História Sweet love - Desafio aceito

Talvez um acontecimento que, no princípio, estava destinado a estragar uma vida inteira, no final, serviu apenas para unir duas pessoas. Uma ação vinda por parte dos progenitores da loira, fez com que sua vida mudasse para sempre. 

Quando foi expulsa, Carol não imaginava que iria se dar tão bem com sua colega de quarto, e fazer várias amizades. Conseguiu uma nova família, uma que não a julga pelo fato de ser como é. 

Está morando com a Natasha a pouco mais de um mês, e mesmo esteja pagando uma espécie de aluguel, a ruiva já se tornou uma amiga. E talvez, esteja caminhando para algo mais. 

Acordou sozinha, sem o auxílio do despertador, e em menos de quinze minutos, já estava na cozinha preparando o café da manhã. Sabe que Natasha não tem o costume de acordar cedo aos finais de semana - algo que veio notando com o passar dos dias - e sabe também, que ela tem um sono de pedra, então, caso faça algum barulho preparando o café-da-manhã, ninguém sairá prejudicado. 

Colocou sobre a mesa os ingredientes para fazer panquecas, e depois ligou uma música baixinho. Enquanto fazia pequenos passinhos de dança, se pegou pensando na companheira de casa. Já faz algum tempo que isso vem acontecendo, e Natasha vem sendo frequente nos pensamentos da Carol. A mesma não está sabendo lidar muito bem com isso, pois no momento tem que se preocupar com tantas coisas que por hora, não parece viável tentar entrar em um relacionamento. 

— Hey, Carol! — a voz rouca de Romanoff se reverberou pelo ambiente, fazendo a loira tomar um pequeno susto. Esta, sentiu seu coração acelerar e não soube dizer a razão. Se foi pela chegada repentina da Natasha, ou se foi apenas por Natasha chegar lá. 

— Hey, acordou cedo. — olhou para o relógio e logo em seguida para a ruiva. 

— Pois é, Steve começou a me mandar um monte de mensagens e eu acabei sendo obrigada a levantar. — revirou os olhos e logo em seguida bufou. Romanoff sentou-se na banqueta perto da divisória da cozinha e ficou observando a loira bater a massa da panqueca. Já havia parado para reparar algumas vezes na beleza que ela exala, mas nesse dia, justamente nessa manhã, Carol pareceu mais radiante que o normal. 

— Eu acho incrível a relação que você tem com o Steve. Ele é quase um irmão mais velho — Danvers gargalhou baixinho e jogou a calda de mel sobre as panquecas. Logo em seguida pegou duas facas e dois garfos, e sentou-se na banqueta ao lado dela. 

— É, ele é uma peste, mas eu amo ele — ditou naturalmente, expressando toda sua sinceridade nas suas palavras — Então, planos para ação de graças? — Natasha questionou com um sorrisinho de canto nos lábios, e veio a tentar disfarçar logo em seguida. 

— Na verdade, não. — ficou meio receosa de demonstrar o quão incômodo é essa data. Pois, seus pais são verdadeiramente apaixonados por ação de graças e pelo natal. As festas de final de ano eram sempre as melhores, e Danvers sempre era tratada como uma princesa. — E você? 

— Vamos passar na casa da tia May e do tio Coulson. Pode ficar conosco se quiser. — Ela fez o convite esperando receber um sim. 

— Ah, eu adoraria. — falou meio receosa, pois mesmo que tenha sido muito bem recebida, não sabe se irá reagir bem. 

As duas começaram a conversar sobre assuntos aleatórios, enquanto comiam as panquecas feitas por Carol. A ruiva elogiou a comida e ficou completamente surpresa de quão delicioso ficou. Danvers cozinha desde pequena, sempre adorou colocar a mão na massa - literalmente. Sua melhor receita, são biscoitos de chocolate, que ela aprendeu a fazer com sua avó. Natasha contou um pouco mais sobre si, e acabou mencionando que nunca aprendeu a andar de bicicleta. 

