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História Sweet Revenge - Let her go


Escrita por: focusnavy

Notas do Autor


Oi chuchus, boa leitura

(Ps : ouçam let her go do Passenger)

Capítulo 34 - Let her go


 Hilary Blake p.o.v



Sem conseguir abrir os olhos ou mexer meu corpo, os meus últimos dois meses nesse hospital se resumiu em um coma, é horrível.


Eu ouço, eu sinto, mas na hora de me mover ou falar, meu corpo não responde à nada - nem mesmo meus olhos se abrem -.


Acordo sempre com o barulho do cardiograma ou com a voz da Lana e da Ambbie, elas estão desesperadas, é horrível ouvir sempre a mesma coisa.


“Você vai ficar bem”, “Ela pode não acordar, um coma normalmente dura meses, e já faz dois meses que ela está aqui”.


Meu corpo está simplesmente cansado, como se tivesse passado um caminhão e caído um avião em cima, sem contar os traumas que eu desenvolvi.


A voz masculina me dá pavor, tudo o que eu mais odeio é pensar em sexo ou em pênis, até mesmo quando meu médico de rotina entra no quarto e conversa comigo, eu choro de medo e desespero.


Nesta manhã, o médico de rotina veio e segurou minha mão por um tempo. Minha pressão oscilou, eu realmente sinto medo de que aquilo aconteça mais uma vez, ele tentou me acalmar, falou com alguém sobre psiquiatria e tudo mais. Eu esperava qualquer pessoa neste hospital, menos uma.


- Oi - ouvi uma voz doce bem distante, como eu quero abrir os olhos, falar, andar - nunca mais faça isso comigo, entendeu? - reconheci ser  Kate.


Tentei me mover a todo custo, mas não deu em nada, queria perguntar à ela se o tiro no ombro cicatrizou, se ela está bem e fazendo o tratamento.


- Filha… - ela fungou o nariz, a voz ficou chorosa e logo, Kate voltou a falar : - Você vai ficar bem, vai se recuperar logo… você está tão machucada, seu rosto… - Kate começa a chorar - Vamos fazer tudo isso cicatrizar, eu vou estar aqui por você e com você, seu pai ia querer isso - seus dedos finos e macios dedilham minha nuca e eu me assusto,  tentando levar a mão até onde ela tocou imediatamente.


Falta cabelo por toda minha nuca, conforme ela passa a mão eu sinto a ausência dos fios ali.


A minha inquietação resultou na alteração dos aparelhos e ela suspender a mão.


Por que, caralho? Por que minha nuca não tem um fio de cabelo sequer?!


Eu não me lembro de ter batido a cabeça em lugar nenhum, não tem porque eles rasparem ou coisa assim.


- Doutor, ela está ficando nervosa com algo, as mãos estão trêmulas! - ouço Kate dizer abafada e logo uma mão masculina ( percebo por ser maior e mais rígida), toca meu pescoço e meu braço, imediatamente eu tento gritar ou me mover, mas isso não acontece, apenas uma dor de cabeça faz com que eu me aquiete, pra tentar me recordar de tudo desde a minha “morte”, mas pra isso eu tenho que fazer esforço, pois é como se meu cérebro parasse de me obedecer às vezes.


Ouvi James bater a porta, ainda chorando, observei o estado do meu corpo e senti nojo de mim mesma, meus lábios estavam secos, isso não me impediu de cuspir logo ao meu lado, lembrando que James deixou seu sêmen no canto da minha boca.


Tentando manter os olhos abertos, fitei a sala escura, provavelmente ainda estava de madrugada.


- SOCORRO! - gritei entre as lágrimas, batendo a mão no chão - CHAZ! - eu ao menos sabia porque havia gritado seu nome - ME TIRA DAQUI! - levei a mão até o meu rosto, me encolhendo, chorando baixo.


Eu estava com frio e com medo. Medo de que Aldo Raine entrasse mais uma vez na sala, medo de qualquer homem, passei a me assustar com a minha própria sombra.


- Não… - sussurrei pra mim mesma ao ouvir passos apressados no corredor, logo a maçaneta girou - NÃO, POR FAVOR! - sem olhar pra porta, ouvi mais passos apressados e logo a porta bateu.

