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História Sweet Jimin - O inimigo de Jimin


Escrita por: Supreme_Girl

Notas do Autor


Ooooi, genteee! Tudo bem?
Sim, eu tô de volta! Mesmo com um monte de fic pra atualiza, tô fazendo oneshot. Que vergonha, Raissa, que vergonha.
PRIMEIRAMENTE: essa fic é com certeza a coisa mais cutecute que eu já escrevi, então a amem tanto quanto eu estou amando, ok? (amor que vai passar em uma semana, anota aí)
SEGUNDAMENTE: ela é dedicada inteiramente a minha mozão @OtakuLanger que tá de aniversário hoje. Conheçam ela também! Essa guria é foda! (te amo Ali, espero que goste, e feliz aniversário, chuchu <3)
TERCEIRAMENTE: queria agradecer a minha capista predileta @hosex que mesmo não shippando jikook (não shippando MESMO) fez essa capa maravilhosa pra mim. (Tu é mil Bia <3 e tua vkook vai sair logo, juro)

{ESSA TU PRECISA LER!}
QUARTAMENTE: Tá com tag “Shotacon” porque é um relacionamento entre dois garotos jovens, então não é pedofilia! OKAY???
[Jimin tem 18 anos, mas é pequenino e infantil e o Jeon tem 20, mas não é nem hibrido nem pequenino] OKAY???
Espero que isso tenha ficado bem claro. Rum.
Comentários me deixam muito feliz <3
Vão lá ler que eu termino a falação nas finais.

Capítulo 1 - O inimigo de Jimin


Era uma tarde agradável, típica de uma primavera; as flores desabrochavam, as pessoas zanzavam pelas ruas de Seul calmamente, olhando as vitrines enquanto conversavam; algumas fazendo suas compras, outras encontrando amigos para se divertirem, e algumas, simplesmente, aproveitando o sol morno que provinha por de trás das nuvens grandes e bonitas que a cidade tinha.

Jimin, por outro lado, não fazia nenhuma dessas coisas, mas sim, a atividade que mais ocupava espaço em seus dias de qualquer clima que predominasse: estava dormindo. As mãos pequeninas agarravam a macia mantinha turquesa que ele tanto amava, fechadas em punho firme; as perninhas encolhidas próximas ao peito, em uma pose adorável, juntamente com o cenho levemente franzido.

O híbrido era todo fofo.

Desde as orelhinhas acinzentadas, sempre atentas a qualquer som, até a cauda felpuda, de mesma cor, que insistia em mover-se nervosamente a qualquer carinho que recebia — seja de seu dono ou de qualquer um que caísse nas manhas do gatinho.

Já Jungkook, dono do pequeno híbrido, usufruía da companhia de seu amigo de longa data, Taehyung — um garoto de sorriso retangular e extrovertido ao máximo. Falante e descontraído. Praticamente o completo oposto do Jeon, um menino tímido que sorria poucas vezes — seja por vergonha de seus dentinhos da frente ser proeminentes, como os de um coelhinho, ou por simplesmente não gostar da infantilidade que passava ao completar tal ato —, e introvertido ao máximo.

Ninguém acreditaria se contassem que Jeon Jungkook, o rapaz tímido do colegial, estava recebendo o tagarela e doidinho do Taehyung em sua casa para passarem o dia juntos. Ou muito menos, que eram melhores amigos.

Puff, sem chance.

Conheceram-se quando estavam no primeiro ano do ensino médio. O simpático e sociável Kim Taehyung queria fazer amizade com o novo garoto tímido.

Para ele, Jungkook era uma incógnita.

— Como pode uma pessoa tão legal e comunicativa quanto você ser tão tímida? — questionou o loirinho, com o indicador cutucando a bochecha rosada do mais novo, assim que conseguiu ultrapassar o muro que o Jeon fazia em volta de si mesmo.

E era verdade, Jeon Jungkook amava tagarelar, mas era muito introvertido para isso. Gostava de conversar — e como — mas o medo de não atingir as expectativas era maior.

Como sempre, o rei das contradições.

Mas, com o tempo de amizade que os dois já possuíam, não havia mais traços da personalidade que ambos não conhecessem — como a palma da própria mão — um do outro. Acabando assim, com as inseguranças do mais novo.

