História Sweet love - Larry Stylinson - Gummy bear

  Estava escuro no corredor da escola e Harry tinha a impressão de não conseguir sair do lugar, mas então ele vê seus colegas ao redor dele com os dedos apontados em sua direção enquanto o acusam de algo que ele não consegue ouvir devido ao zumbido insistente em seu ouvido. É quando ele percebe Louis no final do corredor, com um buraco enorme no lado esquerdo do peito e as mãos fechadas em punho como se estivesse prestes a socar alguém.

  Então ele olha para baixo e percebe que ele tinha as mãos ensanguentadas e segurava o coração quebrado de Louis que rachava mais a cada pulsação. As pessoas ao seu redor acusavam-no de ter roubado o seu coração apenas por maldade e de estar partindo-o como havia feito com todos os outros.

  Harry grita quando o jogador tenta correr até ele e cai no chão, acabando por acordar assustado e com a respiração ofegante. Seus olhos percorrem o quarto inteiro e ele suspira aliviado ao perceber que tudo não passou de um sonho, mas ainda assim não consegue deixar de pensar nas ofensas que recebera e que também o perseguiam na vida real, assim como no medo que ele desenvolvera de machucar Louis ou condená-lo a ser julgado do modo que ele era:

  - Merda, estou atrasado – ele resmunga para si mesmo ao ver o horário em seu celular, percebendo que dormira através do despertador.

  Ele corre para o banheiro integrado ao seu quarto e coloca a primeira troca de roupas que vê pela frente depois de fazer sua higiene matinal, saindo para a escola em cima da hora e praticamente correndo pelo caminho até chegar lá com poucos minutos para pegar seu livro no armário. Sua respiração ainda estava descompassada quando ele finalmente segurou o livro contra o perito e fechou o armário, analisando a superfície metálica que já havia sido pichada com xingamentos sobre sua sexualidade: 

  - Pelo visto alguém se atrasou – o cacheado volta a se assustar quando percebe que o mais velho estava atrás dele esse tempo todo, virando-se para o mesmo de imediato e pulando em seus braços.

  - Louis, que bom que você está aqui – ele murmura baixinho contra o seu peito e o abraça com força, sendo retribuído na mesma intensidade.

  - Sim, meu doce, eu estou aqui. – o mais velho fala confuso, mas ainda assim mantém aquele tom gentil que encantava profundamente o mais jovem e o cafuné afetuoso em seus cabelos macios. – Aconteceu alguma coisa?

  - Não, eu só tive um sonho ruim e estou feliz em saber que está tudo bem.

  - Eu estou bem, doce, não se preocupe! – Louis se afasta um pouquinho para deixar um beijo casto na testa do garoto e o sinal que anuncia o início da primeira aula é ouvido, felizmente era matemática e os dois estavam na mesma turma para aquela matéria. – Se quiser pode me contar o que aconteceu no sonho, às vezes ajuda.

  Harry concorda com a cabeça e o jogador mantém o braço ao redor de sua cintura quando eles se encaminham para a sala de aula, passando-lhe a sensação de paz e segurança que apenas ele conseguia produzir e guiando-o para o fundo da sala de aula para que os dois possam ter um pouco mais de privacidade.

  Algumas pessoas cumprimentam Louis, que apenas maneia com a cabeça para elas e segue seu caminho até estar sentado na classe à frente do cacheado, que decide não contar o que sonhara alegando que não era nada muito importante e achou melhor apenas segurar a mão do jogador com carinho enquanto o professor não chegava para obrigá-lo a se virar para a frente, o que logo acontece.

  Os dois passam a aula inteira resolvendo exercícios sobre determinantes e Harry até tenta ajudar o maior em alguns exercícios, mas ambos se perdem constantemente na resolução de modo que a aula chata parece passar lentamente até finalmente chegar ao final. O cacheado se despede do mais velho com um beijo suave na bochecha e promete ir assistir o treino após a aula antes de seguir para a sala de biologia com os seu material já em mãos:

  - Acho que o Louis está sendo uma má influência para você, cachinhos! – Niall brinca quando chega na sala e se encaminha para sentar perto do amigo, cumprimentando-o com um afagar nos seus cachos. – Bom dia.