- Hill? - era Lana, eu tinha certeza ser sua voz, mas a falta de coragem me impediu de erguer o olhar, eu tenho tido delírios - Eu mato aquele filho da puta!

- Ruiva? - Senti outra pessoa se aproximar - Somos nós, e temos um plano - Amber ergueu meu rosto - vamos te tirar daqui - abri os olhos e elas sorriram de forma acolhedora  - Calma, preciso te explicar o que vamos fazer - a loira se ajoelhou - ouça, Justin deu uma ordem avisando que quem entrar sem autorização pela porta era pra matar e quem sair, sairá morto. Pois bem, entramos pela tubulação e você vai sair pela tubulação e pela porta.

- Como? - murmurei.

- Você vai ser a morta - Lana me entregou um revólver - vamos ligar a câmera e você vai falar o que quiser, não tem exatamente nada na arma,mas eu vou entrar no sistema, já que estamos nele desde sempre.

- Quando Lana entrar ela vai começar a atrasar a gravação, quando você for se suicidar vamos pausar e fazer a imagem ficar entrecortada, o áudio irá oscilar e você poderá atirar acima da cabeça e cair no chão, como vai estar tudo falhando, anteciparemos mais uma vez e a cena será rápida, dando a impressão que você se matou.


Assenti fraquinho.


- Mas para… - comecei a falar.

- Para sairmos existe uma coisa chamada disfarce -  Ambbie fez uma pausa - você sai pela tubulação e nós com o seu corpo pelo galpão - ela me mostrou um boneco - vamos nos disfarçar e você vai sair com a ajuda do Rey, ele está te esperando na tubulação.

- Certo - murmurei, ainda tendo reflexos do que aconteceu há algumas horas.

- Hilary, sabemos o que houve, eu consegui ver algumas coisas das gravações - a loira apontou pra câmera - eu juro que foi difícil te localizar, mas nós vamos dar um jeito em tudo. Kenny, Trevor e James não estão mais aqui, Otávio acabou de levar o estuprador, os três que te fizeram sofrer estão só esperando seus comandos - minha amiga suspirou - precisamos sair logo antes que Justin e o resto desconfiem - elas ergueram o disfarce e se vestiram,  eu comecei minha encenação.



Depois de ter feito todo o teatro e ter rezado mentalmente para que Justin tivesse acreditado, é como se meu cérebro tivesse apagado o resto, eu não me lembro de mais nada, só de ter entrado na tubulação com Reymond.


Sem conseguir fazer mais força para lembrar, recebo um beijo carinhoso na testa da Kate e em seguida, ouço as vozes da minha trupe.


- Eu estou preocupada - Reconheço ser Amber.

- É sobre Blanco ter sumido? - Lana pergunta e eu percebo as laterais do colchão se nivelarem.

- Sobre a Hill - ambas se ajeitam ao meu lado - o tombo foi feio, o coma tão longo, a cirurgia que ela fez…

- Sabemos que foi necessário, quando liberaram gás tóxico para limpar a tubulação, não esperávamos tanta concentração de ácido clorídrico - A morena diz baixo - algumas celulas do cérebro falharam, agora não sabemos como anda essa cachola, ela tem que acordar.

- O doutor disse que a cirurgia não teve complicações, mas ele advertiu sobre ela poder ter amnésia.


Não, suas idiotas, eu não estou com amnésia.

Bom, pelo menos isso explica o fato de eu estar quase careca, e pensando nisso, eu pude lembrar de algumas coisas.



- Rey! - chamei assim que as meninas me ajudaram a entrar na tubulação, Reymond me suspendeu, me segurando com força.


Já vestida - com algo que as meninas me deram - eu me deitei no chão com dor, mas a vontade de sair daquele inferno me ajudou a me mover.

Reymond estava logo atrás, ele me ajudava a mover as pernas para que eu não me machucasse.

Eu posso conhecer Reymond há anos, mas a voz grave e sua presença me faz tremer, me assusta muito.


Ficamos por longos minutos ali, minha claustrofobia insistiu em aparecer, eu precisava sentir nem que fosse somente uma fresta de ar.


- Droga! - ouvi Reymond resmungar - estão limpando a tubulação, tampa o nariz!