— Não acredito que ele fez isso! — gritou Jungkook estupefato, para logo tapar a boca com a palma da mão repreendendo-se internamente por ter gritado. Não queria acordar seu gatinho que dormia como um anjo, todo encolhidinho, em sua cama — como o próprio havia verificado minutos antes.

— Fez sim! — sussurrou exclamativo o Kim. — Eu ainda disse que daria errado, mas você acha que ela me escuta? — disse e encarou o moreno a sua frente com um olhar confuso. — Digo, ele — corrigiu-se um pouco envergonhado.

O Kim ainda não havia se acostumado cem por cento com o novo pronome que deveria usar com seu namorado, ou namorada, que seja.

Taehyung o amaria de qualquer jeito.

— Ele só queria fazer sua boa ação do dia, Taehyung — comentou o Jeon rindo da expressão de indignação do mais velho.

O pequenino Jimin mexia-se de um lado para o outro na cama, tapava as orelhinhas com o travesseiro, mas nada de abafar o som de conversa que provinha da sala. Irritado, o híbrido sentou-se na cama, analisando suas mãozinhas e olhando ao redor, tentando focar algo. Bufou indignado quando os sons simplesmente aumentaram e resolveu que estava na hora de acabar com aquela folia no seu apartamento.

Levantou-se preguiçosamente e encaminhou para a cozinha. Abriu a geladeira e pegou seu objeto predileto de consumo: seu leite caixinha. Afinal de contas, ainda era um gato. Subiu em uma das cadeiras que compunham a mesa de jantar e alcançou um de seus copinhos de beber suco; e despejou o líquido favorito no recipiente. Empunhou também um pacote de biscoitos com gotas de chocolate e pôs se a andar no caminho de onde vinham as risadas.

Chegando lá vira um de seus piores inimigos: Taehyung, o melhor amigo de Kookie. Ele batia freneticamente na perna do Jeon o mandando ficar quieto, e o outro ria de seu desespero. O híbrido bufou alto novamente assim que o loiro o encarou — parando de tocar em seu dono— e sorriu, murmurando um “A bolinha de pelos acordou.”

Jimin odiava Kim Taehyung.

Para começar o gatinho não tinha pelos em nenhum lugar do corpinho, além de suas orelhinhas e rabinho felpudo. Então como o garoto do sorriso estranho e retangular tinha coragem de chamá-lo de “Bolinha de pelos”?

Isso sem falar do quanto aquelas mãos do bobão era nervosas. Sempre achando algum motivo para tocar em seu Kookie.

Isso mesmo, Jungkook era seu.

Já o menino Jeon tentava controlar-se para não levantar e esmagar o gatinho de tão fofo que ele estava. As mãozinhas extremamente pequenas seguravam um copo cheio de leite contra o peito, juntamente com um pacote de biscoitos. E a melhor parte — ou pior para o dono do híbrido — era que ele estava somente com uma camiseta branca de Jungkook — que ia até seus joelhos—, e com as bochechas infladas de raiva.

Jungkook, mais cedo ou mais tarde, perderia a sanidade.

O Kim continuava a ignorar o olhar desejoso de seu amigo para seu híbrido — que nem notava de tanto ódio direcionava ao loiro — digitando mensagens carinhosas para seu namorado.

— Desculpa por te acordar, ChimChim — pronunciou o moreno tentando amenizar um pouco da tensão do local.

O gatinho simplesmente deu de ombros fingindo indiferença, e encaminhou-se a mesa, largando lá as coisas que havia pegado minutos atrás.

Mas Taehyung estava ciente dos ciúmes de Jimin.

— Não vai me cumprimentar, ChimChim? — provocou o loiro de modo brincalhão, enquanto o gatinho molhava um de seus biscoitinhos no leite do copo e o levava a boquinha já entreaberta.

Extremamente fofo.

Jimin o fuzilou com o olhar, ainda um pouco sonolento, virou a cabeça para o lado e torceu o nariz, demonstrando superioridade para com o ladrão de Kookie.

— Esse gato é o melhor — comentou, rindo, o loiro para com seu amigo.

