaixou a colher com um sorrisinho de vitória estampado no rosto.

_ Aish, o Kookie está demorando muito. - Jimin colocou seus cotovelos sobre a mesa e segurou seu rosto com as mãos, ficando muito fofo.

_ Será que ele se perdeu? - Gio, que estava ao lado do namorado, perguntou à Namjoon.

_ Não, ele conhece o caminho. E ele tem um bom senso de direção, saberia voltar mesmo que se perdesse. - O líder disse.

_ Eu posso tentar achá-lo com um feitiço. - Rosé sugeriu.

_ Sim, é uma boa ideia. - Lisa concordou.

_ Binnie, você estava com ele antes dele sumir, não é? - Hobi encarou-me.

Engoli em seco ao lembrar do selinho que Jungkook me deu, se o Hobi soubesse disso nosso relacionamento iria por água abaixo, no mínimo teríamos mais uma briga feia. E eu não quero que nos desentedamos justo agora que estamos tão bem, que eu estou esperando um filho dele.

Por que Jungkook tinha que me beijar? Esse maldito beijo pode acabar com minha relação! Aish, será que Hobi já sabe disso e está se fazendo de desentendido?! Espera, como ele sabe que eu estava com o Jungkook???

_ Sim. - Murmurei em resposta.

_ Ele te disse pra onde iria? - Os olhos atentos dele estavam fixos nos meus, o que só aumentava meu pânico.

_ E-Ele disse que ia caminhar. - Não suportei encará-lo, desviei o olhar para o guardanapo repousado em meu colo.

_ Só isso? - Senti seu olhar pesar ainda mais sobre mim.

"Pânico" é pouco pra descrever o que estou sentindo. Mil pensamentos passam por minha cabeça, que por sinal, está latejando. Minhas pernas tremeram, o estômago revirou, suei frio diante daquele questionamento torturante.

Ele sabe do beijo? Ok, não foi nem um beijo de verdade e eu nem sequer retribuí, mas é o suficiente para estragar a minha noite.

Ele apertou minha mão e eu me forcei a olhar pra ele, quase chorei de medo ao ter que encará-lo, porém me surpreendi ao notar que ele não demonstrava estar bravo, apenas demasiadamente atencioso.

A tensão que se formou em meu peito se aliviou um pouco, mas não o suficiente para me tranquilizar.

_ Na verdade, Hobi, eu tenho uma coisa pra te contar. - Mordi o lábio inferior furiosamente, tentando conter o nervoso.

_ O que é? - Ele tombou a cabeça para o lado.

_ Anh... Hipoteticamente falando, você ficaria bravo se eu dissesse que o Jungkook tentou me beijar e eu o empurrei?

De repente todos os olhares se voltaram à nós, um silêncio se fez presente e todos ali aguardaram a reação de Hobi. O ruivo ficou alguns segundos processando a informação, ele soltou minha mão e deu um gole na água que estava em sua taça, logo voltando seu olhar desconfiado à mim.

_ Isso é apenas uma hipótese?

_ Não.

Ele olhou bem no fundo dos meus olhos, achei que ele conseguiria até enxergar minha alma. Eu já estava esperando que ele explodisse em uma crise de ciúmes, mas para minha surpresa a face dele continuou serena.

_ Bem, se você o empurrou, não tenho com o que me preocupar. - Ele deu de ombros e meu queixo caiu.

Pisquei uma, duas, três vezes seguidas enquanto meu cérebro tentava processar e interpretar o que estava acontecendo ali.

_ Hyung, é você? - Jimin olhou pra Hobi como se estivesse olhando para um desconhecido. - O que você fez com o nosso Hobi, e quem é você?

_ Quem te abduziu? - Namjoon também estava surpreso.

_ Hobi, você está bem? Está passando mal? Tá com febre? - Jin perguntou.

Lisa, que estava sentada ao lado dele, colocou as costas de sua mão sobre a testa de Hobi e em seguida olhou pra Jin.

_ Febre não é. - A loira retirou sua mão da testa alheia.

_ Gente, eu tô bem. Não posso ser compreensivo pelo menos uma vez não é? - Hobi perguntou-nos.

_ Cara, você não é o Hobi. - Yoongi voltou seu olhar a Rosé. - Tem algum feitiço que pode nos dizer se ele é um Hobi fake?

_ Olha, eu não sei, mas podemos tentar. - Ela respondeu.

_ Aish, eu já disse que tô bem! - Hobi reafirmou.

_ Mas oppa, você não costuma ser assim. Quer dizer, não que eu esteja reclamando, mas é que... Você sabe, você nunca foi muito compreensivo quando se trata de ciúmes. - Resolvi me pronunciar. 

_ Ah, eu sei. E é por isso que estou tentando mudar esse meu jeito, eu sei que não é legal ser tão ciumento. Afinal, eu não preciso mais ter ciúmes, né? - O ruivo deu-me um meio sorriso.

_ É, não precisa. - Peguei sua mão que estava sobre a mesa e entrelacei a minha.

_ Esse é o meu shipp! - Gio disse do outro lado, sorrindo e fazendo sinal de positivo com os polegares.

Rimos, porém apenas um ser na mesa não compartilhava da mesma alegria. Taehyung tentava não olhar pra nós dois, mas era inegável seu incômodo com a cena toda.

_ Com licença. - Tae se levantou do seu assento, atraindo nossa atenção. - Eu vou ao banheiro.

E dizendo isso ele se virou, retirando-se da sala de jantar. Meu olhar o acompanhou até onde pude ver, algo me dizia que ele não iria ao banheiro, ele estava era fugindo dali.

Eu sei que ele gosta de mim, mas o que eu posso fazer? Deixar de ser feliz com o Hobi por causa dele? Claro que não!

Tentei voltar minha concentração a conversa dos meninos, mas minha mente só sabia se preocupar com o sumiço de Jungkook e os sentimentos do Taetae.

_ Com licença. - Disse, levantando-me e ganhando um olhar curioso de Hobi.

_ Tá tudo bem? - Ele perguntou.

_ É só um enjoo, não se preocupe. - Menti e me virei, direcionando-me às escadas para tentar achar Tae.

Por mais que ele gostasse de mim de uma forma que eu não podia retribuir, eu me importava com ele. Taehyung era meu melhor amigo, eu não podia deixá-lo na mão, precisava esclarecer as coisas, ter uma conversa franca com ele.

E era exatamente isso que eu pretendia fazer.


[POV'S GABI OFF]


Notas Finais


Beijos e até breve, amooooo vocês!!!! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...