Logo, algum cheiro forte dominou o local, a fumaça esbranquiçada bloqueou minha visão. Reymond deu um jeito de ficar ao meu lado, advertindo que estávamos próximos da saída.


- Eu não consigo ir - comecei a tossir sem parar, o cheiro forte me deixou ainda mais tonta, abaixei a cabeça, ainda tossindo, arrastando o corpo minimamente.

- Vamos, Hilary! - Reymond me apressou e eu neguei com a cabeça - Estamos na parte de fora do galpão, temos que ser rápidos, aqui não é tão resistente quanto lá dentro - ele se referiu ao nosso “chão”, com a voz abafada por conta da camiseta tampando o nariz pelo cheiro forte, o mesmo que me tonteou demais e fez toda a minha cabeça doer.

- Eu não consigo!  - bati a mão no metal abaixo de mim e um barulho enorme se fez presente, com a placa que nos segurava abrindo, não consegui me segurar e caí com tudo no meio do mato, apenas ouvindo as vozes das meninas e do Reymond. Minha cabeça latejou e eu apaguei.



- Vocês vão passar a noite aqui com ela ou hoje será o senhor Somers? - o médico diz e eu tento me mexer por reflexo.


O único homem que fica aqui comigo e eu não tenho medo é o Charles, eu não tenho idéia de como ele me achou aqui, as meninas até se assustaram, mas ele disse que estava comigo pro que der e vier, e que não ia falar pra ninguém sobre eu estar viva.

Chaz tem sido um anjo.


- Acho que hoje a mãe dela vai querer ficar - Lana responde - já estamos indo, ruiva - senti um beijo na minha testa e outro na bochecha - tente acordar, por favor - ela continua a dizer - o médico disso que você pode nos ouvir, se estiver ouvindo, eu preciso que você tente acordar, tem que ser algo seu, tem que ser uma iniciativa sua, tente se religar pra gente ir cortar esse cabelo horroroso.

- Allana! - Amber resmunga e a morena gargalha, me fazendo rir (ou ao menos tentar).

- Qual é? Está feio mesmo - sinto mais beijos - acabou nosso horário de visita, sardenta, mas amanhã estamos aqui pra te encher de mimos, eu estou treinando minhas maquiagens em você - as duas dão risada.

- Na boa, Lana, quando ela acordar ela vai te socar se ver que você encheu a camisola dela de purpurina - Revirei os olhos mentalmente.

- Não é purpurina, Amber, são lantejoulas, isso é só das socialites.

- Estamos em um hospital, retardada, realmente  eu não sei qual é o seu problema - Amber bufa e eu imagino a cara de descontentamento que a morena está fazendo, mesmo não vendo, chega a ser hilário.

- Ambbie! - Lana grita.

- O que foi?! Que susto!

- A Hilary sorriu! - minha amiga grita histérica - Ela sorriu! Eu vi! Ela está nos ouvindo!

- Sério?! - a loira parece surpresa - isso significa que ela vai acordar! Blake, escuta, continua fazendo esforços - sinto mais beijos pelo meu rosto - vem, vamos falar com o médico, estamos quinze minutos à mais - logo os passos ficam distantes e elas batem a porta.


Eu quero muito acordar, quero sair daqui e ver minha mãe, minhas amigas, eu preciso sair logo. Eu preciso acertar as contas com algumas pessoas.


Começando por Kenny, Trevor, James - um dos meus alvos principais -  e todos seguranças daquele maldito galpão. Em seguida eu vou atrás do Christian e o melhor eu deixo pro final.


Logo iremos nos ver, Justin.


Dia seguinte 


Justin Bieber p.o.v



- Foi totalmente desnecessário! - Ryan grita comigo e bate a porta do escritório - o que tem acontecido com você, porra?! - meu amigo vem até mim e eu me levanto.

- Abaixa o tom de voz, porra - murmuro, deixando o baseado na mesa.

- O Charles foi embora e você não faz nada?! - Butler socou a mesa.

- Quer que eu faça com você o que eu fiz com ele?

- Você está ficando louco! Supera a porra dessa perda! Você não impediu que ela fosse estuprada, não ouviu o que ela tinha a dizer e descontou tudo no Charles porque ele queria conversar!

- Tem dois meses que ele está me enchendo o saco, querendo falar dela e de um monte de caralho! - aperto meus punhos.