Jimin optou por simplesmente ignorar ambos e comer seu lanche quietinho, mas quando o Kim começou a fazer cócegas — que para o híbrido eram muito suspeitas — em seu dono, o pequenino bufou ‘brabo’. Jimin fazia muito isso; era uma forma de protesto mais silencioso do que chorar. Pegou as coisas de cima da mesa e as levou para a cozinha rapidamente, logo voltando e sentando-se no colo de seu dono que ainda tentava controlar o riso.

Jimin marcava território.

O Park estava esparramado nas coxas musculosas e macias de Jungkook, e seu rostinho na curvatura do pescoço do menino. Este que, assim que ChimChim completara seu ato, ficara extremamente tenso. Nem se dera ao trabalho de encostar as mãos em seu gatinho, pois, se Jimin se aconchegasse mais uma vez em seu pescoço com aquele hálito morno, ele não responderia por si.

O pequeno via isso como uma rejeição.

Jungkook continuou sua animada conversa com o amigo loiro como se nada tivesse acontecido, e Jimin estava cabisbaixo em seu colo. Pensara ter sido negado por seu dono e sentia-se tristinho.

Mas não perderia tão fácil assim para o Kim.

Mexeu-se desconfortavelmente e sentou-se de frente para seu dono, com as pernas uma de cada lado da cintura do moreno, e os olhos fechados, encenando estar dormindo no ombro do maior.

Jungkook ficou estático. Não sabia o que fazer, nem o porquê de seu pequeno estar agindo daquele modo e fingir dormir — afinal, o Jeon não era bobo. Olhou para Taehyung, que tinha um sorriso debochado no rosto, e moveu os lábios suplicantes em um “O que eu faço?”, o loiro somente dera de ombros e manteve a expressão divertida. Jeon optou por ignorar o gatinho manhoso.

Porém Jimin ainda não havia acabado.

Aconchegou-se mais no pescoço do garoto e desferiu beijinhos no mesmo; sentiu o Jeon estremecer abaixo de si e sorriu travesso. O Kim ria baixinho da situação do amigo que lhe encarava com uma feição de desespero e com as bochechas coradas.

— Vamos começar o almoço agora, né Tae? — questionou ao loiro enquanto se levantava, levando consigo Jimin que agora estava de olhos abertos, e atento a tudo que acontecia ao seu redor.

— Não acha um pouco- — começou o loiro vendo o horário em seu celular, mas logo ergueu o olhar e deu de cara com um Jungkook suando frio. — ‘Tá na hora! — gritou convicto assustando Jimin, que se aconchegou mais no colo de seu dono.

— Jiminie, preciso fazer a comida — avisou o moreno ao gatinho encolhido em seu colo, com uma perninha de cada lado da barriga de Kookie. — Por que não vai brincar enquanto isso?

ChimChim desenterrou a cabeça do ombro do maior e lhe lançou o olhar mais triste e fofo do mundo. Os olhos grandes e pidões, as bochechas fofinhas e o cabelo escuro — agora comprido demais — lhe caindo em forma de franja em seus olhos, eram demais para o Jeon.

— Fica aqui com o Jimin, Kookie... — tentou manhosinho o híbrido, recebendo uma negação lenta e de olhos fechados do maior que tentava a todo custo não cair nas armadilhas fofas de seu gatinho. — Mas Kookie...

— Não, Jimin. Ache algo para se distrair por hora, tenho coisas a fazer — declarou firme o rapaz e sentou suavemente o gatinho de orelhinhas murchas no sofá. O pequeno ainda tentou utilizar de seu olhar pidão novamente, com as perninhas em posição de índio, as mãozinhas nos pés e um bico chorão, mas o dono não o olhou novamente.

Afinal, Jeon sabia que não resistiria.

Jungkook iria enlouquecer se permanecesse mais tempo no mesmo ambiente que aquele gato.

Jimin sempre fora um gatinho carente e manhoso ao extremo. Seria mentira se o Jeon dissesse que não gostava da manha de seu pequeno, ou o modo como a cauda peludinha e macia mexia-se freneticamente quando recebia carinho — acabando por enroscar-se nas coxas do maior.

Jungkook fazia questão de mimar seu gatinho.

— Kookie... — pronunciou o menor de um jeito manhosinho, mas não fora ouvido, ou simplesmente, ignorado.