  - Bom dia, mas eu não entendo como Louis possa estar sendo uma má influencia para mim – ele arqueia a sobrancelha em confusão e o irlandês solta uma risada.

  - Eu, como seu melhor amigo declarado, notei sua ausência nos últimos períodos ontem e a única explicação que eu consegui encontrar foi a de que você novamente fugiu para algum lugar com o senhor Tomlinson, corrija-me se eu estiver errado – o tom de voz que o loiro usa o faz parecer com um detetive que chegou ao resultado de um caso importantíssimo.

  - Oh, nesse caso ele realmente é uma má influência!

  - Não sei como Louis pode ser tão tolinho de dar importância para uma vadia como o Styles, é óbvio que ele está apenas o usando para chamar atenção e que depois vai descartá-lo como os outros – Harry ouve o que uma garota fala para a amiga numa das classes da frente, a outra apenas solta uma risada anasalada e concorda com a cabeça para o que foi dito num tom nada discreto.

  Logo o professor chega e faz com que as conversas cessem quando dá início à aula, mas o cacheado quase não consegue prestar atenção por ter a impressão de que as vozes e ofensas que ouviu em seu sonho haviam retornado. Sabia que nunca seria fácil para ele manter um relacionamento normal, tanto por sua fama indesejada quanto por sua sexualidade que às vezes ainda não era bem aceita.

  Harry se esforça para tentar fazer os exercícios, mas ainda assim fica muitas vezes com o olhar perdido no livro enquanto buscava pelas respostas, preocupado com o que aconteceria em seu relacionamento quando Louis começasse a sofrer por estar com ele e começasse a ouvir tudo que dizem sobre sua reputação:

  - Você vai ao treino, né?! – o loiro se inclina até estar próximo o suficiente para perguntar baixinho próximo a sua orelha de modo que Harry apenas concorda com a cabeça e eles esperam mais alguns minutinhos até a aula acabar para que eles possam se falar livremente.

  - Minha mãe adorou o Louis, ela estava em casa quando chegamos aos beijos – ele conta quando ficam apenas os dois na sala.

  - Uau, esse é um grande passo! – o irlandês abre um sorriso enorme e os dois caminham para fora da sala de aula, seguindo para o armário de Niall para que ele possa guardar o material e pegar um pacotão de balas de ursinho.

  Harry ainda se surpreendia com o fato do amigo sempre ter algo para comer.

  - Sabe, eu sempre tive a impressão de que a tia Anne não gostava de mim – ele comenta em um muxoxo nostálgico enquanto os dois seguem para o campo onde ocorriam os treinos.

  - Ela realmente não gostava, mas o importante é que agora ela te adora – o Styles ri da expressão ofendida do amigo e eles sobem as arquibancadas para o canto em que costumavam ficar, a maioria dos jogadores ainda não havia chego e os que já estavam lá faziam aquecimentos básicos.  

  - Olá, garotos! – Nicholas Grimshaw, o mesmo garoto que assistira parte do treino junto com o cacheado se aproxima juntamente com duas garotas, uma com os cabelos loiros platinados e a outra com os cabelos castanhos e cacheados. – Será que podemos sentar com vocês?!

  - Claro, sintam-se a vontade! – o irlandês que era amigo de praticamente todos na escola faz as honras, olhando para as meninas com curiosidade e estendendo a mão para cumprimentá-las quando percebe que ainda não haviam sido devidamente apresentados. – Sou Niall Horan, prazer.

  - Bleta Rexha, mas pode me chamar de Bebe, e essa é a minha linda namorada Júlia – a loira oxigenada aperta a mão do loiro oxigenado e em seguida é a vez da outra menina que aparentava ser mais jovem e usava óculos.  

  - Muito prazer – ela abre um sorriso pequeno e faz questão de cumprimentar Harry também, que abre um sorriso simpático ao perceber que havia mais pessoas que pareciam legais no mundo e não só as que ele já estava cansado de conhecer e que falavam com ele com a expressão de nojo ou de pura malícia. 