- Não precisava surrar o cara! Você está sendo um imbecil filho da puta! Tem dois meses que Blanco está quieto, ele não fez nada desde a morte dela, ao menos tentaram resgatá-la e você está aí, nessa merda de vida, se lamentando todos os dias, isso quando você não vai na merda onde ela tá enterrada e passa horas lá! Já passou a hora de seguir em frente!

- Você fala como se fosse fácil! - aperto a madeira da mesa nas mãos.

- Não é fácil, porra, mas já deu, já deu de ficar aqui trancado se matando de fumar e beber, você tem que ir atrás do Blanco, ele está quieto demais, nós ao menos estamos treinando! Temos que preparar a casa, preparar tudo, pode ter ataque surpresa há qualquer momento!


O filho da puta tem razão. Ultimamente eu tenho me desligado, mas é algo inevitável. Eu só consigo me lembrar da gravação e do vídeo do estupro.

James sumiu, eu não fui atrás, como Ryan disse, eu não fui atrás de nada.


Eu ainda me nego a acreditar que ela morreu daquela maneira. Estou tão arrependido.


Eu queria ter ouvido quando eu pude ouvir suas palavras, saber ao menos sua explicação, mas eu fui um idiota impulsivo. Hilary faz muita falta, e só de lembrar de nós é de todas as coisas que fizemos juntos desde o dia do racha, me dói, eu me sinto incompleto.


Não me conformo de não ter dito um “Eu te amo” estando sóbrio, não me conformo de ter me dado conta do bem que em me fazia quando ela simplesmente foi embora, pra sempre.


Ryan tem me dado puxões de orelha todos os dias, mas não, ele não entende, ninguém entende, ninguém está na minha pele.


Já fui muitas vezes no galpão buscar pistas, nunca mandei que a estuprassem, alguém infiltrado disse isso, James era meu segurança mais confiável, eu tenho certeza que ele não é um infiltrado. Certeza absoluta.


Logo na segunda semana após a morte dela eu fui até sua casa, ela está à venda, não tem ninguém no jardim como de costume, parece que tudo ali morreu.


- Avise para o Chris e para o Somers que eu quero reunião aqui em meia hora - determino.

- Chaz não é mais da equipe, ele foi embora.

- Liga pra ele, ele só sai dessa equipe se eu mandar.


Saio de lá e vou para o quarto, tomar banho.



(...)



- Finalmente - murmuro quando Chaz entra na sala, o rosto dele está meio roxo nos olhos e nos lábios, nossa briga foi feia.

- Fala logo, eu tenho compromisso - Somers se senta ao lado de Christian, que está com uma cara péssima.

- Quero que você fale  tudo o que a Hilary disse pra você - exijo e ele revira os olhos.

- Ela me garantiu que não trabalhava pro Blanco, e pra ser sincero, eu tenho certeza de que o que eu havia dito quando descobrimos o estupro, é mais que certo - Chaz faz uma pausa - eu nunca havia visto Blanco com ela, e sinceramente, nós sabemos que ele é muito esperto e tem alianças com as pessoas mais improváveis, o cara que trabalhava com ela na equipe se chama Reymond.

- Reymond? - pergunto e cruzo o cenho - espera… eu…

- Já ouviu esse nome? - Chaz pergunta, indicando o óbvio e eu assinto - Reymond Blanco, era esse nome que ele sempre falou pro seu pai e para o Marvin, eu fui atrás de muitas coisas nesses dois meses e descobri porque a Hilary veio atrás de você, ela sempre esteve enganada.

- Ela veio pra pegar meu poder ou pelo pai dela.

- Você matou Marvin Steve Blake com dezessete anos? - ele pergunta.

- Óbvio que não - coloco a mão na testa - eu tinha ódio dele por ele ter matado meu pai, mas na época eu não sabia nada da máfia.

- Reymond matou Marvin - Chaz diz sério - eu tenho certeza disso, pois Lana e Amber me contaram que ele apareceu no dia que o carro do Blake explodiu, pra ajudar a Hilary, já que ela viu o pai morrer - ele faz uma pausa e eu aperto meus olhos, confuso - e não me peça pra dizer onde elas estão, eu nao tenho idéia, falei com elas por telefone, as meninas e a mãe dela estão de luto.