O pequenino encolheu-se no sofá, analisando o teto com estrelinhas brilhantes — coisa que obrigara Jungkook a colocar para que “Ele pudesse dormir na sala sem ter medo”. Para concluir: havia estrelas brilhosas por toda a casa, afinal, o híbrido dormia em qualquer lugar.

O que estava havendo com Jungkook? Será que ele não o queria mais? O que ele fizera de errado?

Perguntas e mais perguntas rondavam a cabecinha do pequeno híbrido de orelhinhas acinzentadas.

O coraçãozinho de Jimin doía somente com a mais mísera ideia de Jeon o abandonar.

Suspirou sendo derrotado pelo sono outra vez e se rendeu a ele por minutos que mais pareceram horas. Quando o gatinho finalmente acordou, sentia seus pezinhos frios e sua cabeça latejava.

Levantou-se preguiçosamente e andou pela casa em busca de seu dono, mas somente esteve ciente de onde ele estava quando ouviu risos e mais risos vindos da cozinha. Jimin segurou a bainha da blusa que usava com força e pôs se a andar calmamente — ainda com a cabeça doendo — até a cozinha; quando chegou lá, preferia mil vezes não ter ido.

Taehyung estava com um braço agarrado na cintura do Jeon, enquanto forçava algum tipo de verdura na boca no moreno. Ambos riam e estavam felizes.

Para qualquer pessoa pode parecer apenas coisas de melhores amigos, mas para o pequenino ChimChim e seu coraçãozinho sensível, fora algo muito além disso.

Jeon Jungkook não precisava mais de Jimin.

O gatinho nem se dera ao trabalho de chamar o dono e acabar “atrapalhando” o casal que ria genuinamente; simplesmente correu para seu quarto — que também era o de Jungkook e chorou.

Chorou porque não queria passar por aquilo mais uma vez — ser abandonado.

Chorou por não ser o suficiente — mais uma vez.

E chorou porque seu coraçãozinho já não aguentava mais tanta dor.

Engatinhou pela cama até o telefone residencial ao lado da cabeceira e discou o número tão conhecido por si.

— O Jimin pode ir aí?


 


 

— ChimChim, meu anjo! O que aconteceu?! — perguntou atônito ao gatinho jururu a sua frente.

Jimin tinha um pequeno paninho branco em sua mão direita e um celular em sua esquerda, ainda usava a camiseta branca de Jungkook e seu rosto estava inchado e vermelhinho.

Ele ainda chorava.

— Yoongi. — Pulou no colo do garoto de cabelos agora pretos, que o pegou prontamente, e continuou a soluçar. — Kookie não quer mais o Jimin.

O mais velho morava no mesmo prédio que o seu, e era extremamente doce com o híbrido — apesar de ainda não gostar de ser acordado.

Quando Jimin se mudara para o andar de cima, Yoongi estava saindo às pressas para fazer compras e acabou tombando-se com o gatinho — que voltava do playground do condomínio — do modo mais clichê do mundo. Nem mesmo o mau humor matinal característico de Yoongi, fora capaz de repreender, ou pior ainda, xingar aquela criaturinha de olhos grande e orelhinhas em pé a sua frente.

— Desculpa o Jimin, moço — começou o gatinho, levantando-se do chão e juntando as sacolas de biscoitos e brinquedos que havia derrubado. Yoongi o ajudou. — É que o Jimin ‘tá com pressa. — E sorriu inocentemente — os olhinhos fechando-se em meias luas, os dentinhos pequeninos e as bochechas grandes e extremamente fofas —, fazendo o coração do Min se encher-se de alegria com somente aquele pequeno ato.

— Tudo bem — respondeu as desculpas da forma mais educada que pode.

O Min raramente usava de educação.

— Qual seu nome? — perguntou curioso o gatinho, que segurava com as duas mãos os pacotes contra o peito e olhava para cima.

— Min Yoongi. E o seu? — Agachou-se para ficar do mesmo tamanho do gatinho, e analisou suas feições meigas.

— Jimin, mas chamam o Jimin de ChimChim — respondeu sorrindo, e o Min não teve escolha a não ser acompanhá-lo. Aquele híbrido era uma gracinha.

— Você é o novo morador daqui?

— Sim — respondeu assentindo rapidamente algumas vezes com a cabecinha.