Romanoff teve uma infância um pouco complicada, mas isso não impediu que ela se tornasse essa pessoa maravilhosa. Quando tinha apenas três anos foi jogada pela janela de casa, para que pudesse ser salva do incêndio que estava ocorrendo. A polícia chegou, encontrou ela e a mandaram para um orfanato. Sendo assim, ela nunca pôde fazer as coisas que crianças normais faziam, e nunca conheceu ninguém que estivesse disposto a ensiná-la a andar de bicicleta. 

Danvers deixou o garfo de lado e respirou fundo antes de falar. As duas nunca entraram em detalhes sobre suas vidas "passadas", contudo, algumas coisas são perceptíveis. Como o fato de não ter fotos em família espalhadas pela casa. 

— Desafio aceito! — ela falou decidida, e abriu um sorriso de orelha a orelha. Natasha nem estava mais prestando atenção nas palavras da loira, acabou se perdendo no brilho dos olhos dela. — Vou ensinar você a andar de bicicleta! 

— Ah, imagina. Não precisa. — Ela saiu do transe, e ditou com firmeza. Não pode dizer que estranhou, pois achou fofo da parte de Carol se oferecer para ensiná-la e também, seria maravilhoso poder ficar tão perto dela. 

— Mas é claro que precisa! Está livre esta tarde? — Danvers pegou mais um pedaço de panquecas e depois se viu satisfeita. Como suas aulas na faculdade ainda não começaram, e ela ainda não arranjou um emprego, vem tendo bastante tempo livre. O qual na maioria das vezes é gasto com pinturas feitas pela loira mesmo. 

— Bom, eu estou. — Deu de ombros e deixou o garfo de lado também. Não queria ficar negando, pois, acha que será divertido. 

— Vamos lá, então. 

As duas se separaram por um instante, indo cada uma para seus respectivos quartos. Carol escolheu uma roupa bem confortável, que pudesse ser usada em um parque e Natasha fez o mesmo. Ambas passaram algum tempo pensando uma na outra. Nos olhos. Nos cabelos. Nos  jeitos. Tudo parecia tão encantador. 

Acabaram encontrando com a Peggy logo que saiam da casa, e pararam para conversar com ela por alguns instantes. A inglesa contou sobre como Steve anda meio chato com a chegada de ação de graças. Ele não para de falar nisso por um segundo. Disse também, que todos ficarão super felizes em receber Carol para passar o feriado com eles. 

Já no parque, Danvers tratou de alugar uma bicicleta - que irá usar para ensinar Natasha - e combinou com o moço que depois irá voltar para buscar mais uma. A ruiva ficou meio receosa de tentar andar naquela "coisa com rodas" - como ela mesma definiu - mas, naquele momento confiou demais na Carol. 

A loira passou algumas instruções para ela, e obrigou a usar os equipamentos de segurança - já que não quer ninguém ralado. E logo em seguida, segurou a bicicleta para ela subir e ajudou. 

Elas tiveram que fazer a mesma coisa algumas vezes, já que, Natasha realmente não levava muito jeito para a coisa. Ela caiu algumas vezes, porém, continuou com todos os ossos no lugar. Carol caiu em gargalhadas quando Natasha chutou uma pedra com ódio, por não estar conseguindo. E para acalmá-la, depositou lhe um beijo na bochecha e pediu para ela não desistir. 

Romanoff achou aquilo tão fofo, que achou impossível dizer não para a loira. Ela lhe olhava com um olhar carente, e pedia para ela não desistir tão fácil. E bom, Natasha não desistiu. 

Depois da vigésima tentativa de andar de bicicleta, ela conseguiu e saiu comemorando igual doida no meio do parque. Seu sonho de criança foi realizado, e Carol se sentiu realizada por conseguir fazer isso. Elas ficaram até quase sete horas da noite no parque, e andaram por ele umas cinco vezes. 

— Obrigada mesmo, Carol. — Ela abriu um sorriso apaixonado, e talvez pela primeira vez, deixou que seu olhar revelasse o que estava sentindo. 

Paixão. Fogo. Atração. Uma mistura de sentimentos.