- Está dizendo que Reymond Blanco matou Marvin e colocou a culpa em mim? - questiono incrédulo.

- Estou - ele afirma - no dia da morte dele, alguém te telefonou lembra? Passaram o endereço e tudo mais, foi tudo planejado, você foi desesperado achando que podia ser algo sobre seu pai, um carro te seguiu - começo a me lembrar.

- Sim, a gente estava montando a equipe e a escuta não funcionava, eu andei a fronteira inteira e vi uma Suv perseguindo uma Evoque… logo atrás tinha um… - fico pensativo - um Impala.

- A Suv era Blanco, a Evoque era o Marvin e o Impala era a Hill, louca pra ajudar o pai- Chaz me trás alguns papéis - aqui está a placa dos dois carros, eu entrei na casa da Hilary, atrás da folha tem anotações dela, é algo louco.


“ Uma Suv estava perseguindo meu pai, mas havia outro carro no deserto, não consegui enxergar quase nada por causa da poeira, só enxerguei a explosão”


- Reymond tirou proveito, ele escolheu o lugar perfeito, o deserto - murmuro pra mim, mas Charles assentiu - ela ainda era nova, ficou perdida na areia, eu estava lá, eu era o outro carro.

- Sim, quando o carro explodiu você se perdeu, era muita areia - Ryan diz e eu me lembro de ter falado isso pra eles pelo ponto no carro.

- Depois eu vi um Impala estacionando, eu pensei em ajudar, mas vocês disseram que era um Blake, eu estava com ódio dele, não ajudei por medo de que ele fizesse algo, eu fui embora.

- Você presenciou tudo, Reymond saiu do deserto e trocou de carro, já que o dele explodiu quando matou Marvin, mas a Hilary viu você e imaginou na hora que você matou o pai dela, Reymond apareceu e encheu a cabeça da ruiva de mentiras … daí a vingança, ela perdeu a adolescência toda pra te achar e te matar.

- Quando eu descobri sobre ela, eu pensei que a Hilary queria vingar porque eu não ajudei - olho para um ponto fixo na parede, sentindo a cabeça doer - ela…

- Reymond matou Marvin, ele induziu ela a se vingar de você, Hilary te odiava por isso - Somers atropelou minhas palavras.


Volto a ler :


“ Hoje eu o vi em uma boate, fiquei lá até fechar, descobri que ele tem dois irmãos no Canadá. 20 de janeiro de 2014”

“Justin não mora longe, separei as granadas em grupos, mas não sei como usar. 21 de janeiro de 2014”.

“ O dia não foi produtivo, tenho ficado cansada demais, não quero desistir da vingança, mas me sinto fraca. 22 de janeiro de 2014”.


E assim foi até quando nos vimos no racha.


- Preciso achar o Blanco!

- Isso é o foda, o cara troca de nome sempre! - Charles coça a barba - entendeu porque não faz sentido que ela fosse aliada dele? Ela não o conhece de verdade,  acreditou cegamente no pior inimigo. Ela só realizou os ataques com máscaras nos galpões e o do dia do jantar de gala, depois disso a Hill não te atacou mais.

- Então se Blanco usou o nome dela pra mim matá-la e…

- Ele sempre quis a morte dela e depois a sua, alguém maior quer tudo o que você tem - Ryan concluí.

- Você foi injustiçado, Hilary morreu injustiçada - Somers murmura e eu fecho os olhos - precisamos achar quem está acima - Charles olhou para Christian, o mesmo que permaneceu calado o tempo inteiro - estou indo, qualquer coisa me liga.


Sem dizer onde ia, Chaz saiu, suspirei e dei mais uma olhada na folha, abaixo de todas as anotações tinha mais uma.


“ Não consigo vingar, não quero vingar


Ao lado da última anotação tinha a data que indicava uma semana antes de começarmos a namorar.


Saí do escritório, chamando Ryan e Christian.


Não sei pra onde eu vou agora, mas eu não posso ficar parado.


(...)


Charles Somers p.o.v



Cheguei ao hospital, olhando em volta, pedi meu crachá de visitas na recepção e fui até o quarto onde a Hilary está.

Achei arriscado ela ficar em LA fingindo estat morta, mas as meninas disseram que daqui ela iria pra Milão.