— Vai morar sozinho?! — questionou preocupado, fazendo o menor rir inocente.

Yoongi considerou levá-lo para casa.

— Jimin vai morar com o Kookie. — Olhou para trás e voltou-se para o Min novamente. — Kookie vai ficar ‘brabo’ se o Jimin demorar muito — declarou e fez uma expressão fofa de assustado. — Que horas são Yoongi hyung?

O esverdeado olhou o horário em seu celular e o mostrou ao moreno, que fez uma expressão de pânico e correu escada acima sem nem ao menos se despedir. Mas, quando estava no topo do primeiro lance de escadas parou repentinamente, como se tivesse se lembrado de algo essencial.

— Visite o Jimin, hyung! — gritou e continuou subindo os degraus apressadamente.

E ele o fez, em um dia de outono — uma semana depois do primeiro “encontro”. Quem lhe atendera fora o famoso Kookie, que não tinha uma expressão nada amigável com o estranho a sua porta.

Jimin não era o único que tinha um inimigo.


 

— Como assim ele não te quer mais?! — perguntou extremamente irritado. Como aquele moleque dentuço teve coragem de fazer seu ChimChim chorar?

O mais velho levou o pequeno ao sofá, onde o sentou sobre suas pernas enquanto afagava seus cabelos, tentando acalmá-lo. O híbrido soluçava e molhava a camiseta do moreno. Estava nervoso e com medo, muito medo.

— Conte ao hyung o que ele fez, Minnie — pronunciou suavemente o garoto mais velho. Jimin afundou a cabecinha na curvatura do pescoço do rapaz e chorou, enquanto contava cada detalhe do que havia acontecido. O Min ouvia atentamente o gatinho, que vez ou outra, secava as lágrimas com o paninho branco que trouxera consigo.

Yoongi tinha um amor especial por aquele pequeno e indefeso híbrido. Seria mentira se dissesse que não o queria para si; entretanto Jimin possuía um dono — que o tratava bem — e ele não tinha o direito de simplesmente tomar o gatinho para si. E, apesar de não gostar do Jeon, tinha de admitir que ele não fizera nada de errado — do seu ponto de vista —, mas pareceu esquecer-se de como seu pequenino era sensível.

— ChimChim, você está com ciúmes — declarou o mais velho, acariciando os cabelos do pequeno que ainda fungava com aquele paninho branco na destra.

Defender Jungkook fora como engolir ácido — ao nível de desgosto de Yoongi com aquele garoto. Desde a primeira vez que vira aquele moleque alto e com musculatura muito desenvolvida para sua idade na porta, Min desenvolveu uma antipatia quase palpável pelo Jeon. Um saeng de indiretas venenosas e que deixava bem claro que não gostava do —agora — moreno Yoongi.

Não que o Min ligasse.

Estava lá por Jimin e seu jeitinho manhoso e doce; não por aquele bobão. Na visão do mais velho — mesmo que Jimin fosse pequenino e infantil — o híbrido era mais maduro que o dono.

— O Jimin não ‘tá com ciúmes, hyung — protestou o gatinho, saindo do colo do mais velho e cruzando os bracinhos em frente ao corpo bravo.

Talvez Jimin não fosse tão maduro assim.

O mais alto segurou uma risada com o protesto fofo do moreno e levantou-se, indo em direção a estante da televisão.

— Certo. Minnie não está com ciúmes — disse zombeteiro, enquanto abaixava-se e pegava uma caixa cheia de jogos. O gatinho não notou a ironia na frase e murmurou um “Acho bom mesmo, hyung.”

— O que nós vamos jogar, Suga? — perguntou o pequeno se aproximando do maior e colocando uma mãozinha no ombro do mesmo, enquanto tentava ver o que ele fazia.

Suga fora um apelidinho adorável que Jimin dera a Yoongi quando olhavam uma propaganda em inglês. O Park perguntara o que significava o que eles tanto cantavam — sugar — e quando Jimin fora repetir o que o mais velho dissera, esquecera do erre.

E bem, Yoongi adorava.

— Você escolhe.


 


 

— Jimin ganhou de novo! — comemorou de pé o gatinho, balançando sua cauda nervosamente, juntamente com o traseiro, para lá e para cá; com as mãozinhas acima da cabeça. Era uma das cenas mais adoráveis que Yoongi já presenciou.