  Niall logo puxa assunto e descobre que as meninas eram estudantes de intercâmbio, as fascinando com sua facilidade em fazer amizade e de conseguir incluir todos na conversa com facilidade.

  As balas de ursinho são compartilhadas pelo grupo e o cacheado para de prestar total atenção no assunto quando o jogador número dezessete entra no campo, estava esfriando e por conta disso ele ainda usava o casaco preto do time e logo começou a correr pelo campo para se aquecer. Harry não consegue tirar os olhos dele e abre um sorriso radiante quando o maior olha na sua direção, acenando empolgado para ele e sendo retribuído com um beijo que ele finge pegar no ar.

  Ele põe mais uma bala de ursinho em sua boca e solta um suspiro longo quando as líderes de torcida o olham descontentadas, com os narizes franzidos com um possível nojo e a inveja estampada no rosto pelo beijo de Louis ter sido direcionado a ele.

  Um suspiro escapa de seus lábios e ele finge prestar atenção na atividade de duplas que Tomlinson estava fazendo com seu primo, mas seus pensamentos estão em seu sonho e no que havia ouvido mais cedo da colega. Todos na escola pareciam estar de acordo que ele apenas queria iludir o jogador em cada um de seus atos e estarem contra ele, deixando-o tão inseguro de uma forma que não lembrava já ter sido e com medo de deixar que aqueles boatos se tornem realidade:

  - Uh, Harry, eu não quero ser indiscreto ou intrometido, mas todos estão falando que você e o Tomlinson estão juntos. É verdade? – Nicholas pergunta quando os jogadores fazem uma pausa para beber água.

  - Eu e Louis?! Nós... Hum... N-nós não temos nada sério – o cacheado se enrola na resposta e se pune mentalmente quando sente suas bochechas esquentarem. Quase conseguia imaginar o tipo de rumor que o rapaz havia ouvido sobre os dois e a imagem que deveria ter dele baseado nisso.

  - Oh, eu posso falar uma coisa com sinceridade?! – o garoto parece decepcionado com a pergunta e Harry consegue perceber que não havia maldade em seu tom de voz calmo e gentil, então assente com a cabeça. – Vocês ficariam fofos juntos, eu já os vi pelos corredores e ele sempre parece olhar para você com tanto carinho, é tão adorável que eu estou surpreso em não ser nada sério.

  - É meio complicado... – ele começa, mas é interrompido.

  - Eu sou nova nessa escola, mas sou muito observadora e eu já tive a oportunidade de ver o lindo como vocês se olham. Não é muito difícil notar o quanto aquele garoto gosta de você e vice-versa, então isso não me parece nada complicado – Bebe morde a cabecinha de um urso e mastiga, sem perceber o quanto sua dose de sinceridade afetou o rapaz que a olhava espantado.

  - Mas as pessoas falam sobre nós e eu não tenho certeza se quero isso ou se ele vai conseguir conviver com tantas mentiras, comentários indesejados e fofocas – Harry murmura baixinho e emburrado, sem saber ao certo o motivo de estar confiando seus pensamentos àquelas meninas ao mesmo tempo em que sentia aquilo como o certo.

  - Harry, não se apegue ao medo ou detalhes que possam te impedir de ser feliz, eu sei por experiência própria que o mais importante é ser feliz com o amor de quem tu gosta do que se importar com pessoas que apenas espalham o ódio – os olhos castanhos da garota mais jovem parecem sorrir quando ela fala suavemente e isso chama a atenção do cacheado, que não era acostumado com aquele tipo de bondade.

  - E além disso, vocês ficam totalmente adoráveis juntos! – a loira completa e põe a mão carinhosamente na perna da namorada, acariciando a região e se inclinando para deixar um selinho em seus lábios não tão finos, mas também não tão cheinhos.

  O cacheado fica ainda mais corado e assente com a cabeça para o que foi dito pelas meninas, desviando o olhar para a bala de ursinho em suas mãos repousadas no colo e brincando com uma de suas perninhas com um pequeno sorriso bobo no rosto. Talvez ele devesse apenas esquecer-se dos outros e pensar apenas na sua felicidade junto de Louis assim como fora aconselhado.