Entrei no quarto e a mãe dela saiu, me cumprimentando. Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão.


- Eu sei que você pode me ouvir - murmuro - você é uma garota vingativa e aposto que agora está pensando no que fazer com Justin - seguirei seu rosto - não faça nada, ele é meu amigo e você também é importante pra mim, quando você acordar, pense… eu não contei sobre Christian, Justin já está na fossa, você pode me odiar por isso, mas eu não vou deixar você se vingar sem antes saber de tudo. Eu não posso te sobrecarregar, mas quando você acordar me ouça, não se precipite - faço carinho no seu rosto - te vejo amanhã - depositei um beijo longo na sua testa, com vontade de selar seus lábios, porém me contive.

Eu não sou o cara dela.

Saí do quarto rapidamente.

Agora eu preciso de dar um jeito de falar sobre Jeremy, isso é algo totalmente complicado.


Ou Justin vai me achar louco ou ele ficará louco.



Justin Bieber p.o.v



Meu dia se resumiu em andar por LA - principalmente pelo deserto e pelas boates - procurando Reymond Blanco.

Sem sucesso.


Ryan estava mais nervoso que o normal, ele também deixou a garota dele ir embora com ódio dela, estamos praticamente no mesmo barco, a diferença é que ele pode recuperar a Lana.


Minha cabeça não parou de doer um momento, desde que saímos as informações giram na minha mente de forma louca, eu não fui pra casa, já é de madrugada e eu estou pulando um muro de seis metros, entrando na casa dela.


A casa está à venda, mas ainda tem carros na garagem.


Pulei cuidadosamente, caindo na grama de maneira desajeitada, superei e limpei as mãos, indo até a porta de entrada.


Retirei um pequeno arame do bolso e coloquei sobre a fechadura, fiz o que pude por cinco minutos e abri a porta.


Por incrível que pareça, eu senti seu cheiro e meu coração se apertou ao ver malas pela sala, até mesmo a Desert Eagle.


Andei pela casa e fui ligando as luzes, no final de um corredor extenso há uma porta larga de madeira.


Todo Gângster que se preze tem uma porta dessa no escritório.


Sorri fraco com meu pensamento e abri ali.


- Porra - foi tudo o que eu disse.


Olho em volta impressionado com a parede cheia de armas, o arsenal no canto da enorme sala possui até espadas. A mesa de eucalipto se destaca pelos pés trabalhados em ouro. Cofres enormes nas quatro paredes com combinações que provavelmente ninguém nunca irá descobrir, sem contar a enorme prateleira cheia de livros, aposto que em um desses tenha papéis e contratos importantíssimos.


Andei por ali e me sentei na poltrona de couro forrada com algum pano caro.


Me peguei imaginando o quão sexy deveria ser vê-la sentada aqui mexendo nesses inúmeros papéis, ou então, vê-la irritada e pensativa.


Sem encontrar nada após olhar os documentos eu saí do escritório e segui para o quarto.


Não me mantive forte ao entrar lá e ver a bagunça de sempre, eu acabei derrubando algumas lágrimas.


Fechei a porta e peguei uma camiseta que estava na cama, analisei o tecido pequeno e fino, sentei-me e inclinei a cabeça para frente, negando com a cabeça.


- Não era pra ser assim - aperto o tecido nas minhas mãos, soluçando - eu não consigo acreditar em tudo isso… eu não… eu não quero acreditar que eu te deixei ir dessa forma.



Bem, você só precisa da luz quando está escurecendo

Só sente falta do sol quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixa ir

Só sabe que estava bem quando se sente mal

Só odeia a estrada quando sente saudade de casa

Só sabe que a ama quando a deixa ir


Vou até o closet e começo a abrir as gavetas, pegando um álbum de fotografias e mais alguns papéis com desenhos e coisas escritas.


Parece que só agora eu me dei conta de como eu a amava, de como meu sentimento cresceu por ela em todos esses meses, só agora sem ela eu sei dizer tudo o que eu sentia. Tudo o que eu sinto.


E você a deixou ir


Pego uma foto do fundo de uma gaveta e me sento ali no chão, sentindo meu corpo tremer.