— Ah! Eu não sou páreo para você! — reclamou o Min.

Mal sabia o gatinho que Yoongi o estava deixando ganhar. Porém o mais velho não ligava de perder para ele, apesar de odiar isso; ver Minnie feliz valia mais que seu orgulho ferido por um gatinho bom em videogame.

— Vamos comer alguma coisa, gato maluco — disse o mais alto, levantando-se e indo em direção a cozinha procurar algo para comerem.

— O Jimin não é um gato maluco! — protestou o pequeno, jogando-se no chão e gritando para a cozinha.

Sentiu o celular — que agora estava sobre a mesinha de centro — vibrar e o sangue gelou em seu corpinho miúdo. Engatinhou até a mesa e leu o nome na tela.

Kookie <3 era o nome que brilhava na tela.

Segurou a respiração e levou a mãozinha até o aparelho, o desligando. Voltou à posição inicial e encarou o relógio digital na parede salmão a sua frente.

Dez e vinte e três da noite.

É, Jimin estava ferrado.

— Só achei isso — disse o Min, segurando uma caixa com chocolates, biscoitos e salgadinhos; na outra mão trazia duas latas de refrigerante.

Se o Jeon visse mataria Yoongi.

Jungkook zelava pela saúde de seu gatinho mais do que pela sua. Prezava uma alimentação mais saudável e abominava refrigerante. Jimin raramente comia as besteiras que a maioria comia.

Mas nada que umas visitas a Yoongi não resolvessem.

— Que cara de pânico é essa, Chim? — questionou o maior, sentando-se ao lado do pequeno no chão e largando as coisas no mesmo.

Se Jungkook visse, com certeza iria pirar.

— Nada — declarou prontamente com a voz mais fina que o normal.

Yoongi sabia que ele estava mentindo, mas resolveu deixar isso de lado.

— Gosta de cebola? — perguntou o Min com o pacote de salgadinho sabor cebola na altura do rosto do outro que sorria.

— Sim! O Jimin ama! — exclamou o pequeno, atacando o pacote que antes estava em sua frente.

Quando estavam quase terminando de devorar as guloseimas escutaram a campainha tocar diversas vezes e o Chim com a boca toda suja de chocolate, encarou o mais velho em pânico.

— Quem será a essa hora? — perguntou retoricamente para si mesmo o maior e andou até a porta, abrindo-a para logo dar de cara com um Jungkook vermelho e de rosto inchado, sendo acompanhado por um Taehyung — que ele conhecia da faculdade — com semblante preocupado.

— Yoongi, o Jimin está aqui? — questionou atônito o mais novo visivelmente desesperado. Quando o Min foi abrir a boca para falar algo o garoto foi mais rápido. — Ele saiu sem nem notarmos e eu procurei por todo lugar, mas daí lembrei que o primeiro lugar que ele viria era para cá — disse rapidamente atropelando as palavras e tentando olhar para dentro da casa através do Min.

— Por que ele fugiu? — perguntou provocativo o mais velho. Sabia que o primeiro lugar que o gatinho viria seria para cá, mas o orgulho e ódio de Jeon eram muito grandes para considerar essa possibilidade.

Não custava nada brincar um pouquinho mais com o moleque, não é mesmo?

E, aproveitando que Jimin estava em silêncio atrás da porta— perto de Yoongi —, ele iria desesperar um pouco mais seu saeng malcriado.

— Eu não sei! — exclamou o também moreno, Jungkook. — Estávamos fazendo almoço e quando fui chamá-lo ele simplesmente não estava mais lá! — Suspirou derrotado. — Eu sei que não gosta de mim, mas me ajude a achar meu gatinho. — O garoto estava quase chorando de novo e Yoongi se sentiu culpado.

— Certo! Certo! — Fechou um pouco a porta para encarar o gatinho que jazia ali atrás. — Jiminnie, você precisa ir com o Jungkook — sussurrou para o híbrido encolhidinho.

— Ele não precisa mais do Jimin, hyung — declarou no mesmo tom o pequeno. — Ele não quer mais o ChimChim.

Ele não estava ciente que todos ali o escutavam e estavam rindo internamente da inocência do gatinho; mas Jungkook, ouvia-o atentamente e desentendido.

