- Você não pode deixar ela nessa condição! Você não pode fazer isso. É contra os direitos humanos, Niall! – Louis gritou e eu acordei com uma tala em volta de meu abdômen e coluna. Meus olhos estavam gelados e molhados e Liam me olhava apreensivo enquanto colocava mais gelo em um pano fino. Quando abri os olhos ele parecia querer dizer algo, mas só enfiava o pano em meu olho e fechava os olhos para ouvir Louis discutindo com Niall que estava puto com toda a historia.
- O que você é agora, Tomlinson? Virou advogado para defender esse pedaço de merda? É isso? Agora esta do lado dela? – Niall bradou e apontava para mim. Pedaço de merda.
- Não é isso! Eu só não quero que ela morra! Não quero ser cumplice de um homicídio.
- Porra! Você aceitou toda a proposta quando tudo foi planejado. Para onde foi o interesse? – Perguntou Niall estressado.
- Foi pra puta que pariu no momento que você deixou ela chegar a esse estado! – Louis apontou para mim e eu empurrei Liam e me levantei sentindo atrás da cabeça doer. Mirei o local do colchão que eu colocava a cabeça e estava cheio de sangue. Senti uma tontura, mas me apoiei em Liam e fiquei de pé de frente a Niall. Liam tentou me deixar deitada, mas eu empurrei ele com qualquer força que eu tivesse, mesmo depois de tudo aquilo.
De frente a Niall me deixei cair em seus braços e encarei seus olhos azuis. Fazia um tempo que eu não encarava aquelas orbitas e não me sentia amedrontada. Soltei algo que soou como um arranhão de minha garganta e cai sobre seus braços. Liam ficou de pé no momento em que eu cai e senti seus braços me envolvendo e ele descendo comigo de volta ao colchão.
- Ela não consegue nem falar. Resolve isso Niall ou serei forçado a acabar com todo plano. – Louis disse e se retirou do quarto.
- Droga! – Gritou Niall sozinho no quarto e se voltou para mim. Pegou meu rosto entre as mãos e me encarou frio. – Você tem que morrer.
Não entendi porque ele queria me matar agora. Ele queria brincar comigo e com uma discussão com o Louis ele decidiu acabar comigo. Eu me sentia agradecida, mas eu ainda queria ver meus pais.
Meus pais. O que eles devem estar pensando que estou fazendo? Talvez ainda nem tenham se dado conta que a filha deles esta desaparecida, ou talvez tenham se dado conta e estão enlouquecidos a procura dela.
Niall puxou Liam que se recusou a ir. Minha cabeça estava descansando sobre o colo de Liam e ele aplicava o gelo.
Louis voltava com um prato de comida na mão e um suco na outra. Niall pegou o prato e jogou na extremidade do quarto como se fosse um frisbe e depois jogou o copo de suco no chão. Niall sacou uma arma de seu bolso e apontou para minha cabeça. Senti um calafrio na espinha com a arma apontada para mim e ele continuou com a mira.
- Todos parados. Ou não atirarei apenas nela. – Ele disse e fez Louis andar até meu lado. – Muito bem.
Niall saiu do quarto e em um segundo estava de volta e com uma maleta. Louis se agachou ao meu lado e sentiu minha temperatura. Ele logo tocou em meu pescoço. Eu encarava o nada.
- Ela esta quase morta, Niall. O pulso está fraco. Ela esta fria. Precisamos dar algum soro. Ela não vai aguentar muito tempo. O metabolismo dela... – Louis tentava me salvar, mas Niall voltava a apontar a arma para ele.
- Cala a boca. – Niall ordenou e pegou uma das seringas. – Vocês não querem ela viva? Pois terão.
O garoto enfurecido correu ate mim e enfiou uma agulha em minha pena. Não tive tempo para entender até que meu coração voltou a bater rápido e meus músculos se contraiam fortes.
Gritei com a dor e Liam me segurou.
- Socorro. Esta doendo. Muito! – Gritei e Liam me olhou assustado e perturbado. Segurava meus braços e pernas sem saber o que fazer. – Me ajude!
- Niall o que você fez? – Gritou Liam.
- Eu dei adrenalina.
Meu coração contraia e eu me levantei com a velocidade alterada. Bati minha perna na parede e depois minha cabeça. Eu sentia aquela dor calcinante preencher todo meu corpo e eu não pude optar por mais nada, a não ser me jogar em todos os locais para diminuir a agonia sentida por dentro. Minha visão diminuía da nitidez para borrões de pessoas em pânico com o meu descontrole. Tentei ficar parada, mas meu coração ardia e meus músculos estalavam.
- Ah, esta doendo muito! Faz isso parar! – Gritei puxando meus cabelos e encostando minhas costas na parede e descendo vagarosamente em direção ao chão. Chegando ao chão me sentei agarrando os joelhos e mordi meu braço para controlar os impulsos nervosos de sensação suicida com a dor abrasadora que me devorava por dentro.
Senti os braços de Liam me envolverem e ele me deitou em seu peito, mas tudo que eu não podia fazer era deixar aquela atitude me desconcentrar de segurar a sensação inflamatória de todo meu corpo.
- Calma Violet. Tudo vai ficar bem. – Ele dizia como se importasse realmente comigo. E se importava. Como quando eles me encurralaram com Jeremy no beco e Liam tentou cuidar de mim. Talvez.
- Não! Eu preciso de um hospital! – Bradei para ele e levantei ate o meio da sala. Eu agora via dois borrões de cabelos loiros e não apenas um e uma borboleta azul voava em cima de uma das cabeças. O que eu estou vendo? – Uma borboleta?
- Niall, ela precisa de um médico. – Ouvi Louis dizer e se aproximar de mim.
- Você não vai estragar tudo. – Niall reclamou.
- Você não pode matar essa menina!
Minha visão voltava aos poucos e eu consegui ver os dois garotos brigando. Liam estava sentado assistindo com o rosto perdido e eu não consegui me mexer. Me sentia dentro de uma casa em chamas e eu estava colada no chão.
- Por que não foge, idiota? – Disse a voz de Louis, mas não vinha dele, vinha de meu ombro. Encarei uma miniatura de Louis com uma asa e o rosto carrancudo. – Vamos, a porta esta aberta. Só falta fugir.
- Eu só devo estar sonhando...
- Não, você esta tendo alucinações. – Disse Niall em meu outro ombro. – Efeito colateral da adrenalina. – Explicou.
- Corre garota! É sua única chance de sair daqui já que você foi muito idiota para não ir pra casa na ultima vez. – Insultou Louis e se sentou.
- Se você fugir, eu te acharei em qualquer local da terra. Confie nisso. – Niall me ameaçou.
- Eu não tenho muita escolha... – Eu disse e andei ate a porta.
Tudo parecia tão silencioso. Eu via tudo brilhando, como se tivessem jogado brilhinhos em toda a casa. Não havia ninguém na casa, eu atravessei a sala andando normalmente e sai em direção à floresta novamente. A tontura voltou e eu me segurei em uma arvore.
- Vai ficar nessa lerdeza? Você quer viver? – Gritou Louis e eu corri, mas antes de andar 20 metros, meus pés arranharam em algo forte e eu cai. Encostei minha cabeça no tronco de uma das arvores. Tudo girou. O sol iluminou meu rosto e eu vi... Vagalumes? Eu estava certamente fora de mim. As vertigens estavam voltando e então tudo enegreceu. Eu não vi mais a luz do sol.
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