- Se você pode me ouvir agora - olho pra foto, passando meu polegar por cima do rosto dela, sorrindo por ela ser a única na fotografia que está séria - saiba que se eu soubesse de tudo o que sei antes, eu não teria feito nada do que eu fiz, eu ia ter te acolhido, te protegido… eu sinto sua falta, me dei conta agora de que meus sentimentos por você não acabam, eu queria ter tido outra oportunidade de ter te olhado outra vez, falado tudo o que sinto, ter te abraçado, Hill, eu ia fazer de tudo pra fazer a gente dar certo…

Olhando para o fundo do seu copo

Esperando que um dia você faça um sonho durar

Porque sonhos chegam devagar e se vão muito rápido

Você a vê quando fecha seus olhos

Talvez um dia você entenda o porquê

De que tudo o que você toca certamente morre


- Quando eu descobri sobre você eu me descontrolei, me perdoa, me perdoa por favor! - apoio minha cabeça na parede - me perdoa por ter feito tanto mal à você, me perdoa por não ter ajudado seu pai quando eu… quando eu vi o carro dele explodir… eu fui embora, eu fui um covarde, poderia ter sido diferente, você poderia estar nos meus braços agora.



Mas você só precisa da luz quando está escurecendo

Só sente falta do sol quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixa ir

Só sabe que estava bem quando se sente mal

Só odeia a estrada quando sente saudade de casa

Só sabe que a ama quando a deixa ir


Coloco a foto no bolso do meu moletom e olho no relógio, vendo que são quase três da manhã, levando dali e vou até a cama, me sento e encosto na cabeceira, fechando os olhos com força.


- Eu vou sempre carregar os nossos momentos no meu coração, eu sempre vou me lembrar de você e das vezes que eu te fiz sorrir, das vezes que eu te abracei, você marcou minha vida,Hilary, você me fez sentir o que ninguém nunca fez, do seu jeito, do seu jeito totalmente louco… você me amou, eu sei que amou.


Olhando para o teto no escuro

O mesmo velho sentimento de vazio em seu coração

Porque o amor vem devagar e se vai muito rápido

Bem, você a vê quando adormece

Mas para nunca tocar e nunca manter

Porque você a amava muito

E você mergulhou fundo demais


Bem, você só precisa da luz quando está escurecendo

Só sente falta do sol quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixa ir

Só sabe que estava bem quando se sente mal

Só odeia a estrada quando sente saudade de casa

Só sabe que a ama quando a deixa ir


Sequei meus olhos e me deitei, ainda com sua camiseta nas mãos eu levei até meu rosto e sorri entre alguns soluços ao lembrar das poucas noites que tivemos aqui.


E você a deixou ir

E você a deixou ir

Bem, você a deixou ir


    - Eu te amo, Hilary - murmuro - eu te amo, eu queria ter dito isso sóbrio enquanto tive tempo, eu te amo e você sempre vai ser a primeira mulher que eu amei.


(...)Pois você só precisa da luz quando está escurecendo

Só sente falta do sol quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixa ir

Só sabe que estava bem quando se sente mal

Só odeia a estrada quando sente saudade de casa

Só sabe que a ama quando a deixa ir


- E, por mais que nós dois nunca mais iremos nos encontrar, eu vou guardar tudo no meu peito dia pós dia, me dói não te ter, mas me conforta saber que um dia eu fiz uma pessoa que me odiava me amar, eu te fiz sorrir, amor, obrigado por tudo.


Me levantei da cama e desci, indo pra fora  da casa com a camiseta e a foto, parei na frente da garagem e vi o impala. Sorri ao me lembrar de quando ela dirigia o carro e cuidava como se fosse sua própria vida.


- Se estivesse viva eu ia querer apostar outra corrida - murmurei e fui pular o muro, prendendo o choro.


E você a deixou ir


Notas Finais


GENTE OBRIGADA PELOS 30 FUCKINGS COMENTÁRIOS NO CAPÍTULO PASSADO ♡♡
Amo vocês de montão, aquele monte de elogio me deixou totalmente feliz!!

Esse capítulo foi mais para explicar a situação da Hill e do Justin, achei legal fazer um pov do Chaz, ele tá um bolinho ^^

Ah, a idéia desse capítulo veio da música que uma das leitoras me indicou, e achei que super encaixou.
Até logo chuchus ♡


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