— Converse com ele, Minnie. — Passou uma das mãos nas orelhinhas macias de Jimin. — Se ele não te quiser mesmo, eu te adoto — disse em alto e bom tom para o gatinho.

Jungkook cogitou espancar o mais velho.

Jimin era seu e de mais ninguém. Ora, essa.

— Sério hyung? — Os olhinhos de Jimin brilharam e o coração de Kookie doeu. — O Suga adota o Jimin? — Min concordou com a cabeça e o menor saiu de trás da porta, dando de cara com uma Jungkook abatido.

— Oi, ChimChim — cumprimentou sorridente o gatinho a sua frente que somente virou a cabeça para o lado de Yoongi e ergueu os bracinhos para abraçá-lo.

O moreno não demorou muito a levantar o pequeno do chão e segurar as costas de suas coxas, enquanto o híbrido enroscava sua cauda felpuda no braço do Min e seus bracinhos no pescoço do mesmo. Yoongi encarou sorrindo debochado o mais novo que fervia de raiva a sua frente.

Jimin era seu!

Taehyung observava a cena toda rindo internamente da infantilidade dos três ali: um gato manhoso, o melhor amigo ciumento e o vizinho ladrão de namorados/híbridos.

O Park desceu do colo do maior e se encaminhou ao corredor, onde estava seu dono. Não antes de murmurar um “Eu volto logo, hyung” de um modo extremamente fofo e doce, que só era utilizado com Jungkook.

Durante o percurso de escadas para o andar de cima, Jimin não pronunciou nenhuma palavra, Jeon tentou pegar na mãozinha do pequeno, mas o mesmo negou o contato. E bem, Taehyung continuava a rir — só que agora externamente — e receber olhares irritados de Jimin e confusos de Jungkook.

Chegando ao apartamento, o silêncio reinou.

Taehyung logo pegara suas coisas e se despedira com um “Boa sorte, a gente se fala”.

Jimin estava sentado no sofá, encarando o nada, enquanto Jungkook andava para lá e para cá na sua frente. A mão nervosa parando no queixo algumas vezes e os lábios sendo maltratados pelo nervosismo. Vasculhava em sua mente o motivo da atitude de seu pequeno, mas nada lhe vinha à mente.

Parou de perambular pela sala, ficando de frente para o pequeno que agora o encarava com o semblante de medo. O Jeon repetiu uns dez “Você consegue, Jungkook” em sua mente, até que pronunciasse a primeira frase formada:

— O que foi isso, Jimin? — perguntou suavemente com as mãos na cintura, como uma mãe que briga com o filho.

O gatinho simplesmente ignorou o dono. Como se ele nem estivesse ali, apesar do medo que sentia.

— Por que você simplesmente sumiu?! — O mais velho, que ainda era ignorado pelo gatinho, suspirou tentando se acalmar. — Responda quando eu falo com você!

— Não! — gritou de volta o gatinho, virando a cabeça para o lado de bravo, nem notando já ter respondido.

Jimin era adorável mesmo quando não queria.

— Por que você simplesmente sumiu, gato maluco?! — Jimin o encarou indignado e cruzou os bracinhos na frente do peito.

— Não chame o Jimin de gato maluco, seu bobão! — exclamou e levantou-se, ficando de pé sobre o sofá, quase na altura do dono. — E você não precisava do Jimin! Jungkook tinha o Tae! — O Jeon soube que estava ferrado quando o gatinho não lhe chamou por seu apelido.

— Eu fiquei preocupado com você Jimin! — exasperou-se o Jeon. — Pensei que, sei lá, haviam te sequestrado! Que estavam te fazendo mal! — As mãos do mais velho foram para seus cabelos, segurando-os com força. Jimin o observava atentamente e segurava suas lágrimas, afinal, Kookie raramente brigava consigo. — Mas não! Você estava com desgraçado do Yoongi! — gritou o mais alto assustando o pequeno híbrido que jazia no sofá.

— Cale a boca, bobão! Não chame o Yoongi assim! — rebateu irritado o pequenino. — Ele é amigo do Jimin! E é tudo culpa sua!

— Culpa minha? — questionou indignado o Jeon, com a destra sobre o peito.

— Sim, sua! — Jimin desceu do sofá e andou até onde seu dono estava, para finalmente parar e encará-lo, mesmo que tivesse de olhar para cima para completar tal ato. — O Jimin queria ser o gato do Yoongi! — exclamou o pequeno, logo se arrependendo do que dissera.

A tensão e o silêncio se instalaram no ambiente. O ar pesou nos pulmões de Jeon, e quando o gatinho o encarou, seus olhos estavam marejados e seu rosto molhado.

O coraçãozinho do pequenino híbrido, ao ver tal cena, doeu. Doeu mais do que quando achou que Jungkook não o queria mais.

Porque doía muito mais vê-lo chorar.

Jimin não pensou duas vezes quando simplesmente agarrou a cintura fina do dono e molhou a camiseta do mais velho com suas lágrimas quentes. Jungkook o pegou no colo quando o pequenino ergueu os bracinhos em busca do mesmo. Aconchegado nos braços de seu dono, com a cabecinha enterrada na clavícula do maior, enquanto sentia o cheiro doce que só Kookie tinha, Jimin recitou:

— O Jimin não quer ser o gato do Yoongi. — Assim, baixinho, suave, na orelha do maior.

Jungkook levou seu gatinho manhoso até o sofá e sentou-se com ele ainda em seu colo, encarando-o e secando algumas lágrimas nervosas que insistiam em querer cair por aquele rostinho imaculado.

— Me diz Jimin, por que você saiu desse jeito? — perguntou suave e calmo ao gatinho, que simplesmente pegou a camiseta que vestia e ergueu a bainha de encontro aos seus olhinhos, para enxugá-los.

— O Kookie não precisava mais do Jimin — sussurrou de um modo infantil. — O Kookie tinha o Tae para fazê-lo rir.

E então, finalmente, Jungkook teve noção do que acontecera naquele dia pacífico de primavera: seu gatinho estava com ciúmes.

— Não foi minha intenção te fazer sentir assim, ChimChim. — Afagou as orelhinhas do gatinho que ronronou em aprovação. — Nós somos melhores amigos, Minnie. Entende? Você desculpa o seu Kookie? — perguntou a última parte de um jeito manhoso, imitando o híbrido, e levou um tapinha fraco de seu pequeno.

Jimin encarou o moreno mais velho e sorriu doce. Ele entendia Jeon.

— Jimin desculpa o Kookie.

— ‘Tá... E quanto ao Yoongi? — questionou um pouco incerto do quê realmente perguntava.

— O que tem o hyung? — Fez um biquinho e sua cabeça pendeu para o lado em desentendimento.

O Jeon limpou a garganta, nervoso. — Bem, por que você foi para lá? — deu ênfase nas últimas palavras.

Jimin, apesar de ter desculpado o maior, não iria deixar de se vingar um pouquinho.

— Ora, Jungkookie — cantarolou o nome do dono. — Yoongi é o melhor amigo do Jimin. — Sorriu debochado o pequeno gatinho.

Jungkook riu para logo após bufar. Seu Jimin aprendia rápido e não era nada bobo.

— Quase chamei a polícia por ciúmes — declarou o maior encostando a cabeça no encosto do sofá, ainda com o híbrido em seu colo, e encarou as estrelinhas no teto. — Vou te punir, gato malvado — disse e suas mãos voaram para a cintura estreita do pequenino Jimin, que sorriu travesso.

— Mas o que o Jimin fez de tão mau, Daddy? — recitou com a voz manhosa o gatinho e tocou com o narizinho a pele alva do pescoço de seu dono.

Jeon virou seu pequeno de frente para si, com as perninhas uma de cada lado de sua cintura e o pressionou para baixo, fazendo o — nem tão — inocente ChimChim soltar um gemidinho manhoso.

— Me deixou maluco — respondeu.

E bem, seria mentira dizer que Jungkook não gostava disso.


Notas Finais


E ai, gostaram? Me digam, aí nos comentários, vou adorar lê-los.
É só uma coisinha fofa, um dia normal na vida dos dois. E sim! O namorado do Taehyung é Trans!
Eu marquei a história como terminada, mas se vocês quiserem posso terminar esse final *moon face*
Tudo depende de you.
Acho que é isso.
Ali, amo você <3
Até a próxima seus, cheirosos.
~Chu.


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